Prévia do material em texto
Fundac¸a˜o Centro de Cieˆncias e Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro AP1 – A´lgebra Linear II – 2014/1 Gabarito Questa˜o 1 (3,0 pontos): Em cada item fac¸a o que se pede. a) [1,2 pts] Sejam P = [ 1 2 2 0 ] e D = [ 3 0 0 4 ] , tais que P diagonaliza o operador linear T : R2 −→ R2 e sua correspondente matriz diagonal e´ D. Deˆ exemplo de uma base do R2 formada por autovetores de T , indicando os respectivos auto- valores, e determine a matriz A que representa T na base canoˆnica do R2. b) [0,6 pt] Seja T : R3 −→ R3 um operador linear tal que o plano Π de equac¸a˜o x− y + z = 0 e´ o autoespac¸o associado ao autovalor 2. Determine T (1, 2, 1). c) [1,2 pts] Seja A ∈ M4(R) com exatamente treˆs autovalores distintos. Sabendo que um dos autoespac¸os tem dimensa˜o 1 e um dos outros tem dimensa˜o 2 determine se A e´ diagonaliza´vel. Justifique sua resposta. Soluc¸a˜o: a) Como P diagonaliza o operador T e sua correspondente matriz diagonal e´ D, temos que os vetores coluna da matriz P sa˜o autovetores de T associados aos autovalores λ1 = 3, λ2 = 4 respectivamente. Assim, β = {v1 = (1, 2)︸ ︷︷ ︸ λ1=3 , v2 = (2, 0)︸ ︷︷ ︸ λ2=4 } e´ uma base do R2 formada por autovetores de T . A matriz que representa T na base canoˆnica do R2 e´ dada por: A = PDP−1, onde P = [ 1 2 2 0 ] , D = [ 3 0 0 4 ] e P−1 = −1 4 [ 0 −2 −2 1 ] = [ 0 1 2 1 2 −1 4 ] . Logo, A = PDP−1 = [ 1 2 2 0 ] [ 3 0 0 4 ] [ 0 1 2 1 2 −1 4 ] = [ 3 8 6 0 ] [ 0 1 2 1 2 −1 4 ] = [ 4 −1 2 0 3 ] . b) Como o vetor (1, 2, 1) ∈ Π, temos que (1, 2, 1) pertence ao autoespac¸o associado ao autovalor 2. Logo, T (1, 2, 1) = 2(1, 2, 1) = (2, 4, 2). c) Sejammg(λ) ema(λ), respectivamente, as multiplicidades geome´trica e alge´brica do autovalor λ. Por hipo´tese, A possui treˆs autovalores distintos, digamos, λ1, λ2, λ3. Como o grau do polinoˆmio caracter´ıstico e´ igual a 4, temos que um dos autovalores tem multiplicidade alge´brica igual a 2. Sem perda de generalidade, podemos supor quema(λ1) = 2 , sendo assim, ma(λ2) = 1 e ma(λ3) = 1. Sabemos que a multiplicidade geome´trica de qualquer autovalor e´ positiva e menor ou igual a sua multiplicidade alge´brica, sendo assim, 1 ≤ mg(λ1) ≤ ma(λ1) = 2. 1 ≤ mg(λ2) ≤ ma(λ2) = 1. 1 ≤ mg(λ3) ≤ ma(λ3) = 1. Assim, mg(λ1) = 1 ou mg(λ1) = 2, mg(λ2) = 1, mg(λ3) = 1. Por hipo´tese, um dos autoespac¸os tem dimensa˜o 2, sendo assim, mg(λ1) = 2. 1 Portanto, A e´ diagonaliza´vel, pois a multiplicidade geome´trica de cada autovalor e´ igual a sua multiplicidade alge´brica ou, equivalentemente, e´ poss´ıvel construir uma base do R4 formada por autovetores de A, tomando β1∪β2∪β3, onde β1 = {v1, v2} e´ uma base de E(λ1), β2 = {v3} e´ uma base de E(λ2) e β3 = {v4} e´ uma base de E(λ3). Questa˜o 2 (2,0 pontos): Consideremos o operador linear T : R3 −→ R3 cujo polinoˆmio caracter´ıstico e´ p(λ) = (λ− 3)(λ+ 2)2 com autoespac¸os E(λ1 = 3) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 2y + 2z = 0 e x+ 2y + 4z = 0} e E(λ2 = −2) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ y − 2z = 0}. a) [1,6 pts] Determine as multiplicidades alge´brica e geome´trica dos autovalores de T e deˆ bases para os seus autoespac¸os. b) [0,4 pt] T e´ diagonaliza´vel? Justifique a sua resposta. Soluc¸a˜o: a) Pelo polinoˆmio caracter´ıstico de T , a multiplicidade alge´brica de λ1 = 3 e´ 1 e a multiplicidade alge´brica de λ2 = −2 e´ 2. Para determinar as multiplicidades geome´tricas dos autovalores, devemos determinar as di- menso˜es dos seus autoespac¸os. – Base de E(λ1 = 3): Devemos resolver o sistema linear x − 2y + 2z = 0 e x + 2y + 4z = 0. Reduzindo por linhas a` forma em escada a matriz associada ao sistema, obtemos:[ 1 −2 2 1 2 4 ] L2←L2−L1∼ [ 1 −2 2 0 4 2 ] L2←(1 4 )L2∼ [ 1 −2 2 0 1 1 2 ] L1←L1+2L2∼ [ 1 0 3 0 1 1 2 ] . Logo, x+ 3z = 0 e y + 1 2 z = 0. E(λ1 = 3) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 2y + 2z = 0 e x+ 2y + 4z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ 3z = 0 e y + 1 2 z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; x = −3z e y = −1 2 z} = {(−3z,−1 2 z, z ) ; z ∈ R} = {(−3,−1 2 , 1 ) z ; z ∈ R} . Logo, {(−3,−1 2 , 1 )} e´ uma base de E(λ1 = 3) e a multiplicidade geome´trica de λ1 = 3 e´ 1. – Base de E(λ2 = −2): E(λ2 = −2) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ y − 2z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; x = −y + 2z} = {(−y + 2z, y, z) ; y, z ∈ R} = {(−y, y, 0) + (2z, 0, z) ; y, z ∈ R} = {(−1, 1, 0)y + (2, 0, 1)z ; y, z ∈ R}. Logo, {(−1, 1, 0) , (2, 0, 1)} e´ uma base de E(λ2 = −2) e a multiplicidade geome´trica de λ2 = −2 e´ 2. b) T e´ diagonaliza´vel, pois a soma das multiplicidades geome´tricas e´ 1 + 2 = dimR3 ou a multiplicidade alge´brica de cada autovalor e´ igual a sua multiplicidade geome´trica ou existe uma base de R3, a saber, {(−3,−1 2 , 1 ) , (−1, 1, 0), (2, 0, 1)} formada por autovetores de T . 2 Questa˜o 3 (3,0 pontos): Seja A = 3 2 10 2 0 1 2 3 . a) [2,4 pts] Determine os autovalores de A e bases para seus autoespac¸os. b) [0,6 pt] Construa uma base do R3 formada por autovetores de A, indicando os autovalores. Soluc¸a˜o: a) O polinoˆmio caracter´ıstico de A e´: p(λ) = det(λI3 −A) = det λ− 3 −2 −10 λ− 2 0 −1 −2 λ− 3 (desenvolvendo pela linha 2) = (λ− 2) det [ λ− 3 −1 −1 λ− 3 ] = (λ− 2)((λ− 3)(λ− 3)− 1) = (λ− 2)(λ2 − 6λ+ 9− 1) = (λ− 2)(λ2 − 6λ+ 8) = (λ− 2)2(λ− 4). Os autovalores de A sa˜o λ1 = 2 e λ2 = 4. Para determinar os autoespac¸os E(λ1) e E(λ2) devemos resolver os sistemas lineares homo- geˆneos associados, respectivamente, a`s matrizes 2I3 − A e 4I3 −A. Reduzindo por linhas a` forma escalonada a matriz 2I3 − A, obtemos: 2I3 − A = −1 −2 −10 0 0 −1 −2 −1 L1←(−1)L1∼1 1 2 10 0 0 −1 −2 −1 L3←L3+L1∼2 1 2 10 0 0 0 0 0 . O sistema (2I3−A) xy z = 00 0 e´ equivalente a 1 2 10 0 0 0 0 0 xy z = 00 0 , portanto tem as mesmas soluc¸o˜es. Assim, x+ 2y + z = 0. Logo, E(λ1 = 2) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ 2y + z = 0} = {(−2y − z, y, z) ; y, z ∈ R}. = {(−2y, y, 0) + (−z, 0, z) ; y, z ∈ R} = {(−2, 1, 0)y + (−1, 0, 1)z ; y, z ∈ R}. Logo, β1 = {(−2, 1, 0), (−1, 0, 1)} e´ uma base de E(λ1 = 2). Reduzindo por linhas a` forma escalonada a matriz 4I3 − A, obtemos: 4I3 − A = 1 −2 −10 2 0 −1 −2 1 L2←( 12)L2∼1 1 −2 −10 1 0 −1 −2 1 L3←L3+L1∼2 1 −2 −10 1 0 0 −4 0 L3←L3+4L2∼3 1 −2 −10 1 0 0 0 0 L1←L1+2L2∼4 1 0 −10 1 0 0 0 0 . 3 O sistema (4I3 − A) xy z = 00 0 e´ equivalente a 1 0 −10 1 0 0 0 0 xy z = 00 0 , portanto tem as mesmas soluc¸o˜es. Assim, x− z = 0 e y = 0. Logo, E(λ2 = 4) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− z = 0 e y = 0} = {(z, 0, z) ; z ∈ R} = {(1, 0, 1)z ; , z ∈ R}. Logo, β2 = {(1, 0, 1)} e´ uma base de E(λ2 = 4). b) Pelo item (a) β = {(−2, 1, 0), (−1, 0, 1), (1, 0, 1)} e´ uma base do R3 formada por autovetores de A com os respectivos autovalores, λ1 = 2, λ2 = 2, λ3 = 4. Questa˜o 4 (2,0 pontos): Determine a matriz que representa na base canoˆnica do R2 a reflexa˜o com respeito a` reta gerada pelo vetor (1, √ 8). Soluc¸a˜o: Seja T a reflexa˜o com respeito a` reta gerada pelo vetor (1, √ 8). Como u = (1, √ 8) gera a reta, temos que T (u) = u. Como v = ( √ 8,−1) e´ ortogonal a u, enta˜o v e´ perpendicular a` reta e T (v) = −v. Assim, β = {v1 = u = (1, √ 8)︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , v2 = v = ( √ 8,−1)︸ ︷︷ ︸ λ2=−1 } e´ uma base do R2 formada por autovetores da reflexa˜o. P = [ v1 v2 ] = [ 1 √ 8√ 8 −1 ] e´ a matriz de mudanc¸a de base, da base β para a basecanoˆnica, P diagonaliza T e a correspondente matriz diagonal e´ D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 1 0 0 −1 ] . Temos que P−1 = −1 9 [ −1 −√8 −√8 1 ] = [ 1 9 √ 8 9√ 8 9 −1 9 ] . Logo, a matriz da reflexa˜o na base canoˆnica e´ A = PDP−1 = [ 1 √ 8√ 8 −1 ] [ 1 0 0 −1 ][ 1 9 √ 8 9√ 8 9 −1 9 ] = [ 1 −√8√ 8 1 ][ 1 9 √ 8 9√ 8 9 −1 9 ] = [ −7 9 2 √ 8 9 2 √ 8 9 7 9 ] . 4