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RESUMO DE TECNICA CIRURGICA 2

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TÉCNICA CIRUGICA P2 
Aulas para avaliação: 
- Celiotomia e laparotomia. Esplenectomia, 
gastrotomia, enterectomia e anastomose. 
- Uro-genital: toda a parte de urogenital incluindo 
cirurgias renais, vesicais e castrações de machos e 
fêmeas. 
-Estudar a parte de urogenital e cirurgias abdominais 
também pela apostila. 
Lembrando que uma porção significativa das 
questões serão extraídas da APOSTILA de técnica 
cirúrgica II. 
CELIOTOMIA E LAPAROTOMIA 
(como base para as cirurgias de gastrotomia, 
esplenectomia e entrectomia/enteroanastomose) . 
Definição: 
Celiotomia: A abertura da cavidade abdominal 
denomina- se celiotomia. 
Laparotomia: refere-se exclusivamente à abertura do 
flanco; 
Maioria das cirurgias realizadas em pequenos 
animais: 
 → requer acesso cirúrgico abdominal. 
Outros processos além da cirurgia abdominal: 
→propósitos diagnósticos, terapêuticos ou mesmo 
para prognósticos. 
Classificação: 
Celiotomia mediana: incisão sobre a linha média 
(linha alba). 
Celiotomia paramediana: incisão paralela à linha 
média (linha média). 
Laparotomia: incisão na área paracostal do flanco. 
Indicações da celiotomia/laparotomia: 
Diagnóstica - peritonites, corpos estranhos, tumores 
etc.. 
Curativa (que permita acesso a outras técnicas a 
serem realizadas). 
 Técnica Operatória: 
Pré – operatório: jejum prévio a ser determinado 
segundo o paciente e o estado clínico, técnicas de 
anti-sepsia, colocação de panos de campo, etc. 
-Posicionar o paciente em decúbito dorsal. 
 Trans – operatório: 
-Incisão cutânea → utilizar bisturi → linha média 
ventral. 
-Extensão e localização da incisão → conforme o 
procedimento desejado, podendo ter início próximo 
ao processo xifóide, estendendo-se caudalmente até 
o púbis. 
-Incise o tecido subcutâneo ou divulsione-o sobre a 
linha média, afastando- o lateralmente, de modo a 
expor a fáscia externa do m. reto abdominal; 
-Identifique a linha alba; 
-Sustente a parede abdominal com pinças dente de 
rato ou Allis e realize uma incisão em estocada ao 
longo da linha alba, com o bisturi em profundidade 
variável conforme o tamanho do cão; 
-Verifique a presença de órgãos e aderências 
próximas à incisão; 
-Amplie a incisão com a tesoura (cranial e 
caudalmente); 
-Rompa ou retire, realizando hemostasia, o ligamento 
falciforme; 
-Em cães machos, pince o prepúcio e prenda-o 
lateralmente; a incisão de pele torna-se paramediana 
na região do prepúcio. Incise a musculatura na linha 
alba, como descrito anteriormente. 
 
Corte longitudinal do abdômen. 
 
Corte sagital do abdômen. Notar a linha açba abaixo 
do nivel da pele(seta vermelha). 
 
 
Localização das incisões para a celiotomia na espécie 
canina, em fêmeas (esq.) e machos (dir.). 
 
Notar a anatomia sagital da linha alba e o ligamento 
falciforme – tecido gorduroso localizado abaixo da 
musculatura abdominal (cranial à cicatriz umbilical 
do cao e gato). 
Variação do acesso à cavidade abdominal: neste 
caso a incisão é realizada no flanco e é denominada 
de laparotomia. 
Trans – operatório – suturas: 
- musculatura : com pontos simples separado 
ou sutura ancorada de ford, com nó a cada 3-
4 pontos; Usar fio absorvível sintético (2-0 a 
3-0); 
- Subcutâneo: sutura simples contínua e fio 
absorvível sintético; 
-Plano cutâneo: sutura simples separada ou 
intradérmica em zigue-zague, ambas com fio 
absorvível sintético 3-0; 
-Em cães machos, pince o prepúcio e prenda-o 
lateralmente; a incisão de pele torna-se paramediana 
na região do prepúcio. Incise a musculatura na linha 
alba, como descrito anteriormente; 
-Pós- operatório: curativos locais, utilização de 
analgésicos, antiinflamatórios e antibióticos 
conforme o procedimento realizado e o estado geral 
do paciente; 
 Complicações: 
-Infecção cirúrgica bacteriana (seguir os padrões de 
anti-sepsia e assepsia; 
-Deiscência de sutura (falhas técnicas, escolha errada 
do material de síntese ou do ponto escolhido, falhas 
nas recomendações e/ou má realização do pós-
operatório). 
1 - GASTROTOMIA EM PEQUENOS ANIMAIS: 
 
estômago= prefixo “gastro” 
ANATOMIA: 
 Regiões do estômago: 
Cárdia, fundo, corpo, piloro (antro, canal, e esfíncter 
pilórico). 
 Túnicas do estômago: 
A parede do estômago consiste de: 
-Túnica mucosa: é totalmente glandular; 
-Túnica submucosa: bem desenvolvida e bastante 
vascularizada; 
-Túnica muscular: é composta de três camadas; 
-Túnica serosa: recoberta de peritônio visceral – 
confere resistência à sutura; 
-Pregas gástricas: encontradas em toda a superfície 
mucosa do estômago; seu aumento de volume no 
exame de ultra-som poderá ser verificado; 
A parede do estômago mede entre 3-5 mm de 
espessura. Ao ultra-som, distinguem-se 5 leitos 
ecogênicos: superfície mucosa, a mucosa 
propriamente dita, a submucosa, a muscular e a 
serosa; 
-Vasos e nervos: as artérias que irrigam o estômago 
derivam da artéria celíaca e cursam ao longo, ou 
fecham, nos ligamentos do omento.; 
A artéria gástrica esquerda e direita correm ao longo 
da curvatura menor e a artéria gastro-epiplóica 
direita e esquerda, ao longo da curvatura maior, com 
ramos da artéria esplênica suprindo o fundo. 
 -local de escolha para a incisão no estômago: 
próximo à metade das superfícies parietal e visceral 
onde há uma delgada faixa aproximadamente 
eqüidistante das duas curvaturas, relativamente livre 
de grandes vasos sangüíneos. 
-Nervos parassimpáticos são derivados do tronco 
vagal dorsal e ventral. 
-Nervos simpáticos são derivados dos nervos 
esplâncnicos; 
-Linfonodos estão dispersos por toda a mucosa e os 
linfáticos gástricos drenam para o linfonodo hepático; 
 
CONCEITO DE GASTROTOMIA: 
É a abertura do estômago. 
INDICAÇÕES: 
 Retirada de corpos estranhos; 
 Inspeção da mucosa gástrica para verificação 
de presença de úlceras, neoplasias ou 
hipertrofias; 
 Obtenção de material para biópsia; 
 
Artérias principais do estômago e baço. 
 
Regiões anatômicas do estômago. 
 
Camadas teciduais do estômago. 
 
Incisão e sutura da parede estomacal. 
CONSIDERAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS: 
Antes do ato cirúrgico: 
-Exame físico, radiológico, gastroscopia, ultra-som, 
tomografia ou ressonância magnética. 
-Avaliar a presença de desequilíbrio hidroeletrolítico 
no paciente→ corrigir antes da cirurgia. 
- Antibioticoterapia profilática pode ser instaurada: 
gentamicina =para animais jovens. 
azitromicina = pacientesvelhos e jovens demais. 
tetraciclinas =para jovens que terminaram a segunda 
dentição e para adultos e idosos saudáveis. 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES QUANTO À PRESENÇA DE CORPOS 
ESTRANHOS NO ESTÔMAGO: 
Incidência: relativamente alta, acometendo cães e 
gatos em diferentes idades. 
Sinais clínicos: vômito reflexo quando o corpo 
estranho(C.E.) localiza-se no antro pilórico; 
Achados laboratoriais: variam com a severidade e 
duração do vômito e devem incluir desidratação e 
desbalanço eletrolítico e ácido-básico. A 
anormalidade mais comum é acidose metabólica, 
mas alcalose hipocalêmica também pode ocorrer em 
animais com obstrução pilórica. 
R-X: adequado para diagnóstico de C.E. radiopaco, 
mas muitos são radiolucentes. O R-X contrastado 
pode ser necessário. 
Diagnóstico: baseado em achados clínicos e, 
principalmente, radiográficos através da radiografia 
contrastada. 
-O tratamento é cirúrgico pois causam inflamações 
crônicas na parede gástrica e obstrução pilórica ou 
intestinal → vômitos; 
-Prognóstico: bom, desde que a intervenção
seja 
precoce. 
TÉCNICA CIRÚRGICA: 
-Após a anestesia e com o paciente em decúbito 
dorsal, realizamos a anti-sepsia padrão e colocação 
dos primeiros panos de campo; 
-Laparotomia mediana; pré-umbilical; em alguns 
casos, pré-retro umbilical; 
-Colocação dos segundos panos de campo e de 
compressas umedecidas ao redor da incisão; 
-Afastadores para aumentar a exposição do 
estômago; 
-Exploração da cavidade abdominal e exposição e 
isolamento do estômago, através de 2 suturas de 
apoio eqüidistantes ou de pinças Babcock ou Allis na 
área menos vascularizada do órgão; 
-Estruturas abdominais circundantes são afastadas 
com compressas umedecidas; 
-Incisão paralela e eqüidistante às duas curvaturas, 
em duas etapas; 
 
-Iniciar na camada seromuscular, aprofundando até a 
mucosa com bisturi; 
-realizar hemostasia por torção ou ligadura para 
vasos maiores. Usar fio 3ou 4 zeros absorvível. 
-Faz-se uma incisão na mucosa com lâmina de bisturi 
ampliando-a com tesoura em direção às pinças; 
-Inspeção do órgão e/ou retirada do C.E.; 
-Troca de luvas; desprezar material contaminado 
(compressas, instrumental cirúrgico); 
-Sutura: 
Quanto à sutura, há autores que defendem a sutura 
realizada em um único plano, por causar menor 
inversão e melhor aposição das bordas da ferida. 
Por outro lado, a sutura realizada em dois planos 
proporciona melhor controle da hemorragia e melhor 
adaptação da serosa. 
Dois planos: Primeiro padrão Cushing, com fio 
absorvível sintético 3-0 a 4-0 (ex. poliglacina); a 
sutura se inicia na superfície serosa e penetra, mas 
não atravessa, a mucosa (não perfurante total). 
 
 
 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA: 
-O segundo plano é realizado com sutura tipo 
Lembert com fio absorvível 3-0; em padrão 
seromuscular; 
-Outras combinações podem ser feitas, geralmente 
com sutura simples interrompida, no primeiro plano 
e invaginante no segundo (ex. Lembert). A escolha 
fica a critério do cirurgião e de suas habilidades; 
 -O omento pode ser colocado sobre a incisão e 
fixado com dois pontos simples separados, com fio 
absorvível sintético 3-0 ou 4-0; 
-restauração do equilíbrio hidroeletrolítico 
(fluidoterapia); 
-jejum de 24 a 48 horas de água e comida; 
alimentação parenteral; 
-Alimentação pastosa no começo progredindo para 
mais sólida com o passar dos dias (ate uma semana 
para a transição). 
2 – ESPLENECTOMIA: 
 Definição: 
É a remoção cirúrgica do baço, total ou parcialmente 
(quando possível). 
 Anatomia: 
O baço situa-se no quadrante abdominal cranial 
esquerdo, encontrando-se geralmente paralelo à 
curvatura maior do estômago. 
Entretanto, sua localização mais precisa é 
dependente do tamanho e do posicionamento dos 
outros órgãos abdominais.Com o estômago contraído 
o baço se localiza ao lado das costelas; quando o 
estômago está repleto, o baço se encontra no 
abdômen caudal. 
-O suprimento sangüíneo é oriundo da artéria 
esplênica, ramo da artéria celíaca. 
-A artéria esplênica possui de três a cinco 
ramificações primárias, que cursam no omento maior 
em direção ao terço ventral do baço. A primeira 
ramificação irriga o pâncreas, os dois ramos 
remanescentes dirigem-se à metade proximal do 
baço, de onde se projetam cerca de vinte a trinta 
ramificações que entram no parênquima esplênico e 
são as PRINCIPAIS ARTÉRIAS A SEREM LIGADAS! 
Utilizar fio absorvível sintético 3 ou 4-0. 
.Os ramos continuam, então, do ligamento 
gastroesplênico em direção à curvatura maior do 
estômago, formando as artérias gástricas menores 
(que irrigam o fundo) e a artéria gastroepiplóica 
esquerda (que irriga a curvatura maior do estômago). 
A drenagem venosa é via veia esplênica. 
-A contração do baço é regulada pelo grande número 
de receptores alfa – adrenérgicos. 
 
 Indicações: 
-Congestão (ex: torção esplênica, insuficiência 
cardíaca direita, dilatação vólvulo-gástrica, fármacos) 
-Neoplasia. 
-Traumas físicos: podem resultar em hemorragia 
seguido de anemia. 
 DOIS MODOS : ESPLENECTOMIA TOTAL OU PARCIAL 
● Esplenectomia total: remove 100% do órgão. 
Indicada para casos tumorais graves ou acidentes 
com hemorragia multifocal no baço 
● Esplenectomia parcial: deixa parte do órgão no 
organismo do paciente Indicada para lesões focais ou 
traumáticas, quando se deseja preservar a função 
esplênica. 
ESPLENECTOMIA PARCIAL - Técnica Cirúrgica: 
Celiotomia mediana pré-umbilical ou pré-retro-
umbilical, para exploração da cavidade abdominal 
como um todo; 
-Defina a área a ser removida; 
-Ligue duplamente os vasos da região e seccione-os; 
com a experiência, podemos colocar pinças Halsted e 
fazer apenas uma ligadura; 
-Coloque pinças atraumáticas (pinças de Doyen) 
entre a região a ser excisada e a região sadia; 
- Seccione o baço entre as pinças. Suture o tecido 
esplênico com um padrão de sutura contínuo, 
utilizando fio absorvível sintético 3-0 ou 4-0. Para 
conferir maior segurança à sutura, pode-se utilizar 
um padrão duplo (ex. simples contínuo na ida, 
voltando com a mesma sutura). 
ESPLENECTOMIA TOTAL - Técnica Cirúrgica: 
 Indicada para: 
-Neoplasias esplênicas, obstruções isquêmicas, 
aumento generalizado secundário a doenças 
infiltrativas e traumas. 
*Sempre que possível, a esplenectomia parcial è 
preferida a esplenectomia total* 
 
Desvantagens: 
 Perda do reservatório sangüíneo 
 Perda da defesa imune 
 Menor Filtração e hematopoiese do baço. 
 Contra-indicada em pacientes que tenham 
hipoplasia de medula óssea. 
● ESPLENECTOMIA TOTAL - Técnica Cirúrgica: 
 
 
Localização anatômica do baço. 
 
 
Executar ligaduras duplas ou simples (com pinça 
abaixo do nó cirúrgico); Seccionar os vasos próximo 
ao hilo esplênico; 
-Realizar a celiotomia mediana pré-umbilical ou pré-
retro-umbilical, para exploração da cavidade 
abdominal; exposição do baço, envolto em 
compressas; 
-Ligar duplamente e seccionar todos os vasos , bem 
próximo ao hilo esplênico, com fio absorvível 
(preferencialmente) ou não absorvível; 
Pós – operatório: 
O animal deve ficar em observação durante as 
primeiras 24 horas, devido ao risco de hemorragia. 
Analgésicos e eventualmente antibioticoterapia serão 
necessários. A complicação mais comum é a 
hemorragia interna. 
 
Observar o baço extraído , apresentando o tumor na 
extremidade esquerda do órgão. 
3- ENTEROTOMIA, ENTERECTOMIA E 
ENTEROANASTOMOSE: 
Definições: 
Enterotomia: é uma incisão no intestino. 
Enterectomia: é a ressecção (remoção) de um 
segmento do intestino; 
Enteroanastomose: é o restabelecimento da 
continuidade entre as extremidades rompidas do 
intestino (delgado ou grosso). 
Indicações: 
-Corpos estranhos intestinais (principalmente 
intestino delgado). 
-Traumatismos (perfurações, isquemia). 
-Estática visceral inadequada; 
-Infecções e procedimentos diagnósticos ou de 
suporte (biópsia, cultura, citologia, sondas 
alimentares). 
-Intussuscepção irredutível ou estenose do lúmen 
intestinal; 
-lesões graves que comprometam o tecido ou 
neoplasias intestinais. 
Enterotomia: 
-É uma incisão no intestino que servirá para a 
remoção de corpo estranho; 
-A abordagem ao intestino é feita por celiotomia 
como já visto; 
- A abertura do intestino é feita por estocada 
com bisturi (nº 11, 15 ou 24), na borda anti-
mesentérica; 
- Remover o corpo estranho; 
Suturas utilizadas: 
 Parede intestinal: fechamento com padrão simples 
separado total – sero-mucoso – com fio 
monofilamento absorvível sintético, 4-0 (+35 kg), 5-0 
(15-35 kg),
ou 6-0 (menos de 15 kg). 
Músculo: simples separado, ancorada de ford,2-0 a 1. 
Plano subcutâneo: simples continua, zigue-zague, 
lembert, fio absorvível 3-0. 
Pele: fio sintético inabsorvível, sutura simples 
separada, mononylon de 3-0 a 0. 
 
Observar o clampeamento, a incisão e a sutura da 
região do intestino delgado. 
 
 
Enterectomia - Técnica operatória: 
Indicações: 
-Necrose intestinal. 
-torção gástrica. 
-intussuscepção. 
-neoplasia intestinal maligna ou benigna obstrutiva. 
 
 
Intussuscepção intestinal 
 
 
Pré-operatório: 
Preconiza-se a antibioticoterapia profilática 
imediatamente antes à cirurgia. Dentre os 
antibióticos preconizados citam-se a Cefazolina 
(20mg/Kg IV) e a Cefoxitina (15-30mg/Kg IV); 
Trans-operatório: 
-Posicionamento do paciente → decúbito dorsal → 
celiotomia mediana, geralmente pré-umbilical. 
-A alça intestinal alvo é tracionada e isolada com 
panos umidos; 
-Realiza-se o “ordenhamento” da alça intestinal e 
colocam-se pinças intestinais atraumáticas (clampes 
intestinais) cranial e caudalmente ao local a ser 
incisado. 
-A parede intestinal é incisada longitudinalmente, no 
lado anti-mesentérico, e no tecido sadio 
imediatamente caudal ao corpo estranho. 
 A incisão deve ter o tamanho suficiente para a 
retirada do corpo estranho; 
Trans-operatório: 
-Avalie a quantidade de intestino a sofrer ressecção; 
-Em casos de intussuscepção, sempre é válido tentar 
reduzi-la sem ressecção; 
-Realiza-se um leve “ordenhamento” na porção da 
alça intestinal a ser retirada; 
-O intestino é liberado de sua ligação com o 
mesentério através de transecção e ligaduras (fio 
absorvível sintético 3-0 ou 4-0). Aplique um ou dois 
clampes intestinais (ou os dedos) em cada 
extremidade que irá ser seccionada; 
-As pinças devem ser colocadas de maneira que o 
suprimento sangüíneo da anastomose não seja 
impedido, e o mais próximo possível da linha de 
corte, para evitar extravasamento de conteúdo 
intestinal; 
-A técnica mais utilizada em pequenos animais é a 
término – terminal (veja ilustração).; 
-As disparidades do tamanho dos segmentos podem 
ser resolvidas até certo ponto, estirando-se o 
segmento menor. Se isto não for suficiente → 
seccionar em ângulo de 60º, para formar uma maior 
circunferência (ver figura); 
-Suturar com pontos simples interrompidos, com fio 
absorvível sintético com agulha atraumática, é 
iniciada no lado mesentérico do intestino, como 
mencionado anteriormente. Deixa-se o fio longo, e 
realiza-se outra sutura no extremo oposto (lado anti-
mesentérico) de maneira semelhante.; 
Trans-operatório: 
 
Observar o clampeamento, a incisão no mesentério, 
a ressecção e a ligadura das extremidades 
intestinais. 
 
Observar o manejo da anastomose entre dois 
segmentos de diâmetros desiguais. 
-Os fios são mantidos longos para servirem de apoio 
às demais suturas; 
-Completa-se a enteroanastomose realizando-se 
suturas eqüidistantes de um lado da alça intestinal e 
depois do outro; 
-Verificar se há extravasamento de conteúdo. Para 
tanto, pode-se injetar solução salina estéril no local 
da incisão; 
-Procede-se a sutura do mesentério com pontos 
simples interrompidos com fio absorvível sintético, o 
mesmo utilizado para a enteroanastomose; 
-Segue-se a omentopexia e a celiorrafia plano a 
plano, como já explicado. 
Sutura: 
-Pontos simples interrompidos que atravessam todas 
as camadas da parede intestinal, usando fio de sutura 
absorvível sintético 3-0 a 4-0. 
-Se a técnica permitir, utilizar um segundo plano de 
sutura como Schmieden ou Lembert. 
Deve-se ter a cautela de evitar a eversão da mucosa – 
alinhar bem a parede intestinal 
OBS: Recomendável realizar a omentopexia. Procede-
se a celiorrafia plano a plano. 
Pós- operatório: 
Continuidade da antibioticoterapia, analgesia, 
repouso, jejum inicial e dieta aprorpiada 
posteriormente e colar elisabetano. 
Complicações: 
Deiscência de sutura, peritonite, septicemia (infecção 
generalizada). 
CIRURGIAS DO APARELHO UROGENITAL: 
INTRODUÇÃO: 
● Ocorre uma grande incidência de cirurgias do 
aparelho urogenital na rotina da clínica cirúrgica de 
pequenos animais. 
● Principais causas: 
-Litíases; 
-Tumores; 
-Infecções purulentas obstrutivas; 
-Hemorragias e traumas; 
Abordagem cirúrgica: celiotomia caudal, próximo à 
região do púbis → permite aceso à bexiga cranial e à 
porção final do trígono vesical; 
-região pélvica acesso à uretra pélvica do macho; 
penectomia em felinos. 
-celiotomia e pubectomia -remoção do osso pubiano- 
para acesso à próstata. 
Dentre as várias possibilidades de cirurgia do 
aparelho urogenital, iremos estudar: 
1- Cistotomia →abertura da bexiga. 
2- Uretrotomia / uretrostomia → abertura da uretra 
peniana. 
3- Nefrectomia/ nefrotomia. 
4 - Orquiectomia →castração do macho 
5- Ovariosalpingohisterectomia →castração da 
fêmea. 
6- Penectomia felina. 
 1-CISTOTOMIA: 
Definição: 
 A exploração cirúrgica da bexiga urinária é 
denominada de cistotomia. 
São procedimentos comuns em pequenos animais. 
Incisões na vesícula urinária cicatrizam quase que 
100%.; 
- A cistotomia é a incisão cirúrgica no interior 
da bexiga (vesícula urinária). 
- Difere da cistectomia porquanto esta se trata 
da retirada de um fragmento da vesícula 
urinária. 
Considerações gerais: 
Anatomicamente, a bexiga pode ser dividida em três 
regiões: 
Fundo: a parte cranial; 
Corpo: a parte intermediária. 
Colo: a parte distal também denominado de trígono 
vesical. A base desta área triangular é formada pelos 
dois óstios ureterais (ureter) e o ápice pelo orifício 
uretral (uretra). 
Revisão anatômica: 
 
1-CISTOTOMIA: 
 
Legenda: 
1 Cicatriz do úraco, 2. bexiga (corpo, fundo e 
trÍgono), 3. uretér. 4. trígono vesical, 5. crista uretral; 
6. uretra. 
 
Indicações: 
-urólitos. 
-tumores. 
-Infecções que necessitem lavagem vesical. 
-secundária á penectomia felina. 
 Técnica Operatória: 
-acesso através de laparotomia mediana ventral; para 
a abordagem da próstata em machos (neste caso, 
considerar a pubectomia); 
-localizar a bexiga; colocar suturas de sustentação no 
ápice e tracionar a bexiga em direção cranial; 
-elevar e isolar a bexiga com compressas úmidas; 
-Realizar uma incisão ventral na bexiga -em estocada; 
- Drenar a urina antes se houver; 
- estende-se a incisão cranial e caudalmente 
com uma tesoura; 
- Realizar uma incisão ventral na bexiga -em 
estocada; 
 
Continuar a abertura com tesoura de metzenbaum. 
Vesícula urinária exposta com abertura na porção 
ventral. Notar a litíase. 
 Importante: 
 - Palpar a bexiga e passar uma sonda uretral, 
assegurando-se de que não restaram cálculos dentro 
da uretra; 
-Realizar o procedimento de flushing e aspiração para 
remover os cálculos discretos e pequenas partículas 
restantes; 
 Sutura: 
- Bexiga: padrão seromuscular; simples contínua 
padrão Cushing ou Lembert ou a associação de 
ambas, com fio absorvível sintético 3.0 ou 4.0. 
(Os fios, monofilamentos absorvíveis como 
polidioxanona ou o poligliconato são os mais 
indicados, se comparados aos multifilamentos 
absorvíveis como o vicryl ou ácido poliglicólico 
trançado); 
Pós-operatório: 
-Sonda uretral para permitir que o animal urine 
freqüentemente, por três dias; 
- Administrar antibióticos: importante saber a 
escolha do fármaco e dosagem e o período 
de utilização varia de acordo com o princípio 
ativo e da avaliação que o cirurgião faz do 
caso; 
-
Se possível, os cálculos devem ser enviados 
para análise laboratorial onde o resultado 
poderá ajudar na profilaxia, evitando-se 
desta forma recidivas. 
 
Possíveis complicações cirúrgicas : 
-extravasamento de urina para a cavidade abdominal, 
com formação de uroperitônio; 
-deiscência de pontos ou outras causas como 
friabilidade da parede da vesícula urinária; 
-infecções bacterianas pós-operatórias; 
2 - URETROTOMIA E URETROSTOMIA : 
Definição: 
Praticamente apenas realizada em machos; 
URETROTOMIA: é a incisão na uretra com a 
finalidade de sua abertura, resolução do problema e 
o fechamento em seguida: o paciente retorna a 
urinar pela saída normal de urina (uretra peniana). 
URETROSTOMIA: é a criação de uma fístula 
permanente na uretra, ou seja uma nova abertura é 
feita com a união da mucosa uretral com a pele 
adjacente. O paciente passa a urinar exclusivamente 
por esta abertura. 
Considerações gerais: 
-Alta incidência em clínica cirúrgica de pequenos 
animais (cães e gatos); 
-CÃES: obstruem após o arco isquiático ou 
imediatamente caudal ao osso peniano. 
-A obstrução uretral em gatos resulta da presença de 
muco ou debris no terço distal da uretra. 
-A antibioticoterapia pré-operatória deve ser 
instituída em animais com obstrução ou 
extravasamento de urina (estas regiões já estão 
contaminadas antes da cirurgia); 
-Escolher fluoroquinolonas ou cefalosporinas de 3ª 
geração, como opções antibióticas. 
Uretrotomia: 
-Realizada em cães machos para remover cálculos 
uretrais que não são expelidos por sondagem normal 
ou retrógrada; 
-Realizado na região pré-escrotal, mas pode ser feito 
na região perineal, caso a destruição da uretra 
encontra-se desde a uretra peniana até regiões da 
uretra perineal. 
Uretrostomia: 
-Realizada quando o animal possui perda irreversível 
da capacidade de urinar pela uretra peniana normal. 
 Aspectos clínicos: 
-inapetência 
-disúria 
-anúria 
-esforço miccional 
-desidratação 
- Dor intensa 
 
 
Técnica cirúrgica: 
-Posicionar o paciente em decúbito dorsal; 
-Passar uma sonda uretral estéril em direção ao 
escroto; demarcar o local a ser incisado (referência 
pala obstrução); 
-Separar por divulsão o músculo retrator do pênis 
deslocando-o lateralmente para expor a porção 
peniana da uretra; 
-Fixar o pênis com uma das mãos e realizar uma 
incisão na linha média da uretra, sobre o cálculo, com 
uma lâmina de bisturi nº.11 ou 15; 
-Mediante sangramento profuso, faça hemostasia 
compressiva; 
-Remover o cálculo; 
-Passar uma sonda uretral através do orifício criado, 
em direção à ponta do pênis e em direção à vesícula 
urinária; 
-Suturar a uretra com fio absorvível sintético 
monofilamentar, 4-0 ou 5-0, em padrão simples 
interrompido; 
-Suturar a pele com pontos intradérmicos (fio 
absorvível sintético 4-0) ou simples interrompido (fio 
inabsorvível sintético, 4-0 ou 3-0); 
-Decidir sobre deixar ou não a sonda uretral por mais 
uns dias. 
Complicações: 
-Hemorragia → mais comum em cães machos. 
-estenose uretral → mais comum em felinos machos. 
Uretrostomia 
Indicação primária: 
Dano permanente da uretra distal: 
- Paceintes formadores de cálculos crôncos 
- Obstruções uretrais repetidas 
Obs: Embora seja um procedimento tecnicamente 
mais elaborado que a uretrotomia, a uretrostomia 
traz menores riscos de estenose pós-operatória. 
 
Onde realizar a uretrostomia? 
Em cães, a uretrostomia pode ser realizada em 
quatro locais: 
- pré-escrotal, escrotal, perineal e pré-púbica. 
A uretrostomia na região perineal alta em cães 
resulta no extravasamento de urina nos membros 
pélvicos (não controlam o esfíncter); 
Uretrostomia em gatos pode ser realizada na região 
perineal ou pré-púbica e os felinos ainda podem 
controlar a micção (permanecem com controle 
esfinctérico); 
Em fêmeas (cadelas ou gatas) é limitada à região pré-
púbica. 
Uretrostomia escrotal: 
-tecnica preferida → uretra mais superficial e menor 
hemorragia; 
-requer a orquiectomia; 
-deve-se tentar deslocar os urólitos para a bexiga → 
cistotomia e remoção dos cálculos. 
Técnica cirúrgica: 
-Posicionar o paciente em decúbito dorsal; 
-Realizar uma incisão elíptica na base do escroto; 
-Divulsionar a gordura subcutânea com uma tesoura 
Metzembaum; 
-Atingir o septo escrotal e separá-lo; 
-Expor, e elevar os testículos e cordões espermáticos; 
-Realizar orquidectomia bilateral abrindo a túnica 
vaginal e efetuar as ligaduras com fio absorvível 
sintético 2-0; 
--Dissecar a gordura e o tecido fibroso que envolve o 
pênis até a visualização do músculo retrator do pênis 
seja visível; 
-Separar o músculo retrator do pênis deslocando-o 
lateralmente para expor a porção peniana da uretra; 
-Fixar o pênis ,seccionar o corpo esponjoso da uretra 
com uma lâmina de bisturi nº.11 e ampliar a incisão 
na uretra com uma pequena tesoura (de íris, por ex.). 
A incisão deve ter ao menos dois centímetros em 
cães pequenos, e ser maior em cães grandes; 
-Sutura-se o tecido subcutâneo da pele à túnica 
albugínea do pênis, com pontos simples separados, 
fio absorvível sintético 3-0 ou 4-0; 
-Suture a mucosa uretral na pele com pontos simples 
separados, fio absorvível sintético. 
-Os pontos devem ser eqüidistantes e os nós feitos 
sobre a pele, e não sobre a mucosa. A incisão 
remanescente na pele deve ser suturada com pontos 
simples interrompidos. 
Pós-operatório (uretrotomia/ uretrostomia): 
Manter a antibioticoterapia preconizada → 
fluoroquinolonas ou cefalosporinas de 3ª geração; 
-Analgesia pós-operatória – tramadol, dipirona; 
-A hemorragia pós-operatória do orifício pode 
ocorrer por período superior a duas semanas, mas 
não é séria →.na duvida, utilizar acido tranexâmico 
bid, PO oi SC por 5 dias. 
-utilizar o colar elisabetano, até dois dias após a 
retirada dos pontos. 
Localização e incisão na uretra. Sutura muco-
cutânea e presença da sonda no interior da uretra. 
Incisão na linha média peniana. Divulsão do espaço 
morto. 
 
Localização e incisão na uretra. Sutura muco-
cutânea e presença da sonda no interior da uretra. 
 
Incisão na linha média peniana. Divulsão do espaço 
morto. 
 
-A uretrostomia perineal e a peniana obedecem a 
um padrão de sutura, onde a agulha penetra pelo 
lado de dentro da uretra (perfuramos 
primeiramente a mucosa) e depois a agulha penetra 
a pele tendo o nó desviado e atado à pele. 
-Utilizar fio inabsorvível sintético fino (mononylon 3-
0 a 4-0) e padrão simples separado.
 
 
 
 
 
3 – NEFROTOMIA E NEFRECTOMIA: 
Definição: 
Nefrotomia: é a incisão cirúrgica no rim e seu 
posterior fechamento 
Nefrectomia: é a excisão completa de um rim. 
 Considerações sobre a Nefrotomia: 
A nefrotomia é realizada para a remoção de cálculos 
da pelve renal; 
A nefrotomia reduz temporariamente a função renal 
em 20 a 50% (considerar litíase bilateral em 
procedimentos separados por 8 semanas um do 
outro). 
Técnica cirúrgica: 
-Paciente em decúbito dorsal para a realização da 
celiotomia mediana retro-umbilical; 
-Dissecar a gordura retroperitoneal para mobilizar o 
rim; 
-Ocluir temporariamente artéria e veia renal com 
fórceps vascular ou torniquete ou os dedos do 
auxiliar; 
-Mobilizar o rim para expor a superfície lateral 
convexa; 
-Incisar longitudinalmente a superfície convexa do 
rim com um bisturi. A extensão da incisão deve ser o 
suficiente para remover os cálculos; 
-Aprofundar a incisão da cápsula para a pelve renal; 
-remover os cálculos e irrigar com solução
salina 
aquecida; 
-Suturar a cápsula renal com fio absorvível sintético 
3-0 ou 4-0 colocado através da cápsula e da superfície 
do parênquima renal, em um padrão simples 
contínuo e com agulha reta. 
-Após nefrotomia pode ocorrer hematúria por alguns 
dias. 
-Realizar fluidoterapia durante 5 dias pós-cirúrgico 
para restaurar o fluxo renal e a eliminar coágulos 
sanguíneos do trato urinário. 
 
Nefrectomia, quando realizar? 
-Dano irreparável no rim 
-Hidronefrose 
-Neoplasias 
-traumas severos 
 Técnica cirúrgica: 
-Paciente em decúbito dorsal; 
-Celiotomia mediana retro-umbilical; 
-Peritônio e fáscia renal caudal são elevados com 
auxílio de uma pinça; cortar com a tesoura; 
-expor o rim a ser excisado; 
 
Neoplasia renal 
 
Rim de felino- observar o hematoma após ataque 
canino. O paciente desenvolveu uremia crônica após 
o ataque. 
Pielonefrite: 
 
Hidronefrose: 
 
Técnica cirúrgica: 
-Dissecar o hilo renal para expor o ureter e a veia 
renal, os quais são duplamente ligados com fio 
absorvível sintético 2-0; 
-Seccionar o ureter e a veia renal entre as ligaduras; 
-Realizar dissecção cuidadosa para expor a artéria 
renal; eventualmente podem ser duas, especialmente 
no lado esquerdo; 
-Ligar duplamente a artéria renal com fio absorvível 
sintético 2-0. 
-Seccionar a artéria renal entre as ligaduras, 
deixando-se que se retraia; 
-Fechamento da cavidade como de costume. 
Notar o pedículo venoso-arterial do rim a ser 
extirpado. 
UTILIZAR NÓ DE CIRURGIÃO TRIPLO. 
4 - ORQUIDECTOMIA EM PEQUENOS ANIMAIS: 
DEFINIÇÃO: 
Orquiectomia ou orquidectomia referem-se à 
retirada de um (unilateral) ou de ambos os testículos 
(bilateral). 
 ANATOMIA: 
Testículos, epidídimo, ducto deferente, glândulas 
genitais acessórias, uretra pélvica e pênis constituem 
os órgãos genitais masculinos. 
Os testículos são contidos dentro da bolsa testicular 
ou escroto, cuja parede contém músculo liso e fáscia 
espermática externa. 
O testículo é coberto por fina cápsula fibrosa, a 
túnica albugínea. 
O cordão espermático contém vasos testiculares, 
linfáticos e nervos. 
O ducto deferente localizado no interior do cordão 
espermático ganha o abdômen através do canal 
inguinal e existeuma conexão entre o ducto 
deferente e uretra pélvica. 
 INDICAÇÕES: 
-neoplasias testiculares. 
-orquite não responsiva à terapia conservadora. 
-aumento benigno de próstata. 
-eliminação de comportamento indesejável do macho 
ou da reprodução. 
TÉCNICA CIRÚRGICA: 
Pré-operatório: jejum prévio. Não necessita 
antibioticoterapia prévia; 
Trans-operatório: 
-O paciente é posicionado em decúbito dorsal.; 
-O campo operatório é colocado de tal forma que a 
bolsa escrotal fique coberta; 
- O testículo é impulsionado para frente até 
que ele apareça sob a pele cranial à bolsa 
testicular incisada então na linha média sobre 
a pele cranial a bolsa testicular; 
- A incisão é feita o suficientemente ampla 
para permitir a passagem do testículo através 
das túnicas vaginal e albugínea para o 
parênquima testicular. 
- O testículo é impulsionado para cima; 
- Incisar o ligamento escrotal. 
- Este ligamento precisa ser incisado antes do 
testículo ser removido; 
- O plexo pampiniforme e ducto deferente são 
triplamente ligados com fio de sutura 
sintético tipo absorvível 2-0. 
- Segue-se remoção dos testículos com 
tesoura; 
- Segue-se a sutura intradérmica em zigue- 
zague, com o mesmo material acima; 
- Sutura de pele é realizada com pontos 
simples interrompidos, com fio não 
absorvível sintético monofilamentar, 3-0 ou 
4-0. 
- OBS: em felinos, ao invés da incisão pré-
escrotal, preconiza-se uma incisão em cada 
lado do escroto ou no septo. A incisão pode 
seguir o mesmo padrão de sutura ou ser 
deixada aberta. 
- Pós-operatório: consiste em limpeza da 
ferida cirúrgica e uso de colar protetor tipo 
“elizabetano”. Produtos irritantes como 
tintura do iodo são contra-indicados. 
Notar a localização extra-peritoneal dos testículos. 
Locais das ligaduras no funículo espermático do cão. 
5 - OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA EM CADELAS 
E GATAS: 
CONCEITO: 
A ovario-salpingo-histerectomia consiste na retirada 
dos ovários, do útero e dos ligamentos que os 
sustentam (ligamentos largo e redondo). 
 ANATOMIA: 
Ovários felinos são localizados imediatamente caudal 
aos seus respectivos rins, no nível da terceira ou 
quarta vértebra lombar. 
O ovário direito localiza-se mais cranialmente que o 
esquerdo, assim como o rim. 
Cada ovário é suspenso da parede do corpo pelo 
mesovário (uma prega do peritônio). O ligamento 
cranial do ovário é fixo por um forte e fino ligamento 
suspensor, que se estende para o diafragma na área 
da última costela (este deverá ser rompido para a 
realização da técnica do gancho) 
Cada ovário é ligado a seu corno correspondente pelo 
ligamento próprio do ovário. Os cornos uterinos 
estendem-se caudalmente no abdômen e encontram 
um corpo único, de aproximadamente 1/5 da 
extensão dos mesmos. 
O corpo encontra-se com a cérvix, estrutura curta e 
grossa que conecta útero e vagina. 
 Durante a gestação, ela permanece fechada, 
conferindo proteção ao útero contra agentes 
externos. 
Cornos e corpo uterino são suspensos da parede 
dorsal do corpo pelo mesométrio; este, formado por 
músculo liso e pouca gordura, suporta o aumento de 
peso ocorrido durante a prenhez. 
O ligamento redondo do útero inicia-se na 
extremidade da tuba uterina e termina próximo ao 
anel inguinal. 
A exata localização do útero varia na conformidade 
de três fatores: se a fêmea já esteve gestante, estado 
não gravídico e estágio de gestação. 
 INDICAÇÕES: 
-endometrite; piometra 
-torção uterina; prolapso uterino 
-fetos enfisematosos 
-neoplasia de ovário, útero ou ambos 
-evitar cio ou reprodução 
PRÉ – OPERATÓRIO: 
Consiste em jejum hídrico e alimentar. 
Nos animais com distúrbios infecciosos, como na 
piometra, a profilaxia antimicrobiana é indicada 
imediatamente antes à cirurgia: 
Geralmente se baseia na associação de 
metronidazole e uma cefalosporina como a 
cefovecina, cefalotina, ou de preferência o ceftiofur 
ou ceftriaxona. 
TÉCNICA CIRÚRGICA: 
-O paciente é posicionado em decúbito dorsal. O 
abdômen é abordado através de incisão caudal na 
linha mediana;. 
 -O cólon descendente é elevado e tracionado para o 
lado direito do abdômen, com o objetivo de expor o 
ovário esquerdo, já que sua localização é mais caudal 
que a do direito; 
-Os ovários estão ligados ao terço médio e ventral da 
última ou das duas últimas costelas pelo ligamento 
suspensor: este é rompido para facilitar a exposição 
do ovário; 
O ligamento é seccionado com tesoura ou lacerado, 
para imobilizar o ovário, sendo perfurado com 
instrumento de ponta romba na região 
imediatamente caudal à artéria e veia ovarianas; 
-Deste momento em diante o cirurgião opta por fazer 
a ligadura com apenas uma pinça (experiente) ou 
utiliza a técnica das 3 pinças. 
Técnica das três pinças modificada→ consiste em se 
colocar duas pinças curvas grandes, a primeira, cerca 
de 1 cm abaixo do ovário e outra 2 cm abaixo da 
primeira pinça. Coloca-se uma terceira pinça acima 
do ovário, já no corno uterino; 
- A ligadura tripla ou sextupla deverá ser feita 
entre a 1ª e 2ª pinças, no meio da distância. 
DEVE-SE afrouxar a primeira pinça antes de 
cerrar o nó; 
 -A incisão é realizada um pouco acima da primeira 
pinça; 
-GARANTIR QUE TODO O TECIDO OVARIANO SEJA 
EXTIRPADO!! 
-utilizar
fio de sutura sintético tipo absorvível com o 
calibre podendo variar de 2-0, 0 ou até 1 para 
cadelas gigantes; 
- Recoloca-se, então, o pedículo na cavidade 
abdominal; 
- A terceira pinça pode ser mantida até a 
ligadura da cervix; 
- Repetir o processo com o ovário 
contralateral; 
- Quando ambos os pedículos forem ligados, os 
ligamentos largo e redondo são rompidos em 
ambos os lados, a uma distância de vários 
centímetros do útero; 
- Localizar a regiao cervical tracionando para 
cima os dois cornos uterinos desligados; 
- - ligar por transfixação o pedículo cervical do 
útero com o mesmo material anterior; 
- -incluir os vasos do ligamento redondo nesta 
sutura; 
- Deve-se, sempre, proceder a inspeção das 
ligaduras. Com a experiência esses 
procedimento poderá ser feito com a técnica 
do gancho e em menos de vinte minutos; 
- O útero é seccionado próximo à ligadura. 
Uma sutura contínua padrão Cushing pode 
ser feita sobre o coto uterino. 
- A omentopexia é indicada para evitar 
aderências de tecidos adjacentes com a 
bexiga urinária. 
- O fechamento da parede abdominal dá-se 
como preconizado na técnica de 
Laparotomia. 
 
 
Seleção do paciente. 
Anestesia utilizada. 
Técnicas utilizadas. 
Localização da incisão. 
 
 
PÒS – OPERATÓRIO: 
Resume-se a limpeza da ferida cirúrgica e à restrição 
de movimentos e antibioticoterapia quando esta é 
preconizada; 
COMPLICAÇÕES: 
-hemorragia (mais comum devido a coagulopatia, 
ruptura de vasos ovarianos ou ligamento suspensor; 
gotejamento dos vasos do ligamento largo); 
-piometra de coto; 
-fístula; 
-ligamento do ureter; 
-incontinência urinária; 
-estro recorrente (tecido ovariano residual) 
-em OSH precoce pode-se ter hipoplasia de vagina ou 
vulva, conduzindo a dermatite perivulvar; 
persistência de comportamento juvenil. 
6 – PENECTOMIA EM GATOS: 
É uma variante da uretrostomia perineal, porém 
devido a pequena distância entre o períneo e o pênis 
no gato, opta-se pela extirpação do início do corpo 
peniano, realizando uma anastomose muco-cutânea 
na região do períneo. 
Porque fazer? Quando fazer? 
- Recidiva de bloqueio urinário; 
- Impossibilidade de sondagem uretral; 
- -destruição da uretra peniana. 
Observar o bloqueio peniano e a vesícula urinária 
distendida e hemorrágica. 
 
-Tricotomia da região; 
-Incisão elíptica envolvendo a área escrotal e peniana 
e prepucial. 
 
-Rompimento dos ligamentos penianos ao nível do 
ísquio; 
- Divulsão do corpo peniano. 
 
-Amputação do trecho distal do pênis e abertura da 
uretra e corpo do pênis distal. 
 
Sutura sendo realizada. Utilizar nylon 4-0 em padrão 
separado simples. 
 
Aspecto final do pós-cirúrgico final imediato. 
 
 
Aspecto após duas semanas de cicatrização.

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