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Aditivos e determinação da digestibilidade

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Aditivos na alimentação animal
Prof.a: Lívia Costa Lopes
Curso: Medicina Veterinária
Importância dos aditivos
Os aditivos são substâncias que não têm valor nutritivo, mas que são utilizadas para:
Preservar os alimentos durante o armazenamento;
Melhorar as condições de elaboração e aproveitamento das rações ou;
Melhorar a produtividade dos animais. 
Importância dos aditivos
Aditivos: são substâncias ou microrganismos adicionados intencionalmente, que normalmente não se consomem como alimento, tenham ou não valor nutritivo, que melhorem as características do alimento ou dos produtos de origem animal, melhore o desempenho dos animais sadios e atenda às necessidades nutricionais ou tenha efeito anticoccidiano. 
							 (BRASIL, 2004)
Importância dos aditivos
Os aditivos são comercializados na forma de pré-misturas com excipientes para facilitar a mistura com o restante dos ingredientes das rações;
Os aditivos devem ser estáveis durante o armazenamento e resistentes aos tratamentos térmicos (peletização e extrusão). 
Importância dos aditivos
Para prevenir possíveis efeitos adversos aos animais, às pessoas e ao meio ambiente, deve-se utilizar somente os aditivos permitidos e registrados no MAPA;
Ao escolher um aditivo deve-se avaliar de que forma o produto atua, quais benefícios pode trazer e quais os custos diários de sua utilização para poder calcular o custo benefício da adição desses compostos na dieta dos animais. 
Aditivos sensoriais
Flavorizantes:
Aditivos utilizados para normalizar ou melhorar o sabor e o odor dos alimentos, facilitando o consumo.
Aditivos sensoriais
Aromatizantes e palatabilizantes:
Utilizados em rações de animais que desmamam precocemente (leitões e cachorros);
Melhoram o consumo da ração de iniciação;
Animais adultos são utilizados quando muda o tipo de ração, ou quando possuem ingredientes com baixa aceitabilidade.
Aditivos sensoriais
Aromatizantes e palatabilizantes:
Para que os animais jovens associem o palatabilizante ao leite materno, deve-se incluir na ração das porcas;
Ele é excretado no leite e quando o mesmo palatabilizante é incluído na ração de desmame;
O leitão associa a ração ao leite materno, promovendo o consumo da ração. 
Aditivos sensoriais
Aromatizantes e palatabilizantes:
Os palatabilizantes mais utilizados são os flavonóides, ácidos graxos e aminoácidos;
Na aquicultura utiliza-se 
 palatabilizantes atrativos 
 baseados em aminoácidos. 
Aditivos tecnológicos
Aglutinantes:
Os aglutinantes facilitam a peletização e melhoram a consistência das rações, além de facilitar o escoamento dos ingredientes no maquinário utilizado na fabricação das misturas; 
As rações extrusadas (rações para peixes, cães e gatos) não necessitam de aglutinantes.
Aditivos tecnológicos
Antioxidantes:
Substâncias que adicionadas às matérias primas ou às rações com elevado conteúdo de lipídeos, evita a oxidação dos ácidos graxos;
 Peróxidos que se formam oxidam as vitaminas lipossolúveis, alguns aditivos e o restante da gordura presente na ração;
Provocando alterações nas características organolépticas.
Aditivos tecnológicos
Antioxidantes:
As substâncias mais sensíveis à oxidação são os ácidos graxos insaturados, a vitamina A, os pigmentantes e os palatabilizantes.
Oxidantes mais utilizados são Etoxiquim e o BHT. Os antioxidantes naturais são a vitamina E e a vitamina C.
Aditivos tecnológicos
Conservantes ou antifúngicos:
Evitam a proliferação de fungos e consequentemente a produção de micotoxinas em rações ou matérias primas durante a estocagem;
Tem efeito positivo sobre a digestibilidade da proteína e sobre a flora intestinal.
Aditivos tecnológicos
Conservantes ou antifúngicos:
A peletização não substitui o uso de antifúngicos;
Micotoxinas presentes na matéria prima são termoresistentes;
A adição de antifúngicos evita o crescimento dos fungos, mas não detoxica o material contaminado.
Aditivos tecnológicos
Fungos de campo:
Espécies que contaminam grãos durante o ciclo vegetativo da cultura ou no período pré-colheita;
Necessitam de grãos com alta umidade para o seu desenvolvimento.
Gêneros mais comuns: Arternaria, Cladosporium, Fusarium, Aspergillus.
Aditivos tecnológicos
Fungos intermediários:
Enquadram-se algumas espécies de Penicillium, de Fusarium e leveduras;
Invadem grãos antes da colheita e continuam a crescer durante o armazenamento;
Mas com grãos abaixo de 20% de umidade não se desenvolvem.
Aditivos tecnológicos
Fungos de depósito ou armazenamento:
Contaminam grãos após a colheita e necessitam de grãos com umidade entre 14 e 20% para seu desenvolvimento.
Aditivos tecnológicos
Pigmentantes:
Aditivos utilizados para reforçar os pigmentos naturais contidos nos alimentos e conferir cor aos produtos animais melhorando o aspecto visual;
A pigmentação de canelas, bico, pele de frangos, gema do ovo, devido a preferência do consumidor por produtos mais corados.
Aditivos tecnológicos
Pigmentantes:
Compreendem carotenos e carotenóides;
O grau de pigmentação depende da concentração de xantofila no alimento e composição da ração.
Aditivos tecnológicos
Pigmentantes:
Condições de jejum ou estresse, há gasto das resevas corporais e as gorduras são mobilizadas e perde parte dos pigmentantes presentes no tecido adiposo;
Os pigmentantes também se perdem durante o armazenamento, portanto deve-se adicionar antioxidantes a eles.
Aditivos tecnológicos
Corantes: substâncias que dão cor aos alimentos. Usados principalmente em rações de aves exóticas, peixes ornamentais, cães e gatos;
Espessantes e gelificantes: 
utilizados em rações enlatadas 
para cães e gatos.
 Aditivos tecnológicos
Antiumectante: impede o empedramento dos alimentos higroscópicos (sucedâneo de leite);
Emulsificantes: incluídos no leite em pó ou no sucedâneo de leite pra facilitar a diluição da gordura quando o leite é reconstituído.
Acidificantes: 
Adiciona-se às rações de leitões para reduzir o pH gástrico a abaixo de 3,0;
Leitões produzem pouco HCl no estômago e ph baixo é necessário para a conversão do pepsinogênio em pepsina e desnaturação das proteínas.
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Acidificantes: 
Favorecem a digestibilidade da proteína na ração;
Maior aproveitamento do alimento e previne que muita matéria orgânica não digerida alcance o intestino grosso;
Favorecendo o desenvolvimento de bactérias patogênicas, causadoras de diarréia;
Efeito direto sobre a flora intestinal, ao reduzir o ph do intestino, favorece o desenvolvimento de lactobacilos.
Acidificantes: 
Para que estes cheguem as últimas porções do intestino delgado e ao intestino grosso eles são protegidos com ácidos graxos;
São importantes para animais com intestino grosso mais desenvolvido como os coelhos e os cavalos.
Emulsificantes:
Além de serem usados como aditivos tecnológicos, também são incluídos em ração de desmama para melhorar a digestibilidade das gorduras saturadas incluídas nas rações;
Facilita a diluição da gordura em água e nos sucos digestivos.
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Enzimas:
Obtidas a partir de cultura de bactérias ou de fungos;
O organismo já secreta as enzimas em quantidades suficientes, só há interesse da suplementação de enzimas que não são produzidas;
Como as celulases, fitases... Com a finalidade de melhorar a digestibilidade dos componentes pouco ou nada digestíveis dos alimentos.
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Fitase:
 As quantidades de fósforo (P) proveniente dos vegetais, presente nas rações seriam suficiente para atender as exigências dos animais;
Grande parte está preso na molécula de ácido fítico, que o torna indisponível.
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Fitase:
Fitase: possuem a propriedade deromper a ligação do fósforo tornando-o disponível biologicamente e aumenta também a disponibilidade de outros elementos (Zn, Cu, Ca, e Mn);
Os ruminantes possuem em seu sistema gastrointestinal bactérias que sintetizam fitase, enquanto aves e suínos necessitam que essa enzima seja adicionada à ração.
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Probióticos:
 Microoganismos viáveis para uso direto nas rações;
Reduzem o pH do intestino através da produção de ácido lático;
Produzem metabólitos e antibióticos controlando o desenvolvimento dos microorganismos patógenos.
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Probióticos:
Geralmente são usados em situações de estresse que induzem o desenvolvimento de enterobactérias patógenas;
Devem ser termo resistentes para não serem destruídos durante a peletização ou extrusão;
Não produzem resíduos nos produtos.
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Aditivos zootécnicos ou modificadores da atividade digestiva
Prebióticos:
Ingredientes nutricionais não digestíveis, afetam beneficamente o hospedeiro;
Estimula o crescimento e atividade de um tipo ou mais de bactérias intestinais benéficas;
Melhorando a saúde do hospedeiro.
Aditivos modificadores do metabolismo
Hormônios:
Anabolizantes: estimula a síntese protéica, melhora a velocidade de crescimento e a qualidade da carcaça dos animais para abate (bovinos);
Antitiroideanos: aumenta o acúmulo de gordura na carcaça;
Esses produtos são proibidos no Brasil.
Aditivos medicamentosos
Antibióticos:
Utilizados para diminuir o risco de diarréias em aves, suínos e coelhos;
Permite controle de doenças subclínicas;
Melhorando a produtividade e reduzindo a mortalidade.
Aditivos medicamentosos
Antibióticos:
Ainda que não se tenha demonstrado que se desenvolva resistência nem outro efeito negativo para a saúde pública;
Existem muitas restrições legal ao uso de antibióticos;
Não existem aditivos capazes de promover os mesmos efeitos sobre a conversão alimentar e produtividade para a substituição desse aditivo.
Aditivos medicamentosos
Coccidiostáticos:
Eimerias (causadoras da coccidiose) lesionam as paredes intestinais;
Reduz a capacidade de absorção dos nutrientes e provocando diarréias, podendo ocasionar morte animal.
Aditivos medicamentosos
Coccidiostáticos:
Uso de coccidiostático é prática normal em rações de aves criadas em piso, de coelhos e durante a cria e recria de poedeiras;
Ração de terminação de aves e coelhos retira-se durante 5 dias para evitar resíduos na carcaça.
Ionóforos para ruminantes
Monensina sódica, lasalocida, narasina, salinomicina, tetranasina e avoparcina.
Função de manipular a fermentação ruminal, no sentido de modificar a população microbiana do rúmen, aumentando a proporção de ácido propiônico;
Reduzindo metano e CO2 que ocorre somente durante a produção dos outros ácidos.
Ionóforos para ruminantes
A nível de rúmen, o uso de ionófores se traduz 3 grandes vantagens: 
- Aumento da eficiência energética 
- Melhoria no metabolismo proteico 
- Prevenção de desordens metabólicas 
O emprego dos ionóforos na alimentação de ruminantes em geral é uma medida econômica, desde que respeitadas as doses adequadas. 
Ionóforos para ruminantes
Monensina sódica:
A monensina sódica possui limites máximos de resíduos (LMR) definido e no Brasil faz o acompanhamento de seus níveis na carne bovina pelo PNCR – programa nacional de controle de resíduos;
Métodos de determinação da digestibilidade
Curso: Medicina Veterinária
Coeficiente de digestibilidade
Indica a proporção de alimento ingerido que é realmente digerido e absorvido;
A quantidade de alimento que ultrapassa esse coeficiente permanece no trato intestinal sem ser absorvida e será eliminada nas fezes.
Técnicas para determinar digestibilidade
Digestibildade In vivo:
Medição do consumo e produção fecal total;
Utilização de gaiolas metabólicas;
Estimar produção fecal com uso de indicadores;
Indicadores externos (óxido de cromo) e internos (FDAi);
Os indicadores não são absorvidos;
Obtém a estimativa de produção fecal sabendo a qtde de indicador consumida e sua concentração nas fezes.
Técnicas para determinar digestibilidade
Digestibildade In vitro:
Feitas em laboratório;
Utiliza líquido ruminal;
Visa produzir as condições ruminais;
Desvantagens: aplicação limitada, não simula o rúmen quanto a movimentação do alimento e absorção de produtos da fermentação, o alimento queima etapas como mastigação, trituração...
Digestibildade In vitro:
Técnicas para determinar digestibilidade
Digestibildade In situ:
Fístula ruminal;
Sacos de náilon;
Determinado tempo de incubação;
Determinando o desaparecimento da MS, FDN, e PB em função do tempo.
Digestibilidade
Aparente: 
Não leva em consideração a fração endógena, as perdas por secreções e descamações do sistema digestivo.
Verdadeira: 
É sempre maior ou igual a digestibilidade aparente.
Digestibilidade do alimento:
Depende:
Composição da ração: excesso de concentrado diminuem a digestibilidade da fibra;
Preparo do alimento: a trituração dos alimentos concentrados, picagem grosseira dos volumosos, melhoram a digestibilidade.
Digestibilidade do alimento:
Depende:
Nível de ingestão e taxa de passagem: aumento da taxa de passagem diminui a digestibilidade;
Idade do animal: animal jovem não possui eficiente fermentação, diminuindo a digestibilidade.

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