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FACULDADE DE MEDICINA UFC – Campus Sobral Thays e Thayná Araújo RESUMO MICROBIOLOGIA Enterobactérias Características: - bacilos GRAM – - habitat: intestino de humanos e animais ; ambiente - anaeróbias facultativas - fermentam grande quantidade de carboidratos - estrutura antigênica: ANTÍGENO K (cápsula) ANTÍGENO H (flagelo) ANTÍGENO O (lipopolissacarídeo) - fatores de virulência: Cápsula LPS Pilis Peptideoglicanos e toxinas - crescimento: Lactose + (Ágar MacConkey): E.coli; Enterobacter e Klebsiella Lactose - (Ágar MacConkey): Shigella, Salmonella e Proteus Diagnóstico: - Coloração de GRAM:bacilos GRAM – - Cultura: Ágar MacConkey Tratamento: - TSA (Teste de Sensibilidade à Antibióticos) ou Antibiograma Características Doenças Outras informações Escherichia coli - habita o cólon; - presente em água e alimentos contaminados; - faz parte da microbiota normal do TGI; - em hospitais, são transmitidas pela equipe, pelos equipamentos ou pela medicação parenteral; - as cepas uropáticas se ligam a R específicos do TU. - ITU, meningites neonatal, sepse, gastroenterites, diarreia do viajante; - 90% das ITU (disúria, incontinência, febre e calafrios); - cistite: quando ascende da uretra p/ a bexiga - pielonefrite: quando ascende dos ureteres p/ os rins. Prevenção - lavagem das mãos - cuidado com água e alimentos - esterilização ou desinfecção de equipamentos médicos; - limitar o tempo e a frequência de cateterização EC entero patogênica - diarreia aquosa e autolimitada em lactentes - perda das microvilosidades; EC entero hemorrágica - colite hemorrágica - síndrome hemolítico urêmica: anemia hemolítica, trombocitopenia e falência renal aguda; - produção de verotoxina; - hambúrgueres mal cozidos; EC entero invasiva - doença semelhante à shigelose - sorotipo não fermentador de lactose, imóvel. - comum em crianças EC entero toxigênica - diarreia do viajante (exotoxinas A, que tem efeito tóxico, e B, que tem função de ligação com o epitélio) - aumento do AMPc provocando hipersecreção de água e Cl e inibição da reabsorção de Na EC entero agregativa Klebsiella pneumoniae - oportunista; (infecta imunossuprimidos: RN, diabéticos, pacientes cirúrgicos, alcoólatras). - pneumonias, ITU, sepse; - meningites; - fatores de risco: uso de cateter vesical, intubação mecânica. - surtos hospitalares: Bactérias multirresistentes (ESBL) - Cefalosporinas 3º e 4º geração; - carbapenemas para ESBL Serratia sp - pneumonias, ITU e sepse. Enterobacter sp - pneumonias, ITU e sepse. Campylobacter jejuni - presente em água e alimentos contaminados com fezes de animais; - enterocolite: diarreia aquosa seguida de sangue nas fezes, com febre e dor abdominal; - Síndrome de Guillain-Barré: reação cruzada entre Ac anti- campylobacter e Ag nos neurônios devido à resposta imune intensa, causando desmielinização e paralisia neuromuscular aguda. Proteus mirabilis - coloniza a uretra em mulheres; - motilidade vigorosa - produzem urease (converte ureia em NH3, elevando o pH e formando cálculos deNH3) - ITU, infeccções em feridas e sepse. Shigella dysenteriae - transmissão fecal-oral: moscas, mãos, alimentos, fezes. - toxina de Shiga: afeta SNC e intestino. No ID, inibe absorção de AA e açúcar; - PI de 1 a 4 dias; - disenteria: diarreia hemorrágica - inicia com diarreia aquosa e seguida de sanguinolenta, febre e dores abdominais; - patogenia: microabcessos no intestino grosso e ileoterminal, necrose da mucosa e ulceração, sangramento com formação de pseudomembrana; Prevenção: - lavagem das mãos; - saneamento básico; - isolamento de pacientes. Salmonella sp Fontes de infecção: bebidas e alimentos contaminados com fezes (leite, carne, ovos) Prevenção: - cozimento total de carnes e ovos; - portadores não devem trabalhar com manipulação de alimentos. Espécies tifoides: Salmonella thyphi e parathyphi - se multiplicam nos fagócitos mononucleares (placas de Peyer, fígado,vesícula e baço); - bacteremia associada à febre; - mal-estar, febre alta, constipação, dilatação do baço; - estado de portador: após a infecção continuam a abrigar Salmonella. Espécies não-tifoides: S. typhimurium S. choleraesuis - enterocolite: invasão, inflamação e diarreia autolimitada S. enteritidis - náusea e vômitos -> dores abdominais -> diarreia c/ ou s/ sangue Yersinia SP - peste negra Bacilos Gram Negativos Não Fermentadores (BGNNF) Características: - Não fermentam glicose; Características Doenças Diagnóstico e TTO Pseudomonas aeruginosa - mais frequente dos BGNNF - móvel, aeróbia - pigmentos hidrossolúveis: pioverdina, piocianina e piomelanina; - presente no ambiente - oportunista: causa infecção hospitalar; - ambientes úmidos; VIRULÊNCIA: - fímbrias, flagelos (disseminação a partir de áreas queimadas) e LPS (choque tóxico), alginato (polissacarídeo - ac. manurônico e glicurônico, fator de adesão e antifagocitário, forma um gel) - exoenzima S, exoenzima U, exotoxina A (morte celular), proteases (lesão e necrose, dano a vasos e pulmão), fosfolipase C, sideróforos, biofilme; - ITU; - infecções de feridas de pele e tecidos moles; - infecções de queimaduras; - ceratites; -pneumonia hospitalar; - infecção de ferida cirúrgica; - sepse; Cultura: Ágar MacConkey - formação de slime: alginato; - amostra mucoide em torno da célula bacteriana: alginato; - oxidase positivas; - tolerância à desinfetantes; - fontes humanas: pacientes, profissionais de saúde e visitantes; RESISTÊNCIA: - Natural e adquirida a muitos ATB; - betalactamases; - tto monitorado por TSA; - CEFTAZIDIMA - FLUOROQUINOLONAS - PIPERACILINA + TAZOBACTAM - POLIMIXINA - AMICACINA - Infecções graves: penicilina anti-pseudomonas + aminoglicosídeo Acinetobacter baumannii - patógenos oportunistas; - imóvel; - solo, água e alimentos; - transmissão por equipamentos médicos; - infecções hospitalares: UTIs; - sepse, pneumonia nosocomial (ventilação mecânica) - multirresistente (penicilina, cloranfenicol, aminoglisídeos) - CARBAPENEMAS - oxidase negativa; Prevenção - lavagem das mãos; - isolamento de infectados; - uso de antisépticos; - desinfecção do ambiente; Helicobacter pilory Características: - bacilos GRAM –; - móveis; VIRULÊNCIA - motilidade: atravessa a camada de muco, evitando o efeito destrutivo do ácido gástrico; - urease: converte ureia em amônia, aumentando o pH por neutralizar o ácido com a amônia; - mucinases, adesinas, toxinas vacuolizantes (lessão tissular e úlcera péptica); - transmissão: ingestão; entre indivíduos (oral-oral, fecal-oral) - habitat: estômago Doenças Diagnóstico e TTO - Gastrite e úlcera péptica Assintomática (70%) Dores abdominais recorrentes Náuseas, sangramento do TGI Não ocorre bacteremia ou disseminação PATOGENIA - se fixam ao epitélio gástrico e pela ação da urease neutralizam o ác. gástrico; - uma vez que não são eliminadas pela ação do ác. gástrico, produzem ulcerações na mucosa; - Predispõe à carcinoma gástrico (agente carcinogênico grau 1) - clínico e laboratorial - métodos invasivosBiópsias gástricas ou duodenais Endoscopia Teste rápido da urease: + - métodos não invasivos (pouco usados) ELISA PCR - tto: BETALACTÂMICOS MACROLÍDEOS FLUOROQUINOLONAS TERAPIA ERRADICADORA: ibp + amoxicilina + clariromicina por 7, 10 ou 14 dias. Espiroquetas Características: -móveis e delgadas - não visualizáveis pelo GRAM - estrutura: membrana citoplasmática, membrana externa e flagelo Características Doenças Diagnóstico e TTO Leptospira interrogans - aeróbia obrigatória; - excreção na urina de roedores e outros animais; - transmissão: inundações, contaminação de água e solo. VIRULÊNCIA: - motilidade, adesão, LPS; - diversos sorovares ou sorotipos; - leptospirose PI de 5 a 14 dias Assintomáticos Quadro inespecífico: icterícia, anictericia, febre, cefaleia, vômitos, diarreia, dores musculares (panturrilha), tosse, faringite, meningite - Doença de Weil: icterícia, insuficiência respiratória, renal e hepática, hemorragias Sorotipo: L. icterohemorrhagiae - isolamento em cultivo (sangue, urina, biópsias) - ELISA, PCR - diagnóstico diferencial: gripe e dengue - tto: PECILINA G DOXACICLINA (p/ risco) DIÁLISE, HIDRATAÇÃO, TRANSFUSÃO DE SANGUE OU REPOSIÇÃO DE PLAQUETAS EVITAR AAS E AINEs Prevenção -doença de notificação compulsória; - acondicionamento correto do lixo; - educação sanitária; - uso de luvas e botas. Treponema pallidum - móveis: movimento do tipo saca-rolhas; VIRULÊNCIA: - adesão à fibronectina, SÍFILIS (ou cancro duro): DST - transmissão: contato sexual, transfusão sanguínea,via transplacentária, contato de - raspado do cancro com microscopia de campo escuro - VDLR: para triagem e acompanhamento do tto, Ac mucopolissacaridase, cápsula antifagocitária, não produz toxinas, imunidade incompleta (Ac não barram o progresso da doença) mucosas com o cancro a) Primária: - PI e 10 a 90 dias - multiplica-se no sítio de inoculação: pênis, vagina, colo do útero, reto e boca - úlceras que permanecem por 6 a 4 semanas e depois cicatrizam - pode ocorrer disseminação hematogênica; b) Secundária: - difícil diagnóstico (sintomas inespecíficos) e paciente com alta taxa de contágio - febre baixa, cefaleia, prurido, anorexia, mialgias, artrite, hepatite, etc. - evolução da sífilis primária não tratada, com PI de 1 a 3 meses após a inoculação -presença de exantemas no tronco, membros, palmas da mãos e planta dos pés e placas na mucosa genital, chamadas condiloma lata - transfusão de sangue e uso drogas injetáveis c) Terciária: - paciente com muitas sequelas - principais órgãos afetados: coração, cérebro, ossos e fígado - lesões cardiovasculares e granulomatosas pela pele, mucosa e ossos - neurossífilis: tabes dorsalis - meningite com surdez e alterações visuais d) Congênita: - transmissão transplacentária - múltiplas anormalidades: alterações ósseas e dentárias, rash cutâneo, hepatoesplenomegalia, anemia, icterícia - nariz em sela (ponte nasal baixo) - molares muriformes - tíbia em sabre não específicos - FTA – ABS: Ac específicos VDLR + FTA + : confirma diagnóstico de sífilis VDLR + FTA - : indica outra doença que não sífilis VDLR - FTA +: indica sífilis em fase inicial ou já curada VDLR - FTA - : descartam diagnóstico de sífilis TTO: - primária: PENICILINA G dose única - secundária: PENICILINA G 3 doses com intervalo de 1 sem - neurossífilis: PENICILINA G cristalina EV - opções: ceftriaxona, doxiciclina, azitromicina - 2 hrs após o ATB: reação de Jarish-Hexhaimer (cefaleia, febre baixa, calafrios, dores musculares) Prevenção: - doença de notificação compulsória - prevenção sexual - acompanhamento de gestantes - em presença de outras DSTs fazer diagnósticos para sífilis
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