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Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Nutrição Aula 11: Análises de leite Disciplina: Bromatologia Professora: MSc. Leilanne Márcia Nogueira Oliveira Fortaleza-Ce Out/2018 LEITE → Definições • “Produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas.” (BRASIL, 2002) • É o produto da secreção das glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos. • Pode ser considerado uma dispersão coloidal de proteína em emulsão com gorduras, em uma solução de minerais, vitaminas, peptídeos e outros componentes. • Emulsão (micelas de gorduras e proteínas + solvente com carboidratos, sais minerais e vitaminas. LEITE • Instrução normativa nº 62, de 29 de dezembro de 2011 (MAPA) • Leite de outros animas deve denominar-se segundo a espécie de que proceda • Mais comuns: leite de vaca e leite de cabra. LEITE • Leite pasteurizado → aquecimento 72 a 75° C durante 15 a 20 segundos → resfriamento imediato ≤ 4°C. • Leite UHT → aquecimento 130 a 150° C durante 2 a 4 segundos. • Inspeção dos órgãos → SIF, SIE e SIM LEITE • Composição do leite - Constituintes principais: água, lactose, gordura e proteínas. - Menores: vitaminas, enzimas, sais minerais LEITE • Composição do leite LEITE • Composição do leite LEITE • Composição do leite LEITE • Proteínas do leite - Caseína (79%) - Proteínas do soro (20%): Lactoalbumina (8,05%) Lactoglobulina (3,5%) Soroalbumina, imunoglobulinas, proteose-peptonas, transferrina, latoferrina e enzimas. - Quando quebra o equilíbrio da emulsão → coagulação da caseína. LEITE • Carboidratos do leite -Lactose = glicose + galactose • Lipídeos do leite - Triglicerídeos (95-96%) - fosfolipídios (lecitina) e esteróis (colesterol). LEITE E DERIVADOS • Tipos de leite (IN n°62 de 29 de dezembro de 2011 - MAPA) Leites A, B e C Leite Cru Refrigerado e Leite Pasteurizado Leite Pasteurizado integral, padronizado, semidesnatado, desnatado Leite UHT Qualidade sanitária Concentração de gordura LEITE Leite tipo B ▪ Leite cru refrigerado ou Pasteurizado; ▪ Leite cru refrigerado: ▪Ordenha manual ou mecânica ▪ Integral; ▪ Resfriado na propriedade rural produtora 4oC/48h – Máximo 3h após a ordenha. ▪ Transportado à indústria e recebimento a 7oC. ▪ Leite pasteurizado: ▪ Integral, padronizado, semi-desnatado ou desnatado; ▪ Pasteurização rápida seguida de resfriamento a 4oC e envase. Extinto! Leite tipo C ▪ Ordenha manual ou mecânica; ▪ Cru: ▪ Integral; ▪ Entregue a outro estabelecimento até 10h do dia da ordenha. ▪ Cru refrigerado: ▪ Integral; ▪ Estocagem a 4oC; ▪ Posto de refrigeração até 24h e indústria até 12h. ▪ Pasteurizado: ▪ Integral, padronizado, semi-desnatado ou desnatado. Extinto! • De acordo com a legislação vigente hoje no Brasil: Classificação do leite Tipos de leite cru Leite cru refrigerado tipo A Leite cru refrigerado Leite tipo A ▪ Leite cru refrigerado tipo A dá origem ao leite pasteurizado tipo A e derivados lácteos. ▪ Produzido, beneficiado e envasado por sistema fechado em “granja leiteira”, respeitando uma série de exigências; ▪ Granja leiteira: não pode receber leite de outras propriedades. ▪ Ordenha obrigatória: mecânica; ▪ Ordenha: sala própria, leite canalizado em circuito fechado e resfriado em tanques à no max. 4 °C. ▪ Parâmetros microbiológicos e de CCS (contagem de células somáticas) mais rigorosos. Ordenha mecânica canalizada Leite tipo A ▪ Ausência de contato com o meio externo → ↓ possibilidade de contaminação; ▪ Inexistência da etapa de transporte → pasteurização ocorre em curto intervalo de tempo depois da ordenha ▪Prazo de validade maior. ▪ Classificado quanto ao teor de gordura: integral; padronizado; semi- desnatado; desnatado Minimizando as possíveis alterações promovidas por microrganismos durante a refrigeração do leite. Leite cru refrigerado ▪ Leite cru refrigerado dá origem ao leite pasteurizado, ao UHT e aos demais derivados lácteos. ▪ Ordenha: manual ou mecânica; ▪ Circuito fechado ou do tipo balde ao pé. ▪ Deve ser transportada ao laticínio em caminhos isotérmicos e beneficiado num prazo máximo de 48 h, período no qual deve obrigatoriamente permanecer refrigerado; ▪ Tanques de expansão (máx 4°C) ou imersão (máx 7°C). ▪ Entregue em temperatura ambiente em até 2 horas após a ordenha. Ordenha tipo balde ao pé Leite cru refrigerado ▪ Possibilidade de contaminação e alterações causadas por microrganismos é maior; ▪Padrões microbiológicos para o leite cru refrigerado e pasteurizado são um pouco mais flexíveis que para o leite cru e pasteurizado tipo A Leite Pasteurizado Enzimas • Fosfatase alcalina e peroxidase; • Algumas naturalmente presentes e outras provenientes de microrganismos. • Verificar se o processo de pasteurização foi eficiente. Enzimas • Fosfatase alcalina - Verificação de fraude por adição de leite cru ao pasteurizado; - Presente naturalmente no leite cru; - Desnaturada em temp próximas da pasteurização; - TT igual ou mais severo: 62,8°C por 30 minutos ou 71,8°C por 15 segundos; - Negativo: pasteurizados e próprios para o consumo; - Positivo: não alcançou a temp. adequada. Leite UHT: não realizado rotineiramente (inativa). Enzimas • Peroxidase - Presente naturalmente no leite cru; - Pasteurização: 72- 75°C seguido de refriamento – enzima ativa; - Inativação ocorre aos 85°C. - Intacta no leite pasteurizado. - Negativo: indício de sobreaquecimento do leite e pode estar mascarando um produto contaminado. Leite UHT: Inativada!! • Características sensoriais do leite →Influência da alimentação no sabor do leite → alimentação do animal (recomenda-se mínimo de 4 h antes da ordenha – não fornecer alimentos com aromas fortes). - Sabor de ração (↑umidade ↓ventilação ↑fungos) - Sabor de ervas - consumo de alho →Influência da presença de micro-organismos no sabor do leite - Sabor ácido - ↑bactérias láticas - Sabor de fruta – contaminação por Pseudomonas fragi (pós-pasteurização) - Sabor de sujo, amargo e pútrido – m.o psicrotróficos ou enzimas →Sabor lipolítico → enzima lipase (leite ou m.o) e ácidos graxos LEITE O leite pode ser adulterado: - Água - Soro de leite - Neutralizantes para mascarar a acidez (hidróxido de sódio) - Reconstituintes de densidade e crioscopia (sal, açúcar e amido) - entre outros. (KARTHEEK et al., 2011) LEITE • Determinação de densidade a 15°C - Informações sobre a quantidade de gordura no leite. - ↓ gordura ↑densidade - Termolactodensímetro - Leite fluido: 1,028 a 1,034 g/mL a 15°C - Pode-se fazer a correção da temperatura com tabelas. - Fraude com água, desnatamento ou qualquer outro produto corretivo foi adicionado ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE 1,028 a 1,034 Água Desnatamento Adição de substâncias LEITE • Determinação de densidade a 15°C ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE LEITE • Determinação de densidade a 15°C - Não deverão ser feitas leituras de densidade em itens de ensaio com temperatura inferior a 10°C ou superior a 20°C. ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE Correção da temperatura Pode-se fazer a correção para 15ºC acrescentando à leitura 0,0002 para cada grau acima de 15ºC ou subtraindo 0,0002 para cada grau abaixo. LEITE • Determinação de gordura pelo método de Gerber - Informações sobre a quantidade de gordura no leite. - Baseado: quebra da emulsão do leite pela adição de ácido sulfúrico e álcool isoamílico, nacentrifugação e posterior determinação. - Máx de 0,5% (desnatado) - 0,6 a 2,9% (semidesnatado) - 3,0% (padronizado) - Teor original ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE LEITE - Método direto (método gravimétrico após evaporação da água e substancias voláteis em estufa a 102 ± 2°C). - Método indireto – disco de Ackermann Fazer coincidir as graduações dos círculos internos (densidade) e médio (gordura). A parte externa do disco (flecha) indica o extrato seco total por cento. ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação de extrato seco total LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação de extrato seco total Disco de Ackermann LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação do extrato seco desengordurado - Obtém: diminuindo a gordura do extrato seco total. - 8,2 a 8,4% (dependendo do tipo de leite) LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação da crioscopia do leite - Medida do seu ponto de congelamento. - Crioscópio eletrônico. - Leite fraudado com água: grau crioscopio tende a aproximar-se de 0°C. - Máximo -0,512°C - Fraude com água ↑ e Fraude com conservantes ↓ - A amostra é rapidamente resfriada a alguns graus abaixo do seu ponto de congelamento. Sob constante agitação. A vibração resultante ocasiona um desequilíbrio térmico no interior da amostra, fazendo com que a solução libere calor de fusão. A temperatura sobe até atingir o ponto de congelamento. LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE -512°C a -531°C Fraude com água Fraude com sólidos 0°C - 1°C Maior Menor LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação da acidez - Indica o estado de conservação. - ↑Acidez → m.o - Tende a aumentar à medida que o leite vai envelhecendo. - Legislação: 0,14 a 0,18g de ácido lático/100 mL LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação da acidez Acidez Ácido lático Amostra + fenolftaleína Titulação com NaOH 0,1 M Graus Dornic Amostra + fenolftaleína Solução de NaOH (0,11 N) 0,1 mL de Solução de NaOH (0,11 N) = 1° D 1°D = 1mg de ácido lático / 10mL de leite 1°D = 0,01 g de ácido lático LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação da acidez 14 a 18°Dornic (0,14 a 0,18 g/100 ml) - Adulterado: água - Leite alcalino (vaca com mastite) - Final de lactação - Alterado - Fermentação - Leite com colostro - Leite de principio de lactação Quando aquece e observa a formação de grumos!! LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Determinação da acidez CÁLCULOS Acidez = Vx f x 0,9 = ácido lático por certo (m/v) A V = n° de mL da solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio 0,1 M A = n° de mL da amostra 0,9 = fator de conversão para ácido láctico 1°Dornic = 0,01 g ácido lático LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Estabilidade ao etanol a 68% (teste do álcool) - Verificar a estabilidade térmica por meio da reação com solução alcoólica 68% - Coagulação: elevada acidez ou desequilíbrio salino. - Promove desestabilização das micelas do leite pelo álcool. - Legislação: estável LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Teste do alizarol - Coagulação: elevada acidez ou desequilíbrio salino quando se promove desestabilização das micelas pelo álcool. - Fraude por adição de alcalinos. - Alizarol: atua como indicador de pH - Resultado: Leite normal: coloração vermelho-tijolo, com ligeira precipitação e poucos grumos. Leite ácido: coloração marrom-claro ou amarela. Leite alcalino: coloração lilás a violeta. (mamites, presença de neutralizantes) LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Teste do amido • O amido vem sendo utilizado na fraude do leite. • Como este composto possui baixo custo, ele está sendo adicionado de forma fraudulenta com o objetivo de aumentar o volume e o peso do alimento. • No caso de leite fluido, ele pode ser usado com finalidade de disfarçar a adição de água, pois corrige a densidade original do leite (efeito espessante). • Adiciona lugol: coloração azul (positivo) LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE • Outras determinações: - Resíduos de antibióticos - Enzimas (pasteurizado): fosfatase alcalina (negativo) e peroxidase (positivo) - Microrganismos: contagem padrão em placa, coliformes a 35°C e a 45°C, Salmonella. - Células somáticas LEITE ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE LEITE
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