Buscar

Teoria do Apego e o Processo de Luto_DH III_2015

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria do Apego e o Processo de Luto
Teoria do Apego – John Bowlby – (1907 – 1990). 
- Tendência dos seres humanos de estabelecer fortes laços afetivos com os outros; 
- Surge da necessidade de segurança e proteção;
- O comportamento de apego tem valor de sobrevivência, desenvolvimento e retorno às figuras (parentais) em busca de apoio e segurança;
- Quanto maior o potencial para a perda, mais intensas e mais variadas serão as reações.
- A perda irreparável não é considerada
- As respostas que fazem parte do processo de luto são programadas em direção ao restabelecimento de uma relação com o objeto perdido.
- Sofrimento – tentativa em obter novamente o objeto amado perdido ou crença em um mundo depois da vida.
O Luto é uma Doença?
- O psiquiatra George Engel levantou na sua tese que a perda de uma pessoa amada é psicologicamente traumática. Assim como a cura é necessária no campo fisiológico para trazer o corpo de volta ao balanço homeostático, um período de tempo é, da mesma forma, necessário para que o enlutado retorne a um estado similar de equilíbrio.
O processo de Luto é necessário?
- Depois que alguém passa por uma perda, existem 4 tarefas de luto que devem ser realizadas para que seja restabelecido o equilíbrio e para que seja completado o processo de luto;
- Considerando o luto como um processo (adaptação à perda) e não um estado é essencial que a pessoa enlutada realize estas tarefas antes que o luto possa ser completado. Não necessariamente em uma ordem específica, embora as definições sugiram alguma ordem.
- Tarefas de luto não concluídas podem prejudicar o crescimento e o desenvolvimento futuros.
As Tarefas do Processo de Luto (04):
1ª – Tarefa - Aceitar a Realidade da Perda.
- Quando alguém morre, mesmo se a morte é esperada, há sempre a sensação de que ela não aconteceu. A primeira tarefa deste processo é enfrentar a realidade de que a pessoa está morta, que a pessoa se foi e não irá retornar. 
- Parte da aceitação da realidade é acreditar que a reunião é impossível, pelo menos nesta vida. O comportamento de busca tem relação direta com a realização desta tarefa. Muitas pessoas que passaram por uma perda se encontram chamando pela pessoa perdida e muitas vezes tendem a identificar de maneiras falsas e errôneas outras pessoas do seu ambiente.
- O oposto de aceitar a realidade da perda é não acreditar por meio de algum tipo de negação. Algumas pessoas recusam a acreditar que a morte é real e ficam paralisadas na primeira tarefa. 
- A negação pode ocorrer em muitos níveis e tomar várias formas, mas ela frequentemente envolve tanto os fatos e o significado da perda quanto a sua irreversibilidade.
- A negação dos fatos da perda pode variar em grau desde uma leve distorção até uma desilusão completa.
- Outras formas das pessoas se protegerem da realidade:
- Negar o significado da perda. Exemplo: “Ele não era um bom pai”, “nem éramos tão próximos” (sic).
- Prática de esquecimento seletivo. Exemplo: Adolescente que perdeu o pai aos 12 anos e quando foi para a psicoterapia não conseguia lembrar-se de fatos antes da morte do pai.
- Espiritualismo: ajuda os enlutados na busca da pessoa falecida.
- Leva tempo para chegar a aceitação porque não é só a aceitação intelectual também a emocional. Porém, a realidade vai mostrando, mas, alguns aceitam e outros flutuam na fantasia de um reencontro. Embora leve tempo para a tarefa completar, os rituais tradicionais ajudam pessoas enlutadas a se moverem para aceitação.
2ª Tarefa - Elaborar a Dor da Perda.
- É necessário para a pessoa enlutada passar pela dor do luto, física e emocional, ou ela se manifestará de outras formas. Portanto, evitar a dor prolonga o tempo do luto.
- A sociedade pode tornar difícil esta tarefa “Você não precisa ficar de luto, você está com pena de si mesmo”.
- A negação desta segunda tarefa é o não sentir. Nega os pensamentos dolorosos e estimula os pensamentos prazerosos. E as vezes para evitar a lembrança faz uso do álcool e de outros drogas. 
- Há pessoas que procuram uma cura geográfica, viajam de um lugar para o outro evitando entrar em contato com a dor. 
- Bowlby fala que “mais cedo ou mais tarde, alguns daqueles que evitam o luto consciente sucumbem - geralmente sob a forma de depressão”.
- Se esta tarefa não é completada, a pessoa pode precisar de uma terapia, num momento que talvez seja difícil retornar e elaborar a dor.
3ª Tarefa - Ajustar-se a um Ambiente Onde está Faltando a Pessoa que Faleceu.
- Ajustar-se a um novo ambiente significa coisas diferentes para diferentes pessoas, dependendo de qual era a relação com a pessoa falecida e dos vários papéis que desempenhava a pessoa que morreu.
4ª Tarefa - Reposicionar em Termos Emocionais a Pessoa que Faleceu e Continuar a Vida. 
- Não há uma resposta pronta. O luto está terminado quando as tarefas do luto são completadas;
- Um sinal de uma reação de luto terminada é quando a pessoa é capaz de pensar na pessoa falecida sem dor; 
- Existe sempre uma sensação de tristeza quando pensa em alguém que amou e depois perdeu, mas, é um tipo diferente de tristeza – falta o aspecto doloroso que havia antes; 
- Uma pessoa pode pensar no falecido sem manifestações físicas, como choro intenso ou sensação de tensão no peito. Da mesma forma, o luto está terminado quando uma pessoa pode reinvestir suas emoções na vida e no viver.
- Estudos de Parkes mostram que as viúvas podem levar três ou quatro anos para alcançar uma estabilidade em suas vidas.
- O luto é um processo em longo prazo e não ocorre de forma linear; ele pode reaparecer para que seja novamente trabalhado.
- Algumas pessoas acreditam que o luto só começa a diminuir depois de terem passado as quatro estações do ano. 
- Há um sentido no qual o processo de luto pode ser terminado, ou seja, quando as pessoas readquirem interesse pela vida, sentem-se mais esperançosas, mais gratificadas e se deparam com novos papéis.
O FIM DO LUTO
- Não há uma resposta pronta que diga quando um processo de luto termina. - Para Worden, o luto acaba quando as tarefas do luto são completadas. É um processo em longo prazo. O luto não ocorre de forma linear ele pode aparecer para ser trabalhado de novo.  A aceitação das condolências com gratidão é um dos sinais mais confiáveis que a pessoa enlutada está elaborando o luto de forma satisfatória.
- Aconselhamento Psicológico – Após a primeira semana da perda.
Elaboração das quatro tarefas do Luto:
1º Aumentar a realidade da perda;
2º Ajudar a pessoa a lidar com os afetos expressos e latentes;
3º Ajudar a pessoa a superar vários obstáculos para se reajustar depois da morte;
4º Encorajar a pessoa a dizer um adeus adequado e a se sentir confortável ao reinvestir novamente na sua vida.
Vera Lúcia Nogueira Araújo
WORDEN, J. William. Terapia de luto: um manual para o profissional da saúde mental. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Outros materiais