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RELATu00D3RIO_-_FLu00DAOR (1)

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Ministério da Educação
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Diamantina - Minas Gerais
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Departamento de Ciências Básicas
Relatório de Bioquímica Bucal
Tema: Flúor
Disciplina: Bioquímica Bucal
Docente: Marcus Henrique Canuto
Discentes: Maria Tereza
Weverton Camilo
 
Diamantina, 01 de dezembro de 2014
PERGUNTA: 
Defina Flúor, dê sua composição, como e pra que é utilizado na cavidade bucal, relação da sua indicação com sua eficácia, doenças causadas pelo flúor com seus possíveis tratamentos,  quais formas de prescrição e a mais indicada em políticas de saúde pública.
O que é Flúor:
Flúor é um elemento químico halogênio, que em temperatura ambiente se apresenta na forma gasosa e tóxica. É o 13º elemento mais abundante na natureza. Sendo o mais eletronegativo, tem a capacidade de ganhar elétrons, podendo se formar fluoreto (F-). Este por ser altamente reativo, pode participar da composição de minerais.
Componentes minerais:
Fluorita, fluorapatita e criolita 
Meios de Obtenção:
O fluoreto pode ser obtido através da alimentação, produtos de higiene bucal, ou por meios artificiais em aplicações pelo dentista.
Formas de Aplicação:
Utilização do fluoreto de forma sistêmica: através da ingestão, ele é absorvido à nível do intestino, passa para a circulação sanguínea e pode atuar nos tecidos mineralizados em formação, como nos ossos e dentes.
O fluoreto sistêmico interfere no metabolismo das células; assim, anatomicamente, os dentes têm menos chances de formação de cárie, pois diminui a profundidade das cicatrículas e fissuras dos dentes.
Na odontogênese, os cristais de fluoreto, quando presentes no sangue, podem ser depositados nos dentes, levando a formação de hodroxiapatita fluoretada.
Excessivamente, o fluoreto influencia no metabolismo dos ameloblasto, pois é inibidor de enzimas, levando ao desenvolvimento de fluorose.
Utilização do fluoreto de forma tópica: através da aplicação local, ocorre o processo DES-RE; inibição da enzima enolase e consequentemente a inibição da produção de ácido lático e, por conseguinte, da formação de cárie.
Há também a associação das duas formas de aplicação, sistêmica em conjunto com a tópica, como por exemplo, na ingestão de água fluoretada, o fluoreto atua na boca de forma tópica, e ingerido, atua de forma sistêmica.
Concentrações mínimas para as formas de aplicação do fluoreto:
No sal e na água: sistema de aplicação sistêmica e tópica (na água a concentração mínima é em torno de 0,7-1,2 ppm);
Em moldeiras – flúor gel: sistema de aplicação tópica (concentração mínima em torno de 1,23%);
Em creme dental: sistema de aplicação tópica (concentração mínima em torno de 900-1500 ppm ou 0,15%);
No bochecho de flúor diário: sistema de aplicação tópica (concentração mínima em torno de 0,05%, ou 0,5g/L);
No verniz fluoretado: sistema de aplicação tópica (concentração mínima em torno de 36%);
Fio dental: sistema de aplicação tópica.
Quantidades necessárias para o organismo:
A utilização do fluoreto não deve atingir doses excessivas, pois ele apresenta uma toxicidade aguda, que pode levar a morte. Assim, a quantidade mínima necessária para o organismo é o mínimo possível, pois é acumulativo.
Em adultos a dose fatal varia entre 2,5 – 5g; em crianças de 10kg uma dose de 0,5g.
Com isso, a utilização do fluoreto gel neutro não é interessante quando aplicado em crianças, pois elas podem engolir pelo fato de que o fluoreto gel neutro apresentar gosto agradável. Por isso, neste caso indica-se a utilização do fluoreto gel ácido, pois este estimula à salivação e evita a ingestão. 
Sendo o fluoreto tóxico em concentrações altas, a idade ideal para a aplicação do fluoreto é a partir dos três, quatro anos de idade, pois é a partir dessa idade que a criança não ingere, por exemplo, a pasta de dente com flúor.
Os compostos de flúor são rapidamente absorvidos pelo estômago, intestino e excretado juntamente com a urina. A princípio, o fluoreto interage com a mucosa gástrica, originando o ácido fluorídrico no estômago. Por conseguinte, este elemento irá ligar-se ao cálcio interferindo no mecanismo de diferentes enzimas. Resquícios deste elemento são incorporados à matriz óssea. Nos casos mais severos, pode haver falência múltipla de órgãos.
MECANISMO DE AÇÃO: 
Sem fluoreto
O mineral primário do esmalte é a hidroxiapatita, cristal composto de cálcio, fósforo, hidrogênio e oxigênio. Quando restos alimentares se depositam entre os dentes, as bactérias consomem o açúcar e excretam ácido lático, que pode abaixar o pH da boca o suficiente para dissolver a hidroxiapatita. Se a taxa de dissolução é mais rápida do que a taxa de remineralização – a deposição de íons cálcio e fosfato no esmalte, a partir da saliva –, então as cáries se formarão nos dentes.
Com fluoreto
Pela aplicação local de fluoreto nos dentes, os íons fluoreto substituem alguns dos grupos hidroxila das moléculas de hidroxiapatita, criando cristais de hidroxiapatita fluoretada, que são um pouco mais resistentes ao ácido excretado pelas bactérias. O fluoreto na superfície dos dentes serve como catalisador que intensifica a deposição de cálcio e fosfato, remineralizando o esmalte danificado e combatendo a cárie.
O primeiro conceito importante é de que o mecanismo de ação do fluoreto é sempre o mesmo, independente do meio de utilização, sistêmico ou tópico: há o fornecimento de fluoreto para a cavidade bucal.
É importante ressaltar também que a hodroxiapatita fluoretada é menos solúvel do que a hidroxiapatita da estrutura dental para entender este mecanismo de ação.
Os mecanismos de ação do fluoreto ocorrem de quatro formas:
Favorecendo a remineralização;
Desfavorecendo a desmineralização;
Elevando o pH;
Inibindo o processo de fermentação.
O papel dos fluoretos, provocando uma doença (como a fluorose) e combatendo outra (como a cárie), tem sua raiz no poder de atração que os íons fluoreto exercem sobre os tecidos do corpo que contêm cálcio. De fato, mais de 99% dos fluoretos ingeridos, não excretados em seguida, vão para os ossos e os dentes. 
Os fluoretos que entram em contato com o esmalte – a camada dura e transparente que recobre a superfície do dente – incrustam-se nas estruturas cristalinas da hidroxiapatita, o principal componente mineral dos dentes e dos ossos. No processo DES-RE, os íons fluoreto substituem alguns dos grupos hidroxila nas moléculas de hidroxiapatita do esmalte, promovendo maior resistência ao cristal, pois a ligação F-H é mias forte, levando a formação de hidroxiapatita fluoretada e isso torna os dentes mais resistentes à ação do ácido que dissolve o esmalte, pois os cristais de hidroxiapatita são menos solúveis. Esse ácido é excretado pelas bactérias da boca, quando consomem os restos de alimentos.
Sendo menos solúvel, a hodroxiapatita fluoretada tende a se precipitar mais facilmente em meio contendo cálcio e fosfato orgânico. Assim, havendo fluoreto presente na cavidade bucal, toda perda mineral ocorrendo sob o biofilme dental cariogênico tenderá a ser parcialmente revertida pela precipitação no dente pela hidroxiapatita fluoretada. Com isso, a perda mineral é reduzida, uma vez que parte dos minerais perdidos é reposta novamente na estrutura dental.
A diminuição da desmineralização diz respeito à precipitação de hidroxiapatita fluoretada quando a hidroxiapatita da estrutura dental está sendo solubilizada pelo baixo pH gerado no biofilme dental exposto a carboidratos fermentativos (pH crítico da hidroxiapatita é de 5,5).
Quando o pH do biofilme volta a subir ou quando este é desorganizado pela escovação expondo a estrutura dental à capacidade remineralizadora da saliva, a ativação da remineralização ocorre quando a precipitação de minerais nos locais onde ele foi perdido é ativada se houver fluoreto presente no meio bucal. Os fluoretos da superfície dos dentes funcionam como catalisadores que aumentam a deposição de cálcio e fosfato, facilitando a reconstituição
dos cristais de esmalte pelo organismo, dissolvidos pela ação das bactérias.
Portanto, a presença contínua, ao longo de toda a vida do indivíduo, de pequenas quantidades de fluoreto no meio bucal é indispensável para que o efeito preventivo se manifeste, com a formação de fluoreto de cálcio na etapa de remineralização.
O fluoreto disponível, é reabsorvido por microrganismos e, no seu interior, interfere na atividade enzimática inibindo a enolase – enzima que faz a reação P-enol-piruvato em piruvato. Consequentemente, não haverá a formação do Piruvato, inibindo a produção de ácido lático, que, por conseguinte inibe a produção de cárie, aumentando o pH.
Patogenias:	
Fluorose Dental:
Os fluoretos apresentam um efeito bem diferente quando altas doses são ingeridas por crianças cujos dentes permanentes estão se desenvolvendo e ainda não nasceram. As principais proteínas no início da formação dos dentes são as amelogeninas, cuja função é regular a formação dos cristais de hidroxiapatita. Quando se forma uma matriz de cristal, as amelogeninas decompõem-se e são removidas durante a maturação do esmalte. Mas quando algumas crianças consomem altas doses de fluoreto, absorvidas pelo trato digestivo e depois transportadas pela corrente sanguínea até os dentes em formação, os sinais bioquímicos falham.
As proteínas permanecem dentro do dente que está germinando por um período maior do que o normal, criando assim falhas na estrutura cristalina do esmalte. Como resultado, quando os dentes com fluorose finalmente irrompem, muitas vezes apresentam coloração desigual, com algumas partes mais brancas que outras – efeito visual provocado pela luz refratária que incide sobre o esmalte poroso. Nos casos mais graves a superfície dos dentes fica marcada por manchas marrons. Tanto a alimentação quanto a genética podem influir no desenvolvimento da fluorose, mas o fator mais importante, sem dúvida, é a quantidade de fluoreto ingerido.
Fluorose Óssea:
A exposição exagerada ao fluoreto em indivíduos mais velhos, sem a formação de dentes, mas com formação óssea, leva a fluorose óssea, que é o aumento da densidade óssea, na qual o osso se apresenta quebradiço.

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