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Coordenadas de um vetor Seja 𝑉 um espaço vetorial e 𝑆 = {𝐯𝟏, 𝐯𝟐, . . . , 𝐯𝐧} ⊂ 𝑉 uma base de 𝑉. Se 𝐯 ∈ 𝑉, então: 𝐯 = 𝑎1𝐯𝟏 + 𝑎2𝐯𝟐 + . . . + 𝑎𝑛𝐯𝐧. Se fixarmos a base 𝑆 (e sua ordem), 𝐯 pode ser escrito de maneira única. Nesse caso, chamamos 𝑆 de base ordenada e 𝑎1, 𝑎2, … , 𝑎𝑛 são chamados de coordenadas de 𝐯 na base 𝑆. Denotamos: [𝐯]𝑆 = ( 𝑎1 𝑎2 ⋮ 𝑎𝑛 ). Exemplo: Sejam 𝑉 = ℝ2, 𝑆 = {(1,0), (0,1)} (𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑎𝑛ô𝑛𝑖𝑐𝑎)e 𝑆′ = {(1,1), (1,0)} base de ℝ2. Solução: 𝐯 = (3,2) ∈ ℝ2 e (3,2) = 3(1,0) + 2(0,1). Logo, [𝐯]S = ( 3 2 ). Mas, (3,2) = 2(1,0) + 1(1,2). Logo, [𝐯]S′ = ( 2 1 ). Note que (1,0) = 1(1,0) + 0(0,1). (1,2) = 1(1,0) + 2(0,1). E ( 1 1 0 2 ) [(3,2)]𝑆′ = ( 1 1 0 2 ) ( 2 1 ) = ( 3 2 ) = [(3,2)]𝑆 Mudança de base Dadas duas bases S = {𝐮1, 𝐮2, … , 𝐮𝑛} e 𝑆′ = {𝐯𝟏, 𝐯𝟐, . . . , 𝐯𝐧} 𝐰 = 𝑎1𝐮1 + 𝑎2𝐮2 + ⋯ + 𝑎n𝐮n (I) 𝐰 = 𝑏1𝐯1 + 𝑏2𝐯𝟐 + . . . + 𝑏𝑛𝐯𝐧 (II) Como S é base de 𝑉, pode-se escrever os vetores de 𝑆′ como uma combinação linear de 𝐮1, 𝐮2, … , 𝐮𝑛}: 𝐯𝟏 = 𝑎11𝐮1 + 𝑎21𝐮2 + ⋯ + 𝑎𝑛1𝐮𝑛 𝐯𝟐 = 𝑎12𝐮1 + 𝑎22𝐮2 + ⋯ + 𝑎𝑛2𝐮𝒏 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ 𝐯𝑛 = 𝑎1𝑛𝐮1 + 𝑎2𝑛𝐮2 + . . . + 𝑎𝑛𝑛𝐮𝑛 De (II) tem-se: 𝐰 = 𝑏1(𝑎11𝐮1 + 𝑎21𝒖2 + ⋯ + 𝑎𝑛1𝐮𝑛) + 𝑏2(𝑎12𝐮1 + 𝑎22𝐮2 + ⋯ + 𝑎𝑛2𝐮𝑛) + ⋯ + 𝑏𝑛(𝑎1𝑛𝐮1 + 𝑎2𝑛𝐮2 + ⋯ + 𝑎𝑛𝑛𝐮𝑛) Reordenando: 𝐰 = (𝑎11𝑏1 + 𝑎21𝑏2 + ⋯ + 𝑎𝑛1𝑏𝑛)𝐮1 + (𝑎12𝑏1 + 𝑎22𝑏2 + ⋯ + 𝑎𝑛2𝑏𝑛)𝐮2 + ⋯ + (𝑎1𝑛𝑏1 + 𝑎2𝑛𝑏2 + ⋯ + 𝑎𝑛𝑛𝑏𝑛)𝐮𝑛 Como 𝐰 é escrito de maneira única na base 𝑆, de (I) temos: 𝑎1 = 𝑎11𝑏1 + 𝑎21𝑏2 + ⋯ + 𝑎𝑛1𝑏𝑛 𝑎2 = 𝑎12𝑏1 + 𝑎22𝑏2 + ⋯ + 𝑎𝑛2𝑏𝑛 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ 𝑎𝑛 = 𝑎1𝑛𝑏1 + 𝑎2𝑛𝑏2 + ⋯ + 𝑎𝑛𝑛𝑏𝑛 Ou seja, ( 𝑎1 𝑎2 ⋮ 𝑎𝑛 ) = ( 𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑛 𝑎21 𝑎22 ⋯ 𝑎2𝑛 ⋮ ⋮ ⋱ ⋮ 𝑎𝑛1 𝑎𝑛2 ⋯ 𝑎𝑛𝑛 ) ( 𝑏1 𝑏2 ⋮ 𝑏𝑛 ) [𝐼]𝑠 𝑠′ = ( 𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑛 𝑎21 𝑎22 ⋯ 𝑎2𝑛 ⋮ ⋮ ⋱ ⋮ 𝑎𝑛1 𝑎𝑛2 ⋯ 𝑎𝑛𝑛 ) é a matriz de mudança da base 𝑆’ para a base 𝑆. Assim, seja [𝐰]𝑆 um vetor na base S e [𝐰]𝑆′ um vetor na base 𝑆′. Então: [𝐰]𝑆 = [𝐼]𝑠 𝑠′ [𝐰]𝑆′ Obs: [𝐼]𝑠 𝑠′ é invertível e [𝐼]𝑠′ 𝑠 = ([𝐼]𝑠 𝑠′ )−1 Exemplo: Dados 𝑆 = {(1,2), (1,1)} e 𝑆’ = {(1,1), (1,0)} bases do ℝ2 a) Encontre a matriz mudança de base de 𝑆′ para 𝑆. Solução: (1,1) = 𝑎(1,2) + 𝑏(1,1) (1,0) = 𝑐(1,2) + 𝑑(1,1) ⇒ [𝐼]𝑆 𝑠′ = [ 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑 ] Temos: (1,1) = (𝑎 + 𝑏, 2𝑎 + 𝑏) ⇒ { 𝑎 + 𝑏 = 1 2𝑎 + 𝑏 = 1 ⇒ 𝑎 = 0 e 𝑏 = 1 (1,0) = (𝑐 + 𝑑, 2𝑐 + 𝑑) ⇒ { 𝑐 + 𝑑 = 1 2𝑐 + 𝑑 = 0 ⇒ 𝑐 = −1 e d = 2 Logo, [𝐼]𝑆 𝑠′ = [ 0 −1 1 2 ]. b) Encontre a matriz mudança de base de 𝑆′ para 𝑆. Solução: Como [𝐼]𝑠′ 𝑠 = ([𝐼]𝑠 𝑠′ )−1, segue que: [𝐼]𝑠′ 𝑠 = ( 0 −1 1 2 ) −1 = ( 2 1 −1 0 ) Exemplo: Dados 𝑆 = {(1,2), (1,1)} e 𝑆’ = {(1,1), (1,0)} bases do ℝ2, 𝐯 = (3,5) ∈ ℝ2. Sabendo que [(3,5)]𝑆′ = ( 5 −2 ) (pois (3,5) = 5(1,1) − 2(1,0)), determine [(3,5)]𝑆. Solução: Temos que[(3,5)]𝑆 = [𝐼]𝑠 𝑠′ [(3,5)]𝑆′, em que [𝐼]𝑆 𝑠′ = [ 0 −1 1 2 ]. Logo, [(3,5)]𝑆 = [ 0 −1 1 2 ] ( 5 −2 ) = ( 2 1 ), Isto é, (3,5) = 2(1,2) + (1,1). Exercício: Dadas as bases 𝑆 = {(1,1,1), (1,1,0), (1,0,0)} e 𝑆’ = {(1,0,0), (0,1,0), (0,0,1)} de ℝ3. a) Encontre a matriz mudança de base de 𝑆 para 𝑆′. b) Sabendo que [𝐯]S = ( 1 2 3 ), encontre [𝐯]S′.
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