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CASO CONCRETO 01: Mévio, juiz do trabalho, indignado com determinadas situações que estão ocorrendo na Empresa Alfa, gostaria de instaurar reclamação trabalhista plúrima (Art. 842 CT). Pergunta-se: Diante do caso apresentado, o magistrado poderá instaurar o processo de ofício? Fundamente sua resposta com base nos princípios norteadores do Processo do Trabalho. RESPOSTA: Mévio enquanto juiz não poderá de ofício dar entrada na ação. O princípio do dispositivo não permite que o juiz de ofício dê início a uma demanda (ação) trabalhista. Conforme Art. 2°, CPC, nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional, somente quando o interessado ou a parte requerer, dentro das formas legais. CASO CONCRETO 02: O sindicato da categoria profissional dos bancários celebrou com a categoria econômica correspondente - sindicato dos bancos - convenção coletiva de trabalho fixando o reajuste salarial para os bancários no patamar de 8%, dentre outros benefícios. Já o sindicato da categoria profissional dos professores teve frustrada a tentativa de negociação coletiva junto ao sindicato dos estabelecimentos de ensino, o que resultou na propositura do Dissídio Coletivo perante o Tribunal Regional do Trabalho daquela localidade. Diante dos casos apresentados, indique e explique qual foi o método de solução dos conflitos coletivos utilizado pelo sindicato dos bancários e pelo sindicato dos professores. RESPOSTA: O sindicato dos bancários utilizou a autocomposição, que consiste na forma de solução dos conflitos trabalhistas realizada pelos próprios interessados, através da negociação coletiva, celebrando um documento de pacificação que consiste no diploma coletivo - acordo coletivo e convenção coletiva. Já o sindicato dos professores utilizou a heterocomposição que é a forma de solução determinada por um terceiro. ex: arbitragem, jurisdição ou tutela. CASO CONCRETO 03: O viajante comercial Saulo pretende mover ação trabalhista em face da sua empregadora Empresa Delta Ltda, por entender que o seu gerente cometeu ato ilícito que lhe feriu a honra e boa fama, postulando indenização por danos morais a ser arbitrada pelo juiz diante da extensão e complexidade do dano, cumulada com pedido de pagamento de diferenças de comissões ajustadas no valor de R$ 10.000,00. Diante do caso exposto, responda de forma fundamentada: A) Segundo as regras contidas em legislação própria quanto à competência territorial, informe aonde a ação deve ser proposta. Fundamente. RESPOSTA: A ação deve ser proposta na Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou Filial e a esta o empregado esteja subordinado e na falta será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicilio ou localidade mais próxima. Artigo 651, paragrafo1º CLT. Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. (CLT) B) O Judiciário Trabalhista possui competência para apreciar e julgar a presente ação? É possível pleitear que o juiz arbitre o montante da postulada indenização por danos morais? RESPOSTA: A justiça trabalhista é competente para julgar ação de danos morais, em conformidade ao que dispõe a súmula 392 do TST e o artigo 114, VI da CF/88. CASO CONCRETO 04: Marcelo Antonio, por intermédio do seu advogado, ajuizou ação trabalhista postulando a condenação da ex-empregadora ao pagamento das horas extras. Na sentença o juiz do trabalho julgou improcedente o pedido condenando o Autor ao pagamento das custas processuais. O advogado de Marcelo, inconformado, interpôs recurso ordinário requerendo o deferimento da gratuidade de justiça, declarando, expressamente, no recurso que o Autor não tem condições financeiras para recolher o valor das custas sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, mas não juntou declaração de miserabilidade nem na petição inicial nem no recurso. Diante do caso narrado responda de forma justificada, se de acordo com o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, o advogado de Marcelo terá êxito quanto ao deferimento da gratuidade de justiça para o processamento do seu recurso. RESPOSTA: Sim, pois a gratuidade pode ser requerida a qualquer tempo até a fase recursal, bastando a simples declaração da parte ou do seu advogado (que tem fé pública), sem a necessidade da juntada da declaração de hipossuficiência, de acordo com as OJ 269 e 304 do SDI 1 do TST. Existindo algum recurso em andamento, é necessário que a gratuidade seja requerida dentro do prazo do recurso, caso contrário o recurso será deserto. CASO CONCRETO 05: Américo ajuizou uma reclamação trabalhista em face da empresa Gama, uma autarquia federal, tendo sida rejeitada pelas partes a proposta conciliatória feita pelo juízo. Após a instrução processual, na qual as provas foram produzidas, o juiz proferiu sua sentença, julgando improcedentes os pedidos formulados por Américo. O resultado da sentença chegou ao conhecimento de Américo pela via postal, a qual trazia o prazo de 8 dias para apresentar Recurso Ordinário (art. 895 da CLT). Ocorre que, a notificação postal só foi entregue no endereço do Américo 72 horas após a expedição da mesma pela Vara do Trabalho. a) Como ficará o prazo para Américo apresentar seu recurso? Ele terá menos tempo? A quem cabe o ônus de prova do recebimento após o prazo do artigo 774, §2º, da CLT? RESPOSTA: Tendo em vista a presunção relativa de recebimento da notificação postal após o transcurso de 48 horas, conforme o artigo 774 da CLT, Américo teve seu tempo reduzido para a apresentação de defesa, podendo, como se trata de presunção relativa, constituir provas do recebimento após o transcurso do prazo de 48 horas por demora proveniente dos correios. Tal ônus pertence ao destinatário, no teor da súmula 16 do TST. SÚMULA 16, TST. Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. b) Se a empresa Gama fosse a recorrente, disporia do mesmo prazo de 8 (oito) dias contido no art. 895 da CLT? RESPOSTA: Por se tratar de autarquia federal, teria o prazo estipulado em dobro, ou seja, em 16 dias para recorrer, conforme disposição do decreto lei 779/1969, art. 1º, II e III. CASO CONCRETO 06: Paulo ajuizou uma ação trabalhista que fora distribuída para a 1ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, com valor da causa igual a vinte salários mínimos, pretendendo verbas salariais e rescisórias da empresa que fora sua anterior empregadora e, ainda, a responsabilização subsidiária da autarquia federal, à qual teria, por meio daquela empresa interposta, prestado serviços. A ação apresentou pedidos líquidos e endereço adequado das partes reclamadas. Assistido o trabalhador pelo sindicato da categoria obreira, postulou na petição inicial, ainda, honorários advocatícios em favor da entidade assistente, declarando sua hipossuficiência econômica, alegando que, não obstante percebesse salário superior a dois salários mínimos, não tinha condições de suportar os ônus do processo sem prejuízo do sustento próprio e ao de sua família. Com base nessa situação hipotética, responda: a) Sob qual rito procedimental deverá tramitar a demanda acima? Fundamente sua resposta e aponte os dispositivos legais pertinentes. RESPOSTA: O rito do procedimento do caso em tela será o ordinário, tendo em vista que figura como parte, em responsabilidade subsidiária,entidade autárquica federal pertencente a administração pública. Deste modo, conforme leciona o artigo 852-A da CLT, em seu parágrafo único, não é cabível o estabelecimento do feito sob o rito sumaríssimo. b) O pedido de honorários em favor da entidade sindical assistente deve ser julgado procedente? Fundamente sua resposta e aponte os dispositivos legais e jurisprudenciais pertinentes. RESPOSTA: Sim, haja a vista que o autor é assistido por entidade sindical de sua categoria profissional, e que mesmo recebendo mais de um salário mínimo como renumeração, declara-se em situação econômica que não permite propor ação judicial sem prejuízo do seu sustento ou de sua família, conforme Súmula 219 do TST. CASO CONCRETO 07: Em audiência realizada em reclamação trabalhista, o microempresário Moisés enviou como preposto um contador autônomo que não presenciou os fatos que foram objeto do litígio, no entanto, em razão da atividade desenvolvida, tinha pleno conhecimento dos fatos. O advogado do reclamante requereu a aplicação de confissão da reclamada. O juiz acolheu a confissão sob o argumento de que o preposto não presenciou os fatos e, ainda, que deveria ser gerente ou empregado da empresa reclamada. Diante do caso apresentado, diante da lei e do entendimento consolidado pelo Tribunal Superior do Trabalho, esclareça se o juiz agiu acertadamente. RESPOSTA: O juiz não agiu corretamente. O preposto não precisa ter presenciado os fatos, apenas ter conhecimento dos mesmos, na forma do Art. 843, § 1, CLT. Quanto a exigência do preposto ser empregado, o magistrado novamente se equivocou, tendo em vista o disposto no Art. 843, § 3, CLT, o preposto não precisa ser empregado da parte reclamada. CASO CONCRETO 08: Em sede de reclamação trabalhista o empregado pleiteou o recolhimento das contribuições previdenciárias não realizadas pelo empregador no curso do contrato de trabalho. Diante disso, responda: Na qualidade de advogado(a) da empresa, o que você deverá alegar inicialmente em sua defesa, partindo do pressuposto que seu cliente realmente não fez os recolhimentos pretendidos? Fundamente RESPOSTA: Deverá ser arguida preliminar de incompetência absoluta em razão da matéria, já que nos termos da Súmula 368 do TST tal caso foge à competência da Justiça do Trabalho. Ação essa de competência do INSS. CASO CONCRETO 09: Um empregado ajuizou reclamação trabalhista postulando o pagamento de vale transporte, jamais concedido durante o contrato de trabalho, bem como o FGTS não depositado durante o pacto laboral. Em contestação, a sociedade empresária advogou que, em relação ao vale transporte, o empregado não satisfazia os requisitos indispensáveis para a concessão; no tocante ao FGTS, disse que os depósitos estavam regulares. Analise em relação a cada um dos pedidos formulado, a distribuição do ônus da prova, diante desse panorama processual apresentado e do entendimento consolidado pelo TST. Fundamente sua resposta. RESPOSTA: O ônus da prova para ambos os pedidos, diante das alegações, será da sociedade empresária, tudo em conformidade com Súmulas 460, TST – É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte e 461, TST – É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS. CASO CONCRETO 10: Em sede de ação trabalhista de Sérgio em face da empresa Nova Coleção Ltda., o juiz julgou o rol de pedidos parcialmente procedente, tendo deferido apenas duas das quatro horas extras pretendidas pelo autor da ação. Diante disso, responda aos itens a seguir. A) Na qualidade de advogado(a) de Sérgio, que medida você poderia adotar? Fundamente. RESPOSTA: Deverá ser apresentado Recurso Ordinário, nos termos do Art. 895, inciso I, CLT. B) Caso você, como advogado(a) de Sérgio, inicialmente não se insurja contra a decisão, mas a empresa sim, ainda haverá alguma medida recursal a ser adotada? Qual? Fundamente. RESPOSTA: Deverá ser apresentado Recurso Adesivo, nos termos da Súmula 283 do TST ou Art. 997, §1°, CPC. CASO CONCRETO 11: Em reclamação trabalhista movida por empregado contra o ex-empregador, o pedido foi julgado procedente em parte e a sociedade empresária pretende recorrer. Nesse sentido, apresentou a petição com o recurso no 5º dia da publicação da sentença e o comprovante das custas e do depósito recursal 15 dias após, mas explicou na peça que havia recolhido o preparo no prazo de oito dias, conforme chancela bancária, e que a demora na juntada do preparo se deveu a um problema interno do escritório. Na hipótese retratada, de acordo com a CLT e a jurisprudência consolidada do TST, responda aos itens a seguir. A) Como advogado do autor da demanda, informe o que você sustentaria em contrarrazões sobre o aspecto processual apresentado na questão. RESPOSTA: A deserção, já que o preparo foi feito, mas não foi comprovado no prazo legal, conforme a Súmula 245 do TST e Art. 789, § 1º, da CLT. B) Caso o recurso interposto pela sociedade empresária tivesse seu seguimento negado, por qualquer razão, pelo juiz de 1º grau, que recurso poderia ser interposto? Justifique. RESPOSTA: O recurso de agravo de instrumento, conforme previsto no Art. 897, b, da CLT. CASO CONCRETO 15: Prolatada sentença, impugnada via recurso recebido apenas em seu efeito devolutivo, em processo judicial movido por ente coletivo obreiro em face de sindicato patronal, onde se busca o estabelecimento de normas coletivas, inclusive reajuste salarial, a empresa Gama Ltda. deixou de implementar o reajuste salarial deferido. Sabendo-se que tal sentença foi prolatada em 05/02/2015 e o recurso interposto ainda não foi apreciado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. A) Na qualidade de advogado procurado por empregado da referida empresa, após 06/02/2017, qual medida judicial deve ser proposta para garantir a imediata aplicabilidade do reajuste salarial concedido na sentença? RESPOSTA: O meio cabível é a ação de cumprimento na forma do art. 872 da CLT e da súmula 246 TST que prevê a possibilidade da sentença normativa mesmo não estando ela transitada em julgado. B) Qual o termo a quo prescricional a ser considerado para efeito de exigibilidade dos créditos referentes ao reajuste salarial concedido? RESPOSTA: A prescrição somente corre a partir do trânsito em julgado. Conforme súmula 350 TST – O prazo de prescrição com relação à ação de cumprimento de decisão normativa flui apenas da data de seu trânsito em julgado.
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