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Administração do Relacionamento com o Cliente Notas de aula 01 Prof. Jarbas C. Mattos 1 – Clientes Objetivos Ao final deste tópico os alunos deverão: (1) compreender conceito de cliente, numa amplitude bastante superior ao do conceito comum de cliente-comprador; (2) conhecer o significado de processo organizacional e de todas partes que o compõem; (3) entender a importância dos clientes na definição do desenho dos processos organizacionais e (4) contextualizar o foco no cliente dentro da evolução do pensamento e das práticas administrativas 1.1 – Definições a – clientes externos “Cliente. Deve-se considerar o cliente como o destinatário dos produtos da organização. Pode ser uma pessoa física ou jurídica. É quem adquire(comprador) e/ou que utiliza o produto(usuário/consumidor)” [FPNQ, 2004: p.50] * * * * * “Cliente designa uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização.(...) O termo cliente refere-se às pessoas que assumem diferentes papéis no processo de compra, como o especificador, o influenciador, o comprador, o pagante, o usuário ou aquele que consome o produto, (...).” [Dias, 2003: p.38] * * * * * Exemplo do Caso para Estudo – Hospital Taquaral “Grupos de clientes Pacientes: são todas as pessoas atendidas por qualquer dos serviços oferecidos pelo hospital: emergência; tratamento clínico e cirúrgico, diagnóstico e terapia. Familiares: são os parentes e amigos dos pacientes, estejam ou não acompanhando os mesmos no hospital. Médicos: consideramos clientes dois tipos de médicos: (1) médicos que apenas encaminham pacientes, sem se envolverem diretamente com os serviços prestados e (2) médicos que vêm ao hospital juntamente com seus pacientes, participando diretamente das intervenções realizadas, apesas da ausência de vínculo empregatício com o hospital. Convênios: também conhecidos por planos de saúde, são representados por empresas especializadas, cooperativas médicas, bancos, ou qualquer outra instituição que administre seu próprio plano de saúde. Estão excluídos aqui os seguros que reembolsam os gastos médicos de seus associados, já que nesse caso a relação do paciente com o hospital é a mesma de um paciente do tipo particular.” Fonte: FPNQ – Caso para Estudo – Hospital Taquaral 2000 * * * * * Cliente final. Destinatário final do produto. Exemplo: aquele que utiliza o creme dental. Cliente intermediário. Aquele comprador que irá revender, ou processar para revender, o produto adquirido. Exemplo: a farmácia que adquire o creme dental para revender ou a padaria que adquire farinha e fermento para transformá-los em pão. 1.2 – Clientes internos “Dentro de uma empresa acontecem várias situações nas quais os departamentos ou as pessoas fornecem produtos uns aos outros. Os receptores são denominados clientes internos” [Meireles, 2003: 191]. Ex. os funcionários, quando recebem seus “demonstrativos de pagamentos/salários”, os usuários de materiais de escritório, quando recebem esse materiais dos almoxarifados internos desses materiais, aqueles que se utilizam dos serviços de apoio de uma área de informática etc. Textos para leitura Interpretar os textos abaixo, com base nas definições acima apresentadas 1 – Significado de Cliente para J.M.Juran “ Cliente é qualquer pessoal que seja impactada pelo produto ou processo. Os clientes podem ser externos ou internos. Clientes externos. Estes são impactados pelo produto, mas não são membros da empresa que faz o produto. Os clientes externos incluem aqueles que compram o produto, os departamentos reguladores do governo e o público (que pode ser impactado devido a produtos inseguros ou danos ao ambiente) Clientes internos. Estes são impactados pelo produto e são também membros da empresa que o produz. Eles costumam ser chamados de ‘clientes’, a despeito do fato de não o serem no sentido estrito da palavra(...) (...)Para descobrir que é impactado, precisamos colocar em pauta a pergunta. Muitos gerentes simplesmente assumem que já sabem quem são os clientes. Essa suposição costuma ser válida para aqueles que compram produtos. Esses clientes são, certamente, a categoria isolada mais importante, mas eles são somente uma pequena porcentagem das pessoas impactadas. A maior parte dos produtos não é ‘vendida’ no sentido literal da palavra. Alguns desse produtos ‘não vendidos’ são cartas, cotações de preços, pedidos de compra e faturas, que são enviados aos clientes externos. Outros consistem a vasta gama de produtos internos que vão para clientes internos: informações, dados, componentes físicos, ordens, sugestões, solicitações e assim por diante.” [Juran, 1992: pp. 8 e 46] 2 – Mulher procura “As mulheres avançam rápido na carreira. Decidem e compram(de tudo) mais do que nunca. A questão é: as empresas não sabem como vender para elas. O que quer, na verdade, uma mulher? Eis aí uma questão que nem mesmo Sigmund Freud conseguiu desvendar – como ele disse certa vez à amiga Maria Bonaparte. No mundo dos negócios, quem deixar de se preocupar com essa dúvida que atormentou o pai da psicanálise pode estar fechando os olhos para o público que cada vez mais decide e consome. ‘As mulheres são hoje a oportunidade número 1 para quem vende planos de saúde, serviços financeiros, carros, produtos de telecomunicações e qualquer diabo que você pense!’, afirma o consultor americano Tom Peters. Em seu último livro, The Circle of Innovation, Peter dedica ao tema um capítulo. Nele, aponta indícios sobre a força emergente das consumidoras. Exemplo: em 1970, apenas 1% dos passageiros de vôos executivos eram mulheres. Hoje, metade dos assentos são ocupados por elas. Planos de saúde? Três em cada quatro compras são feitas ou influenciadas por elas. (...) (...)É conhecido o peso da influência das esposas na compra de casas e apartamentos. A novidade é que em termos recentes as mulheres passaram a negociar as condições financeiras dos contratos.(...) Acredite, as mulheres decidem agora até as marcas e os modelos de cuecas e ternos usados pelos parceiros. De tanto ver um batalhão de consumidoras em suas lojas a cada dia (elas chegam a formar 70% do movimento), a VR, uma rede de moda masculina, passou a apelar para as mulheres em suas campanhas publicitárias.” [Revista Exame, 08/05/98, grifo nosso] 3 – Identificação de clientes internos “Pode parecer estranho mas o primeiro passo para o comprometimento de sua organização em servir eficazmente os clientes é descobrir quem são eles. Departamentos de serviço interno muitas vezes têm papéis e relações mais complicadas do que aqueles que trabalham diretamente com o cliente pagante. Alguns departamentos sabem muito bem quem são seus clientes enquanto outros não tem tanta certeza. Alguns departamentos tem relações claras com alguns clientes e relações não tão claras com outros. Não é nenhum desastre ser um pouco vago a respeito de seus clientes; pode apenas significar que seu departamento tem um daqueles papéis que afetam indiretamente a várias pessoas. Em conferências a gerentes, muitas vezes digo, algumas vezes como pilhéria: ‘ caso você não saiba quem são seus clientes existe um teste simples que você pode fazer para descobrir. Simplesmente para de fazer seja o que for que estiver fazendo e observe quem vai reclamar. Este é seu cliente. Caso ninguém reclame, o melhor é ligar seu processador de textos e revisar seu curriculum’. Realmente esta não é uma maneira errada de fazer, pelo menos em seu pensamento. Comece perguntando-se: ‘ Quem seria incomodado, e como, caso meu departamento parasse de operar?’ ‘Quedepartamentos ou pessoas teriam problema em cumprir suas missões sem os resultados do que fazemos?’ ‘Quem seria afetado direta e indiretamente?’ Comece a tomar notas à medida em que pensa nisto.” [Albrecht, 1994: p. 105] Referências bibliográficas Albrecht, Karl. Serviços internos: como resolver a crise de liderança do gerenciamento de nível médio. – São Paulo: Pioneira, 1994 Dias, Sergio Roberto (coord) – Gestão de Marketing – São Paulo: Saraiva, 2003. Blecher, Nelson. Mulher procura in Revista Exame, edição 659, 08/05/98 FPNQ – Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade – Caso para Estudo “Hospital Taquaral”. São Paulo: FPNQ, 2000 FPNQ – Fundação Prêmio Nacional da Qualidade - Critérios de Excelência 2004 – São Paulo: FPNQ, 2004 Juran, J.M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços – São Paulo: Pioneira, 1992 Meireles, Manuel & Paixão, Marisa. Teorias da Administração – Clássicas e Modernas. São Paulo: Futura, 2003