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Rany da Silva Araujo – Produção Animal I – p1 – 2018.2 - UFRRJ Produção de coelhos O coelho era um animal selvagem solto na natureza, reproduzindo ao acaso em ar livre e hoje é domesticado pelo homem se encontrando em espaços mais reduzidos. As raças de coelhos foram introduzidas no Brasil na década de 60 e reproduzidas de forma empírica. Os objetivos de uma cunicultura vão desde estimação, produção de pelo, de carne e de pele, animais vivos para laboratórios e instituições de pesquisa, venda para reprodução e aproveitamento dos subprodutos. Atualmente, há uma diversidade de raças e variações através da influencia do homem. Enquanto as raças anãs e pequenas se direcionam para estimação, as médias e grandes se direcionam para o abate (carne e pele). *A coelha apresenta cio pós-parto fértil que não deve ser utilizado para a produção. Apresenta também cio durante a amamentação que pode ser utilizado. O coelho macho tem alta libido e a monta é feita na gaiola do macho. *No Brasil, não há vacina para as principais doenças que acometem os coelhos, então essas precisam ser importadas. Origem e história da domesticação: O coelho é originário do oeste da Europa. A Espanha já foi chamada de cuniculosa pela quantidade de coelhos de vida livre. Espanha significa terra dos coelhos. O império romano era um povo invasor, então os coelhos selvagens eram caçados para alimentação dos exércitos. Foram feitos parques murados (leporarias), onde os animais eram colocados depois de caçar, nesse ambiente os animais se reproduziam. Sendo assim foram os primeiros a cercar um ambiente para os coelhos. Coelhos selvagens: No geral, são tímidos e ariscos, e vivem sozinhos, se reproduzindo ao acaso. Na natureza, o acasalamento já acorre logo após o parto (no cio pós parto da coelha). No outono e no inverno, o coelho selvagem não reproduz devido ao período de luz. As temperaturas altas podem levar a esterilidade temporária dos coelhos machos. A coloração é “agouti”, ou seja, no mesmo pelo há coloração mesclada entre 3 faixas de gradação de cor. *Os coelhos machos em idade de reprodução brigam e atacam o testículo um do outro. Eles conseguem também retrair os testículos para a região inguinal. *As fêmeas apresentam uma dobra da pele no pescoço, chamada de papada. Coelhos domésticos: também é tímido, se estressando com facilidade, porém se torna dócil, sendo usado como animal de estimação. Essa docilidade também é importante no manejo reprodutivo. Cruzamento: No geral, um coelho macho tá para oito a cem fêmeas. Não se deve cruzar machos e fêmeas com parentesco. Cruzamentos com parentesco são utilizados somente para a formação de raças, na reprodução traria maior numero de “defeitos”. *A raça Chinchila tem uma coloração parecida com a do selvagem. Um cunicultor Frances cruzou diversas pelagens de coelhos para se aproximar a pele de Chinchila lanigena – animal selvagem raro com pele de alto valor. O período de gestação das coelhas é de média de 30 dias, com pouca variação. Podem nascer até 16 filhotes. Porém o ideal seria de 8 a 10, devido ao número de tetas da coelha – 8 tetas. Cecotrofia ou Cecotrofagia: Antigamente era chamada cropofagia, mas essa na verdade representa alguma questão como deficiência nutricional. Os coelhos produzem dois tipos de fezes, as fezes duras (fezes verdadeiras) que são bolinhas duras soltas e as fezes úmidas agrupadas por muco – cecotrofos. Eles apresentam bactérias funcionais no ceco. O animal se alimenta, mastiga, engole, ocorre a ação do suco gástrico com suas enzimas no estomago, no intestino delgado mais enzimas e absorção, no intestino grosso, a válvula íleo-cecal, em outros animais virariam fezes, no coelho as partículas menores e as água vai para o ceco e as bactérias “boas” se alimentam desse material. Apresenta musculatura de forma helicoidal que molda o cecotrofos que recebem camada de muco. O coelho lambe esse material diretamente do ânus. Na década de 60, criaram os coelhos em gaiolas suspensas na tentativa de impedir a cecotrofia. Foi observado que os coelhos se curvavam e ingeriam o material sem ele tocar o chão. Enquanto as fezes duras são muito ricas em fibras (30% de fibras) e pobres em proteínas (9 a 10%), os cecotrofos são ricos em aminoácidos, em ácidos graxos e em vitaminas C e do complexo B. Então o processo de cecotrofia é muito importante, principalmente na natureza porque ajuda a suprir nutricionalmente o que possa a faltar na alimentação. Vantagens da criação de coelhos Produzem muitos filhotes: 8 a 10 por parto (até 16). A coelha tem um período de gestação de em média 30 dias. A coelha pode ser acasalada ainda em lactação e por isso ter de 6 a 7 partos por ano. Desmamam 6 a 7 láparos por parto. Ocupam pequenos espaços: 10 fêmeas, um macho e suas crias precisam de uma área de 20m² para as gaiolas e os corredores. São animais muito dóceis e os trabalhos da criação podem ser feitos por mulheres e adolescentes. Como, por exemplo, em criações para produção de carne para a população de países subdesenvolvidos e em pequenas produções em escolas agrícolas. São abatidos entre 1,80 a 3,00 kg de peso vivo. Do coelho tudo pode ser aproveitado: sangue, patas, cérebro, vísceras não comestíveis (estômago, intestinos), esterco, etc. Os cérebros de coelho podem ser usados na indústria farmacêutica para a produção de medicamentos. Produz carne de ótima qualidade, rica em proteínas e com baixo teor de colesterol. O coelho pode ser alimentado com restos de culturas, forragens e restos de horta em pequenas criações e produz carne de ótima qualidade para alimentar a família do homem do campo. Uma pessoa trabalhando 8 horas por dia pode cuidar de uma criação de até 300 matrizes em galpão. Utiliza de espaço reduzido, sendo calculados 2 metros quadrados por animal. O sistema de criação de coelhos é feito com fossas para os dejetos de baixo das gaiolas, o que permite o uso das mesmas como adubo. Dificuldades do criador Não existe uma política para o desenvolvimento das grandes criações no Estado. No Brasil, faltam vacinas contra as principais doenças. *Mixomatose – doença viral limitante para a criação de coelhos que não apresenta tratamento. Não é transmissível ao homem, mas compromete toda a criação. Existem poucas associações de cunicultores O criador deve fazer a sua pesquisa de mercado, para verificar o que produzir e quanto produzir e para quem vender. O criador que desejar criar coelhos para ter lucro, deve buscar assistência técnica para começar bem a criação e fazer cursos, visitar criações de outros criadores para ter conhecimento da criação. Há um obstáculo cultural com relação ao consumo da carne de coelho Tipos de criações A criação caseira tem como objetivo produzir carne para sustento da família. São utilizadas poucas fêmeas: 5 a 10 fêmeas As instalações são simples, podem ser construídas pelo criador. Os animais podem não ter raça definida. A alimentação são forragens, restos de horta e restos de culturas. A desmama é feita por volta de 40 dias e coelha é acasalada após a desmama dos láparos. O número de partos por coelha e por ano pode ser de 3 a 4. As criações comerciais pequenas visam produzir carne para a família bem como a venda de animais para ter uma pequena renda complementar. São utilizadas de 40 a 50 matrizes. Pode ser cuidada pelas mulheres e adolescentes da família. As instalações podem ser simples. Se os animais criados forem de boa raça ou mestiços conhecidos, o criador pode ter melhores resultados. O ideal é alimentá-los com ração balanceada e uma forragem de boa qualidade para baratear o custo da alimentação.O desmama é feita a partir de 35 dias de idade e o acasalamento da fêmea pode ser feito no dia da desmama ou um pouco antes. O número de partos por coelha por ano pode ser de 4 a 6. O abate dos animais para carne é feito na criação e vendida para amigos, vizinhos, açougues, restaurantes, etc. As criações comerciais médias visam lucro. São utilizadas de 50 a 300 matrizes. À medida que aumenta o número de matrizes, o empate de capital é bem maior. As instalações devem ser melhoradas: galpões bem construídos, gaiolas de arame galvanizado; Devem ser escolhidas as melhores raças de acordo com o objetivo da criação. Deve haver o planejamento da produção: O que produzir? Quanto produzir? Para quem vender? Os animais que não reproduzem bem devem ser vendidos e substituídos por outros. A coelha é acasalada entre 10 a 30 dias pós parto e a desmama é feita entre 32 a 35 dias de idade dos láparos. O número de partos por fêmea por ano deverá ser 6 a 7. Se a produção for de carne, verificar onde abater os animais. As criações comerciais grandes utilizam mais de 300 matrizes. Devem ser escolhidas as melhores raças e construídas as melhores instalações. Deve funcionar como uma empresa agropecuária: deve ter seu próprio abatedouro, sua fábrica de ração, assistência técnica, curtume para aproveitamento das peles. A desmama acontece em 32 a 35 dias e cobertura pós parto: 10 a 20 dias. Deve ser feito planejamento da produção, melhoramento do rebanho, etc. Produção de carne Para produção de carne o criador tem que fazer todo o ciclo da criação: Ter as fêmeas e os machos para produzir os filhotes que após a desmama serão engordados e abatidos. As coelhas de raças boas para a produção de carne podem dar 6 a 7 partos por ano e levar ao abate 6 a 7 láparos por parto o que dá uma produção de 36 a 49 láparos para a venda por fêmea e por ano. Para que isso ocorra é necessário dar conforto, tranquilidade, boa alimentação e ajudar a coelha a cuidar dos filhotes, como será mostrado mais adiante no curso. Dessa forma os animais podem ser abatidos com 60 a 80 dias de idade, com pesos vivos de 1,80 a 2,50kg e com uma carcaça de 1,00 a 1,50kg. O rendimento de carcaça é em torno de 60%, podendo variar de 58 a 67%. *Láparos = coelhos jovens *Até 36 láparos por fêmea por ano para a venda de carne é considerado prejuízo *Rendimento de carcaça: peso da carcaça dividido pelo peso vivo e multiplicado por 100. *Carcaça = o que sobra do animal (quando se tira as vísceras não comestíveis, pele, sangue). Características da carne: É considerada uma carne branca, parecida com a de frango, podendo ser preparada da mesma maneira, recomendada para pessoas que desejam uma alimentação saudável. É tenra, macia e saborosa. A carne de coelho é de excelente qualidade: rica em proteínas, com baixo teor de gorduras e colesterol. Apresenta pouquíssima gordura intramuscular A carne de coelho possui menor teor de colesterol e maior valor nutritivo (maior digestibilidade e maior valor biológico da proteína) que a carne de frango, suíno, vaca e bovino. Conversão alimentar: É a quantidade de ração ou alimento necessária para o animal ganhar um quilo de peso vivo. O animal em crescimento e engorda (da desmama ao abate) tem uma conversão de 2,8 a 4,0 kg para um quilo de peso vivo, dependendo do clima, da capacidade de conversão do animal da idade ao abate e da qualidade da ração. Tipos de carcaça: Carcaça que vem com cabeça e vísceras comestíveis (fígado, rins, coração e pulmões) - vendida por pequenos e médios criadores e carcaça sem cabeça e sem vísceras - vendida por abatedouros para coelhos ou grandes criadores que vendem o cérebro para laboratórios farmacêuticos e as vísceras comestíveis em bandejas separadas. Conversão alimentar de toda a criação (global) ou do rebanho: Na criação de coelhos o produtor tem que calcular a quantidade de ração consumida pelos animais por mês, por quinzena ou por semana e dividir pelos quilos de peso de coelhos vivos vendidos no mesmo período, assim ele calculará a conversão global da criação que é muito importante para calcular o custo de produção. Na conversão global estão incluídos os consumos dos animais da reprodução e dos animais em engorda. A conversão do rebanho pode variar de 3,50 a 5,50 kg de ração por quilo de peso vivo. O custo da alimentação pode representar em média 70 a 80% do custo de produção utilizando rações comerciais. Se o produtor mantiver na criação, fêmeas que produzem poucos filhotes para a venda, isso vai aumentar o custo da alimentação, pois as coelhas consomem mais ração quando em gestação e lactação. Abate de coelhos: O abate nas criações pequenas pode ser feito pelo criador, num local limpo para que a carcaça não seja contaminada com sujeira e que se apresente com bom aspecto para preservar a qualidade da carne. Nas criações médias e industriais o abate deve ser feito em abatedouros com inspeção estadual ou federal, pois assim será mais fácil a comercialização do produto. Fases do abate: Jejum de ração, atordoamento, sangria, esfola (retirada da pele), retirada das vísceras, lavar a carcaça com água limpa, deixar escorrer, colocar na geladeira ou em câmara de resfriamento (em torno de 4°C) e se houver necessidade congelar, devidamente embaladas. Venda de animais para laboratório e instituições de pesquisa: o coelho é muito utilizado como animal de laboratório por ser dócil e ocupar pequenos espaços. Os cursos de medicina, veterinária e zootecnia principalmente os utilizam em experimentos. Alguns compram coelhos recém desmamados e outros mais velhos. Produção de peles: Peles provenientes dos animais abatidos para produção de carne, a maioria de cor branca. São peles de tamanho pequeno porque o coelho para carne é abatido antes dos 90 dias. Essas peles podem ser curtidas e utilizadas para artesanato. Tem pouco valor comercial. Podem ser vendidas secas, congeladas ou curtidas para artesãos. Peles valiosas: O produtor poderia escolher raças coloridas de pele valiosa. Para que a pele seja valiosa o animal deve ser abatido mais tarde. Dependendo da raça 5 meses ou mais para que as peles sejam de grande tamanho e com a cor definitiva da raça. Os animais não podem estar em muda, ou seja, trocando os pelos, pois isso desvaloriza as peles. No Rio de Janeiro não temos mercado para essas peles. Apenas no sul do Brasil existem criações desse tipo. A carne desses animais é de boa qualidade e vai ser vendida. Retirada da pele ou esfola: A pele pode ser retirada fechada, após o atordoamento e sangria com o animal pendurado pelas patas posteriores, fazendo-se cortes nas patas dianteiras e posteriores e um corte em V em volta das regiões do ânus e genital. A seguir vai-se puxando a pele que vai se soltando e sai inteira. Se a cabeça não foi cortada é preciso soltar a pele. Conservação da pele para armazenamento e posterior curtimento: Retirar o gordura que fica na região sem pelos. Congelada: Dobrar bem a pele para retirar ao máximo o ar e colocar em bolsa plástica para o congelamento; Podem ser armazenadas várias peles na mesma embalagem. Podem ser guardadas até um ano. Peles secas: Após a retirada da pele se ela estiver fechada fazer um cabide de madeira ou de arame encapado com plástico e colocar a pele com os pelos para dentro e a região sem pelos para fora. Deve ficar bem esticada. Colocar à sombra num lugar bem ventilado e protegido de insetos. Deixar secar bem e depois guardar em caixas de papelão com naftalina ou outro inseticida. Não pode ficar assim muito tempo, pois ela não foi tratada quimicamente, os pelos cairão e ela rasgará como papel. Venda de animais para reprodução: Podem ser vendidos machose fêmeas jovens para outros criadores, devendo ser escolhidos animais sem defeitos, de ninhadas numerosas e saudáveis. O preço dos animais vendidos para reprodução é bem maior que o obtido com a venda da carne. É preciso ter conhecimentos de melhoramento animal para vender animais com uma boa carga genética Produção de pelos da raça Angorá: Tem pelos com mais de 7 cm de comprimento. É considerada uma lã antialérgica. O animal é tosquiado ou depilado como as ovelhas. É um animal que precisa de cuidados especiais. Existem poucos criadores no Brasil, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. A lã é exportada para a Argentina. RAÇAS A raça criada depende do objetivo da criação: Para carne: as de porte médio e gigante Para pele: as mais valorizadas são as grandes, mas as médias também podem ser criadas. Em países desenvolvidos até as peles das raças pequenas são comercializadas por sua beleza Raças gigantes (mais de 5kgs) Exemplos: Gigante branco de Bouscat, Gigante branco alemão, Gigante de Flandres, Chinchila gigante, etc. Começam a reprodução, as fêmeas a partir de 6 meses e os machos a partir de 7 meses. Os gigantes são mais difíceis de encontrar e seu custo pode chegar a 4 vezes mais que as raças médias. O macho gigante pode ser cruzado com as fêmeas de raça média. Raças médias (de 3,5 a 5kgs) Exemplos: Nova Zelândia branca, Califórnia, Fulvo ou Leonado de Borgonha, Borboleta médio, etc. Começam a reprodução as fêmeas com 4 meses e os machos com 5 meses. Produzem 8 a 10 filhotes por parto. Desmamam 6 a 7 filhotes por parto. Crescem e engordam bem. Tem carne de ótima qualidade. São muito adaptadas as nossas condições. As peles podem ser aproveitadas. Raças para produção de peles Podem ser gigantes ou médias e até pequenas sendo que as peles maiores são mais valiosas. São raças de pele muito bonita como: Azul de Viena, Castor Rex, Prateado Champanhe, Chinchila, Borboleta, etc. São raças difíceis de encontrar no Rio de Janeiro puras. As raças brancas também tem pele valorizada quando são de tamanho grande. Raças pequenas (menos de 3,5kg) Exemplos: Japonês, Negro e fogo, Havana,Holandês, Pequenos prateados, Pequenos Bélier,etc. Começam a reprodução aos 3 meses e meio as fêmeas e 4 meses e meio os machos. São animais muito bonitos, existindo em muitas criações brasileiras, misturadas com as outras raças mais criadas. QUESTÃO: Diga as duas raças de coelho mais criadas e as suas características: Resposta: As raças de porte médio: Nova Zelândia branca e Califórnia. Começam a reprodução as fêmeas com 4 meses e os machos com 5 meses. Produzem 8 a 10 filhotes por parto. Desmamam 6 a 7 filhotes por parto. Crescem e engordam bem. Tem carne de ótima qualidade. São muito adaptadas as nossas condições. As peles podem ser aproveitadas. Fatores a considerar para começar uma cunicultura: Objetivos de criação, pesquisa de mercado e a escolha do lugar: deve ser próximo ao mercado consumidor, longe de outras criações, optar por áreas livres de doenças graves, em área rural, terrenos secos, bem drenados e que permitam a construção das instalações a custo baixo que tenha luz e água potável. Existem 3 tipos de pelos que compõem a pelagem: a cerda (lisa), a lãzinha (ondulada) e a mista (em parte rígida em parte ondulada). Enquanto no inverno o animal apresenta os três tipos de pelo, no verão apresenta majoritariamente a cerda e pouco dos outros pelos. Ventilação pode ser natural ou controlada. A ventilação remove o ar viciado, auxilia a manter a temperatura dentro da faixa de conforto; o CO2 – respiração o NH3 – amoníaco – decomposição da urina o H2S – gás sulfurico – decomposição e fermentação das fezes o Metano A luminosidade leva ao estimulo óptico que ao chegar ao hipotálamo leva a liberação de Gnrh que na hipófise vai estimular a liberação de FSH e LH que tanto no macho quanto na fêmea leva ao aumento da libido, aumentando a produção espermática nos machos e maturação de óvulos nas fêmeas. As fêmeas reprodutoras precisam de 12, 14 às 16h de luz/dia. Os machos reprodutores precisam de no mínimo de 10 h de luz/dia. A intensidade luminosa incidida no coelho deve ser de 20 a 30 lux. Os coelhos de engorda comem mais a noite e não é necessário de luz acessa. Área de piso de coelheira ou gaiola necessária por categoria animal: 1 reprodutor: 0,40 a 0,50 m² 1 femea reprodutora: 0,40 a 0,50 m2 Animais desmamados (x=40 dias) 4 a 5 – 0,50m² Estudo do clima: As temperaturas ideais para criação de coelhos estão entre 10 a 30°C no interior das instalações, ideais entre 15 e 26° C. O calor prejudica a reprodução, diminui o peso dos animais que comem menos e podem até morrer, a cobertura é prejudicada e deve ser feita no momento mais fresco do dia. O frio leva a morte dos recém nascidos que precisam de temperatura mais elevada. Os coelhos consomem mais e o custo da alimentação aumenta. A cobertura é prejudicada e deve ser feita no momento mais quente do dia. A umidade ideal é de 60 a 80%. Se a umidade estiver elevada demais pode levar a alergias respiratórias. Tipos de instalações para coelhos Coelheiras ao ar livre: No verão, devem ser protegidas do sol direto. O comprimento deve ser no sentido leste- oeste Materiais: madeira, alvenaria, bambus. Telhas: barro, amianto pintadas de branco por fora, sapê, etc. Dimensões: Altura dos pés: varia com o número de andares: um andar- 0,8 a 1m; 2 andares- 0,50m.; Frente: 0,70m de altura; Fundos: 0,50m de altura; Profundidade: 0,60m; Largura: 0,80 a 0,90m Galpões semiabertos com gaiolas de arame O galpão para coelhos deve ser fechado nas cabeceiras onde se localizarão as portas no sentido leste e oeste. A altura das paredes laterais pode variar de 0,50 m a 1,40 m. O pé direito de galpão (altura que vai do chão até o encontro com o telhado) pode ser de 2,20 a 3,50m dependendo da largura do galpão. A largura pode variar de 4 a 10m. Os espaços sem paredes devem ter tela. Galpões com paredes muito baixas devem ter cortinas. O piso do galpão deve ter corredores cimentados entre as gaiolas e uma vala ou fossa de terra ou areia para que armazenar a urina e as fezes. A fossa serve de esterqueira. Se o galpão tiver piso todo cimentado vai ser necessário varrer as fezes e lavar o piso a cada dois ou três dias e retirar a água com rodo para que não aumente a umidade ambiente. É muito trabalhoso. As gaiolas são de tela de arame galvanizado. A tela do piso deve ser mais resistente e com arame mais grosso que a das laterais. A porta se localiza na frente. A gaiola pode ter manjedoura para colocar o capim. Tamanhos: 0,70 a 0,90m de frente X 0,50 a 0,60 m de profundidade por 0,35 a 0,45m de altura. O espaço de piso por animal será: Gaiolas de 0,90 x 0,60m = 0,54 m² Gaiolas de 0,80 x 0,60m = 0,48 m² Gaiolas de 0,85 x 0,70m = 0,59m² Nessas gaiolas podemos colocar: 1 macho ou 1 fêmea ou 4 a 7 coelhos em engorda. O ninho pode ser colocado por fora (externo) ou dentro da gaiola (interno). Pode ser feito de madeira, de chapa ou de plástico. No Brasil o mais usado é o de madeira, interno. Podem ser semi - fechados para que a coelha se sinta mais protegida. Tamanho: 0,40m de profundidade x 0,30m de frente x 0,40m de altura na parte de trás e 0,15m de altura na parte da frente. Se for de madeira o fundo do ninho deve ter pequenos furos para ajudar na saída da umidade da urina dos filhotes. O ninho ideal é o ninho externo. Os comedouros e bebedouros nas criações pequenas podem ser usados vasilhames de barro pesados para colocar a ração e a água. Em criações que usem gaiolas de arame,o comedouro de chapa já vem com a gaiola. O melhor bebedouro é o automático que vai ser colocado num cano de PVC que passa nas gaiolas, um por gaiola. É preciso ter uma caixa de água para o galpão e ela deve ser colocada na sombra para que a água não esquente no verão. Outros equipamentos: Manjedoura: é o local na gaiola usado para colocar o capim. Nas coelheiras se não houver manjedoura amarrar o capim em pequenos molhos e pendurá-los. Tatuador: É usado para tatuar o número na orelha das fêmeas e dos machos para reprodução nas criações médias e grandes. Vassoura de fogo ou lança chamas: Usado para queimar os pelos e a poeira que se acumula nas instalações de coelhos. Balança: Usada para pesar os animais e a ração. Reprodução e manejo reprodutivo Como iniciar a reprodução: • Compra dos animais para a reprodução: Em boas criações. • Idade para começar a reprodução: Depende do tamanho da raça. • Qualquer que seja a raça deverá ter 80% do peso adulto. • Proporção macho/fêmea: 1 para 8 a 10 • O macho adulto pode cobrir duas a três fêmeas por dia durante dois a três dias seguidos, descansando uma semana após as coberturas. Manejo da cobertura da coelha: Verificar o peso da fêmea e se ela está saudável Olhar a vulva da coelha que deve estar colorida e inchada: vermelha é o melhor momento para cobrir a coelha, corresponde ao cio. Levar a fêmea até a gaiola do macho. Presenciar a cobertura. Se necessário ajudar segurando a fêmea para que o macho possa cobri-la. O macho cai para um dos lados arrancando pelos da nuca da fêmea. Uma monta só é suficiente. Retirar a fêmea da gaiola e anotar nas fichas do macho e da fêmea. Diagnóstico da gestação: Pode ser feito apalpando com cuidado o ventre da coelha por fora para sentir os fetos. É feita entre 10 a 15 dias após a monta. É preciso praticar muito para poder ter certeza se a coelha está gestante. Deve ser feito com delicadeza para evitar abortos. Como a gestação da coelha dura em média 30 dias o pequeno criador muitas vezes não faz a palpação. Nos 15 a 20 dias no ninho a mortalidade é considerada normal até 15%. Algumas criações têm de 25 a 30% de mortalidade. Canibalismo: a coelha pode comer os recém-nascidos por deficiência de proteína ou sal na ração, falta de água antes e após o parto, tara (genética), estresse. *Se for tara genética após 3 tentativas, considera-se que ela não pode ser mãe. Cuidados durante a gestação: Local tranquilo, conforto, limpeza, boa alimentação e água. As coelhas não devem estar nem muito magras nem muito gordas durante a gestação. Temperatura e umidade do ar dentro da faixa recomendada. Cuidados antes do parto: Antes: do Colocar o ninho com cama na gaiola da fêmea gestante dois a três dias antes parto. No dia do parto: a coelha arranca pelos da barriga para forrar o ninho para os láparos. Ela prepara um ninho bem quentinho, pois eles nascem sem pelos, com os olhos fechados. Lactação: As coelhas produzem leite rico em proteína, gordura e sais minerais. A produção de leite aumenta no momento do parto; atinge o pique com 21 dias e depois começa a diminuir. Se a coelha não foi acasalada após o parto a lactação dura em média 42 dias. A primeira mamada ocorre logo após o parto. Depois a maioria das coelhas amamenta uma vez num período de 24h. A coelha não fica dentro do ninho com os filhotes. Comportamento dos láparos: Os láparos nascem sem pelos e com os olhos fechados. Por volta dos 10 dias estarão com os olhos abertos e já terão pelo. Nos primeiros 15 dias vivem dentro do ninho. Depois já começam a entrar e sair dele. Aos 20 dias os ninhos internos podem ser retirados das gaiolas. Em torno de 20 dias, começam a comer ração, mas ainda mamam. Adoção de láparos recém-nascidos: Deve ser feita quando as coelhas têm mais de 10 filhotes ou de 1 a 3. A coelha aceita os filhotes da outra desde que não deixemos cheiros estranhos no seu ninho. A adoção de recém-nascidos deve ser feita logo após o parto. A diferença de idade entre as ninhadas deve ser no máximo 72 horas. Os ninhos devem ser olhados diariamente para retirar os mortos e verificar se a temperatura está correta e se a ninhada está fria e úmida. O ninho sujo e frio pode fazer com que toda a ninhada morra. O ninho pode ser retirado da gaiola da fêmea, 20 dias após o parto. Desmama: nas criações médias e grandes é feita com 32 a 35 dias de idade ou quando o láparo pesa pelo menos 600 g, nas criações pequenas os láparos podem ser desmamados com 40 a 42 dias de idade. *Peso ao desmame: 600 a 700g. Litros de leite produzidos pela fêmea para o láparo: 3 láparos: 3,0l 7 a 8 laparos: 6 a 7l de leite 14 láparos: 10l de leite Formação de lotes para a venda de animais vivos ou abatidos: Por ninhada: Machos e fêmeas podem ser criados na mesma gaiola até os 90 dias. As fêmeas que forem escolhidas para reprodução podem ficar juntas até 3 meses e meio. Depois devem ficar sozinhas numa gaiola. Os machos para reprodução aos 90 dias devem ficar sozinhos porque eles brigam. Mistura de ninhadas: Ninhadas pequenas podem ser misturadas na gaiola de engorda Ritmos de reprodução da coelha: Extensivo: A nova gestação nunca coincide com a lactação anterior. O desmama é feito com mais de 35 dias. A nova cobertura da coelha é feita após o desmama. São obtidos 3 a 4 partos por coelha ano. Pequenas criações. Intensivo: A coelha vai ser acasalada nos primeiros 8 a 9 dias após o parto. O desmama é feita com 28 a 30 dias. O número de partos/coelha/ano pode chegar a 9. Semi- intensivo: É o mais usado. A coelha vai ser acasalada 10 a 30 dias pós parto. O desmama é feito com 32 a 35 dias. O número de partos/fêmea/ano: 5 a 7. Medidas para evitar o aparecimento de doenças na criação: • Vacinar contra as principais doenças • Fazer quarentena dos animais comprados para a reprodução e daqueles que saírem para exposições e tiverem que voltar para a criação. • Manter os coelhos em instalações limpas e confortáveis. • Temperaturas amenas. • Locais tranquilos • Não podem ser criados com outros animais. • Não oferecer o verde quente e úmido aos animais. • Oferecer rações de boa qualidade. • Não podem ser criados sobre suas fezes e urina. • Devem ter água limpa e à vontade. • As instalações devem ser construídas longe de outras criações. • Os cadáveres dos animais mortos devem ser queimados ou enterrados • Usar pedilúvio na porta do galpão Alimentação dos coelhos: • Nas criações caseiras os coelhos podem consumir restos de horta, restos de culturas ou forrageiras de alto valor nutritivo plantadas especialmente para eles: rami, soja perene, guandu, kudzu tropical, etc. • As forrageiras não devem ser administradas quentes ou úmidas, pois, podem provocar diarreias nos coelhos, devem sofrer um pré- murchamento à sombra e num local limpo; devem ser colocadas na manjedoura. • As forragens podem ser oferecidas fenadas em comedouro separado; • Nas criações comerciais, os coelhos recebem um alimento granulado ou peletizado, balanceado de acordo com as suas exigências nutritivas, chamado ração. • A maioria dos criadores compra a ração pronta; Quantidades recomendadas para as diferentes categorias da criação: • Reprodutor: 100 a 120g/dia • Fêmeas em gestação: Início: 120 a 130g/dia O meio: 140 a 150g/dia No final: 160 a 180g/dia • Fêmeas em lactação: à vontade • Fêmeas em lactação e nova gestação: à vontade • Animais em crescimento e engorda: à vontade • A maioria dos criadores compra a ração pronta; Produção de suínos Os suínos são os Únicos artiodáctylos monogástricos.Origem: pareceram na terra a mais de 40 milhões de anos e pertencem ao gênero Sus, que teve sua origem nos ungulados primitivos do cretáceo. Os fósseis mais antigos do suíno doméstico foram encontrados nas palafitas da suíça (Sus scrofa palustris, muito semelhante ao Sus vitatus). Domesticação: antes era creditada aos Chineses (5000 anos AC), hoje as pesquisas mais recentes mostram que os suínos já eram domesticados há 10 000 anos AC por habitantes do leste da Turquia. Das raças domésticas, distinguem-se três tipos: Suíno Celta: derivado do Sus scrofa ferus- javalí da Europa, difundido na Europa, Àsia e norte da Àfrica. Suíno Asiático: derivado do Sus vitatus ou índicos- javalí da Índia: difundido na Índia, Indochina e China. Suíno Ibérico ou Napolitano: Sus mediterraneus (cruzamento entre as duas espécies anteriores), difundido na península Ibérica e Itálica. No Brasil os primeiros suínos foram trazidos por Martim Afonso (1532) da Península Ibérica das raças Galega, Beiroa, Bizarra, Alentejana e Transtagana. Posteriormente vieram as raças Large Black, Berkshire, Tamworth, Wessex, Landrace, Yorkshire , Large White e Pietrain. QUESTÃO: Quais raças são as mais proliferas? Resposta: Mei Shan, landraça. Principais características do suíno doméstico (gênero sus): Animais Difiodontes: duas dentições uma de leite com 32 dentes e outra permanente com 44 dentes tuberculados. Caninos mais desenvolvidos nos machos. São cosmopolitas. Focinho longo e resistente São Multíparas. Onívoros. Monogástricos. Intestino volumoso. Panículo adiposo espesso. Apresentam até 9 pares de tetas. Testículos localizados na região perineal. Aparelho termorregulador pouco desenvolvido, por isso no nascimento precisam de cuidado e adultos buscam se refrescar. A zona de neutralidade térmica é por volta de 18º Celsius. Glândulas sudoríparas atrofiadas. Movimentos respiratórios: 15 a 20/min. Batimentos cardíacos: 70 a 80/min. Temperatura corporal: 39,5°C adultos e 40,5°C leitões. Raças QUESTÃO DE PROVA!! Large white Landrace Pietran Duroc Principais características da carne de suíno: Carne nutritiva, saudável e saborosa; Não merece ser alvo de preconceito; Nos últimos anos houve uma redução de: 31% no nível de gordura; 14% no nível de calorias 10% no nível de colesterol Rica em vitaminas do Complexo B e minerais essenciais Composição: Água 72% Proteína 20% Gordura 7% Minerais 1% Carboidratos <1% Colesterol 65 mg/100g Energia 140kcal/100g Comparando o teor de colesterol da carne de suíno com outras carnes: Suíno Lombo 69 Pernil 80 Frango Carne branca 75 Carne escura 108 Bovino Contra file 66 Músculo 70 Ocorreu uma evolução na produção de suínos com relação à conformação, prolificidade, conversão alimentar, precocidade, rendimento de carne e espessura de toucinho. Prolificidade: número de leitões por parto Precocidade: capacidade de chegar à idade adulta/idade de abate mais rápido. Conversão alimentar: quanto que o animal precisa consumir para ganhar 1kg de peso. Rendimento No abate, o animal é dessensibilizado, é feito a sangria e vai para a escaldadeira para tirar pele, pelos e ponta dos cascos, depois são retiradas as vísceras, o que sobra é a carcaça. No Brasil, a cabeça continua na carcaça. *Carnes nobres: Lombo, pernil, paleta e sobrepaleta. QUESTÃO: Calcule o número de matrizes necessárias para produzir 50 toneladas de carcaça. Desfrute Cálculo da taxa de desfrute (TD) de um rebanho suíno: TC - Taxa de Crescimento TA - Taxa de Abate QUESTÃO DE PROVA!! Calcular a taxa de desfrute.·. Causas que levam a um baixo desfrute do rebanho suíno brasileiro: Baixo número de partos/porca/ano (1) Baixa taxa de concepção (<70%) Baixo número de leitões nascidos/porca/parto (< 8) Baixo número de desmamados/porca/parto (<6) Elevada idade ao abate (10 meses) Elevada mortalidade do nascer até o abate (>20%) Medidas profiláticas e sanitárias deficientes Falta de melhoramento genético e seleção Manejo precário e deficiente Instalações inadequadas Alimentação deficiente em qualidade e quantidade Mão de obra não qualificada Falta de apoio dos órgãos governamentais Estrutura do Sistema de Produção de Suínos no Brasil Sistema Confinado de Alta Tecnologia e Eficiência Característica empresarial com instalações sofisticadas. Animais de alto potencial genético. Alta taxa de reposição. Sistema Confinado Tradicional de Baixo Custo e/ou Baixa Tecnologia Caracteriza-se por não ser uma atividade principal Instalações mais simples Reposição às vezes com animais próprios Machos adquiridos de outras granjas As modernas técnicas de manejo são aceitas ou não; Diferencia-se do anterior através do acesso controlado ou não a piquetes para machos, fêmeas de reposição, vazias, em gestação e/ou lactação com os leitões; Crescimento e terminação confinados; Sistema de Criação ao Ar Livre (SISCAL) As fases de reprodução, maternidade e creche ocorre em piquetes com pequenas edificações com rotação das áreas ocupadas; A fase de terminação ocorre com os animais confinados Sistema Extensivo Todas as fases de produção ocorrem em piquetes (cobertura, gestação, aleitamento, crescimento e terminação); Criações com baixa tecnologia e produtividade, encontram-se nas regiões Norte, Nordeste e áreas do Centro-Oeste; Finalidades da criação de suíno: produção de suínos em ciclo completo, de leitões, de terminados, dos reprodutores e para a industrialização. Vantagens da criação de suíno: Grande transformador de alimentos em carne e gordura. Excelente rendimento ao abate: cerca de 75 a 80% Rápida reversão de capital. Curto ciclo reprodutivo: 1º parto 10 a 11 meses. Alta prolificidade: mais de 20 leitões/fêmea/ano. Animal precoce: 90 a 100kg aos 140 a 150 dias. Requer pequena área: 1 ha (hectare) comporta de 300 a 500 suínos. Pequeno capital inicial. Mercado fácil. Alimentação variada. Produzem carne macia, suculenta e saborosa de alto valor nutricional, sendo grandes fornecedores de proteína e energia as populações rurais. Os animais descartados da reprodução alcançam bons preços de venda. QUESTÃO: Quantos partos em média uma fêmea tem por ano? Resposta: de 2,5 a 2,6 partos. Limitações à criação de suínos: Por serem monogástricos, necessitam de alimentos balanceados. Alta mortalidade quando jovens (sensíveis ao frio). Alta mortalidade embrionária e fetal (40%). Exigem cuidados higiênicos e sanitários. Aparelho termo regulador pouco desenvolvido. Quando jovens, sentem frio por perdem calor facilmente e quando adultos, sentem calor pela dificuldade de perda de calor. Alto custo de produção e de instalações. Grande capacidade de poluir o meio ambiente. As instalações para suínos assumem papel importante para o sucessoda atividade suinícola e devem se caracterizar por oferecer: Funcionabilidade, conforto e bem estar. Temperatura interior adequada. Umidade relativa do ar compatível. Pureza de ar. Ventilação e luminosidade. Facilidade de higienização e manejo. Economia de mão de obra, energia e água. Com relação ao dimensionamento das instalações, devemos observar: Composição do rebanho e índices zootécnicos (parâmetros reprodutivos /produtivos, espaço útil por animal). Dados de clima da região (temperatura, ventos dominantes, insolação, umidade relativa do ar). Modelo profilático a adotar. Futuras ampliações. Projeto de destino dos dejetos. Princípios básicos para manter a temperatura interna da instalação dentro da zona de conforto térmico dos suínos: Localização: (direção dos ventos, radiação solar, barreiras naturais, topografia levemente ondulada e afastamento entre instalações). Orientação. Largura. Pé direito. Comprimento. Cobertura (lanternim). Áreas circundantes. Sombreamento INSTALAÇÕES Pré-cobrição e gestação: Baias coletivas: fêmeas de reposição até o primeiro parto e as porcas até 28 dias de gestação. Baias individuais: fêmeas desmamadas até 28 dias de gestação. Os machos ficarão em baias individuais. Áreas recomendadas para as fases de gestação pré-cobrição e macho: Baias área recomendada (m²/animal) Gestação individual 1,32 Leitoas em baias coletivas 2,0 Porcas em baias coletivas 3,0 Machos 6,0 Número de animais por baia de gestação coletiva/reposição/pré-cobrição: de 6 a 10. Área de piquete por fêmea: 200 m² Maternidade Em piquetes: 200 m²/ fêmea (cabanas tipo IGLÚ com l,50 x 3,0 x 1,10m). Em baias convencionais 6 a 8 m²/fêmea e leitegada com protetor contra esmagamento e escamoteador (creep). Em celas ou gaiolas individuais Áreas recomendadas para a parição: Cela parideira: área superior a 3,96 m² espaço para a porca 0,60 m x 2,20 m espaço para leitões 0,60 m x 2,20 m de cada lado altura da cela parideira 1,10 m altura das divisórias 0,50 m Baia convencional: área de piso 6 a 8 m² altura do protetor 0,20 m distância do protetor 0,15 m Escamoteador área mínima de piso 0,70 m² Largura mínima do corredor 1,0 m QUESTÃO: O que é um escamoteador e qual a sua utilidade? Resposta: Os leitões possuem alta sensibilidade ao frio, pois seu aparelho termorregulador ainda está em fase de desenvolvimento. Quanto mais baixa for a temperatura, mais energia ele terá que gastar para manter-se aquecido e o que prejudica o seu crescimento. O escamoteador apresenta uma lâmpada incandescente para emitir calor e é repleto de maravalha, garantindo conforto térmico aos leitões. A diferença da mãe pro leitão dependendo da fase chega a 10 graus de diferença de conforto térmico e como a mãe não tem acesso ao escamoteador, ele também diminui problemas relacionados a esmagamento e acidentes que ocorrem quando o leitão busca conforto térmico junto à mãe. Essa estrutura também oportuniza a alimentação sólida com “papinha” de mais líquida para mais pastosa, ajudando no desmame. Creche As instalações podem ser abertas, com cortinas e forro como isolante térmico para amenizar o estresse calórico. Tipos: Suspensas em módulos com piso totalmente ou parcialmente ripado e área de 0,35m²/leitão, sendo 1 a 2 leitegadas por módulo. Em piso com área de 0,40 m²/leitão e declive de 5% Crescimento e terminação Instalação destinada aos animais desde a saída da creche até a comercialização. O piso das baias pode ser totalmente ripado, parcialmente ripado ou totalmente compactado com declive de 3 a 5%. As áreas por animal são: • 0,7 a 0,8 m² para totalmente ripado • 0,8 a 1,0 m² para parcialmente ripado • 1,0 a 1,2 m² para totalmente compactado. As baias podem ter: • De 20 a 30 animais (em baias convencionais). • 100 a 200 animais (em cama sobreposta) REPRODUÇÃO DOS SUÍNOS *O pênis do macho apresenta glande em forma de saca-rolha. Puberdade: momento que a fêmea começa a produzir os óvulos e os machos os espermatozoides. Fatores que afetam o momento da puberdade: consanguinidade, cruzamento, raças, sexo, nutrição, proximidade ou presença do varrão, sociabilidade, estresse moderado e uso de drogas. Idade para iniciar a reprodução: fêmeas aos 7 meses ou aos 120kg e machos aos 8 meses ou aos 140kg. QUESTÃO Qual o melhor sistema pra cruzar os animais? Por quê? Resposta: Cruzamento rotativo ou rotacional com três raças. Esse cruzamento leva a maior heterose (vigor híbrido). Ciclo estral: Tem duração de em média 21 dias (18 a 22) Fases do ciclo estral: Pró estro ou fase de proliferação (2 dias) Estro ou cio (2 a 3 dias) é o período em que a fêmea aceita o macho Meta estro (2 dias) Diestro (14 dias) Ovulação: Ocorre entre 24 a 48 horas após o início do cio Taxa ovulatória ou número de óvulos: varia de 8 a 25 e pode ser afetados por idade, nível nutricional, raça e fatores de meio (clima, manejo). Vida fértil dos óvulos: até 11 horas. Tipos de cio: Normal, silencioso (não exteriorizado), pós parto, pós desmama, pseudo cio (ocorre durante a gestação). Sintomas ou características do cio: Intumescimento da vulva (avermelhada) Procuram o macho No início montam as fêmeas e no fim deixam-se montar Respondem positivamente ao reflexo de imobilização do homem (pressão na garupa) Nervosismo e excitação Redução do apetite Micção frequente Às vezes corrimento vaginal cristalino QUESTÃO: O que é o reflexo de monta? Resposta: Comportamento da fêmea de receptividade sexual que representa o momento em que se pode inseminar. No manejo da cobrição e/ou inseminação deve ser levado em consideração: Instinto genésico ou de acasalamento Início do cio e momento da ovulação Vida fértil dos espermatozoides (até 10 horas) Preparo da fêmea (peso e flushing) QUESTÃO: O que é flushing? Qual o seu objetivo? Resposta: É o incremento nutricional mais proteico e calórico dado: Antes da cobertura da fêmea para diminuir a mortalidade embrionária e fetal No final da gestação para armazenar a nível do fígado do leitão com o objetivo de fazer o leitão nascer mais vigoroso. Quando após o desmame a fêmea ta muito fraca Número de saltos e coletas: De 8 a 12 meses: 2 a 4 saltos/semana 1 a 2 fêmeas (monta natural) e uma coleta por semana na inseminação. Acima de 12 meses: 4 a 6 saltos / semana 2 a 3 fêmeas (monta natural) e 2 coletas por semana na inseminação Manejo da cobrição: Duração: 5 a 10 minutos na monta natural e 4 a 5 minutos na inseminação artificial. Volume do ejaculado: 150 a 300 ml Concentração de espermatozoides por ml de ejaculado 200 a 300 milhões Total de espermatozoides por ejaculado 40 a 60 bilhões Realizar 2 saltos ou 2 inseminações por fêmea com espaço de 8 a 12 horas Na monta natural levar sempre a fêmea a baia do macho Realizar as práticas nas horas mais frescas do dia Após cobrição ou inseminação artificial não movimentar muito a fêmea para evitar o refluxo de sêmem que influenciará na fertilização Fazer exames periódicos do sêmem dos varrões Manter os varrões com perfeito plano nutricional nas épocas de maior número de saltos e coletas. Técnicas ou métodos (Natural) Monta natural (cobrição): Livre ou a campo Mista ou controlada Dirigida ou à mão (Biotecnologias reprodutivas) Principal: Inseminação artificial Manejo da fêmea em gestação Gestação: 112 a 118 dias, em média: 114 dias Local: Em gaiolas individuais, Em baias coletivas ou em piquetes. QUESTÃO: Quais instalações podem ser usadas na fase de gestação? Qual o melhor método? Resposta: Gaiolas individuais, baias coletivas e em piquetes. O melhor é o piquete, principalmente pelo bem estar animal, depois as baias coletivas e depois as gaiolas individuais, nessa ordem. Fornecer água limpa e fresca à vontade, a porca em gestação bebe de 20 a 25 litros. Arraçoamento: Primeiros 35 dias ração de gestação ou de lactação 1,8 a 2,0Kg por dia; Dos 36 aos 85 dias ração de gestação 2,5Kg por dia; Dos 86 ao 105 dias ração de gestação 3,5Kg por dia; Dos 106 a dois dias antes do parto ração de lactação à vontade. Realizar as vacinações que forem necessárias (Peste suína, Pneumoenterite, Rinite Atrófica etc.). Realizar o controle de endoparasitas (verminoses) com vermífugos e de ectoparasitas (sarnas, piolhos e carrapatos) com banhos. Conduzir a fêmea uma semana antes de parir para a maternidade (dar banho antes). Verificar a ficha da fêmea, Parto Duração: de 2 a 6 horas Cuidados antes do parto: Não fornecer ração; Verificar a cama e a fonte de aquecimento dos leitões. Verificar se a fêmea não esta constipada. Cuidados e manejo com os leitões recém nascidos Limpar, secar, desobstruir as narinas e massagear o leitão, Fazer o corte, a ligadura e a desinfecção do umbigo (3 a 4 cm, iodo 3 a 5%), Colocar o leitão para a primeira mamada (colostro), Após mamarem o colostro: fazer o desbaste ou corte dos dentes (para não machucar a teta da mãe), corte do terço final da cauda e pesagem do leitão (1300 grs.). Contagem de tetas QUESTÃO Qual a finalidade da contagem de tetas na produção de suínos? Resposta: Para a venda dos animais. As características como o peso ao desmame, o numero de tetas, entre outros. É mais vantajoso a reprodutora ter mais tetas, porque permite maior reprodução. Uma porca pode chegar a apresentar nove pares de tetas, então a preferência é pelo maior número de tetas e que seja homogenia de um lado e do outro, para facilitar a amamentação dos leitões. Identificação (Tatuagem, Brincos ou chapas nas orelhas ou Sistema Australiano de identificação.). QUESTÃO Como funciona o sistema australiano de identificação? Qual a sua finalidade? Resposta: São feitos piques nas orelhas dos animais conforte a figura acima, cada um representando um valor. O objetivo desse sistema é a identificação (enumeração) dos animais. Os piques 1 e 10 são devem ser usados no máximo duas vezes e os 3 e 30 no máximo três vezes. A vantagem desse sistema é que é de fácil observação à distância, ou seja, não é necessário conter o animal para realizar a leitura do número. Suplementação com Glicose a 5% e vitamina ADE para reviver os leitões e eles pegarem a teta. Transferência Unilateral e Cruzada de leitões. Unilateral: quando a porca tem muito leitão e pouca teta, o leitão é transferido para uma porca que pariu em dias próximos. Cruzada: Transferência dos leitões conforme o tamanho para uniformizar os lotes. *Se apresentar agalacsia (falta de leite) pode ser usado o colostro do banco de colostro *Se a mãe morrer ou os suínos podem ser amamentados artificialmente com leite de bovino adaptado ou passados para outras fêmeas desde que o cheiro seja mascarado com solução desinfetante e fêmea bem alimentada. Medicar ao 3º ou 4º dia contra a anemia ferropriva (terra, pó, pasta ou comprimido e solução injetável). **Flanco: pele mole que permite a aplicação subcutânea Fornecer ração (a partir do 5º dia). Nesse primeiro momento é dada uma ração pré- inicial que vai facilitar a adaptação para a alimentação por ração. Castração dos machos destinados ao abate: entre 3 a 15 dias. É feito cedo, porque é mais simples, ele ainda está recebendo a imunidade passiva da mãe e é mais fácil de conter o animal. No macho, a androsterona e escapol se impregnam no músculo e dão gosto ruim a carne, por isso o animal deve estar castrado (sem testículo) ao ser abatido. Se for abatido antes da puberdade, isso não acontece. Tipos de castração: cirúrgica (corte longitudinal na área inguinal e retirada dos testículos), imunológica (com 60 dias, depois 30 dias e tem mais 30 dias para abater o animal). Vacinas Água dos leitões Cuidados com a fêmea pós-parto: Verificar se apresenta leite; Se necessário revitalizá-la com soro glicosado; Verificar se apresenta o complexo MMA: mastite/mamite, metrite/endometrite e agalaxia (ausência total do leite); Se necessário realizar a infusão uterina (permanganato de potássio 1/1000 ou furacim a 2%); Alimentação: 2kg + (300 a 500 grs.) x leitão parido de ração de lactação por dia. Por exemplo, se a porca pariu 12 leitões: 2000g + (400g x 12): 2000 + 4800 = 6800 gramas ou 6,8kg Água limpa e fresca à vontade. A fêmea em Lactação bebe de 30 a 35 litros por dia. Limpeza e retirada dos restos placentários; Tipos de desmama: Total: quando a fêmea vai voltar pro ciclo e a os leitões vão para a creche; Interrompida: retirando a fêmea varias vezes e depois devolvendo ela para ela amamentar os leitões; Parcial: São tirados alguns leitões e outros são deixados para continuar mamando. Retirar a porca e deixar os leitões por mais 3 a 4 dias para os leitões sentirem menos estresse. Creche Fase compreendida da desmama (por volta de 20 dias) a 49-70 dias. Tipos de creche: Suspensa (com piso ripado plástico ou pré-moldado de alvenaria). Em piso. Espaço – 0,30 a 0,50 m² / leitão. Em cama sobreposta 1.20 m² / leitão. Podem ser agrupados por idade, sexo e peso. Colocar por boxe de 12 a 20 animais em baias suspensas ou em piso e de 50 a 200 em cama sobreposta. Deve apresentar bebedouros de fácil acesso, boa pressão, altura e vazão 1 bebedouro para cada 10 animais e comedouros com abertura da boca de 18cm (ração a vontade uma abertura para cada 3 a 4 animais. Temperatura: ideal início na entrada do leitão 28 ºC e na saída 22 ºC. Manejo da ração: fornecer ração à vontade manualmente 2 a 4 vezes ao dia ou em comedouros automáticos. Limpeza das baias: 3 vezes por semana em baias suspensas. Vacinação dos leitões: na saída da creche de acordo com o plano de vacinações. Índices críticos e metas na creche: Crítico Meta Taxa de mortalidade (%) >2,5 <1,5 Conversão alimentar >2,2 <2,0 Pesos médios dos leitões na creche (kg) Aos 56 dias <18,5 >20 Aos 60 dias <20,5 >22 Aos 63 dias <22,0 >24 Aos 70 dias <26,o >31 Recria ou crescimento e terminação, engorda, acabamento ou ceva: Manejo a realizar: Usar o sistema todos dentro todos fora Ideal manter o mesmo grupo de animais da creche Manter se possível a temperatura entre 16 e 22 ºC Ração à vontade e comedouro com espaço de abertura de 28 cm para 3 a 4 animais Terminação: Monitorar (vistoriar)as salas pelo menos 3 vezes ao dia para verificar as condições dos animais, bebedouros, comedouros, ração e temperatura ambiente. Limpar as baias diariamente com pá e vassoura, esvaziar e lavar semanalmente as calhas coletoras de dejetos. Utilizar de 1,0 a 1,2 m² / suíno em baias convencionais e de 1,2 a 1,5 m² / suíno em cama sobreposta Formar lotes de 20 a 30 animais e em cama sobreposta até 500 Parâmetros produtivos a observar em uma granja de suínos: Taxa de parto >90% Taxa de repetição do cio <10% Nº de partos/fêmea/ano >2,3 Nascidos vivos/parto >10 Taxa de natimortos <6% Nº de desmamados/parto >9,5 Nº de desmamados/matriz/ao >22 Taxa de mortalidade nasc/des. <10,0% Taxa de aborto <10,0% Consumo de ração/matriz 1080 kg ou 90kg/mês Nº de terminados/parto >9 Nº de terminados/matriz/ano >21 Mortalidade na creche <3,0% Mortalidade na terminação <1,5% Tipos de ração e peso médio CRIA OU ALEITAMENTO: Período que vai do nascimento até a desmama. (21 a 28 dias) Peso médio ao nascer 1500 grs Peso médio a desmama 6,5 kg (21 dias) 9kg (28 dias) Tipo de ração nesta fase: Pré inicial do 5 dia até uma semana pós desmama. RECRIA OU CRESCIMENTO: Período que vai desde a desmama (21-28 dias) até 105-112 dias. Peso vivo médio de 6,5 a 9,0kg e 60 a 65kg. CRECHE: Período compreendido na recria que vai da desmama (21 a 28 dias) até 50 a 70 dias. Peso de entrada na creche 6 a 8 kg Saída da creche: 49 a 70 dias Peso de saída da creche 18 a 31 kg Tipo de ração até 28 ou 35 dias: ração Pré inicial dos 35 até 49 dias: ração Inicial I dos 49 até 70 dias: ração Inicial II dos 70 até 105 -112 dias: ração crescimento Até o fim da recria (105 a 112 dias) peso aproximado: 60 a 65 kg. TERMINAÇÃO ou ENGORDA: Período que vai dos 105 a 112 dias (60-65 kg) até 140 a 160 dias (90-110 kg) Tipo de ração: Dos 112 até 133 dias ração terminação I Dos 133 até 160 dias ração terminação II QUESTÃO Cite as instalações de suíno: Pré-gestação Gestação Creche Recria Crescimento Terminação Piquetes Fábrica de ração Silo Instalação para o tratamento dos dejetos Central de inseminação Quarentenário afastado da granja para animais que vão ser acrescentado ao planetário pra não causar contaminação. Embarcadouro – para facilitar o transporte. Apresenta balanças. Pé de luvios para se limpar as pessoas Rodo luvios para os caminhões que chegam Escritório Vestuário IMPORTANTE Ciclos e seus módulos: UPL - unidade produtora de leitões Crecheiros: da desmama até o final do crescimento. Terminadores: do crescimento até o abate ou venda Ciclo completo: todos os ciclos ocorrem na granja O ciclo completo é dividido em módulos como na suinocultura da UFRRJ: maternidade, creche, crescimento, terminação (apresenta área de reprodução embutida, o correto seria ser separado). Lesões nos cascos e claudicações em suínos A rápida evolução do suíno moderno e as condições de alojamento trouxeram problemas para o seu aparelho locomotor e como consequência as claudicações. O maior problema ocorre nos cascos, devido ao desgaste da sola e as lesões da parede do casco, atingindo o tecido mole ocasionando as claudicações. Sugestões de espaços de pisos ripados para suínos: peso vivo espaço ripado (kg) (mm) Leitões <8 9 5 – 15 11 > 15 14 Crescimento/ Terminação 25 - 100 18 Reprodutores > 100 22 Classificação das claudicações de acordo com a sua gravidade: Leve: Alterações discretas no andar do animal, quando parado alternância no apoio dos membros. Média: Distúrbio locomotor perfeitamente perceptível no andar do animal, quando parado alternância do apoio e na posição do membro. Grave: Alteração grave no deslocamento o animal pisa o membro com dificuldade. Muito grave: O animal procura permanecer deitado, levanta com dificuldade, dificilmente apoia o membro comprometido. Perdas econômicas relacionadas com as claudicações: Perdas de reprodutores por mortes. Descarte antecipado de reprodutores (12 a 30% ou até 50%). Aumento da taxa de natimortos e da morte de leitões durante a lactação. Aumento do período de terminação. Abate de animais antecipado. Atraso no desenvolvimento de leitões. Problemas reprodutivos, infertilidade, retorno ao cio ou nascimento de leitegadas pequenas. As matrizes apresentam problemas urinários. Prevenção em matrizes alojadas individualmente: Pulverizar com solução de formol a 10% e sulfato de cobre a 5% duas a três vezes por semana. Tratamento das claudicações: Formalina (antisséptico e endurecedor dos cascos). Passar lote de matrizes por pedilúvio com solução de formol a 10% (formalina) duas a três vezes por semana. Controle de animais individualmente com aplicação de pomada ou spray: Pomada: 200g de oxido de zinco + 200g de sulfato de cobre + 200ml de formol comercial + 2kg de cal hidratada + água suficiente para formar pasta. Outras soluções: Selecionar animais com casco mais escuros que são mais resistentes. Solução de formol e sulfato de cobre – formol comercial 1 litro + sulfato de cobre 500 gramas + água 19 litros. Pasta de formol, sulfato de cobre e cal – formol comercial 1 litro + sulfato de cobre 500 gramas + cal hidratada 8 quilos + água 19 litros. Utilização de biotina na ração. Canibalismo Tem sido descrito como um vício, onde nem sempre se conhece as causas que o provocam, sendo mais comum em rebanhos submetidos à produção intensiva. Nem sempre aparece com somente um fator predisponente, em geral é a soma de pelo menos 3 a 4 fatores. Causas ambientais: Piso excessivamente áspero e liso; Excesso de gases no ambiente; Excesso de umidade e matéria orgânica no piso; Variações bruscas de temperatura; Alta densidade de luz (insolação); Causas Nutricionais: Rações mal formuladas como: Limitações dos níveis de vitaminas e minerais; Baixos níveis de proteína (menos de 10%); Fibra inferior a 3,0%; Baixos níveis de Ca, P, I e Fe; Uso de ingredientes que comprometam a palatabilidade das rações; Presença de micotoxinas ou fungos nas rações; Mistura incorreta; Alimentação restrita; Limitações de água (número de bebedouros, pressão, temperatura e palatabilidade); Causas no manejo: Grande número de animais por baia; Baias muito grandes; Espaço inadequado para alimentação; Comedouros mal dimensionados; Mistura de animais (idades e tamanhos); Alterações ou quebra da ordem social; Movimentação excessiva nos setores da granja; Corte da cauda; Causas sanitárias: Doenças parasitárias (verminoses e sarnas) ou entéricas Sugestões para o tratamento e controle: Retirar os mordidos, isolar e tratá-los até cura completa, dar banho no restante dos animais everificar qual a causa.