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Sarampo: doença viral altamente contagiosa

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Sarampo
Introdução
O Sarampo é uma doença aguda, de etiologia viral, altamente contagiosa, caracterizada por febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e um enantema específico (Sinal de Koplik), seguido de erupção maculopapular generalizada.
Não pode ser considerada uma doença benigna, pois tem potencial para complicar-se, especialmente em crianças desnutridas.
O sarampo é uma doença de notificação compulsória em 24 horas, e todo caso suspeito deve ser, na ocasião do primeiro atendimento, notificado a uma unidade pública de saúde, para confirmação laboratorial. 
	De acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, um casos suspeito da virose é todo aquele que apresente febre, exantema, tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite.
Epidemiologia
	O sarampo é desde 1968, doença de notificação obrigatória no Brasil. As epidemias sucediam de dois ou três anos. Em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações, e a partir de 1974 a vacina contra o sarampo passou a ser sistematicamente empregada nas áreas urbanas. Desde essa época, houve uma grande caminhada até nossa situação atual de controle do sarampo, podendo ser considerada uma grande vitória da saúde pública brasileira. No entanto, dada à possibilidade de importação de casos, inclusive de países desenvolvidos, é necessário manter o sarampo sob estrita vigilância.
Etiopatologia
	O agente etiológico é um membro da família Paramixoviridae e pertencente ao gênero Morbillivirus. Os vírions são formados de um envelope externo lipoprotéico, de onde se originam curtas projeções, e um nucleocapsídeo interno contendo RNA. Diâmetro de 120 a 170mm. No envelope são encontrados os antígenos responsáveis pela especificidade sorológica.
	A transmissão é direta mediada por gotículas de saliva e secreções catarrais. A maior contagiosidade ocorre durante os períodos prodrômicos e inicial exatemático. A transmissão indireta, aerógena, por gotículas que permanecem em suspensão no ar também é possível.
	A infecção humana se inicia com a invasão viral das células epiteliais respiratórias, estendendo-se rapidamente para os gânglios linfáticos regionais. Após multiplicação nestes gânglios , pequena quantidade de vírus invade a circulação (viremia primária), atingindo as células linforreticulares do baço, fígado, medula óssea, placas de Peyer e outros órgãos linfoides. Nestes tecidos ocorre intensa replicação viral e, em seguida, em torno do quinto dia de infecção, inicia-se nova e intensa viremia (secundária). O vírus, então, alcança o pulmão, a pele, o sistema nervoso central, o intestino e outros órgãos, levado através da corrente circulatória, no interior de leucócitos. Durante todo o período de incubação, o paciente não apresenta nenhuma evidência de doença. No entanto, é nessa fase que são encontradas as células gigantes de Warthin-Finkeldey, nos centros germinativos de vários tecidos linfoides. Essas células são consideradas características do sarampo, e sua presença são suficientes para o diagnóstico da virose, mesmo na ausência de quadro clínico típico. A imunidade é duradoura, persistindo provavelmente por toda a vida. O mesmo se dá com a maioria das pessoas vacinadas corretamente.
Diagnóstico Clínico
Período de incubação: de 10 a 12 dias
O sarampo inicia-se com febre de intensidade moderada a alta e sintomas catarrais (coriza, lacrimejamento, diarreia, tosse seca) [indistinguível de gripe]
Período prodrômico: Sinal de Koplik na mucosa oral, regride logo após o período exantemático.
Período exantemático: duração de 3 a 5 dias. Os sintomas catarrais e a febre exacerbam-se e o exantema inicia-se de maneira descendente, a partir da face, alcançando progressivamente o tronco e os membros. Caracteriza-se pela presença de maculopápulas eritematosas irregulares, que deixam um espaço de pele sã entre uma lesão e outra. Em algumas regiões tendem a confluir, formando placas. Após atingir os membros, o exantema começa a regredir e uma descamação fina aparece, também de maneira descendente.
Período decamativo: as lesões tem um aspecto mais escuro e a pele fica hiperpigmentada. A regressão do exantema acompanhada a queda da febre e a regressão das manifestações catarrais. A tosse, agora produtiva, pode persistir por um período mais longo. Se não há complicações, o paciente se recupera e torna imune para toda a vida.
Complicações
Complicações virais: 
Ocorrem geralmente na fase mais intensa da virose, isto é, durante o período prodrômico e inicial exantemático, com exceção da encefalite. Pneumonia intersticial, encefalite[1~4/1000, grave], laringe obstrutiva, miocardite, estomatite, lesões oculares, diarreia.
Complicações bacterianas:
Pneumonia:
Gastrenterite
Otite Média
Outras ( conjuntivite, sinusite, piodermites)
Outras complicações:
Manifestações hemorrágicas: muito rara, potencialmente fatal.
Panencefalite subaguda esclerosante: 0,6 a 2,2/100.000 casos, geralmente fatal.
Ativação de tuberculose
Evolução grave em pacientes imunodeprimidos
Sarampo em gestantes 
Pode evoluir de forma grave, causando pneumonia intersticial potencialmente falta. A ocorrência da virose nesse período está associada a um aumento do risco de aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso ao nascer.
Diagnóstico Diferencial 
O quadro clássico do sarampo, caracterizado por febre alta, tosse, coriza, conjuntivite, sinal de Koplik e exantema maculopapular descendente, é facilmente diagnosticado clinicamente. Também são descritas manifestações catarrais, febre e, especialmente em adultos, comprometimento articular (artralfia e artrite) 
	O diagnóstico diferencial deve ser feito principalmente com rubéola, escarlatina, exantema súbito (roséola infantum), eritema infeccioso, farmacodermias, dengue, enteroviroses, sífilis secundária, riquetioses, doenças de Kawasaki e meningococemia.
Diagnóstico Laboratorial:
Testes sorológicos: é o diagnóstico laboratorial mais comumente utilizado, feito com o isolamento do vírus de secreções da nasofaringe, do sangue e da urina na fase aguda da doença nem sempre é tecnicamente possível, e algumas vezes é utilizado no esclarecimento diagnóstico da pneumonia intersticial e/ou encefalites em pacientes imunodeficientes.
Inibição da hemaglutinação pra IgG.
Imunoflorescência pra IgM e IgG;
Ensaio imunoenzimático pra IgM e IgG
Neutralização em placa
RT- PCR
Tratamento
O tratamento do sarampo e suas complicações virais é sintomático. Na fase aguda da virose o paciente apresenta febre alta, diarreia, vômitos, anorexia. É necessário, portanto, atenção a reposição hídrica e de sais minerais, com dieta adequada, pois a desidratação e a desnutrição são fatores subjacentes que agravam o prognóstico da virose. O uso de antitérmicos deve ser indicado nos casos em que a temperatura axilar seja igual ou superior a 37,8º C.
É utilizado medicamentos especiais e tratamentos específicos para cada complicação que manifestar no doente.
	Administração de gamaglobulina após exposição confirmada da doença
Profilaxia
A vacina contra o sarampo é altamente eficaz, composta de vírus vivos atenuado. Em geral, associada à vacina de rubéola, caxumba e varicela.
Recomendada a primeira dose ao 12 meses e a segunda entre os 4 e 6 anos.
*Pessoas suscetíveis que tenham sido expostas ao sarampo podem ser protegidas se vacinadas nas primeiras 72 horas de exposição, já que os anticorpos induzidos pela vacina desenvolvem mais rapidamente que os anticorpos naturais. Em outros casos de atuenuação da doença, pode se usar gamaglobulina até, no máximo 3 a seis dias após o contágio.

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