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PSICANÁLISE Danielle Vinte PSICANÁLISE - - - . “Cremos que [o princípio do prazer] é cada vez provocado por uma tensão desprazerosa, e assume uma direção tal que seu resultado final coincide com um rebaixamento dessa tensão, isto é, com uma evitação de desprazer ou uma produção de prazer.” SIGMUND FREUD PILARES FUNDAMENTAIS DA PSICANÁLISE A pulsão é a parte psíquica dos estímulos oriundos do corpo e possui os seguintes componentes: • Fonte: o próprio corpo, ou parte do corpo; • Força: quantidade de energia que busca descarga motora ou satisfação; • Finalidade: Realizar uma descarga motora ou satisfação • Objeto: Aquilo ou pelo qual a pulsão é capaz de atingir a finalidade No que tange a pulsão é necessário acrescentar o conceito de investimento pulsional, que segundo Zimerman (2007), significa catexia, que designa “ uma mobilização da energia pulsional que tem por consequência ligar essa energia pulsional a uma representação, a um objeto ou a partes do corpo. É uma certa quantidade de energia que é colocada, investida em um objeto, por meio de um investimento pulsional. De maneira análoga, ao considerar que os conceitos de pulsão, objeto e catexia giravam em torno de uma energia psíquica, Freud descobriu que leis naturais ou princípios governavam essa energia, ao mesmo tempo em que o aparelho psíquico fazia uso dela. Ele descobriu que esses princípios psicológicos possuíam regras próprias e constituíam eventos psicológicos que tinham autonomia e, principalmente, interação entre si. Do Prazer: A estrutura do aparelho psíquico busca descarregar estímulos que provocam tensão ou desprazer, como o medo. Contudo, há tensões que, quando temporariamente acumuladas e retidas até certo ponto, provocam prazer. É o caso da tensão sexual. A catexia pulsional demanda ser satisfeita ou gratificada imediatamente, sem levar em conta a realidade exterior. Exemplo: bebê faminto quando chora, exigindo ser alimentado. PRINCÍPIOS: Da Realidade: PRINCÍPIOS: Forma par com o princípio do prazer, modificando-o. Na medida em que consegue imperar como princípio que regula o aparelho psíquico, adia a satisfação da catexia pulsional até o momento em que pode ser devidamente gratificada. Exemplo: um adulto que, embora faminto, aguarda no restaurante a chegada de um convidado para que possam almoçar juntos. https://www.youtube.com/watch?v=OKNu1qjgXaA PRINCÍPIOS: Da Constância: Disposição do aparelho psíquico em levar a zero ou reduzir ao mínimo possível qualquer excitação de origem interna ou externa. É um princípio que possibilita a manutenção do aparelho psíquico num nível considerado calmo e harmonioso. A constância desse nível é aquele que se pretende enquanto nível satisfatório. Essa constância é obtida por um lado pela descarga da energia já presente e por outro lado a evasão que pode aumentar a quantidade de excitação e também a quantidade de defesa contra esse aumento. PRINCÍPIOS: Da Compulsão à Repetição: Tendência do aparelho psíquico em reviver, por meio de lembranças, sonhos e sintomas, experiências penosas e de sofrimento como modo de resolver ativamente essas vivências. PRINCÍPIOS: Do Determinismo Psíquico: Premissa de que nada do que ocorre no aparelho psíquico ocorre por acaso ou coincidência. Todo evento psicológico é causado por outro evento psicológico, consciente ou inconsciente, que o antecedeu. ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: Freud propôs a estrutura do aparelho psíquico a partir de dois pontos de vista: - Modelo Topográfico e Modelo Estrutural ou Dinâmico que também são identificados como Primeira e Segunda Tópica (lugares) ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: PRIMEIRA TÓPICA: Freud propõe que o aparelho psíquico é composto por três instâncias, lugares ou sistemas. São eles: consciente, pré-consciente e o inconsciente. SEGUNDA TÓPICA: Freud concebe o aparelho psíquico com outros três sistemas: ID, EGO e SUPEREGO. Focado em um ponto de vista mais dinâmico em que os componentes interagem entre si. As tópicas se complementam mutualmente. ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: SEGUNDA TÓPICA: PSIQUÊ: Minimizar o desprazer e aumentar o prazer ID, EGO E SUPEREGO ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: SEGUNDA TÓPICA: ID: Estrutura original da personalidade, é caótico, desorganizado, sem forma. Todo conteúdo do ID é inconsciente. Constitui o polo pulsional da personalidade, e os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões. Desconsidera os limites da realidade, procurando a autossatisfação de forma irracional, egoísta a todo momento sem inibições e não tolerando frustrações. Não tem lógica, ética, valores. ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: SEGUNDA TÓPICA: EGO: Se desenvolve a partir do ID a medida que o bebê toma consciência de sua própria identidade, tem a função de aplacar e atender as exigências do ID preservando a saúde, sanidade e segurança da psique. É lógico, racional e capaz de lidar com a realidade externa. Se esforça pelo prazer e tenta evitar o desprazer; Logo ID funciona segundo o princípio do prazer e o EGO segundo o princípio da realidade. ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: SEGUNDA TÓPICA: EGO: Se dá na infância pela influência do mundo externo, que frustra e adia a satisfação das pulsões, se desenvolve para promover a adaptação do sujeito ao mundo e, dessa forma, obter a satisfação das pulsões. Não é completamente consciente. De modo inconsciente tem funções tais como atuar na produção de angústias, fenômenos de identificação e formação de símbolos, além de produzir o sentimento de identidade e de autoestima. ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: SEGUNDA TÓPICA: SUPEREGO: Atua como um juiz das ações do ego, é nele que residem os códigos de conduta, as inibições e os ideais. Age de forma a proibir ou limitar pensamentos e atitudes; A auto-observação é uma de suas características. Agindo independente das pressões do ID por satisfação e do Ego pela busca do prazer. Para Freud o SUPEREGO se desenvolve a partir do modelo de superego dos pais*. Todo conteúdo é derivado dos julgamentos, valores e tradições defendidos durante a criação. ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: SEGUNDA TÓPICA: SUPEREGO: Formado pelo conjunto de introjeções e identificações que a criança faz de seus pais*. É guardião da cultura, dos preconceitos e da ética de uma coletividade. Constitui-se em relação ao ego, crítico juiz ou censor que condena o ego e o proíbe de atender plenamente as pulsões do id. Sob este aspecto, a instância do superego torna viável a vida social humana. Ele gera sentimentos de orgulho, amor próprio mas também de inferioridade e culpa. ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO: SEGUNDA TÓPICA: