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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TREINAMENTO DESPORTIVO A literatura específica aborda a evolução histórica do treinamento desportivo sempre relacionando aos Jogos Olímpicos, onde os métodos de treinamento são expostos ao mundo. 1º Período: Empirismo Duração: Métodos arcaicos de preparação física das antigas civilizações até o surgimento do Renascimento (século XV). Aproveitando os conhecimentos esportivos dos gregos, os romanos passaram a treinar seus soldados a fim de torná-los imbatíveis em combate, profissionalizando o esporte de forma degradante. 1º Período: Empirismo A preparação dos atletas helênicos em muito se assemelhava ao treinamento empregado em nossos dias: corridas, marchas, lutas, saltos etc. Usavam sobrecargas, preparação psicológica e dietas especiais para treinos e competições. As sessões de treinamento já possuíam aquecimento, volta à calma e massagens. As atividades eram organizadas em ciclos de treinamento chamados de “tetras”. 1º Período: Empirismo Concluído com o surgimento do Renascimento, onde a busca pelo conhecimento passou a ser uma constante. O que influenciou importantes modificações na educação física e nos desportos. 2º- Período: Improvisação Duração: Surgimento do Renascimento (século XV) até as I Olimpíadas da Era Moderna em Atenas (1896) A Inglaterra foi o primeiro país a orientar as atividades esportivas. A preferência por corridas atléticas, em especial as de longa duração, que foram utilizadas como recreação e também como preparação do exército britânico. Mais tarde, começaram a se interessar também pelas distâncias mais curtas. 2º- Período: Improvisação Baixa qualidade nos treinamentos pela falta de conhecimentos aprofundados sobre biologia humana na época. Os treinadores norte americanos influenciados pelas formas de trabalho utilizadas pelos ingleses, propuseram dividir a distância total da corrida em frações. Eram percorridas em velocidades próximas a máxima, e entremeadas com um intervalo para recuperação orgânica. Surgia o “treinamento fracionado”. Duração: I Olimpíadas da Era Moderna em Atenas (1896) até as XI Olimpíadas de Berlim (1936) Neste período, evidencia-se a necessidade de controle das cargas de trabalho a serem ministradas durante o treinamento. 3º- Período: Sistematização 1912 – Pihkala, treinador finlandês, foi um dos criadores do interval-training. Década de 1930 - Gosse Holmer, treinador sueco, desenvolve o “Fartlek” (corrida com variação de velocidade), utilizando espaços como bosques, campos, etc., para o desenvolvimento da velocidade e resistência. 3º- Período: Sistematização 4º- Período: Pré-Científico Duração: Olimpíadas Berlim (1936) até as Olimpíadas de Londres (1948) Surgem os primeiros experimentos científicos, apesar da escassez de recursos financeiros desviados para a guerra. Década de 30 e 40 – O alemão Woldemar Gerschller foi o primeiro cientista a enfocar o princípio da especificidade, realizando as sessões de treino dos corredores em épocas próximas as competições importantes, na pista de atletismo. 4º- Período: Pré-Científico O alemão, Toni Nett, foi o precursor da periodização, organizando o tempo disponível para treinamento, estabelecendo objetivos a serem alcançados a curto, médio e longo prazo. Por volta de 1945 – O corredor tcheco, Emil Zatopeck, introduziria o treinamento de intervalos, com o qual surpreenderia o mundo desportivo da época com resultados fantásticos. 4º- Período: Pré-Científico 1948 - O médico e treinador húngaro Mihaly Igloi considerava o fato dos atletas possuírem diferentes condições hereditárias, observando preocupação com a individualidade biológica pela primeira vez. 5º- Período: Científico Duração: Olimpíadas de Londres (1948) até as Olimpíadas de Munique (1972) Multiplicação de laboratórios para estudo da fisiologia do exercício. 1952 - os estudos de Gerschller constataram que o mais importante no treinamento de intervalos é o benefício do treinamento produzido durante as pausas (ativas ou proveitosas) e não durante os esforços. O método passa a ser chamado de treinamento de intervalos ou interval-training. 5º- Período: Científico 1963 - o belga Raul Mollet foi o primeiro a analisar o processo de treinamento desportivo dentro de uma globalidade. Passou a considerar todos os componentes para o treinamento de um atleta: físico, técnico, tático, psicológico e médico. A figura do treinador é substituída por um grupo de especialistas, a “comissão técnica”. Instituiu-se assim o “Treinamento Total”. 6º- Período: Tecnológico Duração: Olimpíadas de Munique (1972) até as Olimpíadas de Barcelona (1992) As novas concepções aliaram-se ao crescente interesse político pelos grandes resultados desportivos, que poderia representar supremacia das nações. O esporte de alto rendimento se torna um eficaz meio de propaganda de ideologias políticas. 6º- Período: Tecnológico Guerra Fria - Estados Unidos, seguidos por Canadá, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul mantiveram as universidades como principal centro de pesquisas, disponibilizando muitos recursos tecnológicos. Liderada pela extinta União Soviética, os países do bloco socialista, tinham o Estado como responsável pelo desenvolvimento desportivo desde criança. Como nos Estados Unidos as universidades eram centros de treinamento sofisticados. 6º- Período: Tecnológico O uso da informática passou a ser fundamental na planificação do treinamento, bem como na correção de gestos técnicos e análise tática das situações de competição. O Brasil se beneficiou mediante estágios realizados em centros de treinamento e pesquisas científicas da antiga Alemanha Ocidental e outros países europeus não-socialistas. 7º- Período: Mercantilismo Desportivo Duração: Olimpíadas de Barcelona (1992) até os dias de hoje O esporte se tornou sem dúvida um dos mais eficientes produtos para divulgação do nome e marca de seus anunciantes e patrocinadores. As empresas passaram a se interessar pela promoção institucional do esporte. 7º- Período: Mercantilismo Desportivo As competições de alto nível se tornaram verdadeiros shows, onde as companhias divulgam seus produtos, investem em atletas (são considerados verdadeiros astros) ou equipes, bem como promovem e administram eventos desportivos. Fonte: Almeida, Hélio; Almeida, Dulcenira; Gomes, Antonio Carlos. Uma ótica evolutiva do treinamento desportivo através da história. Revista Treinamento Desportivo, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 40-52, 2000. TREINAMENTO CONTÍNUO ( DANTAS, 1995) MÉTODO FINALIDADE ORIENTAÇÃO DA ATIVIDADE FARTLEK (Suécia – Gosse Holmer – década de 30) Treinamento para fundistas e meio fundistas. É utilizado até os dias de hoje. Caracteriza-se por uma corrida com variação de ritmos. A sessão dura de 40 a 120 minutos. CERUTTY (Austrália – Percy Cerutty – 1952) Treinamento na natureza. Muito volume e intensidade. Fase básica: 150 km e na específica 100 km por semana. 40 a 120 minutos de duração. Dividido em atividades de fortalecimento, ritmo e intensidade MARATHON- TRAINING (Nova Zelândia – ArthurLydiad – década de 50) Treinamento para fundistas e meio fundistas. Treinamento na natureza. Volume e intensidade maiores que Cerutty. 60 a 150 minutos de duração. Considerava seis etapas sucessivas: cross country, longas distâncias, terreno ondulado, aumento de velocidade, trabalho intervalado, competição e pós competição. CROSS-PROMENADE (Bélgica – Raoul Mollet – 1963) Baseado no Fartlek, power-training, e interval training. Adequado para período de transição em esportes acíclicos. 40 a 90 minutos de duração em 3 km de comprimento. São 4 tipos de atividades em sequência: aquecimento, desenvolvimento muscular, trabalho contínuo variado e intervalado. TREINAMENTO INTERVALADO (DANTAS, 1995) MÉTODO ESTÍMULO TEMPO REPETIÇÕES INTERVALO OBJETIVO INTERVAL TRAINING LENTO 300 a 600 m 60 a 80 % 15 a 30 ativador Resistência aeróbia/ anaeróbia INTERVAL TRAINING RÁPIDO 100 a 300 m 80 a 95% 30 a 45 recuperador Resistência anaeróbia lática INTERVAL SPRINT 50 m 95 a 100% 30 a 60 25 m lentos Resistência anaeróbia alática ACELERATION SPRINT 25 m 95 a 100% 30 a 60 50 m andando 25 m lentos 25 m acelerando Velocidade pura HOLLOW SPRINT 2 arrancadas de 50 m separadas por 50 m de corrida 95 a 100% no 1o sprint Até o tempo do 2o sprint ser 80% recuperador Resistência de velocidade