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Fermentação de Pescados – Anchovagem A alta perecibilidade dos pescados acelerou o desenvolvimento de alternativas de conservação, disponibilizando alimentos com qualidade e segurança alimentar. A anchovagem do pescado é um processo misto, no qual as enzimas tissulares e microbianas impedem a decomposição e atuam sobre carboidratos e proteínas, conferindo aspecto e aroma especiais. É uma semiconserva, pelo fato de não ser submetido à esterilização comercial ao longo do processamento. O produto obtido é rico em proteínas e aminoácidos formados pela autólise da proteína do peixe (ação de MOs anaeróbios e enzimas). A anchovagem iniciou-se na França. No Brasil, o pescado fermentado ainda não se tornou um hábito de consumo significativo e, pela falta de padrões oficiais que regulamente seu processamento tecnológico, existe uma dificuldade para a classificação ou normatização do produto. Culturas iniciadoras podem ser adicionadas na elaboração de produtos fermentados. Os peixes utilizados para fermentação geralmente são pequenos, com baixo valor comercial e sazonalmente abundantes. Espécies comumente empregadas na anchovagem: engraulídios (anchoveta, anchoita, anchovas), aliche (Itália), sardinha (Brasil). O alto teor de sal e a falta de O2 selecionam o tipo de microrganismo que exercerá o controle da fermentação. A fermentação leva ao aumento da acidez, pela produção de ácidos (ácido lático), por via microbiana, conservando o produto final. A cura ocorre pelo efeito das enzimas no substrato alterando a cor, o aroma, a textura e o sabor. Baixa atividade de água e alta acidez permitem uma vida de prateleira prolongada. Empresas brasileiras que realizam a anchovagem: Ubatuba (SP), Ribamar Aliche (SP), Anjo Pesca (SC), Di Salerno (SP). Exemplo de processamento Salga seca por 24h/4°C fermentação (em solução de NaCl, glicose e inóculo de Lactobacillus plantarum) a 23°C. O tempo de fermentação depende do que se deseja obter e da espécie utilizada. Por exemplo, há fermentações de 28 dias e de até mais de um ano.
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