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AULA 13 - DEFEITOS DO NEGOCIO JURIDICO - COACAO

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COAÇÃO
CONCEITO: é a ameaça com que se constrange alguém à pratica de um ato ou negócio jurídico. Dá-se, assim, quando uma pessoa (a outra parte ou um 3º), põe o agente sob ameaça de um mal do qual ele tema tanto, que prefira praticar o ato jurídico que lhe ordenam, do que expor-se ao referido mal.
NÚCLEO: vontade falha na manifestação. A coação não é, em si, um vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação do querer do agente.
REQUISITOS PARA SUA CONFIGURAÇÃO
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
Sendo assim:
a) a ameaça deve ser causa determinante do ato; 
b) um temor de dano iminente e considerável à pessoa, à família ou aos bens do coato, e
c) que este temor seja fundado e injusto.
- O cuidado que se deve ter aqui, diz respeito aos conceitos indeterminados trazidos pelo artigo citado, além da necessidade de apreciação diferenciada para cada pessoa que sofre a coação. Esta coação deve ser medida em relação ao homem médio. Ademais, vale ressaltar que a noção de dano considerável pode variar de pessoa para pessoa. Ou seja, o que é dano considerável para um simples trabalhador, pode não ser para um advogado ou magistrado. 
 - O perigo iminente é aquele que indique a produção de efeitos logo após a recusa de se praticar o ato ou negócio.
HIPÓTESES QUE NÃO CONFIGURAM COAÇÃO
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
TEMOR REVERENCIAL – é aquele existente entre duas pessoas, quando uma delas, por uma relação hierárquica qualquer entre elas, está obrigada a respeitar a opinião e a vontade da outra. Portanto, não é coação.
EXERCÍCIO NORMAL DE UM DIREITO – muitas vezes uma parte intimida outra, ameaçando-a de exercer um direito contra ela e que pode ser de conseqüências desagradáveis. Ex: se você não mudar de emprego, protesto as duplicadas que tenho contra você. E se o pedido for a prática de um ato ilícito?
COAÇÃO PRATICADA POR 3º 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. 
Assim, a responsabilidade é sempre de quem coagiu. Todavia, haverá responsabilidade solidária entre a parte adversa e o 3º, caso a parte adversa saiba da coação.
ANULAÇÃO DO NEGÓCIO/ATO QUANDO ENVOLVE 3º DE BOA-FÉ 
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
Portanto, a coação tem efeito contra 3º, que deve devolver a coisa obtida de boa-fé e pedir indenizar a quem lhe a entregou e a obteve por meio da coação.
FRAUDE CONTRA CREDORES
CONCEITO: todos os atos jurídicos que um devedor pratica e que o reduzem à insolvência, isto é, que tornam seu patrimônio exíguo para a satisfação de seus credores, são os atos que dizemos praticados em fraude contra credores. 
CONSEQÜÊNCIA JURÍDICA: invalidade do negócio. Lembrar que a alienação patrimonial pode ser gratuita (doação, por exemplo) ou onerosa (compra e venda, por exemplo). 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
ALIENAÇÃO GRATUITA - basta que se verifique que o ato praticado acarretou a insolvência do devedor para que ele possa ser anulado.
ALIENAÇÃO ONEROSA - neste caso, necessários dois elementos: a) que o ato conduza à insolvência do devedor e b) que entre o devedor e o 3º adquirente haja o concilium fraudis, isto é, que ambos saibam da insolvência que se está formando graças a este ato. Este último elemento se faz necessário em nome da segurança das relações jurídicas. O Código Civil, todavia, adota uma solução mitigada, no que tange à prova de má-fé do devedor e do 3º adquirente. Assim, pelo art. 159, basta que se prove que esta insolvência era notória, ou que o 3º adquirente pudesse conhecer da insolvência.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor. 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. 
LEGITIMIDADE ATIVA (QUEM PODE PROPOR AÇÃO): somente o credor quirografário (que é aquele que não tem garantia real, não tem hipoteca, nem penhor, por exemplo), pois o credor que tem garantia real não precisa anular atos fraudulentos porque tem em seu favor hipoteca ou penhor.
LEGITIMIDADE PASSIVA (CONTRA QUEM SE PROPÕE A AÇÃO): pode-se propor tanto contra o devedor, quanto contra o 3º adquirente, ou ainda contra ambos. 
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé. 
OBSERVAÇÕES
5.1. A ANULAÇÃO DO ATO FRAUDULENTO SE FAZ EM BENEFÍCIO DO ACERVO COMUM PROCEDENDO-SE, DEPOIS, O CONCURSO DE CREDORES (MATÉRIA A SER VISTA EM DIREITO DAS OBRIGAÇÕES). 
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.
5.2. A FRAUDE CONTRA CREDORES DIFERE DA FRAUDE À EXECUÇÃO. ESTA É INSTITUTO DE DIREITO PROCESSUAL E DÁ-SE QUANDO JÁ HOUVER EXECUÇÃO EM JUÍZO; NELA, DISTRAEM-SE OS BENS À PENHORA, RETIRANDO-SE BENS QUE DEVIAM SER PENHORADOS E DANDO-LHES OUTRO DESTINO. 
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. 
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. 
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

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