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Comentário sobre o texto Resistência Democrática: a questão racial e a Constituição Federal de 1988 GOMES, Nilma Lino, RODRIGUES, Tatiane Cosentino.

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Mariana Tavano Gabriel – Turma 31- 10725093
POEB I- Professora Denise Carreira
Comentário sobre o texto “Resistência Democrática: a questão racial e a Constituição Federal de 1988” – GOMES, Nilma Lino, RODRIGUES, Tatiane Cosentino. 
	O texto “Resistência democrática: a questão racial e a Constituição Federal de 1988”, publicado em 2018 por Nilma Lino Gomes e Tatiane Cosentino, aborda a questão do movimento negro na formulação de pautas enviadas para a Assembléia Nacional Constituinte em 1986 1987. A edição primária da Constituição possuí poucos parágrafos e poucas especificidades sobre os negros, atendendo poucas das demandas do Movimento empenhado na inclusão de leis específicas. Durante os anos da ANC foram feitas diversas reuniões nomeadas “O Negro e a Constituinte”, culminando na realização da convenção nacional de mesmo nome em Brasília. As pautas discutidas iam desde a demarcação de território quilombola até a abordagem da história afro-brasileira na educação. Porém, seus esforços foram limitados pela alocação do assunto “negro” em uma subcomissão que incluía também assuntos ligados a população indígena, pessoas deficientes e “minorias”, ou seja, temas com especificidades muito divergentes e que separou ao assunto “negros” apenas duas reuniões oficiais. Mesmo com tantos limites burocráticos impostos, o Movimento Negro concluiu as pautas principais que deveriam estar na nova constituinte: o reconhecimento estatal das terras quilombolas e suas especificidades históricas e culturais, a criminalização do racismo e do preconceito racial e uma educação comprometida com o combate ao racismo e que assegure o ensino da história das populações negras no Brasil. O Anteprojeto da subcomissão a qual o assunto pertencia já demonstrou mudanças qualitativas nos artigos finais como por exemplo , a impossibilidade da implementação da criminalização do preconceito racial dado sua subjetividade, além de outros cortes. Já o documento final conta com mais cortes ainda, não citando a obrigatoriedade da história da África e se negando a reformular o currículo obrigatório de história do Brasil. As propostas que permaneceram foram “apenas” a de reconhecimento das comunidades quilombolas e a criminalização do racismo. Mesmo assim, é uma marca história gigantesca que não pode ser esquecida. Mesmo o racismo institucional ainda não sendo criminalizado por lei, contando apenas leis de crime individual, o Movimento Negro lutou muito pela inclusão desses artigos na Constituição e luta até hoje pelo seu cumprimento. Ainda há muito pelo que lutar, mas a constituinte de 1988 é um marco histórico para o Movimento e não devem ser esquecidos aqueles que lutaram para que isso acontecesse.

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