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Eixo Hipotalamo Hipofise e o Uso de Anabolizantes

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Eixo Hipotálamo-Hipófise e o uso de anabolizantes 
Objetivos 
 Ao final desta aula devemos ser capazes de: 
1. Aprofundar os conhecimentos sobre a regulação dos mecanismos homeostáticos; 
2. Compreender a relação anatômica e o funcional do eixo hipotálamo- hipófise 
3. Entender os mecanismos de controle da síntese e liberação dos hormônios 
apresentados, assim como suas principais funções. 
4. Relacionar a ação do hormônios estudados com o exercício físico. 
5. Iniciar a compreensão do uso de hormônios como anabolizantes 
6. Entender a modulação endócrina sobre a hipertrofia e a geração da força muscular. 
 
 
 
Analisando as alterações 
fisiológicas necessárias para que os 
atletas velocistas de 100 metros rasos 
tenham um bom desempenho, 
começamos a compreender a 
importância da ação dos hormônios 
sobre a regulação alostática e 
modulação de comportamentos. Durante 
o exercício físico, alguns hormônios são 
preferencialmente produzidos, como a 
adrenalina, noradrenalina, cortisol e 
endorfinas a fim de modular o 
funcionamento do sistema 
cardiorrespiratório e do aporte 
energético, incrementar a cognição, o 
estado de alerta e reduzir a percepção de 
dor. Outros hormônios como a 
testosterona, a vasopressina, o hormônio 
 
do crescimento e os hormônios 
tireoidianos também são secretados a 
fim de corroborar a ação destes 
hormônios principais. Após o exercício 
físico alguns hormônios ainda 
continuam exercendo suas funções, por 
exemplo, o hormônio do crescimento 
atua possibilitando a reconstrução 
muscular e assim o crescimento. 
 
 A partir desta compreensão, muitos 
hormônios produzidos pela indústria 
farmacêutica e que deveriam ser 
utilizados no tratamento de disfunções 
fisiológicas, vêm sendo utilizado 
indiscriminadamente a fim de aumentar 
o desempenho e melhorar a estrutura 
física dos atletas e praticantes de 
atividades físicas, e como consequência 
deste uso indiscriminado diversas 
patologias vem sendo observadas nestes 
usuários. 
 
______________________________________________________________________ 
Muitos hormônios estão sobre controle direto ou indireto do Hipotálamo. O 
hipotálamo é uma região do diencéfalo que se liga a principal glândula endócrina do 
corpo, a Hipófise ou Pituitária. Alguns neurônios que compõe o hipotálamo são 
produtores de hormônios de natureza protéica/peptídica. Estes neurônios tem natureza 
pulsátil, ou seja, secretam os hormônios de forma cíclica. Cada hormônio tem seu 
padrão pulsátil característico, uns são circadianos, outros infradianos e outros 
ultradianos. Os hormônios produzidos pelo hipotálamo são secretados pelos seus 
respectivos axônios, que se projetam em direção a glândula Hipófise (figura 1). 
 A Hipófise, nos humanos, e formada por dois lobos, anterior e posterior, e por 
uma haste chamada de infundíbulo. Os axônios enviados em direção ao lobo anterior, 
ou adeno-hipófise, não chegam a atingir esta região da glândula. Eles alcançam uma 
região conhecida como eminência mediana, localizada na região do infundíbulo, e que é 
rica em vasos sanguíneos. A rede de vasos sanguíneos locais da eminência mediana é 
conhecida como sistema porta, e é nela que alguns dos axônios hipotalâmicos liberam 
seus hormônios, também chamados de fatores. O sistema porta irriga a adeno-hipófise e 
é assim que os fatores hipotalâmicos atingem suas células alvo na adeno-hipófise. Por 
outro lado, os axônios hipotalâmicos que se projetam em direção à hipófise posterior, ou 
neuro-hipófise, chegam a inervar realmente a glândula e lá liberam seus hormônios 
(figura 1). 
 
Figura 1- Eixo Hipotálamo- Hipófise 
 
A neuro-hipófise não produz hormônios, apenas secreta os hormônios 
produzidos pelos neurônios hipotalâmicos cujos axônios atingem a região posterior da 
glândula. Lá são secretados dois hormônios; 1. A ocitocina (OCT) que atua na 
regulação das contrações uterinas do parto e na ejeção do leite materno. Este hormônio 
também modula comportamentos afiliativos, e por este motivo vem sendo chamado do 
hormônio da paixão. A produção e liberação da OCT é um dos poucos exemplos 
fisiológicos em que existe um controle de retroalimentação positiva desacoplado de 
uma retroalimentação negativa. Durante o parto, o estímulo mecânico provocado pelo 
feto sobre o colo uterino da mulher induz a liberação inicial do hormônio pela 
neurohipófise, e à medida que as concentrações plasmáticas da OCT aumentam, a 
contração da musculatura lisa do útero é intensificada e retroalimenta o hipotálamo 
induzindo maior produção e liberação de OCT. Quando o feto nasce as contrações 
uterinas são cessadas e os níveis de OCT, assim como sua produção e liberação, vão 
sendo reduzidos. Estes níveis novamente se elevam quando o bebê começa a mamar, 
pois os estímulos mecânicos de sucção do mamilo da mãe induz novamente a liberação 
de OCT. Quanto maior o estimulo de sucção, maior a liberação do hormônio e ejeção do 
leite materno. Vejam que para que a retroalimentação positiva seja interrompida é 
necessária a ação de um agente externo, nestes casos, o nascimento do bebê ou 
interrupção da amamentação. (figura 2a). Observa-se também que este hormônio causa 
diurese e vasodilatação, levando a redução da pressão sanguínea. 
 
Para relembrar.... 
 
Figura 2- Sistemas de retroalimentação. 
 
 2. O hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina é secretado pela neuro-
hipófise quando ocorre queda da pressão arterial e aumento da osmolaridade sanguínea, 
ou seja, da concentração de partículas dissolvidas no sangue. Estes estímulos sensoriais 
são detectados por receptores de osmolaridade hipotalâmicos e baroceptores 
(mecanorreceptores de estiramento) nas veias cava, pulmonar e átrios. O ADH tem duas 
ações principais, uma rápida que causa vasoconstrição e uma lenta que incrementa a 
reabsorção de água nos rins (figura 3). Esta ação rápida parece ser restrita aos vasos 
sanguíneos viscerais e ocorre apenas quando o hormônio está sendo secretado em altas 
concentrações. Ambas as ações elevam a pressão sanguínea do organismo e reduzem a 
osmolaridade. À medida que o ADH realiza suas ações, tanto a pressão sanguínea 
quanto a osmolaridade é restabelecida, e por meio de um mecanismo de 
retroalimentação negativa, o estimulo para liberação do ADH vai sendo aos poucos 
reduzidos até que seja completamente inibido. 
 
Figura 3- Ação lenta do ADH e os mecanismos de sede desencadeados durante o 
exercício físico de alta intensidade. 
 
Existe outro mecanismo que regula a liberação do ADH, através do sistema 
renina- angiotensina (SRA). Este sistema também é ativado quando há quedas de 
pressão sanguínea, nesta ocasião os rins liberam a renina, uma enzima que vai 
metabolizar uma proteína hepática a angiotensina. O produto final desta via de 
metabolização é a angiotensina II que tem várias funções, dentre elas: induzir liberação 
de ADH pela neuro-hipófise, vasoconstrição e liberação de aldosterona. A aldosterona é 
um hormônio liberado pelo córtex das glândulas adrenais e cuja principal função é 
induzir os rins a reabsorverem sódio e água e excretar o potássio. Estas ações em 
conjunto induzem a elevação da pressão arterial e desativação do SRA e redução da 
secreção de aldosterona. 
Observa-se um aumento na secreção deste hormônio durante exercícios físicos 
que o VO2 máximo excede 70%, ou seja, em exercícios mais intensos, aqueles de baixa 
intensidade e curta duração não induzem a secreção de ADH. Nestas situações a 
sudorese induz à desidratação e consequentemente a um aumento da osmolaridade 
sanguínea, que induz a secreção do ADH e leva o hipotálamo desencadear o 
comportamentode sede, que irá auxiliar no restabelecimento da homeostase (Figura 3). 
O ADH permanece elevado por aproximadamente 60 minutos. Estudos apontam que o 
metabolismo anaeróbico também induz a liberação de ADH. Já ativação do sistema 
renina-angiotensina e liberação da aldosterona são observados principalmente em 
exercícios físicos que o indivíduo apresente alta sudorese e desidratação. Há indícios 
que a hidratação e climatização do ambiente, por exemplos em academias de ginásticas, 
reduzem a liberação de aldosterona. 
Questões... 
 Descreva a relação anatômica e fisiológica entre o hipotálamo e a 
hipófise 
 Em sua opinião seria benéfico para o individuo liberar ocitocina durante 
um exercício físico? Por quê? 
 Por que o ADH é liberado em exercícios físicos que o VO2 máximo 
excede 70%. ? Qual seria sua função? 
 Explique como ocorre a regulação da secreção do ADH 
 
 
 
Diferentemente da neuro-hipófise, que apenas secreta hormônios hipotalâmicos, 
na adeno-hipófise existe a produção de hormônios por indução dos fatores 
hipotalâmicos. Vários fatores hipotalâmicos agem sobre diferentes células da adeno-
hipófise, estimulando ou inibindo a produção de outros hormônios também de natureza 
protéica/peptídica, como: 
1. O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que é liberado a partir do estimulo 
hipotalâmico do fator liberador de corticotrofina (CRF), e atua sobre o córtex da adrenal 
estimulando a produção e secreção do cortisol. Este eixo foi inicialmente abordado na 
aula 1, de homeostase e estresse e será detalhado na próxima aula, ele é o principal eixo 
endócrino ativado durante o exercício físico. 
2. O hormônio luterizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH) que 
são produzidos e liberados a partir do estimulo do fator hipotalâmico conhecido como 
hormônio liberador de gonadrotofinas (GnRH). Estes hormônios compõem o eixo 
endócrino reprodutivo, eixo hipotálamo-hipófise- gônadas (HPG), que é responsável 
pelo controle da reprodução em homens e mulheres, estimulando a produção dos 
hormônios sexuais e a gametogênese pelas gônadas, induzindo o surgimento das 
características sexuais secundárias e modulando comportamentos reprodutivos. 
Este eixo é ativado quando o hipotálamo libera no sistema porta-hipofisário o 
fator ou hormônio liberador de gonadotrofinas (Gonadotropin-Releasing Hormone- 
GnRH). O GnRH ao atingir a adeno-hipófise estimula-a a produzir e liberar na 
circulação sistêmica o hormônio luterizante (Luteinizing Hormone- LH) e o hormônio 
folículo estimulante (Follicle-stimulating hormone- FSH). O LH induz a síntese dos 
hormônios sexuais pelas gônadas, nos homens a produção de testosterona pelos 
testículos e nas mulheres a produção de estrógeno e progesterona pelos ovários (figura 
4). O FSH juntamente com os hormônios sexuais induzem a espermatogênese nos 
homens (figura 4). A indução da ovulação nas mulheres é um fenômeno mais complexo 
que envolve a participação tento do FSH quanto do LH e dos hormônios sexuais (figura 
4). Os hormônios sexuais, através de mecanismos de retroalimentação negativa inibem a 
produção e liberação do LH, FSH e GnHR. Existe também um hormônio conhecido 
como inibina que é produzida juntamente com os hormônios sexuais e tem papel 
fundamental na retroalimentação negativa do eixo HPG (figura 4) 
 
Figura 4- Eixo Hipotálamo-hipófise-gônadas nos homes. 
 
 Existe um dimorfismo sexual relevante no que se refere ao funcionamento do 
eixo HPG. Nos homens, este eixo é ativado durante a puberdade e passa a funcionar 
continuamente até por volta dos 50 anos quando se inicia uma discreta redução da 
ativação deste eixo e um leve declínio na produção dos hormônios sexuais masculinos. 
Já nas mulheres, após a ativação do eixo na puberdade, este funciona de maneira cíclica. 
Um ciclo sexual feminino tem aproximadamente 28 dias e é composto por três fases; 
folicular, ovulatória e luteal. Durante a fase folicular ocorre uma elevação do LH, do 
FSH e do estrógeno, concomitantemente ao amadurecimento do folículo ovariano. A 
medida que os níveis de estrógeno se elevam, ocorre uma redução na secreção do FSH e 
do LH, mais discretamente. Ao final desta fase, um ou dois dias antes da ovulação, 
ocorre uma liberação acentuada de LH e um pouco menor de FSH, observa-se também 
incrementos nas concentrações de estrógeno e um discreto aumento de progesterona, 
que em conjunto parecem ser os responsáveis pela ovulação. Não se entende muito bem 
qual o mecanismo que regula estes picos hormonais. Logo após a ovulação inicia-se a 
fase luteal, onde se observa a redução dos níveis de estrógeno e a elevação da 
progesterona. A progesterona tem papel fundamental na preparação do útero para a 
gestação. Ao final desta fase se não ocorreu a fecundação do ovulo e implantação do 
embrião na parede uterina, ocorre aqueda nos níveis hormonais e a menstruação (figura 
5). A partir dos 50 anos observa-se nas mulheres um declínio até uma interrupção total 
no funcionamento do eixo HPG, período conhecido como menopausa. 
 
Figura 5- ciclo reprodutivo feminino. 
A testosterona (T) é o principal andrógeno secretado pelos testículos, nos tecidos 
periféricos este hormônio normalmente é metabolizado pela ação da enzima 5-alfa-
redutase a outra molécula conhecida como diidrotestosterona (DHT). O DHT é um 
hormônio muito mais ativo que a T, pois se liga mais fortemente aos receptores de 
andrógenos. A T também pode ser metabolizada à estradiol pela ação da enzima 
aromatase, esta conversão é observada inclusive nos músculos esqueléticos (figura 6). 
 
 
Figura 6- Vias de metabolização da testosterona. 
Atualmente sabe-se que os hormônios sexuais possuem outras ações, por exemplo, 
modulam funções cognitivas como a memória, o humor, comportamentos não-
reprodutivos, como a agressividade e dominância e são hormônios anabólicos, pois 
induzem o crescimento de músculos e ossos e redução dos estoques de gordura, uma 
vez que induz a utilização dos lipídeos como fonte energética. Apesar da T não atuar 
facilitando a entrada de aminoácidos nas células musculares para aumentar a síntese 
protéica, este hormônio induz a reutilização dos aminoácidos intracelulares. 
 Exercícios de curta duração e alta intensidade ou trabalho de força causam aumento 
nos níveis de T, que é mais acentuado nos homens que em mulheres. Observa-se queda 
da T em exercícios de longa duração (acima de 2 h) e homens que praticam com 
frequência exercícios de resistência apresentam hipogonadismo. Essa queda de T ocorre 
muito provavelmente em função do aumento da ativação do eixo hipotálamo-hipófise- 
adrenal (HPA). Existe uma relação mutua entre o eixo HPA e HPG, observa-se que o 
eixo HPA inibe o funcionamento do eixo HPG masculino e feminino, enquanto o eixo 
HPG masculino reduz o funcionamento do eixo HPA e o eixo HPG feminino 
incrementa o funcionamento do mesmo (figura 7). A T e o cortisol (C) possuem ações 
antagônicas com relação ao crescimento muscular, enquanto o cortisol provoca 
catabolismo muscular, pois induz a quebra do glicogênio, para liberar glicose no 
plasma, e das proteínas, para esta participarem da gliconeogênese hepática gerando mais 
glicose, a T induz ao aumento da síntese de proteínas e a deposição de glicogênio nos 
músculos esqueléticos e consequentemente o ganho de massa muscular. A ação 
anabólica da T é prolongada, vez que é induzida a partir de transcrição gênica e síntese 
proteica, mecanismos que requerem tempo. A relação entre seus níveis séricos de 
repouso da T e do C serve como indicador do balanço entre o metabolismo anabólico e 
catabólico e é utilizada como indicador de recuperação de atletas após o exercício. Em 
situações deovertraining (ver aula 4) a relação T/C se mostra menor que 1, com altos 
níveis de C e baixos de T, uma situação preocupante pois há predomínio de 
metabolismo catabólico. Relações T/C menores que 1também podem ser observadas em 
indivíduos que não possuem um tempo de recuperação necessária entre os treinos 
 
 
Figura 7- Interações entre eixo HPA e HPG. 
 
 Existe o uso indiscriminado de esteróides androgênicos-anabolizantes com a 
finalidade de melhorar o desempenho esportivo, elevar a motivação, induzir 
comportamentos de dominância, adquirir maiores percentuais de massa magra 
(crescimento muscular) e em alguns casos, para rejuvenescimento. A utilização exógena 
de andrógenos anabolizantes reduz a produção natural dos andrógenos pelo eixo HPG, 
vez que altos níveis destes hormônios inibem intensivamente o funcionamento deste 
eixo pelo mecanismo de retroalimentação negativa. Alguns efeitos colaterais se 
observam a partir do uso abusivo destes anabolizantes, como: a redução do volume do 
testículo, da motilidade e alterações morfologia dos espermatozoides, doenças 
cardiovasculares, câncer de próstata, entre outros. Como os andrógenos são hormônios 
que induzem a utilização da gordura como fonte energética, favorecem a elevação de 
ácidos graxos livres no sangue, os quais podem se depositar nos vasos induzindo o 
surgimento de doenças vasculares, infartos e derrames. Além disto, o uso abusivo de 
andrógenos sintéticos também induzem modificações no humor e de comportamentos, 
aumentando a incidência de comportamentos agressivos e anti-sociais. Observa-se ainda 
o surgimento de estados depressivos em usuários de anabolizantes androgênicos durante 
os períodos de retirada. 
A fim de reduzir os efeitos androgênicos e maximizar os efeitos anabólicos, a 
indústria farmacêutica e de suplementos esportivos vem tentando desenvolver análogos 
sintéticos da testosterona com algumas modificações estruturais que facilitem a ligação 
deste composto aos receptores de andrógenos que induzem anabolismo e não os efeitos 
androgênicos, que causam masculinização. Existem alguns destes compostos 
disponíveis no mercado, como a oxandrolona e o estanozolol, mas na maioria dos países 
seu uso para os humanos é proibido, com exceção para tratamento de patologias que 
envolvem deficiências androgênicas. 
Recentemente a indústria de suplementos esportivos também iniciou a 
comercialização de uma molécula precursora dos hormônios sexuais, a 
desidroepiandrosterona (DHEA), que se deriva do colesterol (figura 8). Além das 
gônadas, a síntese dos hormônios sexuais a partir da DHEA também ocorre no córtex da 
adrenal, no tecido adiposo e no cérebro. Os estudos sobre o uso destes suplementos são 
controversos, muitos apontam uma melhora no humor, cognição e no percentual de 
massa magra em jovens e adultos jovens sadios que usam doses moderadas à altas deste 
suplemento. Porém outros estudos não encontram tais resultados nesta população, 
apenas em indivíduos adultos maduros e idosos, onde se observa um declínio natural 
nas concentrações destes hormônios. Apesar dos potenciais benefícios, deve-se analisar 
com cautela o uso destes suplementos, pois concentrações elevadas dos hormônios 
sexuais também causam riscos, como os cardiovasculares discutidos acima. 
 
 
Figura 7- Síntese da desidroepiandrosterona (DHEA) e dos hormônios sexuais a 
partir do colesterol. 
Questões... 
 Ilustre o funcionamento do eixo HPG e discuta as diferenças observadas entre os 
sexos. 
 Quais as ações fisiológicas desenvolvidas pela testosterona (T) que levam a sua 
utilização como anabolizante? Quais os riscos desta utilização? 
 Relacione a liberação de T com o tipo, duração e intensidade do exercício físico. 
 Compare as ações da T e do cortisol (C) sobre a musculatura esquelética 
 O que é a desidroepiandrosterona (DHEA)? Explique o motivo de sua 
comercialização pelas indústrias de suplementos esportivos. Quais os riscos 
desta utilização? 
 
3. O hormônio tireoestimulante (TSH), que é estimulado pelo TRH hipotalâmico, 
e atua sobre a glândula tireoide induzindo a produção de T3 (triiodotironina) e 
T4(tiroxina), que elevam o metabolismo corporal. Este eixo endócrino é conhecido com 
eixo hipotálamo-pituitária-tireóide (HPT) (figura 8). O íon iodo é um importante 
componente estrutural do T3 e T4, sendo assim, para realizar a biossíntese destes 
hormônios a glândula tireóide retira iodo do plasma. A tireóide produz e armazena 
grandes quantidades de T3 e T4 e vai secretando estes hormônios à medida que sofre 
estímulos do TSH. Aproximadamente 85% da secreção glandular é de T4 e 15% de T3, 
entretanto, o T4 é metabolizado à T3 em diversos tecidos do corpo, sendo T3 o 
hormônio mais atuante e que induz respostas mais intensas. O controle deste eixo é 
realizado por mecanismos de retroalimentação negativa (ver aula 1) e à medida que a 
concentração plasmática do T3 e T4 se eleva, e estes se ligam a receptores específicos 
localizados na adeno-hipófise e no hipotálamo, inibem a produção e secreção do TSH e 
do TRH, respectivamente (figura 8). 
 
 
Figura 8- Eixo Hipotálamo- hipófise- tireoide 
 
O T3 e T4 são transportados no sangue ligados a globulina ligadora de tiroxina 
(TBG) e para se ligarem a seus receptores intracelulares é preciso desfazer a ligação. 
Estes hormônios são imprescindíveis para o controle da homeostase energética, pois 
possuem função de aumentar o metabolismo energético corporal, que resulta de 
regulações de reações bioquímicas, funcionamento celular e sistêmico. Receptores 
destes hormônios estão presentes em todos os tecidos do corpo; vascular, cardíaco, 
pulmonar, na musculatura esquelética, na musculatura lisa do tubo gastrointestinal, no 
cérebro, fígado, pâncreas, rins, entre outros. Observem a tabela 1 que ilustra os efeitos 
destes hormônios nestes tecidos. 
 
Tabela 1- Efeitos sistêmicos dos hormônios T3 e T4 
 
Efeitos sistêmicos dos hormônios T3 e T4 
 
Direção 
Termogênese ↑ 
Diâmetro dos vasos ↑ 
Debito cardíaco ↑ 
Contração cardíaca ↑ 
Frequência e amplitude respiratória ↑ 
Glicemia ↑ 
Funcionamento gastrointestinal (motilidade, secreção, absorção e 
excreção) 
↑ 
Filtração renal ↑ 
Contração da musculatura esquelética ↑ 
Crescimento da musculatura esquelética ↑ 
Atividade cognitiva ↑ 
 
Vários estudos vêm investigando os efeitos do exercício físico sobre o eixo HPT 
e apontam resultados divergentes de incremento ou ausência de variação no 
funcionamento deste eixo. Estes resultados divergentes podem ser explicados pela 
presença de inúmeros fatores que modulam esta relação, como: tipo, duração, 
frequência e intensidade do exercício, além do sexo, idade, aptidão física e estado 
nutricional do individuo. Normalmente observa-se maior liberação de TSH em 
exercícios de alta intensidade e longas durações, como os de resistência, e menor 
liberação em treinamento de força. Os níveis de T3 e T4 permanecem elevados por 
aproximadamente 40 minutos. Alguns estudos também apontam que indivíduos 
treinados apresentaram maiores níveis basais de hormônios tireoidianos que indivíduos 
sedentários. Por outro lado, patologias associadas ao funcionamento inadequado do eixo 
HPT, como o hipertireoidismo e hipotireoidismo, alteram o funcionamento de diversos 
sistemas fisiológicos e consequentemente reduz o desempenho do individuo durante o 
exercício físico. Por exemplo, nestas patologias a contração muscular encontra-se 
alterada ocorrendo maior acumulação de acido lático durante o exercício, 
principalmente no hipotireoidismo, reduzindo assim a tolerância do indivíduo. No 
hipertireoidismo a atividade cardio-repiratóriajá se encontra elevada durante o repouso 
e os músculos acessórios da respiração encontram-se enfraquecido, estes fatores 
reduzem a capacidade de incremento respiratório necessária durante a execução do 
exercício. Já no hiportireoidismo observa-se hipoventilação alveolar e redução das 
capacidades respiratórias (ver aula do sistema respiratório), levando a prejuízos no 
desempenho principalmente em treinamentos de resistência. Existem evidencias de que 
o uso de esteróides anabólicos induz a redução de TBG, e consequentemente a redução 
de T3 e T4 total no plasma, desencadeando sintomas similares ao hipotireoidismo. 
 Como os hormônios tireoidianos possuem a capacidade de elevar o metabolismo 
basal e a termogênese, apesar da proibição, as indústrias de suplementos vêm 
produzindo e comercializando tais hormônios no intuito de elevar o desempenho dos 
atletas e reduzir percentual de gordura. Está provado que superdoses agudas de L- 
tiroxina podem levar a infarto do miocárdio. 
 
Questões... 
 Ilustre o eixo HPT com seus respectivos sistemas de retroalimentação negativa. 
 Qual a importância dos hormônios tireoidianos na regulação fisiológica durante 
um exercício físico. Cite exemplos de alterações no desempenho que podem 
ocorrer em um atleta com hiper e hipotireoidismo. 
 Façam uma tabela que relacione o tipo, duração e intensidade de exercícios 
físicos e os hormônios ate aqui estudados que são liberados nas respectivas 
situações. 
4. O fator liberador do hormônio do crescimento (Growth hormone releasing 
hormone- GHRH), também conhecido como somatrotofina, é produzido no hipotálamo 
e liberado no sistema de vasos porta atingindo a adeno-hipófise estimulando a produção 
do hormônio do crescimento (GH). O GH tem como principal função promover o 
crescimento, a duplicação e a diferenciação celular. Existe ainda outro fator 
hipotalâmico que é liberado no sistema de vasos porta e atua inibindo a síntese e 
secreção do GH, chamado somatostatina (figura 9). Percebam que como existem fatores 
estimulantes e inibitórios da produção e liberação do GH, portanto, este controle não 
ocorre por mecanismos de retroalimentação negativa. Apesar dos fatores hipotalâmicos 
serem os principais mecanismos reguladores da secreção do GH existem outros 
moduladores, alguns indutores, como: o sono, o exercício físico, os hormônios sexuais. 
A maior liberação circadiana do GH ocorre nas 2 ou 3 primeiras horas após o início do 
sono e alterações na estrutura do sono, causadas por insônias ou patologias, podem 
alterar o padrão de secreção do GH. Alguns inibidores da secreção do GH são a 
obesidade e o estresse. Também se observa uma redução da secreção deste hormônio 
com a idade. 
Quando o GH é secretado na circulação sistêmica ele induz a liberação hepática 
de proteínas conhecidas como somatomedinas ou fator de crescimento semelhante a 
insulina (Insulin-like growth factor 1; IGF-1). Estas moléculas se ligam aos mesmos 
receptores do GH, que estão distribuídos por todo o corpo nas membranas das células 
dos: músculos esqueléticos, fígado, rins, pâncreas, coração, intestino, pulmão e cérebro. 
As IGF-1 possuem ações idênticas às deste hormônio, assim as IGF-1 amplificam as 
respostas do GH. O aumento na concentração de IGF-1 também induz uma redução na 
secreção do GH através de um mecanismo de retroalimentação negativa (figura 9). 
 
Figura 9- Ação lenta do ADH e os mecanismos de sede desencadeados durante o 
exercício físico de alta intensidade. 
 
Como o GH é um hormônio anabólico e promove o crescimento celular, 
necessita que haja um maior aporte energético e de matéria- prima para as células, para 
que este desenvolva suas ações. Então, o GH facilita a entrada de aminoácidos e 
lipídeos nas células, os aminoácidos irão formar as proteínas que são as principais 
moléculas estruturais e os lipídeos são as moléculas que apresentam um maior saldo 
energético por unidade. Concomitantemente, o GH modifica o substrato energético da 
célula, que deixa de utilizar preferencialmente a glicose e passa a utilizar os lipídeos que 
são mobilizados do tecido adiposo. Essas alterações de substrato energético poupa a 
glicose que passa a ser armazenada no fígado e nos músculos esqueléticos na forma de 
gliconeogênio. 
Como o GH inibe a utilização da glicose como fonte energética, sua liberação 
induz um rápido aumento da concentração de glicose plasmática, uma hiperglicemia 
aguda. Nesta ocasião os mecanismos responsáveis pela regulação da glicemia são 
ativados, ocorrendo a secreção e insulina pelo pâncreas. A insulina será responsável 
pela facilitação da entrada de glicose nas células hepáticas e musculares esqueléticas 
onde será armazenada como glicogênio. Mais a frente, nesta aula, veremos com maior 
detalhe a regulação da glicemia e as ações da insulina. Quando a insulina promove a 
entrada de glicose nas células, secundariamente induz a entrada de aminoácidos que 
serão utilizados como matéria-prima para o crescimento, duplicação e diferenciação 
celular. Percebe-se então que há uma ação conjunta do GH e da insulina, dizemos que a 
insulina atua de forma permissiva, promovendo a ação do GH. 
Elevadas secreções agudas de GH são observadas em exercícios aeróbicos de 
alta intensidade e de força quando se utiliza protocolos metabólicos, ou seja, protocolos 
que exijam esforço máximo e que induzam elevada produção de lactato, em função de 
grandes números de repetições e intervalo de descanso reduzido. A redução nas 
concentrações plasmáticas do GH ocorre aproximadamente entre 60 e 90 minutos após 
o fim do exercício. Apesar disto, as ações gênicas de transcrição e tradução induzidas 
por este hormônio duram horas e até dias para serem completadas, isto é um fator 
importante a ser considerado quando analisamos o crescimento muscular em função da 
liberação do GH no exercício físico, devendo assim compreender que seus efeitos não 
são agudos e sim prolongados. 
O treinamento frequente reduz o estresse celular e liberação de lactato, vez que o 
corpo de adapta aos protocolos de exercício. Nestas situações observa-se uma redução 
na liberação do GH, que pode ser reestabelecida pela inserção de protocolos mais 
intensos. Alguns estudos apontam também que os níveis de repouso do GH podem ser 
mais elevados em indivíduos jovens e adultos treinados que em sedentários de mesma 
faixa etária e em mulheres em período fértil que em homens, pois hormônios sexuais 
femininos, mais especificamente o estrógeno induz a secreção de GH. Não são 
observadas mudanças crônicas nos níveis de GH em populações idosas submetidos a 
treinamento prolongado, discute-se que isto se deve a redução na produção do lactato 
nesta faixa etária. 
Devido ao seu potente efeito lipogênico e anabólico, induzido pela síntese 
proteica e produção de glicogênio no musculo esquelético, o GH vem sendo utilizado 
como anabolizante indiscriminadamente principalmente por atletas e fisiculturistas e por 
mulheres, vez que este hormônio não apresenta propriedades androgênicas. Entretanto, 
o abuso do GH pode induzir a uma disfunção na homeostase da glicose, uma vez que 
este hormônio é hipergliceminante, e consequentemente o surgimento de uma 
resistência a insulina e da diabetes tipo 2. Além disto, apesar de doses supra-fisiológicas 
do GH induzirem a mobilização da gordura armazenada no tecido adiposo, não aumenta 
proporcionalmente a taxa de oxidação destas gorduras para geração de energia, 
provocando o aumento de ácidos graxos livres, facilitando sua deposição nos vasos 
sanguíneos, acentuando a incidência de doenças coronárias, derrames e infartos. Outros 
efeitos colaterais do uso de GH é o surgimento de câncer e aumento daretenção de 
líquidos, que pode provocar elevação de pressão sanguínea. Existem ainda controvérsias 
a respeito de que doses supra-fisologicas do GH funcionam como anabolizante em 
indivíduos sadios, pois nem sempre os resultados alcançados em estudos com 
indivíduos deficientes de GH ou em idosos se equiparam aos efeitos em indivíduos 
saudáveis. E muitos dos efeitos de mudança corporal que normalmente são associados 
ao ganho de massa muscular, na verdade se deve a ação sobre a retenção de líquido 
produzido por este hormônio. E apesar de estudos observarem aumentos do anabolismo 
proteico em indivíduos saudáveis que utilizam GH exógeno, não observam o aumento 
de força, o que induz ao raciocínio que outras proteínas, diferentes das utilizadas para 
realizar contração muscular, estão sendo sintetizadas. 
 
5. A prolactina (PRL)- A dopamina, mensageiro químico muito conhecido por 
atuar como neurotransmissor, também é um hormônio liberado pelo hipotálamo no 
sistema de vasos porta-hipofisário e inibe a liberação da prolactina pela adeno-hipófise. 
A prolactina (PRL) é liberada em altas concentrações, pelas mulheres, nos períodos da 
gestação e amamentação, nestas ocasiões fatores pouco conhecidos, relacionados à 
gravidez, inibem a liberação de dopamina pelo hipotálamo e consequentemente a adeno-
hipófise inicia a secreção de prolactina. A prolactina atua na regulação do 
desenvolvimento das mamãs durante a gravidez e produção do leite materno após o 
parto. Apesar de não ser sua ação mais clássica, sabe-se que, em níveis basais, a PRL 
atua como imunomodulador e causa vasoconstrição, sendo inclusive liberada durante 
resposta de estresse, principalmente desencadeada por fatores psicossociais. 
 
 
7. Endorfinas 
As endorfinas produzidas pela adenohipófise possuem função de modular a 
percepção de dor e prazer. A produção e liberação de endorfina ocorrem juntamente 
com a do GH e ACTH, pois todos estes três hormônios são sintetizados a partir de uma 
única molécula chamada Proopiomelanocortina (POMC). Atualmente sabe-se que ocorre 
liberação e endorfinas durante o exercício físico, sendo assim um dos mensageiros químicos 
responsáveis pela sensação e prazer induzido pela atividade física. 
 
A hipertrofia e a força muscular. 
 
O processo de hipertrofia muscular pode ser obtido a partir do aumento no 
número ou no volume celular. O GH, IGF-1 e T são hormônios importantes tanto para o 
processo de proliferação quanto de diferenciação celular, influenciando no número de 
células. O musculo esquelético, assim como a maior parte das células do organismo, 
está sobre constante reconstrução através de processos anabólicos e catabólicos e o 
volume destas células é resultante, em parte, do balanço entre o anabolismo (A) e 
catabolismo (Ca) proteico. 
Na aula passada aprendemos que o cortisol é um hormônio que induz o 
catabolismo, pois mobiliza os aminoácidos musculares para serem transformados em 
glicose pelo processo de gliconeogênese hepática. Por outro lado, o GH, o IGF-1 e os 
andrógenos ativam mecanismos anabólicos e induzem a transcrição e tradução gênica 
nas células musculares, elevando a síntese protéica por um período de até 48 horas, 
aumentando o volume celular. Estes hormônios, em níveis basais ou até mesmo em 
níveis mais elevados como os observados após certos tipos de exercícios físicos, só irão 
gerar hipertrofia muscular se os processos de proliferação, diferenciação e anabolismo 
por eles desencadeados forem superiores aos catabólicos. Ou seja, no período de 48 
após o treino, se houver o descanso adequado da musculatura, e não houver liberação 
acentuada de cortisol, provavelmente haverá crescimento muscular. Sabe-se que alguns 
nutrientes como glicose, aminoácidos, e em menor intensidade alguns minerais e 
vitaminas, são capazes de induzir a produção e liberação do GH/IGF-1, potencializando 
assim o processo de anabolismo. 
A miosina é uma das proteínas musculares envolvidas na contração muscular, 
estando assim diretamente envolvida na geração de força. A expressão gênica desta 
proteína pode ser regulada por alguns hormônios, como a testosterona, e fatores 
metabólicos. Exercícios de resistência não induzem alterações nas fibras musculares, na 
expressão de miosinas, apesar de induzirem uma ampliação no numero de mitocôndrias 
musculares a fim de suportar a atividade de resistência. Já exercícios de força induzem 
maior expressão de miosina, e consequentemente num período de tempo longo, de 
fibras musculares e massa magra. 
 
Questões.... 
 
 Explique os mecanismos de regulação de produção e síntese do GH. 
 O que são as IGF-1? Qual sua importância? 
 Quais as ações fisiológicas desenvolvidas pelo GH que levam a sua utilização 
como anabolizante? Quais os riscos desta utilização? 
 Durante o exercício físico o que induz a liberação e GH? 
 
A hipertrofia e a força muscular. 
 
O processo de hipertrofia muscular pode ser obtido a partir do aumento no 
número ou no volume celular. O GH, IGF-1 e T são hormônios importantes tanto para o 
processo de proliferação quanto de diferenciação celular, influenciando no número de 
células. O musculo esquelético, assim como a maior parte das células do organismo, 
está sobre constante reconstrução através de processos anabólicos e catabólicos e o 
volume destas células é resultante, em parte, do balanço entre o anabolismo (A) e 
catabolismo (Ca) proteico. 
Na aula passada aprendemos que o cortisol é um hormônio que induz o 
catabolismo, pois mobiliza os aminoácidos musculares para serem transformados em 
glicose pelo processo de gliconeogênese hepática. Por outro lado, o GH, o IGF-1 e os 
andrógenos ativam mecanismos anabólicos e induzem a transcrição e tradução gênica 
nas células musculares, elevando a síntese protéica por um período de até 48 horas, 
aumentando o volume celular. Estes hormônios, em níveis basais ou até mesmo em 
níveis mais elevados como os observados após certos tipos de exercícios físicos, só irão 
gerar hipertrofia muscular se os processos de proliferação, diferenciação e anabolismo 
por eles desencadeados forem superiores aos catabólicos. Ou seja, no período de 48 
após o treino, se houver o descanso adequado da musculatura, e não houver liberação 
acentuada de cortisol, provavelmente haverá crescimento muscular. Sabe-se que alguns 
nutrientes como glicose, aminoácidos, e em menor intensidade alguns minerais e 
vitaminas, são capazes de induzir a produção e liberação do GH/IGF-1, potencializando 
assim o processo de anabolismo. 
A miosina é uma das proteínas musculares envolvidas na contração muscular, 
estando assim diretamente envolvida na geração de força. A expressão gênica desta 
proteína pode ser regulada por alguns hormônios, como a testosterona, e fatores 
metabólicos. Exercícios de resistência não induzem alterações nas fibras musculares, na 
expressão de miosinas, apesar de induzirem uma ampliação no numero de mitocôndrias 
musculares a fim de suportar a atividade de resistência. Já exercícios de força induzem 
maior expressão de miosina, e consequentemente num período de tempo longo, de 
fibras musculares e massa magra. 
 
 Questões.... 
 Explique como ocorre a hipertrofia e a força muscular? Quais os hormônios 
envolvidos? 
Leitura complementar 
Vamos aprofundar os estudos da relação dos hormônios sexuais, principalmente 
os andrógenos, com o exercício físico e o seu uso como anabolizante a partir do texto 
“Esteroides anabolizantes no esporte”, que esta anexado no material didático no 
Moodle acadêmico. 
Em seguida, respondam as questões abaixo. 
1. De acordo texto sugerido e com a aula “Os Hormônios e a Regulação 
Fisiológica”,explique como ocorre a síntese e liberação dos hormônios 
esteróides, de maneira geral, como estes são transportados no sangue, em qual 
local da célula estão localizados seus receptores e como comporta-se a meia vida 
destes hormônios. Depois compare com o grupo de hormônios de natureza 
similar ao hormônio do crescimento. 
2. O que são esteróides anabolizantes? Cite algumas de suas ações. 
3. O que são esteróides androgênicos? As mulheres produzem estes hormônios? 
Onde? Cite algumas de suas ações. 
4. O texto explica a produção dos andrógenos e dos espermatozoides a partir do 
funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. Em sua opinião, o eixo 
descrito está completo? 
5. Com quais finalidades os esteróides androgênicos anabolizantes são utilizados 
por atletas?