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Indicadores Econômicos e Sociais - Slides d Aula II

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Prof. Marcelo Depieri
UNIDADE II
Indicadores Econômicos 
e Sociais
O mercado de trabalho no Brasil nunca foi muito estruturado. Baltar (2014) chama a 
atenção para o restrito papel exercido pelo poder público no tocante à estruturação 
do mercado de trabalho, de maneira a destacar que o poder público não se 
empenhou, de forma suficiente, historicamente a:
a) Organizar a entrada e a saída das pessoas no mercado de trabalho;
b) Evitar a elevada rotatividade nos empregos;
c) Aumentar o poder de compra das remunerações dos trabalhadores, de acordo 
com o avanço da produtividade, decorrente do desenvolvimento econômico;
d) Facilitar o fortalecimento da organização sindical dos 
trabalhadores e a contratação coletiva do trabalho, 
colaborando a superar a resistência patronal e a 
organização de seus empregados.
O perfil social do desemprego
 Os efeitos disso são diversos, podendo-se salientar que a alta rotatividade 
dificultou o desenvolvimento profissional e as ocupações não garantiam o eixo 
para uma melhor estruturação da sociedade. Apesar do intenso desenvolvimento 
econômico, do elevado crescimento do emprego e do aumento da produtividade, 
a massa salarial não aumentou proporcionalmente a esses ganhos do valor 
agregado; o que prevaleceu foi a baixa participação dos salários na renda.
 Ao impossibilitar uma ampliação mais generalizada 
do poder de compra dos salários, o resultado foi uma 
distribuição de renda muito desigual e concentrada 
numa estreita cúpula da população.
O perfil social do desemprego
 A taxa de desemprego usualmente utilizada é calculada pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE).
 Ocupados são aqueles que declaram estar ocupados na semana da pesquisa. 
Porém, para capturar a parcela mais significativa do desemprego oculto pelo 
desalento, optou-se por ampliar para dois meses o tempo de procura por 
ocupação que, atualmente, no desemprego aberto oficial se limita ao mês em 
que é realizada a PNAD.
O perfil social do desemprego
TABELA – Brasil: % dos 
desocupados na PEA
O perfil social do desemprego
Fonte: Quadros (2009)
TABELA – Composição social 
dos desocupados no Brasil
O perfil social do desemprego
Fonte: Quadros (2009)
Estratos sociais 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Proporção de desocupados (%)
Alta classe média 4,4 3,7 3,2 3,9 4,3 4,6
Média classe média 8,4 7,4 7,2 8,5 8,8 9,9
Baixa classe média 26,7 26,5 26,3 29,9 31,0 33,5
Massa trabalhadora 27,7 27,4 30,2 36,9 35,5 33,2
Miseráveis 22,4 24,2 23,8 12,1 12,5 10,6
Indigentes 10,3 10,7 9,3 8,7 7,8 8,3
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Proporção de ocupados (%)
Alta classe média 8,4 8,1 7,5 8,3 9,3 9,8
Média classe média 12,6 11,2 11,8 12,7 13,7 15,1
Baixa classe média 32,8 33,9 32,7 36,4 38,1 39,5
Massa trabalhadora 29,1 29,1 31,5 34,1 31,4 29,0
Miseráveis 17,1 17,7 16,5 8,5 7,6 6,6
Indigentes - - - - - -
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
TABELA – Faixa etária dos 
desocupados no Brasil, 2007
O perfil social do desemprego
Fonte: Quadros (2009)
Faixas etárias n° de pessoas (mil) %
10-14 anos 274 2,8
15-19 anos 2.327 23,5
20-24 anos 2.184 22,1
25-29 anos 1.499 15,2
30-34 anos 1.006 10,2
35-39 anos 802 8,1
40-44 anos 627 6,4
45-49 anos 491 5,0
50-54 anos 317 3,2
55-59 anos 191 1,9
60-64 anos 97 1,0
65 ou + anos 64 0,6
Total 9.880 100,0
O perfil social do desemprego
Fonte: Quadros (2009)
TABELA – Faixa etária, 
cor e gênero dos 
desocupados (em %) 
– Brasil – 2007
Faixas 
etárias
Homem 
branco
Mulher 
branca
Homem 
negro
Mulher 
negra
Total
10-14 anos 19,8 14,0 41,9 24,3 100,0
15-19 anos 20,4 24,5 26,5 28,5 100,0
20-24 anos 17,5 26,6 23,9 32,0 100,0
25-29 anos 15,7 28,4 19,9 36,0 100,0
30-34 anos 14,1 29,9 19,4 36,6 100,0
35-39 anos 13,9 32,4 18,3 35,5 100,0
40-44 anos 16,6 27,8 20,5 35,0 100,0
45-49 anos 20,5 30,5 20,3 28,8 100,0
50-54 anos 24,9 24,7 27,0 23,4 100,0
55-59 anos 32,2 20,4 27,0 20,3 100,0
60-64 anos 33,4 14,3 30,9 21,4 100,0
65 ou + anos 37,6 14,9 34,4 13,1 100,0
Total 18,2 26,8 23,4 31,6 100,0
Sobre o perfil social do desemprego, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com o IBGE, é considerada desocupada a pessoa que não está 
exercendo atividade alguma.
b) O mercado de trabalho brasileiro sempre foi estruturado, apresentando uma piora 
somente na década de 1990.
Interatividade
c) O Estado brasileiro atuou sempre com o intuito de diminuir a rotatividade 
do emprego.
d) Ocupados são aqueles que declaram estar ocupados na semana da pesquisa 
ou os que estão ocupados na busca por um emprego. 
e) Apesar do intenso desenvolvimento econômico, do elevado crescimento do 
emprego e do aumento da produtividade, a massa salarial não aumentou 
proporcionalmente a esses ganhos do valor agregado.
Interatividade
 A transformação social vivida após os anos 2000 necessita de análises mais 
profundas para a real verificação do surgimento de uma nova classe média.
 Sobre esse tema, a leitura será calcada na análise minuciosa do economista e 
pesquisador Marcio Pochmann. Em Nova classe média? O trabalho na base da 
pirâmide social brasileira (2012) e O mito da grande classe média: capitalismo e 
estrutura social (2014).
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
 Apesar de uma massa de trabalhadores terem ascendido socialmente, ainda os 
feitos não são suficientes para torná-los classe média. No debate da sociologia e 
da ciência política, para se tornar classe média é preciso não apenas o acesso ao 
mercado de consumo, mas escolaridade, empregos qualificados, acesso à cultura 
e esses elementos ainda não foram conquistas pela chamada nova classe média.
 A informalidade sempre foi parte da caracterização do mercado de trabalho 
brasileiro. Porém, estava presente onde o mercado de trabalho não estava 
organizado pelas empresas privadas (grandes e médias) e pelo setor público. 
Portanto, era composto por uma parcela da população que 
buscava trabalho para obter renda a partir de ocupações 
por conta própria ou até sem remuneração nos pequenos 
negócios autônomos.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
 O grau de informalidade, nos anos 2000, reduziu significativamente, dado o quadro 
histórico, porém o abandono do projeto de desenvolvimento nacional, 
principalmente a partir dos anos 1980, levou a uma situação de baixo crescimento 
econômico com pouca dinamização setorial, o que resultou numa incapacidade de 
expandir emprego no mesmo patamar do crescimento da população 
economicamente ativa.
 A situação de informalidade não foi contida, entre 
outros elementos, uma vez que não houve 
transformações estruturais mais profundas, como 
reformas clássicas do capitalismo contemporâneo: 
agrária, tributária e social.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
 Gráfico – Brasil: evolução do saldo das ocupações segundo a faixa de 
remuneração.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
Fonte: Pochmann, 2012
Anos 1980 Anos 1990 Anos 2000
25.000.000
20.000.000
15.000.000
10.000.000
5.000.000
-5.000.000
-10.000.000
0
Anos 1970
Sem remuneração
3 a 5 s.m
Até 1,5 s.m
Mais de 5 s.m
1,5 a 3 s.m
Total
 Essas mudanças vistas no gráfico representaram um avanço das ocupações na 
base da pirâmide social brasileira.
 Além do fato da ampliação de criação de vagas, de 11 milhões de postos de 
trabalho para 21 milhões de postos de trabalho, entre os anos 1990 e 2000, um 
grande volume de empregos criados ficaram concentrados na base da pirâmidesocial, o que contribuiu para a redução da desigualdade entre as diferentes 
remunerações do trabalho.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
Ainda de acordo com a pesquisa de Pochmann (2012), no caso dos trabalhadores de 
salário de base de até 1,5 salário mínimo mensal, houve uma concentração nas 
seguintes atividades, nos anos 2000:
 Serviços: 6,1 milhões de novos postos de trabalho, o equivalente a 31% da 
ocupação total;
 Comércio: 2,1 milhões de novos postos de trabalho;
 Construção civil: 2 milhões;
 Escriturários: 1,6 milhão;
 Indústria têxtil e de vestuário: 1,3 milhão;
 Atendimento ao público: 1,3 milhão.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
 Gráfico – Brasil: composição das ocupações geradas para trabalhadores de 
salário de base segundo o sexo.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
Fonte: Pochmann, 2012
70
60
50
40
30
20
10
0
Anos 1980 Anos 1990 Anos 2000
Masculino Feminino
 Gráfico – Brasil: saldo líquido 
de ocupações geradas para 
trabalhadores de salário 
de base segundo a faixa 
de escolaridade.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
Fonte: Pochmann, 2012
11.000.000
9.000.000
7.000.000
5.000.000
3.000.000
1.000.000
-1.000.000
-3.000.000
-5.000.000
Anos 1990Anos 1980 Anos 2000
Nunca estudou
Ensino Superior
Ensino Fundamental
Mestrado ou doutorado
Ensino Médio
 Nos anos 2000, houve uma expansão do trabalho assalariado com carteira de 
trabalho: “para cada grupo de dez ocupações abertas para trabalhadores de 
salário de base, sete foram de empregos formais, e a cada vaga aberta de 
emprego assalariado informal, três outras eram criadas para o trabalho com 
carteira assinada” (POCHMANN, 2012, p. 38).
 Essa ampliação da formalização do mercado de trabalho é importante, pois 
garante proteção social aos trabalhadores, principalmente previdência social. Isso 
se deve porque a previdência social cobre apenas os trabalhadores formalizados 
do mercado de trabalho ou aqueles que pagam 
autonomamente. Além disso, é importante lembrar que o 
trabalho formal também garante outros direitos 
trabalhistas, como férias remuneradas, descanso semanal, 
entre outros.
O trabalho na base da pirâmide social brasileira: a nova classe média?
Assinale a alternativa correta sobre o debate da “nova classe média”.
a) É consenso que para se tornar classe média basta ocorrer um 
aumento nos salários.
b) O Brasil, nos anos 2000, tornou-se um país de classe média.
Interatividade
c) No debate da sociologia e da ciência política, para se tornar classe média é 
preciso não apenas o acesso ao mercado de consumo, mas escolaridade, 
empregos qualificados, acesso à cultura, e esses elementos ainda não foram 
conquistados pela chamada nova classe média.
d) Na sociologia e na ciência política, o acesso ao consumo é suficiente para 
diferenciar se uma família pertence ou não à classe média.
e) Os empregos menos qualificados não foram ampliados 
na década dos anos 2000, por isso não podemos 
levantar a hipótese de uma nova classe média.
Interatividade
 Objetivos dos indicadores: busca por uma melhor compreensão da realidade de 
um país.
 Indicadores sociais
 Um avanço em relação ao uso exclusivo de indicadores econômicos, como o 
PIB – Produto Interno Bruto. Se o PIB de determinado país mede quanto uma 
nação produziu em determinado ano, índices como o IDH – Índice de 
Desenvolvimento Humano e o Índice de Gini procuram chamar atenção para 
temas como saúde, educação e distribuição de renda.
 Limites: indicadores como o PIB, IDH, Índice de Gini e até 
mesmo os indicadores calculados pelo IBGE 
mostram apenas parte da realidade socioeconômica.
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
 Realidade socioeconômica brasileira: ir além dos indicadores. 
 Utilizando dados, informações e análises estruturais da sociedade, tais como:
 Concentração de terras;
 Processo de industrialização;
 Orçamento público;
 Tributação.
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) agrega variáveis de renda, de saúde 
e de educação.
 Variável de renda: renda per capita. O quanto a economia de um determinado país 
produziu em relação à sua população.
 Variável de saúde: expectativa de vida. A média de anos que as pessoas vivem 
nos países (esperança de vida ao nascer).
 Variável de educação: taxa de alfabetização; número de matriculados nos ensinos 
(fundamental, médio e superior) por quantidade de pessoas na faixa etária entre 6 
e 22 anos de idade.
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
 De acordo com o IDH, o Brasil é um país que é considerado com um médio 
desenvolvimento. Gráfico 1 - Índice de Desenvolvimento Humano, 2015 – países 
selecionados.
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
Fonte: Relatório PNUD, 2016.
 Índice de Gini: expressa a desigualdade de renda de um país. Um valor de zero
expressa uma igualdade absoluta de renda e um valor de 100 uma desigualdade
absoluta. Ou seja, quanto mais próximo de 0 melhor será a distribuição de renda
do país e quanto mais próximo de 100 pior será a distribuição de renda.
 Gráfico 2 – Índice de Gini – Média, países selecionados.
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
Fonte: Relatório PNUD - 2016
 Tabela 2 – Brasil: 
Evolução da 
concentração de 
terra no Brasil 
2003/2010/2014
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
Fonte: Sistema Nacional de 
Cadastro Rural (adaptado)
Classificação
Imóveis
2003 2010 2014
Número
de 
Imóveis
Área
ocupada 
(%)
Número
de 
Imóveis
Área
ocupada 
(%)
Número
de 
Imóveis
Área
ocupada 
(%)
Minifúndio 2.736.052 9,3% 3.318.077 8,2% 3.761.005 7,8%
Pequena 
Propriedade
1.142.937 17,7% 1.338.300 15,5% 1.462.861 14,7%
Média 
Propriedade
297.220 21,1% 380.584 19,9% 402.809 17,9%
Grande 
Propriedade
112.463 51,3% 130.515 55,8% 135.294 59,5%
1) Improdutiva 58.331 31,9% 69.233 40,0% 65.047 27,1%
2) Produtiva 54.132 19,4% 51.282 15,8% 65.840 14,9%
Total 4.290.482 100% 5.181.645 100% 5.761.969 100%
 Industrialização brasileira.
 Crescimento econômico e industrial.
 Desigualdades sociais: utilização de capital intensivo.
 Desigualdades regionais: concentração dos investimentos nas regiões 
sul e sudeste.
 Bens e serviços mal distribuídos: população urbana não 
possui bens e serviços essenciais de qualidade.
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
Fonte: Senado Federal
 Carga tributária e 
variações por base 
de incidência 
(2016 x 2015)
O Brasil real: a desigualdade para além dos indicadores
Fonte: FGV
Arrecadações
Incidência
2015 2016
Valor (R$ 
milhões)
% da
Arrecada
ção
% do 
PIB
Valor (R$ 
milhões)
% da
Arrecad
ação
% do 
PIB
Renda 352.368,74 18,30% 5,88% 404.817,40 19,97% 6,47%
Folha de 
salários
502.676,82 26,11% 8,38% 533.235,87 26,31% 8,52%
Propriedade 85.572,80 4,44% 1,43% 94.602,37 4,67% 1,51%
Bens e 
Serviços
950.610,78 49,37% 15,85% 960.556,63 47,39% 15,35%
Transações
Financeiras
34.686,30 1,80% 0,58% 33.644,91 1,66% 0,54%
Outros -464,30 -0,02% -0,01% 157,30 0,01% 0,00%
Total 1.925.451,14 100% 32,11% 2.027.014,48 100% 32,38%
Sobre a realidade social do Brasil, assinale a alternativa correta.
a) O IDH brasileiro está inserido no campo dos países com alto desenvolvimento.
b) Por meio dos indicadoreseconômicos e sociais, podemos ter perfeita noção da 
realidade social brasileira.
Interatividade
c) De acordo com o Índice de Gini, o Brasil possui uma das piores 
distribuições de renda.
d) Para a melhor compreensão da realidade social brasileira, é importante a análise 
de pontos estruturais da sociedade brasileira, além dos indicadores, tais como: a 
concentração de terras, o processo de industrialização, o orçamento público e a 
tributação no país.
e) O IDH brasileiro é considerado de médio 
desenvolvimento, o que coloca o país em uma melhor 
posição do que todos seus vizinhos da América Latina 
no ranking dos países mais desenvolvidos.
Interatividade
 A economia e a sociedade brasileiras tiveram significativas mudanças a partir do 
início do Plano Real, em 1994. No período anterior, que envolve a década de 1980 
e início dos anos de 1990, a economia sofria com uma elevada inflação crônica, 
com características de hiperinflação. Além disso, o baixo crescimento, a demanda 
reprimida, o elevado desemprego e as dificuldades fiscais e cambiais também 
foram aspectos recorrentes do período anterior a 1994.
 Governos FHC, Lula, Dilma e Temer.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 O Plano Real teve seu início em 1993 no governo de Itamar Franco. Esse plano foi 
elaborado após o insucesso dos planos de estabilização de combate à inflação 
que foram adotados ao longo da segunda metade da década de 1980 e do início 
da década de 1990. O principal objetivo do Plano Real era reduzir e controlar a 
elevada inflação vigente no período. Além disso, ressalta-se que no início dos anos 
1990, houve uma maior abertura da economia brasileira ao exterior, renegociação 
da dívida externa e privatizações.
 Como a inflação foi diagnosticada com um significativo componente inercial, o 
Plano Real foi adotado de forma gradual por meio da 
chamada “substituição natural” da moeda. Além disso, o 
déficit público também foi considerado um dos fatores que 
impactavam a inflação e que deveria ser revertido.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 Para o controle dos preços internos, ainda no final do governo Itamar foi mantida a 
chamada âncora cambial, com a taxa de câmbio muito valorizada, chegando a R$ 
0,84/US$ em novembro de 1994. Se por um lado esse processo trouxe resultados 
positivos para a diminuição nos preços, uma vez que o aumento do número de 
produtos importados na economia pressionava a baixa dos preços dos produtos 
nacionais, por outro trouxe resultados negativos em termos produtivos, pois muitas 
empresas não estavam preparadas para a concorrência dos produtos importados. 
Já no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), destaca-se a 
chamada âncora monetária, com a manutenção de uma taxa de juros muito
elevada, especialmente para atrair recursos externos.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
Fonte: Pochmann, 2010, p. 639.
 A estabilização da inflação proporcionou uma recomposição dos mecanismos de 
crédito e uma maior capacidade de os agentes econômicos elaborarem 
prognósticos. No entanto, apesar de uma demanda que estava reprimida, as 
perspectivas, de que com a estabilização da inflação ocorreria uma forte retomada 
do crescimento econômico, não se concretizaram. A taxa de crescimento 
econômico médio de 1995 a 1998 foi de 2,5%.
 No início do segundo governo FHC, em 1999, foi 
implementada uma nova base da política macroeconômica, 
o chamado tripé. Os pilares do tripé são: 1) Sistema de 
metas de inflação; 2) Superávit primário; e 3) Câmbio 
flutuante. 
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 No primeiro mandato de Lula, houve a manutenção do tripé macroeconômico, uma 
revisão das metas de inflação e de superávit primário e a taxa de juros muito 
elevada. Ademais, houve a implementação do programa de transferência de renda 
“Bolsa Família”, com o intuito de reduzir a extrema pobreza no País e a política de 
valorização do salário mínimo.
 O cenário econômico externo se apresentava positivo, especialmente no que se 
refere à alta dos preços das commodities, impactando positivamente na economia 
brasileira. Ressalta-se que o governo conseguiu atingir as 
metas definidas, com diminuição do endividamento, 
acúmulo de reservas, melhora nas transações correntes e 
no desempenho econômico.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 A partir do início do segundo mandato de Lula, em 2007, a política econômica 
adotada tinha como objetivo fomentar o crescimento econômico.
 Além de um relevante crescimento econômico com estabilização do nível de 
preços e equilíbrio fiscal, o governo Lula teve sucesso diante da crise internacional 
e foi reconhecido como o governo que criou empregos e diminuiu a pobreza. 
Portanto, além de resultados positivos em termos econômicos, registrou 
importantes avanços sociais e regionais.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 No último ano do mandato Lula (2010), sua aprovação estava muito elevada. 
Assim, nas eleições presidenciais, o PT conseguiu eleger Dilma Rousseff 
para presidência.
 Como principais medidas econômicas adotadas no primeiro mandato, 
destacam-se:
 Redução dos juros: o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa básica 
de juros (Selic) de 12,50% para 7,25%, entre 2011 e 2013, chegando ao menor 
nível até então.
 Financiamentos do BNDES.
 Desonerações tributárias: diversos setores da economia 
foram desonerados, com destaque para folhas de 
pagamento, IPI e PIS/Cofins.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 Apesar das medidas econômicas que visavam impulsionar a economia, iniciou-se 
uma tendência de piora dos indicadores de nível de atividade, do mercado de 
trabalho, aumento da inflação e piora nas contas públicas. Adicionalmente, o 
contexto internacional estava ruim, com destaque para a piora da crise da 
Europa a partir de 2011.
 O crescimento do PIB reduziu, passando de 3%, em 2013, para 0,5%, em 2014. 
Com a diminuição do crescimento econômico combinado com as desonerações 
fiscais, houve uma piora das contas públicas. Além disso, o avanço da operação 
Lava Jato não só aumentou o descontentamento da população sobre a classe 
política no que se refere à corrupção, mas também 
impactou o desempenho da economia. Foi nesse contexto 
que ocorreram as eleições presidenciais de 2014, nas 
quais houve uma disputa acirrada entre a presidenta Dilma 
e o candidato do PSDB, Aécio Neves.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 Com a piora da crise econômica e política, a presidenta Dilma sofreu um 
impeachment em 2016, assumindo seu vice, Michel Temer. Temer alterou a 
equipe econômica e aprofundou as medidas restritivas que vinham sendo 
colocadas em prática no governo Dilma.
 O impeachment da presidenta Dilma pode ser analisado no âmbito da disputa de 
interesses entre as diferentes classes sociais no Brasil. De acordo com Armando 
Boito Jr. (2016), as duas características interligadas que foram definidoras da crise 
política no Brasil foram: “a ofensiva política restauradora 
da direita neoliberal [...] e a decisão do governo 
neodesenvolvimentista de Dilma Rousseff de adotar uma 
política de recuo passivo diante de tal ofensiva”.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
 A despeito das incertezas políticas, o governo Temer conseguiu a aprovação de 
duas agendas estruturais com o apoio dos congressistas. A primeira delas foi no 
âmbito fiscal, com a aprovação da Emenda Constitucional 95, no final de 2016. 
Essa medida congelou os gastos públicos por vinte anos.
 A outra medida estrutural do governo Temer foi a Reforma Trabalhista, aprovada 
no segundo semestrede 2017. Essa reforma liberaliza o mercado de trabalho 
brasileiro com medidas que fragilizam os empregados em favor dos empresários, 
retirando da legislação alguns direitos trabalhistas. Dentre 
as alterações, uma das importantes medidas diz respeito 
ao campo das negociações entre trabalhadores e 
empresários.
Economia e sociedade brasileiras e suas tendências
As medidas adotadas durante o governo Temer, a Emenda Constitucional 95 e a 
Reforma Trabalhista, podem trazer uma série de efeitos econômicos e sociais, 
dentre eles podemos citar:
a) Aprofundamento da desigualdade social, precarização do mercado de trabalho e 
piora dos serviços públicos ofertados.
b) Aumento da oferta de empregos, mas com precarização do trabalho e melhora 
na oferta dos serviços públicos.
Interatividade
c) Aprofundamento da desigualdade de renda e crescimento econômico.
d) Melhora da distribuição de renda e precarização do trabalho.
e) Aumento da oferta de emprego e redução da desigualdade social.
Interatividade
ATÉ A PRÓXIMA!