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Questão 1/5 - Fundamentos Teóricos da Literatura Leia um fragmento de uma entrevista de Antonio Candido: “Desde cedo gostei de ler os críticos brasileiros e franceses, nos jornais, nas revistas, nos livros dos meus pais. [...] Considero-me, portanto, um crítico nato, mas isso não me impede de considerar a crítica um gênero lateral e dependente”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: REVISTA CULT. A vocação crítica de Antonio Candido. https://revistacult.uol.com.br/home/vocacao-critica-de-antonio-candido/. Acesso em 17 abr. 2019. Baseando-se na leitura da citação anterior e nos conteúdos do texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, sobre o direito à literatura, é correto afirmar que: Nota: 0.0 A para conhecer a literatura, é necessário passar por um processo de formação teórico e crítico anterior, garantindo o domínio de certas categorias e conceitos fundamentais para o entendimento do texto literário. B Antonio Candido se transforma na grande referência da crítica literária brasileira justamente por ser o primeiro investigador a demonstrar o valor do cânone literário e a importância de que o leitor tenha uma formação técnica. C o conceito de mimese ou imitação da realidade é desenvolvido pelos estudos literários para pensar exclusivamente o gênero lírico. D o gênero narrativo se consolida desde os tempos clássicos, a partir de obras como Ilíada e Odisseia, sendo diretamente ligado à tradição oral. E uma sociedade leitora se faz quando a literatura passa a fazer parte do cotidiano, não se restringindo a um conteúdo a ser medido por imposições estruturalistas. Comentário: “Nunca é demasiado lembrar que uma sociedade leitora se faz, verdadeiramente, quando a literatura passa a fazer parte do nosso dia a dia, de nossas conversas, não se restringindo a um conteúdo a ser medido por imposições estruturalistas ou expectativas que apenas reduzem o potencial de um texto” ( texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, p. 11). Questão 2/5 - Fundamentos Teóricos da Literatura Leia o seguinte fragmento de texto: “Pois o espaço da literatura tornou-se mais escasso em nossa sociedade há uma geração: na escola, onde os textos didáticos a corroem, ou já a devoraram; na imprensa, que atravessa também ela uma crise, funesta talvez, e onde as páginas literárias se estiolam; nos lazeres, onde a aceleração digital fragmenta o tempo disponível para os livros”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. p. 21. Considerando essa citação e os conteúdos do texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, sobre o pensamento de Antoine Compagnon, analise as afirmativas: I. Segundo o teórico francês, a literatura estaria em perigo. II. Suas reflexões sobre a finalidade da literatura foram apresentadas pela primeira vez em uma aula inaugural no Collège de France. III. Colocou em xeque a influência da literatura para a formação humana. IV. Não acreditava que a literatura apresentava verdades universais, mas, sim, que oferecia um conhecimento diferente do erudito, capaz de esclarecer as motivações humanas. São corretas apenas as afirmativas: Nota: 0.0 A I e III B II e IV Comentário: As afirmativas I e III estão incorretas. A primeira afirmativa está incorreta, porque a afirmação de que a literatura estaria em perigo foi proposta pelo teórico russo Tzvetan Todorov; quanto à afirmativa III, esta é incorreta porque, para Compagnon, a literatura aponta grande influência para a formação humana. As afirmações II e IV são, portanto, corretas: “Compagnon percebia que, cada vez mais, a literatura ser tratada de forma secundária, transformando-se em refém de uma perspectiva que a transformava em ferramenta para identificação de estruturas ou simplesmente uma replicação de uma leitura engessada. Ora, como vimos desde o início, tal postura é exatamente o contrário do que se espera para um discurso como o literário, que espera o diálogo constante e o envolvimento dos leitores. [...] Compagnon dedica uma aula inaugural no Collège de France. Dos seus apontamentos, surge o ensaio Literatura para quê?, traduzido e publicado no Brasil em 2009. [...] ‘Não é que achemos na literatura verdades universais, nem regras gerais, nem somente exemplos límpidos. [...] Ora, a literatura age diferentemente dos mandamentos, mas também das parábolas. [...] A literatura, exprimindo a exceção, oferece um conhecimento diferente do conhecimento erudito, porém mais capaz de esclarecer os comportamentos e as motivações humanas’” (texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, p. 8). C II, III e IV D I, III e IV E I, II e III Questão 3/5 - Fundamentos Teóricos da Literatura Considere a seguinte citação: “Com o passar do tempo, percebi com alguma surpresa que o papel eminente por mim atribuído à literatura não era reconhecido por todos. Foi no ensino escolar que essa disparidade inicialmente me tocou”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009. p. 25. Considerando essas informações e os conteúdos do texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, para o teórico russo Tzvetan Todorov, a existência e continuidade da literatura estaria em perigo por: Nota: 0.0 A depender de um público leitor cada vez mais insipiente e reativo a inovações no uso da linguagem. B ser influenciada pelas variações linguísticas cada vez mais presentes na internet e na língua oral. C acabar sendo experimentada não por conta da experiência e da fruição do leitor, mas pelo intermédio de textos teóricos e críticos. Comentário: “Da mesma forma que Antoine Compagnon, o teórico Tzvetan Todorov também dedicou espaço para pensar sobre o assunto, utilizando as suas impressões diante de como a literatura passou a ser tratada nas salas de aulas francesas a partir da década de 60. De forma mais incisiva, Todorov parece denunciar como a literatura passou a ser pensada não por conta das leituras das obras e do diálogo entre os leitores, mas simplesmente pela impressão daquilo que pensavam os críticos” (texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, p. 9). D apresentar temáticas cada vez menos interessantes e que pouco parecem dialogar com as realidades da contemporaneidade. E legitimar apenas um campo intelectual, não contemplando a diversidade de um país e as necessidades do seu povo. Questão 4/5 - Fundamentos Teóricos da Literatura Considere a seguinte citação: “Sócrates acreditava que a reflexão pessoal e a meditação eram as maiores fontes de sabedoria: ‘Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo’. Tal frase resume a postura do filósofo de comprometer-se na busca da verdade. O filósofo costumava andar pelas ruas de Atenas e abordar algum jovem ou erudito, dialogando com eles no meio de toda a gente”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: GUIA DO ESTUDANTE ABRIL. Sócrates. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/socrates/. Acesso em 15 abr. 2019. Considerando a citação e os conteúdos apresentados no texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, para os estudos literários, a figura de Sócrates é relevante por: Nota: 20.0 A decretar a superioridade da poesia em relação às demais artes, contrariando toda a lógica platônica. B pensar a literatura a partir do conceito da mimese ou imitação da realidade, retratando-o em sua obra Poética. C manifestar as múltiplas relações entre escrita e oralidade, ratificando o prestígio da segunda na perspectiva moderna. D criar um tratado específico parapensar o gênero trágico, oferecendo leituras definitivas para obras de Aristófanes. E construir reflexões que permitem aos pesquisadores ler a literatura como um discurso aberto, não cristalizado em uma resolução única. Você acertou! Comentário: “É muito provável que você tenha ouvido falar em certo filósofo grego clássico chamado Sócrates, não é mesmo? O que ele tem a ver conosco, com as letras e com a literatura? Basicamente, tudo. [...] Por enquanto, o que nos interessa aqui é retomar o nome de Sócrates para demonstrar a importância de tomar a literatura não com uma leitura ou interpretação pronta, decorada, mas sempre com uma boa desconfiança, com o interesse de querer ler e perceber diferentes detalhes. Com ajuda de muitas das reflexões socráticas, aprendemos que a única certeza possível é a dúvida” (texto-baseFundamentos teóricos da Literatura – rota 1, p. 3). Questão 5/5 - Fundamentos Teóricos da Literatura Leia um fragmento de uma entrevista de Antonio Candido à Revista Cult: “É preciso esclarecer que até os quarenta anos fui na Universidade assistente de sociologia. Quando me tornei professor de literatura em 1958, na Faculdade de Assis, e a partir de 1961 em São Paulo, nos cursos procurei sobretudo contrapor o trabalho com os textos à tendência histórica e biográfica tradicional, ou ao exagero de teoria que estava começando”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: REVISTA CULT. A vocação crítica de Antonio Candido. https://revistacult.uol.com.br/home/vocacao-critica-de-antonio-candido/. Acesso em 17 abr. 2019. A partir da leitura do excerto de texto citado e dos conteúdos do texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, sobre a obra de Antonio Candido, analise as assertivas a seguir: I. Antonio Candido retoma a teoria do sociólogo Louis-Joseph Lebret para designar a literatura como um bem incompressível. PORQUE II. Para o crítico literário brasileiro, tal como um alimento, a literatura acaba se constituindo como um elemento comum a todos os povos, já que todo homem, em algum momento do dia, recorre a uma expressão narrativa ou fabulação. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: Nota: 20.0 A As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da primeira. Você acertou! Comentário: “Em sua obra Vários escritos [...], será possível encontrar um ensaio chamado ‘O direito à literatura’, um exame minucioso a respeito de como a literatura deve ser encarada como um verdadeiro bem de primeira necessidade. Para alicerçar os seus argumentos, Candido retoma a teoria do sociólogo Louis-Joseph Lebret, baseada na diferença entre os bens compressíveis e os bens incompressíveis. Esses seriam todo e qualquer bem que jamais deveriam ser negados a ninguém, tais como um alimento, uma casa, uma roupa e a própria literatura!” (texto-base Fundamentos teóricos da Literatura – rota 1, p. 10). Além de correta, a proposição I se constrói como justificativa da asserção II, o que pode ser confirmado pela citação de Candido presente na Rota 1: “‘Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado’ [...]” (p. 10). B As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da primeira. C A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E As asserções I e II são proposições falsas.
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