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16/09/2017 1 Aminoácidos e Proteínas Prof. Afrânio F. Evangelista Faculdade Maurício de Nassau Biomedicina Salvador 2015 Aminoácidos • São as unidades fundamentais das proteínas. • Todas as proteínas são formadas a partir da ligação em seqüência de apenas 20 aminoácidos (entre outros especiais); • Moléculas constituídas da união de um grupamento amina, um grupo carboxílico e uma cadeia lateral R unidas a um único átomo de carbono. • Classificados de acordo com a cadeia lateral (radical) que o constitui (apolar e polar, com carga positiva ou negativa). Grupo amina Ácido carboxílico Aminoácidos Identidade do AA Aminoácidos Código genético – Aminoácidos Aminoácidos • Desses 20, nove são ditos essenciais: • Isoleucina; • Leucina; • Lisina; • Metionina; • Fenilalanina; • Treonina; • Triptofano; • Valina; • Histidina; • Arginina. • O organismo humano não é capaz de produzi-los, e por isso é necessária a sua ingestão através dos alimentos para evitar a sua deficiência no organismo. Suplementos: L-Valina, L-Leucina e L-Isoleucina. 16/09/2017 2 Aminoácidos • Uma cadeia de aminoácidos denomina-se de "peptídeo“. • Estas podem possuir: • Dois aminoácidos (dipeptídeos); • Três aminoácidos (tripeptídeos); • Quatro aminoácidos (tetrapeptídeos); • Muitos aminoácidos (polipeptídeos). • O termo proteína é dado quando na composição do polipeptídeo entram centenas ou milhares de aminoácidos. Queratina • São compostos orgânicos de alto peso molecular, são formadas pelo encadeamento de aminoácidos. • É o composto orgânico mais abundante de matéria viva (50 a 80% do peso seco da célula); • São constituintes básicos da vida. Proteínas Mioglobina Proteínas (Ligação peptídica) • PEPTIDEOS: Condensação de menor número de aminoácidos, formando compostos de baixo peso molecular (até 10.000). • Em geral os peptídeos tem cadeias retas são solúveis em água e não coagulam com o calor. • PROTEÍNAS: Compostos de alto peso molecular formada por cadeias de aminoácidos unidos entre si por ligações peptídicas. Peptídeos X Polipeptídeos • Existem muitas espécies diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função biológica diversa. • São encontradas quase que em todos os alimentos, tanto de origem animal (carne, ovos,leite), como de origem vegetal (cereais, a soja e raízes ou tubérculos) . • Nos primeiros, em geral, encontra-se uma maior quantidade e melhor qualidade, já que, nos animais, as proteínas são consideradas como proteínas de Alto Valor Biológico (AVB) • Todas contêm carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio, e quase todas contêm enxofre. • Algumas proteínas contêm elementos adicionais, particularmente fósforo, ferro, zinco e cobre. Proteínas • Em relação ao tipo de aminoácido que compõe a proteína no alimento elas podem ser classificadas em : • Proteína de alto valor biológico(VB): proteína completa porque possue os aminoácido em teores necessários a manutenção da vida e crescimento dos novos tecidos. – Ovos, proteína da carne, peixe. • Proteína de baixo valor biológico; Não tem os aminoácidos em teores adequados. – Ex.: frutas e hortaliças • Proteínas parcialmente completas: apresenta um ou mais aminoácidos limitante. – EX:cereais (deficientes em lisina, triptofano e treonina) e leguminosa (deficiente em metionina). Proteínas 16/09/2017 3 • Determina a quantidade de proteínas encontradas nos alimentos que realmente são absorvidas pelo corpo. • As proteínas que contém mais aminoácidos essenciais possuem melhor digestibilidade, tendo uma absorção no trato gastrointestinal mais eficiente. • Para obter esta informação deve-se multiplicar o valor protéico de cada substância alimentar que compõem o cardápio, pelos fatores de utilização protéica, que são: • Fator de correção • Proteína de cereal = 0,5 Proteína de leguminosa = 0,6 Proteína animal = 0,7 • Exemplo: 100g de arroz tem 7g de proteína 7g de proteína x 0,5 = 3,5g de proteína são absorvidas. Valor biológico (VB) • Teor de proteína em alguns alimentos usuais e sua classificação como fonte de aminoácidos essenciais para a nutrição humana. Proteínas MÚSCULO SANGUE PELE 80%desidratado 70%seco 90% Proteínas – Peso (animais) • Quanto a Composição: – Proteínas Simples - Por hidrólise liberam apenas aminoácidos. – Proteínas Conjugadas - Por hidrólise liberam aminoácidos mais um radical não peptídico, denominado grupo prostético. Ex: • Metaloproteínas; • Hemeproteínas; • Lipoproteínas; • Glicoproteínas, etc. Proteínas – Classificação Lipoproteína de baixa densidade • Quanto à Forma: – Proteínas Fibrosas - A maioria insolúveis nos solventes aquosos com pesos moleculares muito elevados. • São formadas geralmente por longas moléculas +/- retilíneas e paralelas ao eixo da fibra (proteínas de estrutura-colágeno do conjuntivo, as queratinas dos cabelos, a fibrina do soro sanguíneo ou a miosina dos músculos). • Algumas proteínas fibrosas, porém, possuem estrutura diferente - helicoidal ( tubulinas). – Proteínas Globulares - Estrutura espacial mais complexa, são +/- esféricas. São geralmente solúveis nos solventes aquosos (enzimas, transportadores como a hemoglobina, etc.) Proteínas – Classificação Globulares Fibrosas Proteínas – Classificação 16/09/2017 4 • De acordo com seu modo de interação com a membrana: – Proteínas integrais - interagem diretamente com a membrana; – Proteínas periféricas - associam-se às membranas ligando-se à superfície delas; Proteínas – Classificação Proteínas – Estrutura • Estrutural e Contrátil -participam como matéria-prima na construção de estruturas celulares e histológicas, ex.: – Colágeno- encontrada nos ossos, tendões, cartilagens e na pele; – Queratina-encontrada na pele, unhas e cabelo, possui propriedades impermeabilizantes que dificultam a perda de água pelos animais; – Albumina- presente em abundância no plasma sangüíneo; – Proteínas miofibrilares “actina e miosina” (músculo). Proteínas – Funções • Função Enzimática - As enzimas são proteínas especiais com função catalítica, ou seja, aceleram ou retardam reações bioquímicas que ocorrem nas células. • Apresentam especificidade em relação à reação ou substância em que atuam. Isso se deve ao fato de cada enzima possuir em sua estrutura um ou mais pontos que se encaixam perfeitamente na substância ou reação que sofrerá sua ação. Proteínas – Funções Proteínas – Funções • Função Hormonal – Muitos hormônios são, na verdade, proteínas especializadas na função de estimular ou inibir a atividade de determinados órgãos, sendo portando reguladores do metabolismo, ex: – Hormônio pancreático insulina que, lançado no sangue, contribui para a manutenção da taxa de glicemia. • Transporte – Muitas proteínas são transportadoras de nutrientes e metabólitos entre fluidos e tecidos; de uma forma geral. – Albumina: transportam ativamente substâncias. que compõe grande parte do plasma sanguíneo (ela consiste em 70% dos elementos “sólidos” dele) e é essencial para o funcionamento do organismo. Proteínas – Funções 16/09/2017 5 • Função de Defesa - Em nosso sistema imunológico, existem células especializadas na identificação de proteínas presentes nos organismos invasores, que serão consideradas "estranhas". • Estas proteínas invasoras denominam-se antígenos e promovem a produção de proteínas de defesa, nos plasmócitos, denominadas anticorpos que combinam-se quimicamente aos antígenos com o objetivo de neutralizá-los (há especificidade entre antígeno e anticorpo, ou seja, um anticorpo só neutralizará o antígeno que estimulou a sua formação). Proteínas –Funções • Função Nutritiva – Qualquer proteína exerce esta função, enquanto não for tóxica. Todos os alimentos ricos em proteína, como as carnes em geral, são fontes naturais de aminoácidos indispensáveis aos seres vivos para a produção de outras proteínas. Proteínas – Funções • Função Reguladora - Esta função é desempenhada por um grupo especial de proteínas denominadas vitaminas. – As células dos vegetais clorofilados e certos microorganismos, como bactérias, têm a capacidade de produzirem vitaminas. – Nos animais se dá através do processo de nutrição. – Cada vitamina tem um papel biológico próprio, por isso não pode ser substituída por outra. Proteínas – Funções Proteínas – Funções • https://goo.gl/forms/2ZmIOobzmDUtprEi2 Pesquisar • As proteínas podem ter suas estruturas secundária, terciária e quaternária alteradas. A este evento chamamos de desnaturação. • As alterações ocorrem devido à exposição da proteína aos agentes desnaturantes como aquecimento, agitação, ácidos, bases, solventes orgânicos e outros. • Em virtude da modificação em sua conformação devido à desnaturação, as proteínas tornam-se insolúveis em água e perdem sua função biológica. Desnaturação das proteínas 16/09/2017 6 • Alteração nas propriedades: • Diminuição da solubilidade; • Diminuição da capacidade de retenção de água; • Aumento da viscosidade; • Facilita a digestibilidade por enzimas Desnaturação das proteínas • Definido como toda propriedade não-nutricional que influencia no comportamento das propriedades sensoriais e nas propriedades físicas dos alimentos e de seus ingredientes durante o processamento, armazenamento e consumo. • As preferências alimentares dos seres vivos estão baseadas principalmente nos atributos sensoriais, tais como textura, sabor, cor e aparência. • As proteínas no geral no geral tem uma grande influencia sobre os atributos sensoriais dos alimentos. • As propriedades funcionais das proteínas classificam-se em três principais grupos que são: – Hidratação – Propriedade de superfície – Emulsificação e formação de espuma; – Geleificação Propriedades funcionais das proteínas • Hidratação • Capacidade da proteína de ligar e fixar água à sua estrutura. • A textura e a viscosidade dos alimentos são características diretamente dependentes da capacidade de hidratação das proteínas. • Viscosidade: As proteínas conferem resistência a um fluido diminuindo sua capacidade de escoamanto. • Essa característica é bastante importante em alimentos como cremes, sopas e molhos, que precisam ter viscosidade intermediária. Propriedades funcionais das proteínas Viscosidade Escoamento • Emulsificação • As emulsões consistem de um sistema em que dois líquidos imiscíveis (água e óleo), devido à presença de um agente emulsificante, passam a formar uma mistura estável. • As proteínas, por serem moléculas anfipáticas, são eficientes agentes emulsificantes nos alimentos. • A caseína do leite é a proteína mais utilizada como emulsificante. • Esta propriedade funcional é muito importante em alimentos como leite, maioneses, sorvetes, molhos e outros. Propriedades funcionais das proteínas • Propriedade espumante • Compreende-se por espuma a dispersão de bolhas de gás (normalmente ar) em um sistema contínuo líquido ou semissólido. • Nas espumas as proteínas agem facilitando e estabilizando a interação entre as bolhas de gás. • A capacidade de uma proteína em formar espuma refere-se à expansão de volume da dispersão protéica com a incorporação de ar por batimento ou agitação. • Essa propriedade funcional é bastante importante em alimentos como merengues, pães e biscoitos. Propriedades funcionais das proteínas • Geleificação protéica • Consiste na formação de uma rede protéica ordenada a partir de proteínas previamente desnaturadas, capaz de aprisionar água • Importante: produtos lácteos, produtos de carne, gelatinas, massa de pão. Propriedades funcionais das proteínas 16/09/2017 7 • Geleificação protéica “ Para que se forme o gel protéico, é necessário que haja desnaturação e agregação posterior de forma ordenada, em que predominem as interações proteína- proteína” • Formação do gel: – Desnaturação protéica: tratamento térmico, hidrólise enzimática, acidificação ou alcalinização; – Separação das moléculas protéicas: na proteína nativa, os grupos hidrófobos estão voltados para o interior da molécula. Durante a separação ficam descobertos , fato que potencializa as interações entre proteínas. – Interação proteína-proteína – Agregação posterior Propriedades funcionais das proteínas • Geleificação protéica Propriedades funcionais das proteínas Interação proteína-proteína Agregação • Formação de massa - Glúten Desnaturação das proteínas Essa duas proteínas ainda se diferenciam funcionalmente: - Gliadinas são responsáveis pela extensibilidade da massa; -Gluteninas são responsáveis pela elasticidade da massa. • Formação de massa – Glúten • Ao entrar em contato com a água e trabalhadas mecanicamente (pelo amassar), as duas proteínas são hidratadas e tendem a fazer ligações entre si, tais como: – Pontes de hidrogênio, ligações de Van der Waals e ligações dissulfito; • Complexo proteico elástico e plástico glúten. • Por sua plasticidade se comportará quase como um balão de borracha, retendo gases da fermentação (CO2) da massa, se expandindo e fazendo a massa crescer. Desnaturação das proteínas • O procedimento mais comum para a determinação de proteína é através da determinação de um elemento ou um grupo pertencente à proteína. • A conversão para conteúdo de proteína é feita através de um fator. • Os elementos analisados geralmente são carbono ou nitrogênio, e os grupos são aminoácidos e ligações peptídicas. Metodologia para determinação • É a determinação mais utilizada; • Considera que as proteínas têm 16% de nitrogênio em média (vai depender do tipo de proteína); • Fator de conversão na transformação de nitrogênio para proteína é de 6.25. • Este fator de conversão dá erros quando o conteúdo em N de um alimento é muito diferente de 16%. • Nestes casos, existem os fatores de conversão específicos para cada alimento: • Trigo: 5,70; - leite: 6,38; - gelatina: 5,55. Análises elementares Nitrogênio 16/09/2017 8 METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL • Consiste na digestão da amostra proteica por ácido sulfúrico, destilação com fixação da amônia pelo ácido bórico e titulação com ácido clorídrico. Onde: • O volume utilizado na titulação vai determinar a quantidade de nitrogênio presente na amostra; • Consequentemente, a quantidade de proteína, visto que, em geral o nitrogênio corresponde a 16% do peso da amostra proteica. METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL • Digestão • A reação se inicia com a liberação de uma fumaça branca, a qual corresponde a vapor de CO, SO2 e outros compostos voláteis. • A etapa de mineralização está concluída quando não há mais liberação destes vapores. METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL Microdigestor de Kjedldahl • Destilação • Procedida após resfriamento da amostra; • No destilador, a amostra é destilada pela presença de NaOH que volatiliza a amônia; • A amônia é recolhida em Erlenmeyer contendo solução de ácido bórico e indicadores de pH; • O ácido bórico fixa a amônia, formando o borato de amônia. METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL • Destilação METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL 16/09/2017 9 • Titulação • O destilado é titulado com ácido clorídrico (HCL); • O HCL é gotejado na amostra até a viragem da cor; • Baseado naequivalência entre o conteúdo de N na amostra e a quantidade de HCL usado na titulação (VOLUMETRIA); METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL • Substâncias contendo duas ou mais ligações peptídicas formam um complexo de cor roxa com sais de cobre em soluções alcalinas. • A intensidade da cor formada é proporcional à quantidade de proteína, e a medida é feita num colorímetro. METODO POR BIURETO • Vantagem: • Ser bastante específico por não apresentar problemas de interferentes. • É simples, rápido e barato. • Por envolver uma reação com a ligação peptídica, o método determina proteína, ao contrário do método de Kjeldahl que determina N total. • Desvantagem: • A necessidade de uma curva de calibração tomada com um padrão conhecido de proteína, por exemplo, uma proteína determinada por Kjeldahl • A cor formada no complexo não é idêntica para todas as proteínas, porém os desvios causados são menores do que em outros métodos colorimétricos. METODO POR BIURETO