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200677TEMA_9_CONVENCAO_E_ACORDO_COL

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TEMA 9 
CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 
 
O Direito do Trabalho engloba dois segmentos, um individual e outro coletivo, cada um deles composto de 
regras, institutos e princípios próprios. 
O Direito Individual do Trabalho constrói-se a partir da constatação fática da diferenciação social, econô-
mica e política entre os dois sujeitos do pacto de emprego, empregado e empregador. 
A flagrante hipossuficiência do empregado é que fez despontar o Direito Individual do Trabalho, largamen-
te protetivo, caracterizado por princípios e regras que buscam aproximar, juridicamente, a relação desigual manti-
da entre o obreiro e empregador. 
Já o Direito Coletivo do Trabalho é construído a partir de uma relação jurídica entre pessoas teoricamente 
equivalentes, de um lado, envolvendo os empregadores diretamente ou por meio dos respectivos sindicatos pa-
tronais e, de outro, os empregados, representados pelos sindicatos da categoria profissional (sindicato dos traba-
lhadores). 
Impende destacar que o Direito Coletivo atua intensamente sobre o Direito Individual do Trabalho, pois por 
intermédio dele se produzem várias regras jurídicas, em especial, o acordo coletivo, a convenção coletiva de tra-
balho (estes dois frutos da chamada autocomposição) e a sentença normativa (heterocomposição). 
Portanto, o Direito Coletivo do Trabalho tem como objeto de estudo as organizações sindicais, as negoci-
ações coletivas, os instrumentos normativos correlatos, em especial a Convenção Coletiva, o Acordo Coletivo de 
Trabalho, a sentença normativa (prolatada nos autos de um Dissídio Coletivo) e a arbitragem, além do estudo do 
fenômeno da greve e lockout e suas repercussões nos vínculos de emprego. 
 
CONCEITO E SUJEITOS 
 
O art. 611 define Convenção Coletiva de Trabalho como sendo: 
“(...) o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas 
e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações indi-
viduais de trabalho”. 
Por sua vez, o § 1.º do mesmo art. 611 faculta aos sindicatos representativos das categorias profissionais 
celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem 
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações de 
trabalho. 
Logo, a única diferença entre convenção e acordo coletivo de trabalho é quanto aos signatários. 
A Convenção Coletiva é o instrumento normativo pactuado entre o sindicato da categoria profissional (dos 
trabalhadores) e o sindicato da categoria econômica (patronal), objetivando fixar condições de trabalho aplicáveis 
às relações de trabalho no âmbito das respectivas representações. 
Já o Acordo Coletivo de Trabalho é o instrumento normativo pactuado entre o sindicato da categoria pro-
fissional e uma ou mais empresas, objetivando estipular condições de trabalho aplicáveis às relações de trabalho, 
no âmbito da(s) empresa(s) acordante(s). 
Os sujeitos na Convenção Coletiva são de um lado o sindicato profissional e de outro o sindicato da cate-
goria econômica. 
Por sua vez, os sujeitos no Acordo Coletivo são de um lado o sindicato profissional e de outro uma ou 
mais empresas. 
De acordo com o Art. 620 da CLT, as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre 
prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 
Com a reforma trabalhista proposta pela Lei 13.467/17, foram incluídos os arts 611-A e 611-B na CLT, 
possibilitando a prevalência do negociado sobre o legislado em pontos específicos, vejamos: 
 
“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a 
lei quando, entre outros, dispuserem sobre: 
I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; 
II – banco de horas anual; 
III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas su-
periores a seis horas; 
IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei n.º 13.189, de 19 
de novembro de 2015; 
 
 
 
 
 
 
 
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V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empre-
gado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confian-
ça; 
VI – regulamento empresarial; 
VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho; 
VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; 
IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e 
remuneração por desempenho individual; 
X – modalidade de registro de jornada de trabalho; 
XI – troca do dia de feriado; 
XII – enquadramento do grau de insalubridade; 
XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autorida-
des competentes do Ministério do Trabalho; 
XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em progra-
mas de incentivo; 
XV – participação nos lucros ou resultados da empresa. 
§ 1.º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do 
Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação. 
§ 2.º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção co-
letiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um ví-
cio do negócio jurídico. 
§ 3.º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva 
ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dis-
pensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. 
§ 4.º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva 
ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá 
ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. 
§ 5.º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho 
deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que 
tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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