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CONTROLE MOTOR
O desenvolvimento motor é uma contínua alteração no comportamento ao longo da vida que acontece por meio das necessidades de tarefa, da biologia do indivíduo e o ambiente em que vive. Ele é viabilizado tanto pelo processo evolutivo biológico quanto pelo social. Desta forma, considera-se que uma evolução neural proporciona uma evolução ou integração sensório-motora que acontece por meio do sistema nervoso central (SNC) em operações cada vez mais complexas (Fonseca, 1988). 
    Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através da experiência e troca com o meio (Fonseca, 1988). 
    Todo o comportamento envolve processos neurais específicos, que ocorrem desde a percepção do estímulo até a efetivação da resposta selecionada. Esses processos neurais possibilitam o comportamento e o aprendizado, que acontecem de maneiras diferentes no cérebro. Desde que nascemos, a maturação do sistema nervoso possibilita o aprendizado progressivo de habilidades. À medida que uma determinada área cerebral amadurece, a pessoa exibe comportamentos correspondentes àquela área madura, desde que tal função seja estimulada. 
    Desta forma, o desenvolvimento comportamental é restringido pela maturação das células cerebrais, como exemplo, considera-se que embora os bebês e as crianças sejam capazes de fazer movimentos complexos, os níveis de coordenação e controle motor fino só serão alcançados após o término da formação da mielina, na adolescência. 
    A aprendizagem é a mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos neurais cognitivos. Considerando que a aprendizagem motora é complexa e envolve praticamente todas as áreas corticais de associação, é necessário compreender o funcionamento neurofisiológico na maturação a fim de fornecer bases teóricas para a estruturação de um plano de ensino que considere as fases de desenvolvimento neural da criança, maximizando assim o aprendizado. 
    A noção de maturação nervosa é uma das mais fundamentais para se explicar o processo de aprendizagem. Os psicólogos acreditam que os comportamentos não podem ser externados até que seu mecanismo neural tenha se desenvolvido. 
    O conhecimento da célula nervosa é essencial para entender o funcionamento do sistema nervoso e seus processos maturacionais, pois os neurônios são dotados de extensa plasticidade e adaptabilidade, o que lhes permite serem os grandes responsáveis pelos sistemas de informação e comunicação dos seres vivos. Os neurônios são compostos por 3 partes: dendritos, axônio e corpo celular. Quando o corpo celular envia uma mensagem, cabe ao axônio conduzi-la até o dendrito do próximo neurônio para fazer a sinapse. Para que o axônio consiga transmitir a mensagem ele precisa estar maduro. Torna-se maduro quando é envolvida por uma camada de gordura e proteína denominada mielina. O processo de mielinização acontece no tempo, de modo que diferentes neurônios se mielinizam em épocas distintas do desenvolvimento do organismo. Esse fato fornece embasamento para a compreensão das teorias que descrevem as fases evolutivas da criança, como os estágios de Jean Piaget. 
    Para melhor compreender a aprendizagem sob a ótica da maturação nervosa, é necessário saber como o comportamento acontece a fim de investigar os processos neurais de mudança dele. De maneira geral, existem duas abordagens básicas pra explicar o comportamento. A primeira é a abordagem comportamental, ou de estímulo resposta, desenvolvida por Skinner, que acredita ser possível a redução de todo comportamento a um modelo matemático de conexões de estímulo-resposta, de forma que conhecimento do estímulo permite predizer a resposta. Este modelo funciona com animais, mas com humanos parece muito simplista. 
    Para suprir esta lacuna entre estimulo e resposta, Magill (2001) desenvolveu o "Modelo de processamento de informação" que envolve o estímulo, a percepção, o processamento central, a decisão da resposta e a sua efetivação (que é o comportamento). 
    Dentro do modelo de Magill pode-se encaixar outras variáveis como atenção, memória e ansiedade. Cada fase do processamento de informação depende de muitas variáveis, como da atenção e percepção do estímulo e do resgate da memória no processamento central, que é a busca das informações necessárias para a decisão da resposta. Muitos fatores podem influenciar no processamento de informações, entre eles a ansiedade. Esta é uma variável que atua prejudicando no resgate de informação, promovendo um aumento excessivo na ativação do sistema límbico, que é fundamental para um bom funcionamento da memória. 
    Desta forma, outros problemas como déficit de atenção e distúrbios da ansiedade podem estar prejudicando o processamento de informação e conseqüentemente a aprendizagem motora de crianças em fase de desenvolvimento. Em um estudo com crianças com problemas de atenção, realizado por Piek et al. (1999), apenas 2 das 16 crianças diagnosticadas com déficit de atenção por hiperatividade já sabiam que apresentavam o distúrbio. Esse resultado alerta para a falta de cuidado dos pais e professores com relação ao comportamento da criança. 
    Ao desconhecer os problemas e as conseqüências do excesso de ansiedade e da falta de atenção apresentada por crianças hiperativas, corre-se o risco de ocorrerem falhas no aprendizado que poderiam ser resolvidas com o tratamento médico e com a adaptação das aulas e maior atenção para estas crianças pelos profissionais do ensino. 
    Embora existam muitas crianças com falhas no aprendizado em função de transtornos de atenção, não se sabe ao certo quando elas realmente apresentam o problema. Ao compreender como a atenção se desenvolve dentro dos processos de maturação neural, pode-se verificar se o nível de atenção é normal ou não de acordo com a maturação da criança naquela faixa etária e também se a aula está adequada a capacidade e desenvolvimento cerebral da criança. 
Áreas cerebrais e maturação na aprendizagem 
A aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio ambiente e os diferentes centros nervosos. Desta forma, a aprendizagem inicia com um estímulo de natureza físico-química advindo do ambiente que é transformado em impulso nervoso pelos órgãos dos sentidos. 
    O impulso, transportado pela inervação sensitiva, passa pelo tronco cerebral, via tálamo, e chega até um centro nervoso do córtex cerebral correspondente a natureza do estímulo. Desta forma, o estímulo visual termina no lobo occipital, o auditivo no temporal, o táctil ou somestésico no lobo parietal.
Estas áreas aonde chegam os estímulos são chamadas de "zonas de projeção" ou "primárias". O estímulo projetado nestas áreas primárias é chamado de "sensação", que se trata da informação na sua forma elementar e incompleta sem conhecimento nem elaboração de significado, constituindo-se de uma passagem obrigatória para a percepção. Ao estimular eletricamente as áreas primárias o sujeito vivencia sensações vagas como escutar um "zunido" ou ver estrelinhas, sentir um formigamento, sem identificação de significado. 
    Por meio dos neurônios associativos, a informação que chegou a área primária é transmitida para a área secundária. A decodificação da informação na área secundária proporciona a "percepção" que consiste na formação de imagens sensoriais correspondentes ao estímulo. Na percepção, as imagens (auditivas, visuais e tácteis) recebem significados, de forma que permitem que a pessoa veja e reconheça, por exemplo, esse é o rosto de minha mãe, essa voz é do meu amigo, etc. 
    A sensação é comum no recém nato, pois suas áreas secundárias ainda não amadureceram, no entanto, os adultos dificilmente vivenciam sensação devido a informação passar para as áreas mais complexasassim que chega, de forma que estamos sempre questionando: o que é isso? De quem é essa voz? O que está encostando-se a mim? 
    A percepção requer um ótimo estado de atenção. Pense em uma pessoa acordando com o despertador. Primeiro ela escuta ruídos vagos e depois de um pequeno tempo identifica que é o despertador, que precisa desliga-lo e acordar. 
    Das áreas secundárias ou de associação passa-se às terciárias ou de integração onde ocorre a adição e combinação de todos os aspectos do estímulo. Nas áreas terciárias o sujeito faz associações entre os sentidos, por exemplo, este é o meu amigo, cuja voz me é agradável, a pele é macia e tem um cheiro agradável. 
    Todos esses processos acontecem no cérebro em milésimos de segundo e envolvem outras estruturas sub corticais que não foram mencionadas aqui. É importante lembrar que a divisão funcional de áreas primárias, secundárias e terciárias acontece no lobo occipital, parietal e temporal, não funcionando da mesma maneira para o lobo frontal.
    A linguagem e a memória tornam possível uma série de outros aprendizados, sendo que começam juntas, se desenvolvem juntas e uma sempre apoiará a outra. A linguagem é que fixa a aprendizagem (não a motora) e a memória trará a tona seus conteúdos através da fala. A primeira zona responsável pelo desenvolvimento da linguagem é a área de compreensão da fala, ou área de Weirnicke, localizada no lobo temporal (área da audição). Ligada a esta área está a área motora da fala (localizada no lobo frontal esquerdo) ou área de Broca. Esta área está relacionada a capacidade de emitir sons cada vez mais próximos daqueles percebidos.
    Assim como a linguagem, a aprendizagem motora depende de processos complexos. Como foi visto anteriormente, a maturação acontece progressivamente das áreas primárias até as terciárias. Na região frontal, que está diretamente associada ao planejamento, controle e execução dos movimentos voluntários, a maturação ocorre de forma um pouco diferente. 
    Na região anterior do cérebro (lobos frontais) é que acontece o planejamento, organização e execução do movimento. Outras áreas também participam da ação motora, enviando mensagens, dosando a força, a agilidade, fornecendo feedback visual, táctil e auditivo, permitindo desta forma o ajuste constante do movimento. Na região frontal, o movimento se acontece da seguinte forma: primeiramente há uma intenção de movimento, um planejamento elaborado no córtex pré-frontal; em seguida essa informação passa para a área pré-motora (que fica entre o lobo pré-frontal e a área motora) que é responsável por organizar a seqüência motora; posteriormente esta é projetada na área motora primária (que fica no giro pré-central) que enviará os impulsos (via medula) para a musculatura a fim de executar o movimento planejado. Esse processo é dosado por muitas outras estruturas que dosam a força, a velocidade, e dão feedback constante ao movimento.
    A primeira área mielinizada no lobo frontal é a área motora primária, que permite a execução de movimentos voluntários, sem muita elaboração. Após, há a maturação da área pré-motora que permite uma melhor organização do movimento. A última área a ser mielinizada na região frontal é o córtex pré-frontal que é necessário no planejamento do movimento.
    A região pré-frontal é conhecida como um centro executivo, responsável pelas nossas vontades e desejos e pelo comportamento social. É a região que permite a consciência do eu, a subjetividade, os valores, as motivações, ou seja, é a área mais humana do cérebro (Goldberg, 2002). Talvez por esses atributos, está seja a região que tem a sua maturação mais lenta, sendo que a mielinização completa desta área só aconteça por volta dos 18 anos de idade. 
O Desenvolvimento Motor e a Maturação 
    Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através da experiência e troca com o meio (Fonseca, 1988). 
    De acordo com Gallahue e Ozmun (2003) o movimento observável pode ser dividido em 3 categorias: movimentos estabilizadores (equilíbrio e sustentação), movimentos locomotores (mudança de localização) e movimentos manipulativos (apreensão e recepção de objetos). De acordo com cada faixa etária, estes movimentos estarão em estágios e fases diferentes. 
    As crianças da primeira infância, ou seja, de 2 a 6 anos, apresentam as habilidades percepto-motoras em pleno desenvolvimento, mas ainda confundem direção, esquema corporal, temporal e espacial. A variabilidade das habilidades fundamentais está se desenvolvendo, de forma que movimentos bilaterais, como pular, não apresentam tanta consistência as atividades unilaterais. O controle motor refinado ainda não está totalmente estabelecido, embora esteja desenvolvendo-se rapidamente. Os olhos ainda não estão aptos a períodos extensos de trabalhos minuciosos. Para Piaget, nesta idade as crianças deveriam estar no período pré-operacional, ou seja, percepção aguçada, comportamento auto-satisfatório e social rudimentar (Gallahue e Ozmun, 2003). 
    Nesta fase, a maturação das áreas terciárias (de associação) ainda não está completa. Nas áreas executivas do cérebro (lobos frontais), a principal região envolvida com o planejamento e com a execução das tarefas ainda não está totalmente mielinizada, o que além de prejudicar na organização e no planejamento das tarefas também prejudica a capacidade de concentração (pois a área pré-frontal é importante para a atenção). A área pré-frontal imatura dificulta a manutenção da atenção de forma que não consegue realizar uma de suas funções principais que é a inibição de estímulos irrelevantes. Ao não conseguir inibir estímulos irrelevantes a criança acaba se tornando distraída.
    Na segunda infância, que é a faixa etária que vai dos 6 aos 10 anos, as crianças apresentam a preferência manual e os mecanismos perceptivos visuais firmemente estabelecidos. No início desta etapa do crescimento, o tempo de reação ainda é lento, o que causa dificuldades com a coordenação visuo-manual/pedal não estando aptas para extensos períodos de trabalho minucioso. Para Piaget, nesta idade as crianças estão na fase de operações concretas, onde as associações, a identidade, a razão dedutiva, os relacionamentos e as classificações já estão bem desenvolvidas (Gallahue e Ozmun, 2003). 
    Nesta idade, a maioria das habilidades motoras fundamentais tem potencial para estarem bem definidas, mas as atividades que envolvem os olhos e os membros desenvolvem-se lentamente. Este período marca a transição do refinamento das habilidades motoras fundamentais para as refinadas que propiciam o estabelecimento de jogos de liderança e o desenvolvimento de habilidades atléticas (Gallahue e Ozmun, 2003). 
    O desenvolvimento de habilidades motoras mais complexas é proporcionado nesta fase pelo aprendizado motor proporcionado pela maturação da área pré-frontal associado às experiências da criança. Nesta idade, há uma maturação progressiva da região pré-frontal, o que permite melhor planejamento do movimento, permitindo associar de forma consciente dois ou mais movimentos. Essa associação de movimentos, planejada no córtex pré-frontal se torna cada vez mais refinadas, e a estimulação de movimentos associados é essencial para o desenvolvimento normal das áreas corticais que possibilita uma aprendizagem motora mais eficiente. Embora a mielinização da área pré-frontal ocorra nesta fase, ela não é completa e continua a acontecer durante as próximas fases, até aproximadamente aos 18 anos. 
    Na adolescência, idade compreendida entre os 10 até os 20 anos ou mais, o comportamento motor esperado é caracterizado pela fase de habilidades motoras especializadas. Depois que crianças alcançam o estágio maduro de um padrão motor fundamental, poucas alterações ocorrem. As mudançasocorrem na precisão, na exatidão e no controle motor, porém não no padrão motor. O início da adolescência é marcado pela transição e a combinação dos padrões motores maduros. Nesta fase as crianças começam a enfatizar a precisão e a habilidade de desempenho em jogos e movimentos relacionados aos esportes. A habilidade e a competência são limitadas. A segunda fase da adolescência é marcada pela autoconsciência dos recursos físicos e pessoais e suas limitações, e por isso concentra-se em determinados esportes. A ênfase está na melhora da competência. 
    A maturação progressiva da área pré-frontal continua a ocorrer. A região pré-frontal também está associada aos valores e significados que continuam a ser construídos durante todo o desenvolvimento humano. 
    Considerando que a região que planeja o movimento, também é aquela que controla os comportamentos sociais e os valores pessoais, a intenção do movimento e o seu significado farão diferença na construção do gesto. A motivação e a intencionalidade farão com que o planejamento motor ocorra de maneira diferente e também que a reação a determinado estímulo seja diferente dependendo do significado pessoal atribuído a ele. 
    Na terceira fase, ou seja, o estágio de utilização permanente das habilidades adquiridas, os indivíduos reduzem a área de suas buscas atléticas e há uma maior especialização no refinamento de habilidades. 
    Neste período, onde provavelmente as áreas corticais estão mielinizadas, maduras, as mudanças no comportamento motor são decorrentes da modulação da atividade neural em função da experiência. As vivências motoras modularão a atividade neural tornando-a mais sincronizada e eficiente caracterizando a aprendizagem motora do indivíduo. A atenção continua sendo importante para a aprendizagem motora, porém, o significado do estímulo passa ter ser cada vez mais determinante do que este indivíduo vai ou não aprender com eficiência. Foi realizado estudo que investigou o tempo de reação neural (P300) a estímulos relevantes e irrelevantes com a utilização de nomes conhecidos ou não pelo indivíduo. Os resultados indicaram que ao escutar nomes conhecidos o cérebro reagia mais rápido, quando comparados a audição de nomes desconhecidos. 
DESENVOLVIMENTO MOTOR NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 
A capacidade de movimentar-se das crianças é essencial para que ela possa interagir apropriadamente com o meio ambiente em que vive e é sobre a infância que a maioria dos estudos sobre desenvolvimento motor se concentram. Por se tratar de um momento de grandes mudanças comportamentais, profissionais de diversas áreas como pediatras, psicólogos, pedagogos e profissionais de educação física têm-se interessado pelo estudo do desenvolvimento motor. 
Dentre as razões que têm levado o interesse crescente pelos conhecimentos acerca do desenvolvimento motor, destacam-se: a) os paralelos existentes entre o desenvolvimento motor e o desenvolvimento neurológico, com implicações para o diagnóstico do crescimento e desenvolvimento da criança; b) o papel dos padrões motores no curso de desenvolvimento humano, com implicações para a educação da criança bem como para reabilitação de indivíduos com atrasos ou desvios de desenvolvimento; c) adequação e estruturação de ambientes e tarefas motoras aos estágios de desenvolvimento, de forma a facilitar e estimular esse processo.
É importante ressaltar, também, que várias concepções têm sido adotadas para estudar o desenvolvimento da criança, seja do ponto de vista biológico, social, cultural, etc. A concepção determinística, por exemplo, concebe o desenvolvimento como sendo mudanças qualitativas cuja direção é controlada por um mecanismo interno de auto-regulação.
O crescimento é um processo biologicamente organizado, regulado por múltiplos fatores que influenciam a estatura da criança. A maturação é um processo de diferenciações estruturais e funcionais do organismo tendo como sua resultante padrões específicos de comportamento, e os fatores que interferem no processo maturacional são: Alimentação; Vivências motoras diversificadas; Equilíbrio emocional; Nível socioeconômico estável. A puberdade é a interação de fatores genéticos e ambientais, com características bem definidas. Tem um período de + 2 anos. A adolescência é a fase de transição entre a infância e a maturidade. Começa com as primeiras mudanças nas características sexuais vai até a estatura adulta.
PESO
aumento rápido nos primeiros 3 anos;
Dos 3 aos 7 ocorre uma desaceleração;
Na fase do estirão o peso corporal também aumenta de acordo com o sexo segundo os critérios etários.
ESTATURA
crescemos em média até os 18 anos;
Dois processos de crescimento:
1ºentre o nascimento até o terceiro ano de vida. ( aos 2 anos, atinge metade de sua estatura final adulta.
2º menor que o 1º. Aceleração rápida entre 10 e 13 anos para meninas e de 13 a 16 para meninos. “Fase do Estirão”.
A nutrição desempenha papel de suma importância no primeiro ano de vida onde 40% da alimentação destina-se ao metabolismo de crescimento. 
OSSOS
As radiografias evidenciam o grau de ossificação da criança;
As meninas estão mais adiantadas cerca de 20% mais calcificadas aos 6 anos;
Exercício físico afeta a densidade, a largura e a força do osso, mas não o crescimento;
Cabeça: ao nascer (1/4 do comprimento do corpo), aos 2 anos (1/5), adulto (1/10);
MMSS & MMII
Comprimento semelhante entre os sexos até a pré-adolescência;
Aos 12 anos, os meninos ultrapassam as meninas (MMSS e MMII);
As extremidades do corpo (pés e mãos) crescem mais rápido durante a infância;
TRONCO
Crescimento diferenciado entre meninos e meninas;
Parte do corpo onde o crescimento é mais lento;
Na menina é maior que no menino, perto dos 14 anos o menino fica com seu tronco maior que a menina.
LESÕES ÓSSEAS
DISCOS EPIFISÁRIOS:
Fraturas epifisária: acontece uma separação completa do disco de crescimento e, com isso uma lesão na zona germinativa
Deslocamentos epifisários: soltura de uma epífise na área do disco de crescimento, através de força de tração.
MÚSCULOS
Ao nascer, todas as fibras assim como os músculos, já estão formados. Com o crescimento, as fibras aumentam em comprimento e espessura;
Nos neonatos corresponde a 25% do seu peso corporal;
Meninos: entre 14 e 15 anos – aumento do tecido muscular e redução do tecido adiposo, entre 13 e 17 anos a força de pressão de mão chega a duplicar;
Maior aumento na puberdade (testosterona);
ápice 16 a 20 anos mulheres;
Ápice 18 a 25 anos homens.
GORDURA
Produção de células adiposas no desenvolvimento;
10 a 12 % de gordura no nascimento;
Relação com o estrogênio, nas meninas, aumenta mais ainda a concentração;
Acúmulo vai depender da dieta, exercício e hereditariedade. 
Segundo BAR-OR (1982), o fato de que as crianças apresentam maior atividade física quando comparadas aos adultos é explicado, por um lado, uma maior atividade no cérebro e por outro, pelo fato que são menos sensíveis ao cansaço do que os adultos.
METABOLISMO
aumento de 20 a 30% maior em relação aos adultos (DEMETER, 1981);
Maior demanda de vitaminas, sais minerais entre outros nutrientes;
Demanda protéica infantil é de 2,5 g/kg de peso corporal;
APARELHO MOTOR PASSIVO
Púberes são muito mais suscetíveis a lesões ortopédicas;
Segundo WEINECK (1999, p.104), a tolerância individual de ossos, cartilagens, tendões e ligamentos a estímulos (cargas) é um fator limitante na determinação de um treinamento, sobretudo de crianças e jovens em fase de crescimento, cujo “aparelho motor passivo”não tem a mesma tolerância do de um adulto.
APARELHO MOTOR ATIVO
Em meninos o ganho de massa muscular é visível, variando entre 27 a 40%. Paralelamente ao aumento do nível de testosterona, havendo também uma indução enzimática que melhora a capacidade muscular.
BERG; KEUL & HUBER (1980) afirmam que, as crianças apresentam uma grande capacidade para metabolismo oxidativo:o grande % de enzimas oxidativas em relação às enzimas glicolíticas faz com que as células musculares de uma criança possam utilizar ácidos graxos livres mais rapidamente, poupando suas reservas de glicose, do que fazem as células de um organismo adulto.
 FORÇA
Três fatores, afetam a força muscular de crianças em desenvolvimento:
os aumentos nas dimensões anatômicas;
a maturidade sexual;
a maturação das estruturas do SNC.
Há uma diferença significativa de 10% a mais para meninos em relação as meninas na fase pré-púbere (12 anos);
Após 12 anos os meninos mostram um aumento contínuo de força enquanto que as meninas não;
O pico máximo de força ocorre cerca de 14 meses após o pico estatural (estirão);
Ganho de força, sem haver modificações na seção transversa do músculo, provavelmente devido as adaptações neuromusculares; 
As velocidades de crescimento em pré-púberes são tão grandes que sem o treinamento contínuo, qualquer vantagem em força causada pelo treinamento desaparece rapidamente.
Segundo ASTRAND (1987), ... Não depende apenas da massa muscular e da aceleração a que ela é submetida. Também é necessário um estiramento inicial e a sincronização neuromuscular.
A evolução do desempenho motor na infância e na adolescência está fortemente associado aos processos de crescimento e maturação. Devido a essa relação de interdependência, na avaliação do desempenho motor, devem ser considerados os aspectos do crescimento físico e as idades cronológica e biológica. Esses fatores podem exercer influência nos estágios de formação esportiva. Em algumas situações da prática esportiva, encontramos jovens de diferentes estágios maturacionais dentro de um mesmo grupo de treinamento ou categoria competitiva, situação que pode favorecer os mais adiantados no processo de desenvolvimento biológico, e pode desmotivar outros mais tardios, com possibilidades de tornarem-se excelentes atletas no futuro. Apesar dessa situação já ter sido bastante salientada na literatura, ela ainda persiste no esporte infantil. A precocidade no crescimento morfológico provavelmente proporciona vantagens importantes no esporte. Entretanto, as implicações da maturação para as medidas de desempenho ainda necessitam de maior investigação. Entre as variáveis de desempenho motor, a potência muscular e a agilidade são freqüentemente citadas como características fundamentais em modalidades esportivas que exigem grandes acelerações e mudanças rápidas na direção do movimento. Deste modo, é necessária melhor compreensão dos fatores que interferem nessas características durante o processo de formação esportiva.
COMPORTAMENTO MOTOR NO ADULTO E SENESCÊNCIA
O envelhecimento é um processo com implicações ao nível do funcionamento global, com repercussões na esfera pessoal, familiar e ocupacional. Numa perspectiva biológica as atribuições do envelhecimento caracterizam-se por uma fase de senescência com perda de capacidade funcional, e evolução tendencial para a doença, sendo frequentes os quadros de perturbação cognitiva.
A noção de que o papel das experiências motoras iniciais é importante para o desenvolvimento humano tem sido amplamente disseminada e documentada. Entretanto, poder-se-ia dizer que se o movimento é primordial nas etapas iniciais da vida, durante o envelhecimento ele é imprescindível. Isto se deve à necessidade do idoso em adaptar-se ao corpo em envelhecimento, o que reflete de forma marcante no grau de autonomia/independência desses indivíduos. 
A constatação de que as mudanças de desenvolvimento não cessavam no início da idade adulta, fez com que muitos estudiosos percebessem que o desenvolvimento continuava ao longo de todo o curso de vida do ser humano. Apesar de aparentemente óbvia, essa constatação trouxe uma nova perspectiva para o entendimento do processo de desenvolvimento a partir da década de 80, visualizando o desenvolvimento, em particular, o desenvolvimento motor, dentro do ciclo de vida como um fenômeno que envolve ganhos e melhorias de performances motoras e, também, perdas e diminuições. Isto, no entanto, envolve uma mudança conceitual, de atitudes e, também, de procedimentos metodológicos.
O interesse pelas concepções de desenvolvimento dentro do ciclo de vida, que elevaram o status científico e social dessa abordagem, foi provocada por três eventos relevantes: 1) a mudança demográfica populacional em direção ao aumento do segmento de idosos; 2) a simultânea emergência da gerontologia como área de especialização e a busca de medidas preditivas de envelhecimento; e 3) o envelhecimento dos sujeitos e pesquisadores de muitos estudos clássicos sobre desenvolvimento infantil que se iniciaram nas décadas de 20 e 30.
Visto que essa nova perspectiva de desenvolvimento (.cradle-to-grave life span development.) reflete o percurso entre o rápido aumento em eficiência motora, especialmente, nas duas primeiras décadas de vida, e o declínio das mesmas habilidades adquiridas durante as sétima e oitava décadas de vida. Nesse sentido, os idosos teriam que lidar com o paradoxo da riqueza de experiências adquiridas ao longo da vida interagindo negativamente com as conseqüências de um sistema motor em declínio. Mesmo que o desenvolvimento seja entendido como uma mudança no comportamento motor experienciado ao longo da vida, ele é, muitas vezes, atrelado a uma noção de mudança (positiva) de um estado para outro qualitativamente melhor, mais organizado e com ganhos de performance. Mas será essa a única direção do desenvolvimento? Qual é o sentido ou objetivo desse organismo? Qual é o padrão maduro do arremessar, aquele apresentado por indivíduos de 20 ou 90 anos de idade? Neste sentido, identificaram algumas linhas de pesquisa em desenvolvimento motor na tentativa de incorporar essa nova abordagem: a) estudos para crianças que querem ser atletas; b) estudos para crianças que apenas querem .fazer parte do time.; e c) estudos para idosos que precisam adaptar o movimento com o corpo em envelhecimento. O fato do ciclo de vida não estar programado desde a concepção e poder ser influenciado por como nós escolhermos viver as nossas vidas, nos dá poder e responsabilidade em medidas iguais.
DESENVOLVIMENTO MOTOR
O processo de desenvolvimento motor se revela principalmente através de mudanças no comportamento motor. As crianças em idade pré-escolar e de 1o. grau estão primeiramente envolvidas em aprender a como se mover eficientemente. É possível ver diferenças de desenvolvimento nos comportamentos motores causados por fatores biológicos e ambientais, através de mudanças no processo (forma) e no produto (desempenho). Portanto a melhor maneira de observar o processo de desenvolvimento motor é através do desenvolvimento progressivo das habilidades de movimento.
Em outras palavras, a “janela” para o processo desse desenvolvimento é proporcionada através do comportamento motor real das crianças. Esses comportamentos observáveis nos dão uma dica de como se desenvolvem os processos motores. Uma variedade de fatores cognitivos, afetivos e motores influenciam e são influenciados pelo desenvolvimento das habilidades de movimento e são importantes de serem estudados.
O movimento observável toma muitas formas. O movimento pode ser categorizado como não locomotor (ou estabilizante), locomotor, ou manipulativo, ou qualquer combinação dos três. Num sentido mais amplo o movimento estabilizante é qualquer movimento no qual algum grau de equilíbrio é requerido (isto é, praticamente toda atividade motora ampla). Num sentido mais restrito, um movimento estabilizante é um movimento não locomotor e não manipulativo. Em outra palavras esse tipo de movimento serve como uma categoria conveniente para movimentos tais como balanceados, com giro, de empurrar e puxar, que não podem ser classificados como locomotores ou de manipulação. Estabilidade é uma categoria de movimentos vista como mais do que um termo global aplicável a todos os movimentos. Estabilidade então se refere a qualquer movimento que se coloqueem destaque, adquirir ou manter o equilíbrio de uma pessoa em relação a força da gravidade. Portanto movimentos axiais (termo usado algumas vezes para movimentos não locomotores) bem como posturas inversas e giros são considerados aqui como movimentos estabilizantes.
A categoria locomotora de movimentos se refere a movimentos que envolvam mudança em localização do corpo relativa a um ponto fixo no espaço. Caminhar, correr, saltar, saltitar e saltar em uma perna é desempenhar uma tarefa locomotora. No nosso uso do termo locomotor, tais atividades como o rolo para a frente e para trás, podem ser ambos considerados como movimento locomotores e de estabilidade porque a importância está colocada em manter o equilíbrio em uma situação não usual de equilíbrio.
A categoria manipulativa de movimentos se refere á manipulação motora ampla. As tarefas de arremessar, receber, chutar e bater (ou rebater) um objeto são todas consideradas como movimentos amplos de manipulação. Um grande número de movimentos envolve a combinação de movimentos de estabilidade, locomotores e/ou manipulativos. Por exemplo, pular corda envolve locomoção (pular), manipulação (girar a corda) e estabilidade (manutenção do equilíbrio). Similarmente jogar futebol envolve habilidades locomotoras (correr e saltar), manipulativas (driblar, passar, chutar e cabecear), e estabilizantes (alcançar, escorregar, girar e balançar)
Em resumo, se o movimento serve como uma janela para o processo de desenvolvimento motor, pode-se estudar esse processo observando a progressão seqüencial das habilidades de movimento através de toda a vida do indivíduo.
FASES E ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR
FASE DO MOVIMENTO REFLEXIVO
Os primeiros movimentos que um feto executa são reflexivos. Esses movimentos involuntários, controlados subcorticalmente formam a base para as fases de desenvolvimento motor. Através da atividade reflexa a criança ganha informação sobre o meio ambiente imediato. As reações da criança ao toque , luz, sons e mudanças de pressão causam movimentos involuntários. Esses movimento involuntários associados a uma crescente sofisticação do Sistema Nervoso Central nos primeiros meses de vida, tem importante papel em ajudar a criança a aprender mais sobre o seu mundo e sobre o mundo externo. Os reflexos podem ser classificados como meios para buscar informações, alimento e proteção. São meios para busca de informações no sentido de que ajudam a estimular e desenvolver a atividade cortical. São meios para buscar a alimentação e proteção porque existe alguma evidência que são filogenéticos (natos). Reflexos primitivos tais como o de sucção e o moro são considerados por alguns estudiosos mecanismos primitivos de sobrevivência. Sem os mesmos, o recém nascido seria incapaz de obter alimentação.
FASE DO MOVIMENTO RUDIMENTAR
As primeiras formas de movimento voluntários são movimentos rudimentares. São observados na criança desde o nascimento até uma idade de aproximadamente dois anos. Os movimentos rudimentares são maturacionalmente (biologicamente) determinados e são caracterizados por uma seqüência altamente predizível na sua aparição. A velocidade com a qual estas habilidades aparecem irão, todavia, variar de criança para criança, relacionada a fatores ambientais e biológicos.
As habilidades de movimento rudimentar da criança representam a forma básica do movimento voluntário requeridos para a sobrevivência. Envolvem movimentos de estabilidade tais como o crescente aumento do controle da cabeça, pescoço e músculos do tronco; as tarefas manipulativas de alçar, pegar, soltar; e os movimentos locomotores de rastejar, engatinhar e caminhar. A fase de desenvolvimento do movimento rudimentar pode ser subdividida em dois estágios que apresentam progressivamente altos níveis de controle do movimento:
ESTÁGIO DE INIBIÇÃO DO REFLEXO
O estágio de inibição do reflexo da fase rudimentar do movimento pode ser considerado a partir do nascimento. Ao nascer, os reflexos dominam o repertório de movimentos da criança. Daí por diante, todavia, os movimentos são progressivamente influenciados pelo cortex em desenvolvimento. O desenvolvimento do cortex causa a inibição de muitos reflexos que gradualmente desaparecem. Os reflexos primitivos e naturais são substituídos por movimentos voluntários. No estágio de inibição do reflexo, o movimento voluntário é pouco diferenciado e integrado, isto é, o aparelho neuromotor da criança continua num estágio rudimentar de desenvolvimento. Os movimentos mesmo com propósito, parecem controlados e não refinados. Se a criança deseja fazer contato com o objeto, haverá uma atividade global de toda a mão, punho, braço, ombro e tronco. Em outras palavras, o processo de movimento da mão para contatar o objeto, mesmo que voluntário carece de maior controle.
ESTÁGIO PRÉ-CONTROLE
Em torno de um ano de idade, a criança começa a demonstrar maior precisão e controle em seus movimentos. O processo de diferenciação entre os sistemas sensoriais e motores e a integração da informação perceptual e motora começa a ter mais sentido, a ser mais congruente. O desenvolvimento rápido dos processos cognitivos superiores bem como os processos motores causam rápidos ganhos em habilidades de movimento rudimentar durante esse estágio. Durante o estágio pré-controle de movimento as crianças aprendem a ganhar e manter o equilíbrio, manipular objetos e se locomover através do meio ambiente com um surpreendente grau de proficiência e controle, se considerarmos pequeno tempo que tiveram para desenvolver tais habilidades. O processo de maturação talvez possa explicar a rapidez e extensão do desenvolvimento de controle do movimento durante essa fase, mas o crescimento da proficiência motora talvez não seja menos surpreendente.
FASE DO MOVIMENTO FUNDAMENTAL
As habilidades do movimento fundamental da infância são um crescimento da fase rudimentar do movimento na criança. Essa fase representa a época da descoberta do desempenho de uma variedade de movimentos locomotores, de estabilidade e manipulativos, primeiramente isolados, depois em combinação, um com o outro. Crianças que estão desenvolvendo padrões fundamentais do movimento estão apreendendo a responder com adaptabilidade e versatilidade a uma variedade de estímulos. Estão ganhando maior controle no desempenho de movimentos discretos, seriados e contínuos, evidentes na crescente fluidez e controle nos movimentos. Padrões fundamentais de movimento são padrões básicos observáveis do comportamento. Atividades locomotoras tais como correr e saltar, atividades de manipulação tais como arremessar e receber, e atividades de estabilidade tais como caminhar numa trave e equilibrar-se numa perna só - são exemplos da habilidades fundamentais do movimento que deveriam ser desenvolvidos durante a primeira parte da infância da criança. 
Uma concepção errada sobre o conceito de desenvolvimento de habilidades de movimentos fundamentais é a noção de que essas habilidades são determinadas pela maturação e são muito pouco influenciados por fatores ambientais.
Alguns experts em desenvolvimento da criança (não na área de desenvolvimento motor) tem repetidamente escrito sobre o desenvolvimento “natural” do movimento da criança ou habilidade para jogar sobre a idéia que meramente ao passar dos anos (maturação) irá desenvolver tais habilidades fundamentais do movimento, mas não é o único fator influenciado. Os fatores de oportunidade, motivação e instrução tem um papel importante sobre o grau desenvolvido pelas habilidades fundamentais do movimento.
Vários investigadores e pessoas que desenvolveram instrumentos para avaliação tem tentado subdividir o movimento fundamental em uma série de estágios seqüenciais identificáveis. Para objeto de nosso modelo, veremos toda fase do movimento fundamental a partir de três estágios: inicial, elementar e maduro.
ESTÁGIO INICIAL
O estágio inicial de uma habilidade da fase do movimento fundamental representa as primeiras tentativas objetivamenteorientadas de desempenhar uma habilidade fundamental. O movimento é caracterizado por três partes sequênciadas ou mesmo por ausência de partes, uso restrito ou exagerado do corpo, e pouca fluidez rítmica e coordenação. Em outras palavras, a integração espacial e temporal do movimento é pobre durante esse estágio. Tipicamente os movimentos locomotores, manipulativos e de estabilidade de uma criança de dois anos estão em nível inicial. Algumas crianças podem estar além desse nível no desempenho de alguns padrões de movimento, mas a maioria está em estágio inicial.
ESTÁGIO ELEMENTAR
O estágio elementar envolve um maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais. Os elementos temporais e espaciais do movimento são melhores coordenados, mas os padrões de movimento nesse estágio ainda continuam restritos ou exagerados, porém melhor coordenados. Crianças de inteligência e funcionamento físico normal tendem a avançar para o estágio elementar primeiramente através dos processos de maturação. A observação da criança de 3 ou 4 anos de idade revela uma variedade de habilidades no estágio elementar. Muitos indivíduos falham se desenvolver além do estágio elementar em muitos padrões de movimento e permanecem nesse estágio através da vida por falta de oportunidades para participar, motivação e instrução qualificada.
ESTÁGIO MADURO
O estágio maduro dentro da fase do movimento fundamental é caracterizada por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados. A maioria dos dados existentes em aquisição de habilidades fundamentais de movimento sugerem que a criança pode e deveria estar no estágio maduro pelos 5 ou 6 anos de idade. Mesmo um observação casual dos movimentos da criança e adultos revela que a grande maioria não desenvolveu duas habilidades de movimento fundamental ao nível maduro. Mesmo que algumas crianças possam alcançar esse estágio primeiramente através da maturação e da mínima influência do meio ambiente, a maioria requer oportunidades para praticar, motivação para aprender e instrução qualificado. A ausência desses fatores na vida do indivíduo faz com que se torne praticamente impossível alcançar o estágio maduro dentro dessa fase o que irá inibir completamente o desenvolvimento da fase seguinte.
ESTÁGIO GERAL OU DE TRANSIÇÃO
Em algum ponto por volta dos sete ou oito anos de vida, a criança comumente entra no estágio de transição ou de desenvolvimento generalizado.
Durante o estágio geral de movimento o indivíduo começa a combinar e aplicar habilidades de movimentos fundamentais para desempenhar habilidades relacionadas ao desporto. Caminhar numa ponta de corda, pular corda e jogar kickboll são exemplos de habilidades transicionais. Habilidades gerais do movimento contem os mesmos elementos dos movimentos fundamentais envolvidos e refinados para seu próprio propósito durante o prévio estágio, agora são aplicados a situações de jogos. Habilidades gerais de esporte são simplesmente uma aplicação de movimentos fundamentais numa forma um pouco mais complexa e específica.
O estágio geral é uma época excitante para os pais e professores bem como para as crianças. Durante esse estágio as crianças são ativamente envolvidas em descobrir e combinar numerosos padrões de movimento e habilidades, e são freqüentemente acrescidas pelas suas habilidades que estão rapidamente se expandindo. O objetivo do pai e do professor durante esse estágio deveria ser de ajudar a criança a desenvolver e expandir suas habilidades numa grande variedades de atividades relacionadas ao esporte.
Deve-se tomar cuidado de evitar situações tais que a criança se especializa ou restrinja seu desenvolvimento na atividade. Um foco reduzido nas habilidades durante esse estágio é capaz de produzir efeitos indesejáveis nos últimos dois estágios da fase relacionada ao esporte. 
ESTÁGIO DO MOVIMENTO DA HABILIDADE ESPECÍFICA
A partir de 11 a 13 anos (anos de 6a. a 8a. séries) mudanças interessantes acontecem no desenvolvimento de habilidades do indivíduo. Durante o estágio anterior, as limitadas habilidades cognitivas, afetivas e experiências da criança, associadas com o entusiasmo natural do ser ativo, causa (sem interferência do adulto) com que o movimento seja amplo e generalizado para todas as atividades. Durante o estágio da habilidade específica do movimento, a crescente sofisticação cognitiva e uma ampla base de experiência capacita o indivíduo a tomar numerosas decisões de aprendizagem e capacitação baseadas numa variedade de fatores: por exemplo, o menino de 12 anos e com 1,75 metros de altura que gosta de atividades de equipe e aplicação de estratégias em jogos, com coordenação e agilidade razoavelmente boas, e que mora em Indiana, USA, pode, baseado em fatores físicos, cognitivos e culturais específicos, escolher se especializar no desenvolvimento de habilidades para jogar basquetebol.
Uma outra criança com características similares, que não gosta de esforços de equipe pode escolher em especializar-se em melhorar sua habilidades numa variedade de atividades do atletismo. Em outra palavras o indivíduo começa a tomar decisões conscientes baseadas numa variedade de gostos e desgostos, forças e fraquezas, oportunidades e restrições, para estreitar sua base de atividades específicas. Uma crescente ênfase deveria ser agora colocadas na forma das habilidades na sua previsão de desempenho. Esta é a época para habilidades complexas serem refinadas e usadas no desempenho de avançadas atividades de preparação e na escolha do esporte a ser praticado.
ESTÁGIO DO DESENVOLVIMENTO DA HABILIDADE ESPECIALIZADA
O estágio especializado da fase de desenvolvimento motor relacionada ao esporte começa em torno do décimo quarto ano de vida e continua através da fase adulta. O estágio especializado representa o ponto mais alto do processo de desenvolvimento e é caracterizado pelo apreciar muitas outras áreas.
O espaço de idade para cada fase de desenvolvimento motor deveria ser visto somente como limites gerais. As crianças geralmente estarão se comportando em fases diferentes dependendo de suas experiências passadas e composição gênica. Por exemplo, é inteiramente possível que uma criança de 10 anos desempenhe na fase relacionada ao esporte no estágio de habilidades motoras especializadas em atividades de estabilidade envolvendo movimentos de ginástica mas somente no estágio elementar da fase de desenvolvimento fundamental em atividades manipulativas ou locomotoras tais como arremessar, receber ou correr.
Mesmo que continuássemos a encorajar este comportamento precoce em ginástica deveríamos também estar preocupados que a criança alcance seus colegas de idade em outras áreas e que desenvolva um nível aceitável de proficiência também nesse estágio. A adesão rígida á classificação por idade é restrito e conflita diretamente com o princípio de diferenças individuais. Desenvolvimento é um processo que dura toda vida e assim também deverá ser no desenvolvimento das habilidades motoras que tem utilidade através da vida.
DESEMPENHO MOTOR NA INFÂNCIA AO ALTO RENDIMENTO 
Habilidades motoras fundamentais são padrões observáveis básicos de comportamento (GALLAHUE & OZMUN, 2001). Quando as crianças estão neste período de desenvolvimento, reagem com controle e competência motora a vários estímulos. Para Isayama & Gallardo (1998) é uma fase crítica e sensível a mudanças que determinará o futuro do indivíduo. Segundo Manoel (1994) nesta fase ocorre a aquisição de novas formas de controle postural e o refinamento dos movimentos rudimentares.
De acordo com Gallahue & Ozmun (2001), “o domínio das habilidades motoras fundamentais é básico para o desenvolvimento motor de crianças. As experiências motoras, em geral, fornecem múltiplas informações sobre a percepção que as crianças têm de si mesmas e do mundo que as cerca”. 
 
Logo após as crianças dominarem as habilidades motoras rudimentares elas passam a desenvolver as habilidades motoras fundamentaisvisto que já se tornam mais competentes na movimentação espacial e dispõe de ambas as mãos para explorar os objetos à sua volta. Esta fase de mudança compreende o intervalo entre o segundo ano e o sexto ou sétimo ano de vida. Sendo assim, é durante a fase pré-escolar que as crianças desenvolvem as habilidades motoras fundamentais as quais, segundo Gallahue & Ozmun (2001), são básicas para o desenvolvimento motor. Esta fase se caracteriza por um aumento da eficiência biomecânica e incorporação de novos elementos à estrutura do movimento (SEEFELDT, 1980 apud MANOEL, 1994). As habilidades motoras fundamentais são normalmente divididas em três grupos: locomotores, estabilizadores e manipulativos.
Para a caracterização destas categorias de movimento serão utilizadas duas obras, as quais constituem referências consagradas na literatura e amplamente citada nos trabalhos consultados para a realização deste estudo. Além disto, são autores de fácil entendimento, que consideram a aquisição de habilidades motoras um processo seqüencial partindo de movimentos simples, desorganizados e sem habilidade para a execução de movimentos cada vez mais complexos. 
Movimentos locomotores como sendo projeções do corpo no espaço externo, alternando sua localização em relação a pontos fixos da superfície. Nesta categoria de movimentos se encontram a caminhada, a corrida, os saltos, entre outros (GALLAHUE & OZMUN 2001). 
Os movimentos estabilizadores compreendem a manutenção do equilíbrio na relação indivíduo/força da gravidade. Controle postural e ajustes compensatórios estão diretamente ligados a manutenção do equilíbrio. A estabilidade é o aspecto mais importante de todos os movimentos visto que sempre encontra-se envolvido. Movimentos axiais, bem como movimentos que favoreçam a manutenção do equilíbrio estático e dinâmico entre eles rolar, equilibrar-se em um só pé ou “plantar bananeira”, são exemplos de habilidades motoras estabilizadoras. 
Movimentos manipulativos envolvem o relacionamento de um indivíduo com o controle de objetos e a aplicação de força e recepção sobre eles. São combinações de dois ou mais movimentos, estabelecidos na sua forma madura após padrões eficientes de locomoção e estabilização. Entre estes movimentos encontram-se o arremesso, o chute, a rebatida e a recepção. 
Seguindo a mesma linha a locomoção como o ato de mover-se de um lado para o outro envolvendo muitos sistemas e restrições que interagem entre si. Nesta categoria destacam-se também a caminhada, a corrida e os saltos (HAYWOOD & GETCHELL 2003). 
Os movimentos estabilizadores estão relacionados com a capacidade de uma pessoa em manter certa posição ou postura sobre uma base, vinculados portanto ao ponto onde está centrada a atração gravitacional da Terra sobre um indivíduo: o centro de gravidade.
Aquelas autoras não apontam movimentos que possam ser testados para definir o estágio de maturação das crianças. Porém, destacam que este componente está presente em diversas habilidades esportivas como o levantamento de peso, o judô e a ginástica.
A grande diferença entre as obras consultadas refere-se à classificação dos movimentos manipulativos, sendo uma categoria única para Gallahue & Ozmun (2001) e subdivididas para Haywood & Getchell (2003). Nesta subdivisão, pegar, receber e alcançar são os manipulativos. Já os movimentos onde aplica-se uma força para projetar objetos, como o arremesso, o chute e a rebatida, são classificados como balísticos.
A análise das habilidades motoras fundamentais pode ser de corpo total ou segmentada e os estágios de desenvolvimento podem variar de três até oito níveis. Utilizam a primeira análise por ser um método prático, confiável e fácil de usar, mas recomendam que se a criança não estiver no estágio maduro se faça uma análise segmentada já que esta é mais minuciosa. Aqueles autores classificam as habilidades motoras fundamentais em três níveis de desenvolvimento: inicial, elementar e maduro (GALLAHUE & OZMUN 2001)
O estágio inicial representa as primeiras tentativas de realização do movimento e é caracterizado por partes mal seqüenciadas, uso restrito ou exagerado do corpo e pouca coordenação. A integração espacial e temporal é muito pobre. No estágio elementar há uma melhora da coordenação dos movimentos, porém ainda podem ser restritos ou exagerados. Muitos indivíduos permanecem neste estágio através da vida em muitos padrões de movimento devido, principalmente, à falta de oportunidades para a prática. O estágio maduro é caracterizado por desempenhos eficientes, coordenados, controlados e com organização espaço-temporal adequada. É importante ressaltar que, as crianças por volta de seis ou sete anos de idade já estariam aptas para atingir este estágio em diversos padrões de movimento. 
Neste sentido parte-se do pressuposto de que os movimentos iniciam-se de maneira desorganizada e com muito dispêndio de energia até chegar a níveis de organização e controle da força utilizada. 
APRENDIZAGEM MOTORA
A Aprendizagem Motora abrange mais do que processos motores. Envolve a Aprendizagem de novas estratégias para sentir e também para se movimentar.
A Aprendizagem surge de um processo complexo de percepção/cognição/ação. Descrita como uma série de processos associados à prática ou á experiência, que levam as mudanças relativamente permanentes na capacidade de produzir uma ação hábil.
Essa definição de Aprendizagem Motora reflete 4 conceitos:
a) Aprendizagem é um processo mediante o qual se adquire a capacidade para ação hábil;
b) Aprendizagem resulta da experiência ou da prática;
c) Aprendizagem não pode ser medida diretamente, em vez disso é inferida a partir do comportamento;
d) Aprendizagem produz mudanças relativamente permanentes no comporta-mento.
Portanto alterações a curto prazo não são consideradas aprendizagens. 
Ou seja, o conceito de Aprendizagem Motora pode ser descrito como: busca de solução para uma tarefa que surge de uma interação individuo/tarefa/ambiente. 
ASSOCIAÇÃO DO DESEMPENHO COM A APRENDIZAGEM 
O estudo da Aprendizagem Motora concentrou-se apenas nos resultados motores. As alterações no desempenho que resultam da prática geralmente são vistas como umas das mudanças na aprendizagem. Mas esse conceito falhava ao considerar que certos efeitos de como a prática melhorava o desempenho, eles não ficavam retidos, e essa é a condição da aprendizagem œ retenção. Esse conceito levou a noção de que a aprendizagem não pode ser avaliada durante a prática, deve ser analisada durante a aplicação de testes específicos de retenção ou transferência.
Aprendizagem pode ser definida como mudança interna no indivíduo,deduzida de uma melhoria relativamente permanente em seu desempenho, como resultado da prática. 
Já o Desempenho é definido como mudança temporária no comportamento motor, observados durante algumas sessões de prática, pode ser alterado por fadiga, ansiedade e motivação.
Formas de Aprendizagem
Forma Não-Associativa de Aprendizagem ocorre quando recebe um único estímulo repetidamente. Como resultado o sistema nervoso aprende as características desse estímulo. Se divide em 2 formas: 
HABITUAÇÀO – é uma redução na receptividade que ocorre como resultado de uma exposição repetitiva a um estímulo indolor. 
SENSIBILIZAÇÀO – consiste numa receptividade elevada após um estímulo ameaçador ou nocivo. Depois de uma pessoa estar habituada a um estímulo, outro estímulo doloroso pode eliminar a habituação do primeiro. Isto é, a sensibilização equilibra os efeitos da habituação. Nem todas as formas não-associadas de aprendizagem são simples. A aprendizagem sensorial, na qual se forma uma experiência sensorial, é um exemplo de aprendizagem não-associativa.
Formas Associativas de Aprendizagem envolve a associação de idéias.Ex: uma pessoa que esta tendo problema com a marcha: ela terá que associar o desvio do centro de gravidade com a elevação da perna, ela estará combinando os aspectos do movimento em um todo integrado. É por meio da à aprendizagem associativa que uma pessoa aprende a prever relações entre um estímulo e outro.
Relações entre um estímulo e outro (condicionamento clássico) entre um comportamento e uma seqüência (condicionamento operante) Pavlov estudou como o ser humano aprende a associar dois estímulos por meio de uma forma simples de aprendizagem.
Condicionamento clássico – consiste em aprender a emparelhar dois estímulos. Ex: mostrar um exercício e explicá-lo ao mesmo tempo, depois de algumas repetições a pessoa fará a correção apenas com a dica verbal.
Aprendemos as relações relevantes para nossa sobrevivência; é mais difícil associar eventos insignificantes do ponto de vista biológico.
Princípio Importante da Aprendizagem é o mais provável que o cérebro perceba e integre os aspectos do ambiente que são mais pertinentes. Ex: brincar de vivo e morto.
Condicionamento operante ou instrumental – aprendemos associar uma resposta entre as varias que produzimos é um tipo de aprendizagem associativa, por tentativa e erro. Os comportamentos recompensados tendem a ser repetidos. Da mesma forma que comportamentos seguidos de estímulo negativo nem sempre são repetidos œ essa é a Lei do Efeito. Um elogio verbal dado pelo professor por um trabalho bem feito serve como reforço para alguns alunos, as não para todos. Ajustar a atividade para que em determinado momento seja recompensado pela execução bem sucedida é um exemplo.
Aprendizagem Processual e Declarativa os estudiosos começaram a classificar a aprendizagem associativa com base no tipo de conhecimento adquirido pelo aprendiz. Utilizando esta classificação foi possível identificar dois tipos de aprendizagem, dependendo do tipo de lembrança da informação aprendida.
Aprendizagem Processual
Refere-se ao aprendizado de tarefas que podem ser executadas sem atenção ou pensamento consciente, como um habito.
A atenção processual se desenvolve lentamente por meio da repetição de um ato durante muitas tentativas.
É expressada pela melhora no desempenho da tarefa.
Não depende da consciência, da atenção ou de qualquer outro processo cognitivo superior. 
Durante a aquisição da habilidade motora a repetição contínua de um movimento sob várias circunstâncias levam a uma Aprendizagem Processual, ou seja, o aluno aprende de forma automática o movimento propriamente dito, ou as normas desse movimento, que são denominadas esquema de movimento. Assim o aluno começa a formar as normas associadas à tarefa de transferência. O desenvolvimento dessas normas permite ao aluno se movimentar, de forma segura, em circunstâncias diferentes. Essa prática e repetição constantes resultam em uma Aprendizagem Processual eficiente e em transferências eficazes e seguras.
 2) Aprendizagem Declarativa 
Refere-se ao aprendizado de tarefas que podem ser conscientemente lembradas 
Exigem processos como consciência, atenção e reflexão.
Pode ser expressa em sentenças declaradas: primeiro eu coloco a chave na fechadura e depois destranco a porta.
A repetição constante pode transformar o conhecimento declarativo em processual (hábito). Ex: quando o aluno aprende, pela 1ª vez, uma habilidade (bandeja), ele pode descrever verbalmente cada movimento que executa. Mas com a repetição, o movimento se torna uma atividade motora automática, ou seja, não exige atenção consciente e monitoração.
A vantagem da Aprendizagem Declarativa é que pode ser praticada de maneiras diferentes da qual foi aprendida. Ex: os esquiadores experientes, quando se preparam para descer a montanha, ensaiam mentalmente à corrida e como isso irão percorrer a trilha. A Aprendizagem Declarativa requer a capacidade de expressar verbalmente o processo a ser executado. O ensino declarativo de Habilidades motoras permitem ao aluno que ensaie seus movimentos mentalmente, aumentando a quantidade de prática disponível quando as condições físicas como a fadiga são limitadoras.
CONTROLE CEREBRAL SEGUNDO LÚRIA (Unidades Funcionais)
Os processos mentais do homem em geral, e a sua atividade consciente em particular, sempre ocorrem com a participação das três Unidades Funcionais. (LÚRIA, 1981)
Cada Unidade exige uma estrutura hierarquizada e consiste em três zonas corticais construídas uma acima da outra: Áreas primárias – de projeção – recebem impulsos da periferia ou os enviam para ela; Áreas secundárias – de projeção – associação – onde as informações que chegam são programadas e preparadas; Áreas terciárias – de superposição – responsáveis pelas formas mais complexas de atividade mental que requerem a participação em concerto de muitas áreas corticais. 
Segundo Fonseca (1995), “o Cérebro humano é composto, segundo Lúria, por unidades funcionais básicas, cada uma delas possuindo uma função particular e peculiar, no todo, que constitui a atividade mental humana nas suas múltiplas e variadas formas.” 
1ª Unidade Funcional: (Regulação Tônica, Alerta e dos Estados Mentais): Mantém o tônus cortical (e o tônus corporal); Experimentam as influências superiores do córtex; Trabalha em íntima relação com os sistemas superiores corticais; Colabora com os sistemas superiores corticais em todas as manifestações da atividade consciente do ser humano – programações de ações voluntárias, processos de decodificação e de codificação simbólica. The living Brain (Fundamentos de Neuropsicologia) Grey Walter Explicação para os mecanismos íntimos de funcionamento do cérebro humano – eletrofisiologia moderna The Walking Brain (O cérebro desperto). Com o seu aparecimento o cérebro do homem e dos animais deixou de ser encarado como um aparelho responsivo puramente passivo, e assim se deram os primeiros passos para o seu reconhecimento como um sistema ativo, vigilante.
2ª Unidade Funcional: (Recepção, Análise e Armazenamento da Informação): Localiza-se nas divisões posteriores dos hemisférios; Incorpora o lóbulo occipital (visão), o lóbulo parietal (tátilquinestésico) e o lóbulo temporal (audição); Organização hierarquizada e subdividida em: Zonas nucleares primárias (projetivas) – recebem aferências dos analisadores específicos; Zonas secundárias (projetivo-associativas) – responsáveis pela codificação e síntese Zonas terciárias (associativas) – responsáveis pelo co-trabalho dos vários analisadores de sistemas supramodais (simbólicos) – básicas para as atividades gnósicas e cognitivas. 
3ª Unidade Funcional: (Regulação e Verificação da Atividade): Localizada nas regiões anteriores do córtex, formando os lóbulos frontais; Regula os movimentos voluntários; Responsável pela programação, regulação e verificação da atividade; Propicia ao ser humano a capacidade de reagir ativamente à informação recebida e, simultaneamente, da capacidade de criar intenções, formar planos e estratégias e programar as suas ações, inspecionando a sua realização e, conseqüentemente, regulando seu comportamento de forma a estar conforme os fins para que foi estruturado e organizado; A ação (área 4) e a coordenação (áreas 6 e 8), são as unidades dialéticas e funcionais da 3ª Unidade Funcional; Governa as funções de expressão – sistemas motores eferentes. 
De acordo com Lúria (1981), “o desenvolvimento desta 3ª Unidade Funcional está naturalmente, pelas razões apresentadas, associado à progressiva corticalização das funções de programação, regulação e verificação das atividades conscientes, funções essas inseparáveis do instrumento fundamental da linguagem, que se tornou no “maior regulador do comportamento humano”. 
As ações humanas são guiadas pela consciência, por intenções e por motivações individuais e sociais complexas. Para manter essa intenção é necessário: Estabelecer uma relação inteligível entre ação e a situação, fixar a finalidade na memória e dirigir o decurso da ação; Analisar, posteriormente, os efeitos e relacioná-loscom as intenções iniciais. A ação voluntária acontece então, a partir de um projeto e um plano consciente, resultante de uma memória prévia de dados intracorporais que interagem num programa interior com os dados extracorporais, além de integrar uma seqüencialização e uma ordenação temporal de comandos motores.

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