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Ácidos Graxos

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Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
Ácidos Graxos 
Introdução 
• Os de cadeia longa são oxidados à acetil-CoA 
• Fornece 80% da energia necessária no coração e no fígado 
• Os elétrons retirados dos ácidos graxos → cadeia respiratória → ATP 
• Acetil-CoA (ácidos graxos) → oxidados completamente a CO2 (ciclo do ácido cítrico) 
o mais energia 
• No fígado: acetil-CoA → corpos cetônicos (solúveis em água exportados para o cérebro e outros tecidos 
quando a glicose não está disponível) 
• β-oxidação: ácidos graxos → acetil-CoA 
• Cadeias alquilas longas dos ácidos graxos dos triacilgliceróis – basicamente hidrocarbonetos – muito mais 
energético que carboidratos ou proteínas 
• Triacilgliceróis se agregam em gotículas lipídicas sem aumenta a osmolaridade do citosol e sem serem 
solvatadas. 
• Devem ser emulsificados antes de ser digerido por enzimas hidrossolúveis no intestino 
• Devem ser carregados ligados a proteínas que neutralizam sua insolubilidade 
o carboxila do C1 é ativado pela ligação à coenzima A 
1. oxidação gradativa do grupo acil graxo na posição C3, ou β (β-oxidação) 
• A oxidação completa dos ácidos graxos a CO2 e H2O ocorre em três etapas: 
o oxidação dos ácidos graxos de cadeia longa a fragmentos de 2C (acetil-CoA – β-oxidação) 
o oxidação de acetil-CoA a CO2 (ciclo de Krebs) 
o transferência de elétrons dos transportadores de elétrons reduzidos à cadeia respiratória mitocondrial 
Digestão, mobilização e transporte de gorduras 
• Três fontes de ácidos graxos para a célula 
o gorduras (dieta) 
o gorduras (adipócitos) 
o gorduras (biossintetizadas) 
As gorduras da dieta são absorvidas no intestino delgado 
Etapa 1 
• Para que seja absorvido: triacilgliceróis → micelas dispersas 
o solubilização feita pelos sais biliares (ácido taurocólico) 
1. sintetizados a partir do colesterol no fígado 
2. armazenados na vesícula biliar e liberados no intestino delgado após a ingestão de uma 
refeição gordurosa 
3. compostos anfipáticos – convertem gorduras em micelas mistas de sais biliares e 
triacilgliceróis 
Etapa 2 
• As micelas aumentam a ação das lipases hidrossolúveis no intestino 
o convertem os triacilgliceróis em monoacilgliceróis e diacilgliceróis, ácidos graxos livres e glicerol 
Etapa 3 
• Os produtos da ação da lipase se difundem à mucosa intestinal 
Etapa 4 
• são reconvertidos em triacilgliceróis e empacotados com o colesterol da dieta e proteínas → quilomícrons 
(agregados de lipoproteínas) 
• apolipoproteínas: proteínas de ligação a lipídeos (sangue) 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
o transportam triacilgliceróis, fosfolipídeos, colesterol e ésteres de colesterol 
o formam partículas de lipoproteína 
1. podem ser VLDL (very low density lipoproteins) ou 
2. VHDL (very high density lipoproteins) 
Etapa 5 
• são reconhecidas por receptores nas superfícies celulares 
• no intestino: quilomícrons possuem a apolipoproteína C-II (apoC-II) 
o mucosa intestinal → sistema linfático → sangue → músculos e tecido adiposo 
Etapa 6 
• Nos capilares: 
o apoC-II ativa a enzima extracelular lipase lipoproteica → hidrólise dos triacilgliceróis em ácidos graxos 
+ glicerol 
Etapa 7 
• Absorvidos pelos tecidos-alvo 
Etapa 8 
• No músculo 
o ácidos graxos → oxidados (energia) 
• No tecido adiposo 
o ácidos graxos → reesterificados para armazenamento na forma de triacilgliceróis 
 
 
• Os quilomícrons (sem triacilgliceróis) remanescentes (geralmente com colesterol e apolipoproteínas: sangue 
→ fígado 
o endocitose (receptores) 
o podem ser oxidados (energia) ou 
o substratos para síntese de corpos cetônicos 
• Ácidos graxos consumidos em excesso 
o fígado converte triacilgliceróis empacotados (apolipoproteínas) → VLDL 
1. transportadas pelo sangue → tecido adiposo 
2. triacilgliceróis removidos da circulação → armazenamento de lipídio nos adipócitos 
Hormônios ativam a mobilização dos triacilgliceróis armazenados 
• A superfície dos lipídeos armazenados nos adipócitos é revestida por perilipinas 
o evita a mobilização prematura dos lipídeos 
• hormônio sinaliza necessidade de energia metabólica (glucagon e epinefrina) → lipídeos transportados aos 
tecidos → oxidação (energia) 
o situação de baixos níveis de glicose ou atividade iminente 
1. estímulo da enzima Adenil ciclase (proteínas de membrana dos adipócitos) 
2. produção de AMP cíclico (cAMP) 
3. PKA (proteína-cinase dependente de cAMP) → abertura das gotículas de lipídeo 
4. lipases atuam sobre tri, di e monoacilgliceróis → liberação de ácidos graxos (livres) + glicerol 
5. ácidos graxos livres: adipócitos → sangue 
6. se ligam à albumina sérica: se liga (covalente) a até 10 ácidos graxos 
7. transporte aos tecidos 
o Nos tecidos 
1. ácidos graxos dissociam-se da albumina → transportadores da membrana → interior da célula 
(produção de energia) 
2. glicerol → liberado (lipase) → fosforilado → oxidado a di-hidroxiacetona → vias glicolítica ou 
gliconeogênica (ou sintetiza triacilgliceróis ou fosfolipídeos) 
o O glicerol liberado pela lipase 
1. fosforilado (glicerol-cinase) → glicerol-3-fosfato (da di-hidroxiacetona fosfato 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
2. triose-fosfato-isomerase: di-hidroxiacetona → gliceraldeído-3-fosfato (oxidado na glicólise) 
Os ácidos graxos são ativados e transportados para dentro das mitocôndrias 
• As enzimas da oxidação de ácidos graxos estão na matriz mitocondrial 
• Ácidos graxos com 12C ou menos não precisam de transportadores de membrana 
• Os com 14C ou mais passam por três reações enzimáticas → CICLO DA CARNITINA 
Reação 1 
o acil-CoA-sintetase (enzima da membrana mitocondrial externa) catalisa 
o ácido graxo + CoA + ATP ↔ acil-CoA graxo + AMP (adenosina monofosfato) + PPi (pirofosfato) 
1. ligação tio éster entre a carboxila do ac. g. e o grupo tiol da CoA 
2. o intermediário é o acil-graxo-adenilato 
3. o PPi é hidrolisado pela pirofosfatase, favorecendo o sentido de reação à direita, liberando 2Pi 
(Fosfato inorgânico) 
Reação 2 
• Os ésteres de acil-CoA graxo formados no lado citosólico da membrana externa da mitocôndria podem ser 
transportados para dentro da mitocôndria → oxidados → ATP ou utilizados no citosol → lipídeos de membrana 
o enzima carnitina acil-transferase I (membrana externa) 
o acil-CoA → éster de carnitina – acil-graxo-carnitina (intermembrana) (proteína porina – membrana 
externa) 
• Acil-graxo-carnitina → entra na matriz (difusão facilitada – transportador acil-carnitina – membrana 
mitocondrial interna) 
Reação 3 
• Acil-graxo é transferido – carnitina → coenzima A (intramitocondrial) 
o enzima carnitina-aciltransferase II (face citosólica da membrana mitocondrial interna 
o libera a acil-CoA graxo + carnitina livre dentro da matriz 
o carnitina volta ao espaço intermembrana pelo transportador acil-carnitina 
 
 
• A coenzima A na matriz mitocondrial é utilizada na degradação oxidativa do piruvato, dos ácidos graxos e 
alguns aminoácidos 
• A coenzima A citosólica é utilizada na biossíntese de ácidos graxos 
• O PROCESSO DE ENTRADA MEDIADO PELA CARNITINA É O PASSO LIMITANTE PARA A OXIDAÇÃO DOS 
ÁCIDOS GRAXOS NA MITOCÔNDRIA E É UM PONTO DE REGULAÇÃO 
Resumão 
• triacilgliceróis → ácidos graxos + glicerol – muita energia 
• triacilgliceróis são emulsificados no intestino delgado por sais biliares, hidrolisados pelas lipases intestinais e 
absorvidos pelas células epiteliais intestinais → voltam a ser triacilgliceróis → quilomícrons = apolipoproteínas 
• quilomícrons transportam os triacilgliceróis aos tecidos → lipase lipoproteica libera ácidos graxos livres à célula 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
• triacilgliceróis em tecidos adiposos são mobilizados pela lipase de triacilglicerolsensível a hormônio (glucagon) 
ácidos graxos são transportados pela albumina sérica ao sangue, coração, musculatura esquelética e outros tecidos 
dentro da célula os ácidos graxos são ativados na membrana mitocondrial externa → tio ésteres de acil-CoA graxos 
(ciclo da carnitina) 
Oxidação de Ácidos Graxos 
• Ocorre em três etapas: β-oxidação, oxidação da acetil-CoA a CO2 (ambas produzem transportadores de 
elétrons reduzidos NADH e FADH2) e cadeia respiratória mitocondrial 
A β-oxidação de ácidos graxos saturados tem quatro passos básicos 
• São quatro reações 
Primeiro passo 
• Desidrogenação da acil-CoA → dupla ligação entre C α e β (C2 e C3) → trans-∆2-enoil-CoA 
• É catalisado por três isoenzima da acil-CoA desidrogenase 
o acil-CoA desidrogenase de cadeia muito longa – VLCAD – atuando em ácidos graxos de 12C a 18C 
o acil-CoA desidrogenase de cadeia média – MCAD – de 4C a 14C 
o acil-CoA desidrogenase de cadeia curta – SCAD – 4C a 8C 
• Todas são flavoproteínas com FAD como grupo prostético 
• Os elétrons removidos da acil-CoA graxo são transferidos para o FAD e a forma reduzida da desidrogenase doa 
seus elétrons a ETF (eletron-transferring protein) 
OBS.: a oxidação catalisada por uma acil-CoA desidrogenase é análoga à desidrogenação do succinato no ciclo de 
Krebs 
• Os elétrons das reações entram na cadeia respiratória e os passam ao O2 (cerca de 1,5 ATP por par de elétrons) 
Segundo passo 
• Há a hidratação da dupla ligação da trans-∆2-enoil-CoA → 3-hidroxiacil-CoA (estereoisômero L da β-
hidroxiacil-CoA) 
o enzima enoil-CoA hidratase 
o análoga à reação da fumarase no ciclo do ácido cítrico 
Terceiro passo 
• L-βhidroxiacil-CoA é desidrogenada → β-cetoacil-CoA 
o enzima β-hidroxiacil-CoA desidrogenase 
o NAD+ é o aceptor de elétrons 
o O NADH doa seus elétrons para NADH-desidrogenase (transportador de elétrons da cadeia 
respiratória) 
o análoga à malato-desidrogenase do ciclo de Krebs 
Quarto passo 
• β-cetoacil-CoA + CoA livre → acetil-CoA (fragmento de dois carbonos da extremidade carboxílica do ácido 
graxo original) + tioéster de CoA (2C) 
o tiólise 
o enzima acil-CoA-acetiltransferase/tiolase 
o análoga à hidrólise 
o reverso da condensação de Claisen 
 
As três últimas etapas → dois conjuntos de enzimas 
• 12C ++ → proteína trifuncional (TFP) (associado à membrana interna da mitocôndria) 
o octâmero de subunidades α4β4 
o subunidade α → enoil-CoA-hidratase e β-hidroxiacil-CoA-desidrogenase 
 
o subunidade β → atividade tiolase 
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1. 3 enzimas → canalização eficiente do substrato de um sítio ativo para outro 
• Quando a TFP tiver encurtado a cadeia acil-graxo para 12C -- → conjunto de quatro enzimas solúveis na matriz 
• β-oxidação → desestabiliza e quebra as ligações metileno (-CH2) 
• 3 primeiras reações → criam ligação C-C menos estável 
• A função cetona do carbono β (C-3) → alvo para ataque nucleofílico pelo -SH da CoA 
o tiolase 
Os quatro passos da β-oxidação são repetidos para produzir acetil-CoA e ATP 
• Uma passagem pela β-oxidação → 1 acetil-Coa + 2 pares de elétrons + 4H+ são removidos da acil-CoA graxo 
(encurtada a 2C) 
• Ex.:7C 
o Palmitoil-CoA (16C) + CoA + FAD + NAD+ + H2O → miristoil-CoA (14C) + acetil-CoA + FADH2 + NADH + 
H+ 
o Palmitoil-CoA + 7CoA + 7FAD + 7NAD+ + 7H2O → 8 acetil-CoA + 7FADH2 + 7NADH + 7H+ 
• FADH2 → doa um par de elétrons para a ETF (cadeia respiratória) → 1,5 ATP 
• NADH → doa um par de elétrons para a NADH-desidrogenase (mitocondrial) → 2,5 ATP 
• 4 moléculas de ATP são formadas para cada unidade de 2C removida + H2O 
• Equação total à oxidação do Palmitoil-CoA: 
Palmitoil-CoA + 7CoA + 7O2 + 28Pi + 28ADP → 8 acetil-CoA + 28ATP + 7H2O 
A acetil-CoA pode ser oxidada ainda mais no ciclo do ácido cítrico 
• acetil-CoA → CO2 + H2O 
Palmitoil-CoA + 23O2 + 108Pi + 108ADP → CoA + 108ATP + 16CO2 + 23H2O 
• O custo energético de ativar um ácido graxo é equivalente a 2 ATP → ganho líquido por molécula de palmitato 
106ATP 
A oxidação de ácidos graxos insaturados requer duas reações adicionais 
• Maioria dos ácidos graxos nos triacilgliceróis e fosfolipídeos de animais e plantas é insaturada 
o configuração cis → não sobre ação da enoil-CoA hidratase 
• Ex.: oleato (18C) 
Primeiro passo 
• oleato → oleoil-CoA → entra na matriz mitocondrial (ciclo da carnitina) 
Segundo passo 
• passa três vezes pela β-oxidação → 3 acetil-CoA e éster de CoA (12C) 
Terceiro passo 
• cis-∆3-enoil-CoA → trans-∆2-enoil-CoA 
o enzima auxiliar ∆3, ∆2-enoil-CoA-isomerase 
• trans-∆2-enoil-CoA → L-β-hidroxiacil-CoA 
Quarto passo 
• L-β-hidroxiacil-CoA → decanoil-CoA (10C) 
• 4 passagens pela via de β-oxidação → 5 acetil-CoA 
 
Redutase → oxidação de ácidos graxos poli-insaturados 
• Ex.: linoleato (18C) – cis-∆9, cis-∆12 
• ação combinada da enoil-CoA-isomerase + 2,4-dienoil-CoA-redutase 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
A oxidação completa de ácidos graxos de número ímpar requer três reações 
extras 
• Propionato (3C) → fermentação dos carboidratos do rúmen 
• Absorvido pelo sangue e oxidado pelo fígado e outros tecidos 
• inibidor de mofo 
• Em ácidos graxos de cadeia longa de número ímpar → oxidados e, na ultima passagem pela β-oxidação → acil-
CoA graxo com ácido graxo de 5C → acetil-CoA e propionil-CoA 
• Propionil-CoA → carboxilada → estereoisômero D da metilmalonil-CoA 
o enzima propionil-CoA-carboxilase (biotina) 
• O intermediário (carboxibiotina) requer energia (ATP) 
• D-metilmalonil-CoA → epimerizada → L-metilmalonil-CoA 
o enzima L-metilmalonil-CoA-epimerase 
• L-metilmalonil-CoA → rearranjo → Succinil-CoA (pode entrar no ciclo de Krebs) 
o enzima metilmalonil-CoA-mutase 
o coenzima 5’-desoxiadenosilcobalamina 
1. coenzima B12 (cobalamina) 
A oxidação dos ácidos graxos é estritamente regulada 
• consome combustível → só ocorre quando há a necessidade de energia 
No fígado 
• acil-graxo-CoA (citosol) tem 2 vias 
o β-oxidação (enzimas na mitocôndria) 
o conversão em triacilgliceróis e fosfolipídeos (enzimas no citosol) 
• A via tomada depende da taxa de transferência de acil-graxos-CoA de cadeia longa para dentro da mitocôndria 
• Ciclo da carnitina é limitante para a oxidação → ponto de regulação 
• A malonil-CoA → ↑ [] quando o animal está bem suprido de carboidratos 
• O excesso de glicose, que não pode ser oxidado ou armazenado como glicogênio, é convertido triacilglicerol 
(citosol) 
• A inibição da carnitina-aciltransferase I pela malonil-CoA → oxidação de ácidos graxos é inibida (fígado 
amplamente suprido de glicose) e está produzindo triacilgliceróis a partir do excesso de glicose 
• Quando a razão [NADH/NAD+] está ↑ → β-hidroxiacil-CoA-desidrogenase é inibida 
• ↑ [] de acetil-CoA → inibição da tiolase 
 
Durante a contração muscular vigorosa ou jejum 
• ↓ ATP; ↑ AMP → ativação da proteína-cinase (ativada por AMPK) → fosforila as enzimas alvo → inibe acetil-
CoA-carboxilase 
o ↓ [] de malonil-CoA → ↑ do transporte de acil-carnitina-graxo à mitocôndria → β-oxidação → ATP 
Fatores de transcrição ativam a síntese de proteínas do catabolismo de lipídeos 
• família PPAR (receptor ativado por proliferadores de peroxissomos) → afetam processos metabólicos em 
resposta à variação de ligantes semelhantes aos ácidos graxos 
• PPARα age nos músculos, tecido adiposo e fígado → ativa grupo de genes → transportadores (oxidação) e 
enzimas relacionadas 
• Resposta disparada quando a célula tem demanda aumentada por energia (jejum) 
o ↓ [] glicose no sangue → glucagon liberado → cAMP e CREB (ativação de genes para catabolismo de 
lipídeos) 
• Transição do metabolismo fetal para o neonatal no coração 
o glicose e lactato são os principais combustíveisAutor: M. Vinícius Souza e S 
 
o no coração → ácidos graxos 
o na transição PPARα → ativado → ativa genes para o metabolismo de ácidos graxos 
• Principal local de oxidação dos ácidos graxos durante o exercício → músculo esquelético 
Defeitos genéticos nas acil-CoA-graxo-desidrogenases causam doenças graves 
• Os triacilgliceróis estocados são as principais fontes de energia à contração muscular 
• mutação no gene que codifica acil-CoA-desidrogenase de cadeia média (MCAD) 
o episódios decorrentes de uma síndrome que inclui: acúmulo de gordura no fígado, ↑ níveis 
sanguíneos de ácido octanoico, ↓ nível de glicose, sonolência, vômito e coma 
Os peroxissomos também realizam β-oxidação 
• Matriz mitocondrial é o principal local de oxidação de ácidos graxos nos animais 
• Nos vegetais → peroxissomos 
• São 4 etapas 
o desidrogenação 
o adição de água à dupla ligação 
o oxidação do β-hidroxiacil-CoA a uma cetona 
o clivagem tiolítica pela CoA 
Diferenças 
• Acil-CoA oxidase passa os elétrons diretamente para o O2 → H2O2 → catalase → H2O2 → H2O + O2 
o A energia não é liberada na forma de ATP 
o Dissipada como calor 
• Peroxissomo: mais ativo sobre ácidos graxos de cadeia muito longa 
 
• Em mamíferos: ↑ [] de gorduras na dieta → síntese ↑ de enzimas peroxissomais da β-oxidação no fígado 
• Peroxissomos hepáticos não contêm as enzimas do ciclo de Krebs → não catalisam a reação de acetil-CoA a 
CO2 
o ácidos graxos de cadeia longa → catalisados à produtos de cadeia curta (hexanoil-CoA) → exportados 
à mitocôndria → oxidação 
Os peroxissomos e glioxissomos vegetais usam acetil-CoA da β-oxidação como 
precursor biossintético 
Em plantas 
• oxidação dos ácidos graxos: peroxissomos do tecido foliar e glioxissomos das sementes em germinação 
Glioxissomos 
• Apenas em sementes em germinação (peroxissomos especializados) 
• Usa lipídeos estocados para prover precursores biossintéticos (NÃO ENERGIA) 
• Triacilgliceróis estocados → glicose, sacarose e metabólitos essenciais 
• Ácidos graxos liberados (dos triacilgliceróis) → ativados aos derivados de CoA → oxidados nos glioxissomos 
(mesmo processo dos peroxissomos) 
• Acetil-CoA produzido → ciclo do glioxilato: precursores de 4C para a gliconeogênese 
• ↑ [] de catalase 
Resumão – Oxidação de Ácidos Graxos 
• Primeira etapa da β-oxidação: 4 reações retiram unidades de acetil-Coa da extremidade carboxila de um acil-
CoA graxo saturado 
o Desidrogenação dos carbonos α e β (C-2 e C-3) pelas acil-CoA-desidrogenases (ligadas à FAD) 
o Hidratação da dupla ligação trans-∆2 resultante pela enoil-CoA-hidratase 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
o Desidrogenação do L-β-hidroxiacil-CoA resultante pela β-hidroxiacil-CoA-desidrogenase (ligada à 
NAD) 
o Clivagem por CoA (livre) do β-cetoacil-CoA resultante pela tiolase → acetil-CoA + acetil-CoA graxo 
encurtado em 2C → acil-CoA graxo encurtado entra de novo na β-oxidação 
• Segunda etapa: acetil-CoA → oxidado a CO2 no ciclo do ácido cítrico 
o Uma grande fração do rendimento teórico de energia livre da oxidação dos ácidos graxos é recuperada 
como ATP pela fosforilação oxidativa (etapa final da via oxidativa) 
• Malonil-CoA inibe a carnitina-aciltransferase I → previne a entrada dos ácidos graxos na mitocôndria → 
bloqueio da degradação dos ácidos graxos enquanto ocorro a síntese (impede o ciclo fútil) 
• Defeitos genéticos na acil-CoA-desidrogenase de cadeia média → doenças/mutações no sistema de β-
oxidação 
• Oxidação de ácidos graxos insaturados → 2 enzimas adicionais: enoil-CoA-isomerase e 2,4-dienoil-CoA-
redutase 
o ácidos graxos de número ímpar → oxidados pela β-oxidação → acetil-CoA + propionil-CoA 
o propinoil-CoA → carboxilada → metilmalonil-CoA → isomerizada → Succinil-CoA (enzima 
metilmalonil-CoA mutase – coenzima B12) 
• Peroxissomos vegetais e animais e glioxissomos vegetais → β-oxidação em 4 etapas 
o transfere elétrons diretamente ao O2 → H2O2 
o glioxissomos (sementes em germinação): β-oxidação → conversão de lipídeos estocados em 
intermediários e produtos 
• α-oxidação degrada ácidos graxos ramificados (ex.: ácido fitânico) 
Corpos Cetônicos 
Introdução 
Em humanos 
• acetil-CoA (fígado – β-oxidação) → pode entrar no ciclo do ácido cítrico ou sofrer conversão a corpos 
cetônicos, acetona, acetoacetato e D-β-hidroxibutirato 
• Acetona (↓ quantidade que os outros) → exalada 
• Acetoacetato + D-β-hidroxibutirato → transportados (sangue) → outros tecidos (fora o fígado) → convertidos 
a acetil-CoA → oxidados no ciclo do ácido cítrico 
o muita energia → musculo esquelético e cardíaco e córtex renal 
• O cérebro (preferencia por glicose) pode se adaptar ao uso de acetoacetato ou D-β-hidroxibutirato – EM 
JEJUM PROLONGADO (glicose não disponível) 
• Produção e exportação dos corpos cetônicos do fígado para tecidos extra-hepáticos → oxidação contínua de 
ácidos graxos no fígado quando acetil-CoA não está sendo oxidada no ciclo do ácido cítrico 
Os corpos cetônicos formados no fígado são exportados para outros órgãos como 
combustível 
Primeira etapa de formação de acetoacetato 
• Ocorre no fígado → condensação enzimática de 2 moléculas de acetil-CoA 
o enzima tiolase 
o inverso da última etapa da β-oxidação 
• Acetoacetil-CoA → condensa com acetil-CoA → β-hidroxi-β-metilglutaril-CoA (HMG-CoA) → clivado → 
Acetoacetil-CoA (livre) + acetil-CoA 
• Acetoacetato → reduzido → D-β-hidroxibutirato (reversível) 
o enzima D-β-hidroxibutirato-desidrogenase (mitocondrial) 
o específica para forma D 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
Em pessoas saudáveis 
• acetona → formada em pequena quantidade a partir de acetoacetato → facilmente descarboxilado 
espontaneamente ou pela acetoacetato-descarboxilase 
Em pessoas com diabetes não tratado 
• grande quantidade de acetoacetato → sangue contém ↑ [] de acetona (tóxica) 
Em tecidos extra-hepáticos 
• D-β-hidroxibutirato → oxidado a acetoacetato 
o enzima D-β-hidroxibutirato-desidrogenase 
• acetoacetato ativado a éster de CoA pela transferência da CoA do Succinil-CoA 
o enzima β-cetoacil-CoA-transferase/tioforase 
• Acetoacetil-CoA clivado pela tiolase → 2 acetil-CoA → ciclo do ácido cítrico 
• CORPOS CETÔNICOS SÃO USADOS COMO COMBUSTÍVEL EM TODOS OS TECIDOS EXTRA-HEPÁTICOS QUE 
CARECEM DE TIOFORASE 
• Fígado → produtor de corpos cetônicos para outros tecidos, mas não um consumidor 
• Produção e exportação dos corpos cetônicos → oxidação contínua de ácidos graxos com mínima oxidação de 
acetil-CoA 
• Se intermediários desviados para a síntese de glicose pela gliconeogênese → oxidação dos intermediários 
desacelera (junto à oxidação de acetil-CoA) 
• Fígado: quantidade limitada de acetil-CoA 
o β-oxidação desacelera esperando coenzima livre 
• Produção e exportação de corpos cetônicos → liberam CoA → contínua oxidação dos ácidos graxos 
Os corpos cetônicos são produzidos em excesso no diabetes e durante o jejum 
• Jejum e diabetes melito não tratado → superprodução de corpos cetônicos → problemas 
Durante o jejum 
• gliconeogênese consome os intermediários do ciclo do ácido cítrico → acetil-CoA vai para a produção de 
corpos cetônicos 
No diabetes não tratado 
• ↓ [] de insulina → tecidos extra-hepáticos não captam a glicose do sangue → ↓ [] de malonil-CoA (material 
de início à síntese de ácidos graxos) → inibição da carnitina-aciltransferase I é aliviada → ácidos graxos entram 
na mitocôndria → degradados a acetil-CoA (QUE NÃO PODE PASSAR PELO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO – 
INTERMEDIÁRIOS FORAM DRENADOS NA GLICONEOGÊNESE) 
• Acúmulo de acetil-CoA (resultante) → acelera formação de corpos cetônicos além da capacidade de oxidação 
→ ↑ [] de acetoacetato + D-β-hidroxibutirato no sangue → ↓ pH → acidose 
• Indivíduos em dietashipocalóricas → utilizam gorduras do tecido adiposo como principal fonte de energia → 
↑ [] de corpos cetônicos no sangue e urina 
Resumão – Corpos Cetônicos 
• Corpos cetônicos são formados no fígado (acetona, acetoacetato e D-β-hidroxibutirato) 
o os dois últimos → combustíveis nos tecidos extra-hepáticos → oxidação a acetil-CoA e entrada no ciclo 
do ácido cítrico 
• Superprodução de corpos cetônicos → leva à acidose ou cetose 
Biossíntese de Lipídeos 
Biossíntese de ácidos graxos e eicosanoides 
• Requer a participação de um intermediário de 3C → malonil-CoA 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
A malonil-CoA é formada a partir de acetil-CoA e bicarbonato 
• É um processo irreversível 
o enzima acetil-CoA-carboxilase 
grupo prostético – biotina (ligação amida ao grupo épsilon-amino de um resíduo de Lys 
Primeiro passo 
• Carboxila derivada do bicarbonato (HCO3-) → transferida para a biotina (DEPENDENTE DE ATP) 
• Biotinila: transportador temporário de CO2 → para acetil-CoA na segunda etapa 
A síntese dos ácidos graxos ocorre em uma sequência de reações que se repetem 
• As longas cadeias de carbono dos ácidos graxos são construídas por uma sequência de reações repetitivas em 
quatro etapas 
o sistema ácido graxo-sintase 
o grupamento acil saturado → substrato da condensação subsequente (grupo malonila ativado) 
• Em cada passagem pelo ciclo → grupo acil-graxo aumenta em 2C 
• Na via sintética: agente redutor é o NADPH e -SH ligados à enzima 
• Duas variantes da enzima ácido graxo-sintase 
o ácido graxo-sintase I (AGS I) – vertebrados e fungos 
o ácido graxo-sintase II (AGS II) – vegetais e bactérias 
Com os sistemas AGS I 
• síntese de ácidos graxos sem liberação de intermediários 
o 16C (palmitato) → deixa o ciclo 
o C-16 e C-15 derivados dos átomos de C dos grupos metil e carboxila de uma acetil-CoA utilizada 
diretamente para iniciar o sistema 
o outros C originados da acetil-CoA → malonil-CoA 
Com os sistemas AGS II 
• Sistema dissociado 
• cada etapa é catalisada por uma enzima diferente 
• gera uma variedade de outros produtos 
A ácido graxo-sintase de mamíferos tem múltiplos sítios ativos 
• Os múltiplos domínios da AGS I de mamíferos atuam como enzimas distintas, porém ligadas 
• Sítio ativo de cada enzima é encontrado em um domínio separado do polipeptídio maior 
• Durante a síntese → intermediários permanecem covalentemente ligados → tio ésteres a um de dois grupos 
tiol 
o ponto de ligação é o -SH de uma proteína transportadora de grupos acil 
• Hidrólise dos tioésteres → altamente exergônica 
• ACP – proteína transportadora de grupos acil → mantém o sistema unido 
A ácido graxo-sintase recebe grupos acetil e malonil 
• Dois grupos tióis do complexo enzimático devem ser carregados com os grupamentos acil corretos 
• grupo acetil da acetil-CoA → Transferido para a ACP 
o enzima malonil/acetil-CoA-ACP-transferase 
• acetil é transferido para o grupo -SH da Cys da β-cetoacil-ACP-sintase 
• transferência do grupo malonila da malonil-CoA → grupo -SH da ACP 
o enzima malonil/acetil-CoA-ACP-transferase 
• No complexo sintase carregado → grupos acetil e malonil ativados para o processo de alongamento da cadeia 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
Etapa 1 – Condensação 
• Condensação envolvendo grupos acetil e malonil ativados → Acetoacetil-ACP (pelo grupo -SH da 
fosfopanteteína) + molécula de CO2 são produzidos 
o enzima β-cetoacil-ACP-sintase 
o grupamento acetil é transferido do grupo -SH da Cys ao malonil ligado ao grupo -SH da ACP → unidade 
de 2C metil-terminal do novo grupo acetoacetil 
o o C do CO2 é o mesmo introduzido no malonil-CoA pelo HCO3- - reação da acetil-CoA-carboxilase 
• A ligação covalente do CO2 é transitória → removida assim que cada unidade de dois carbonos é adicionada 
o uso de grupos malonil ao invés de acetil é termodinamicamente mais favorável 
• C-2 do malonil (entre o C da carbonila e da carboxila → nucleófilo)0 
• Descarboxilação do grupo malonil: facilita o ataque nucleofílico do C metileno sobre a ligação tioéster entre o 
grupo acetil e a β-cetoacil-ACP-sintase → desloca o grupo -SH da enzima 
• O uso de malonil ativado (na síntese) e de acetato ativado (na degradação) → termodinamicamente favoráveis 
• Energia extra necessária para a síntese é fornecida pelo ATP → síntese de malonil-CoA a partir de acetil-CoA + 
HCO3- 
Etapa 2 – Redução do grupo carbonila 
• Acetoacetil-ACP → redução da carbonila em C-3 → D-β-hidroxibutiril-ACP 
o enzima β-cetoacil-ACP-redutase 
o NADPH é o doador de elétrons 
Etapa 3 – Desidratação 
• Água é tirada dos C-2 e C-3 da D-β-hidroxibutiril-ACP → formada dupla ligação → trans-∆2-butenoil-ACP 
o enzima β-hidroxiacil-ACP-desidratase 
Etapa 4 – Redução da dupla ligação 
• trans-∆2-butenoil-ACP → reduzida (saturada) → butiril-ACP 
o enzima enoil-ACP-redutase 
o NADPH é o doador de elétrons 
As reações da ácido graxo-sintase são repetidas para formar palmitato 
Etapa 5 
• butiril é transferido do grupo -SH da fosfopanteteína da ACP para o -SH de uma Cys da β-cetoacil-ACP-sintase 
• outro malonil liga-se ao grupo -SH da fosfopanteteína da ACP 
• há a perda de CO2 para cada adição 
• o produto da condensação é um grupo acil com seis C ligado ao grupo -SH da fosfopanteteína 
• o grupo β-cetônico é reduzido nas três etapas seguintes do ciclo, formando o grupo acil saturado 
• reação global (síntese do palmitato) 
o Formação de sete moléculas de malonil-CoA: 
o 7 Acetil-CoA + 7 CO2 + 7 ATP → 7 malonil-CoA + 7 ADP + 7 Pi 
o Sete ciclos de condensação e redução: 
o Acetil-CoA + 7 malonil-CoA + 14 NADPH + 14H+ → palmitato + 7 CO2 + 8 CoA + 14 NADP+ + 6H2O 
1. Uma água é utilizada para hidrolisar a ligação tioéster entre o palmitato e a enzima 
• Processo global: 
o 8 Acetil-CoA + 7 ATP + 14 NADPH + 14 H+ → palmitato + 8 CoA + 7 ADP + 7Pi + 14 NADP+ + 6 H2O 
• A BIOSSÍNTESE DOS ÁCIDOS GRAXOS, COMO O PALMITATO, REQUER ACETIL-CoA E O FORNECIMENTO DE 
ENERGIA QUÍMICA DE DUAS FORMAS: 
o O POTENCIAL DE TRANSFERÊNCIA DE P (DO ATP) 
o PODER REDUTOR DO NADPH 
• Nos eucariotos existe um custo adicional: 
o acetil-CoA deve ser transportada para o citosol 
o consumo de 2 ATP por molécula de acetil-CoA transportada 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
o custo energético da síntese de ácidos graxos → 3 ATP por unidade de 2C 
A síntese de ácidos graxos ocorre no citosol de muitos organismos, mas nos 
cloroplastos das plantas. 
• Em geral o NADPH é o transportador de elétrons para as reações anabólicas e o NAD+ nas catabólicas 
Nos hepatócitos 
• [NADPH/NADP+] = ↑ → ambiente fortemente redutor para a síntese redutora dos ácidos graxos e outras 
biomoléculas 
• [NADH/NAD+] > na mitocôndria que no citosol → fluxo de elétrons para o NAD+ a partir da oxidação de ácidos 
graxos, aminoácidos, piruvato e acetil-CoA 
o redução do oxigênio pela cadeia respiratória 
Nos hepatócitos e adipócitos 
• NADPH citosólico é amplamente gerado pela via das pentoses-fosfato e pela enzima málica 
• Enzima málica ligada ao NADP (via de fixação do C em plantas) tem função diferente 
• Piruvato produzido na reação entra novamente na mitocôndria 
Nos hepatócitos e glândulas mamárias de animais lactentes 
• NADPH necessário para a biossíntese dos ácidos graxos é fornecido principalmente pela via das pentoses-
fosfato 
Células fotossintéticas dos vegetais 
• Síntese dos ácidos graxos não ocorre no citosol e sim no estroma dos cloroplastos 
• NADPH é produzido nos cloroplastos pelas reações dependentes de luz da fotossíntese 
O acetato é transportado para fora da mitocôndria como citrato 
• Em eucariotos não fotossintéticos praticamente toda a acetil-CoA utilizada na síntese dos ácidos graxos é 
formada na mitocôndria a partirda oxidação do piruvato e do catabolismo dos esqueletos de carbono dos 
aminoácidos 
• Acetil-CoA gerada na oxidação dos ácidos graxos não é uma fonte significativa de acetil-CoA para a biossíntese 
dos ácidos graxos em animais → ambas são reciprocamente reguladas 
• Membrana interna da mitocôndria é impermeável a acetil-CoA → transportador indireto transfere os 
equivalentes do acetil pela membrana interna 
• Acetil-CoA intramitocondrial → reage com oxaloacetato → formação de citrato (reação do ciclo de Krebs) 
o enzima citrato-sintase 
• Citrato → atravessa a membrana interna 
o transportador de citrato 
No citosol 
• citrato → clivado → regenera acetil-CoA e oxaloacetato (gasto de ATP) 
• Oxaloacetato (sem transportador à matriz) → malato-desidrogenase (citosólica) – reduz o oxaloacetato a 
malato (GERA NADPH) → transportador malato-α-cetoglutarato → malato retorna à matriz 
Na matriz 
• malato → reoxidado – oxaloacetato 
• O piruvato produzido é transportado para a mitocôndria 
o transportador de piruvato 
• piruvato → oxaloacetato 
o piruvato-carboxilase 
• CICLO RESULTANTE: CONSUMO DE 2 ATP para cada molécula de acetil-CoA entregue para a síntese de ácidos 
graxos 
• conversão dos quatro carbonos remanescentes em piruvato e CO2 (enzima málica) → ½ do NADPH necessário 
à síntese de ácidos graxos 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
o via das pentoses-fosfato → restante do NADPH necessário 
A biossíntese de ácidos graxos é precisamente regulada 
• ↑ [combustível metabólico] → excesso → ácido graxo (triacilgliceróis) 
• Reação catalisada pela acetil-CoA-carboxilase → etapa limitante na biossíntese 
• Principal produto da síntese de ácidos graxos (vertebrados) → Palmitoil-CoA → inibidor por retroalimentação 
da acetil-CoA-carboxilase 
• Citrato → ativador alostérico 
o ↑[acetil-CoA] + [ATP] (mitocondriais) → citrato é transportado para fora da mitocôndria 
o precursor citosólico de acetil-CoA – ativação da acetil-CoA-carboxilase 
o inibidor da fosfofruto-cinase-1 (PFK-1) → redução do fluxo de carbono à glicólise 
Acetil-CoA-carboxilase animal 
• fosforilação (glucagon e epinefrina) 
o inativação 
o redução da velocidade da síntese de ácidos graxos 
Acetil-CoA-carboxilase vegetal 
• ativada por ↑ do pH do estroma e da [Mg2+] → iluminação da planta 
Regulação por expressão gênica 
• excesso de ácidos graxos poli-insaturados → supressão da expressão de genes que codificam enzimas 
lipogênicas no fígado 
o regulação desses genes → família de receptores proteicos nucleares – PPAR 
 
Evita ciclo fútil 
• β-oxidação bloqueada por malonil-CoA (primeiro intermediário da síntese de ácidos graxos) → inibição da 
enzima carnitina-aciltransferase I 
Os ácidos graxos saturados de cadeia longa são sintetizados a partir do palmitato 
• Palmitato → precursor de outros ácidos graxos de cadeia longa → sistema de alongamento de ácidos graxos 
(retículo endoplasmático liso e mitocôndria) – adição de grupos acetil 
o alonga a cadeia de 16C da palmitoil-CoA em 2C → estearoil-CoA 
A dessaturação dos ácidos graxos requer uma oxidase de função mista 
• palmitato e estearato → precursores dos dois ácidos graxos monoinsaturados mais comuns: palmitoleato (∆9) 
e oleato (∆9) cis 
• dupla introduzida: enzima acil-CoA graxo-dessaturase ou oxidase de função mista 
o ácido graxo e NADPH → oxidação (perda de 2 e-) 
1. citocromo b5 e citocromo b5-redutase (RE liso / acil-CoA graxo-dessaturase) 
• Nos vegetais: oleato produzido pela estearoil-ACP-dessaturase 
o ferrodoxina reduzida – doadora de elétrons no estroma dos cloroplastos 
EAD de animais 
• papel no desenvolvimento da obesidade 
• resistência à insulina (diabetes melito tipo 2) 
• síntese induzida por ácidos graxos saturados da dieta 
Hepatócitos dos mamíferos 
• introduzem dupla ligação (∆9) dos ácidos graxos; mas não conseguem o mesmo entre C-10 e extremidade 
metil → não sintetizam linoleato ou α-linoleato (vegetais sim) 
o precursores necessários para a síntese de outros produtos → ácidos graxos essenciais (aos 
mamíferos) 
• linoleato ingerido → y-linolenato, eicosatrienoato e araquidonato (eicosatetraenoato) 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
• ácidos graxos de 20 carbonos são sintetizados a partir do linoleato por reações de alongamento de ácidos 
graxos 
Os eicosanoides são formados a partir de ácidos graxos poli-insaturados de 20C 
• família de moléculas sinalizadoras biológicas → curta distância – tecidos próximos as células 
• Fosfolipase A2 – resposta a hormônios ou outro estímulo → ataca os fosfolipídeos de membrana → libera 
araquidonato do C do meio do glicerol → enzimas do RE liso convertem em prostaglandinas → início da 
produção de prostaglandina H2 (PGH2) – precursor imediato de muitas outras prostaglandinas e tromboxanos 
o enzima ciclooxigenase (COX) / prostaglandina H2-sintase 
Primeira etapa 
• ciclooxigenase introduz oxigênio molecular: araquidonato → PGG2 
Segunda etapa 
• peroxidade da COX: PGG2 → PGH2 
Mamíferos 
• Tem duas isoenzima da COX: COX-1 e a COX-2 
• COX-1 
o sintetiza as prostaglandinas que regulam a secreção da mucina gástrica 
• COX-2 
o sintetiza as prostaglandinas que controlam inflamação, dor e febre 
o a dor pode ser aliviada pela inibição da COX-2 (aspirina – inativa irreversivelmente a atividade da 
ciclooxigenase das COX → síntese de prostaglandinas e tromboxanos é inibida) 
o ibuprofeno (anti-inflamatório) → inibe as COX 
1. COX-1 → efeitos como irritação estomacal ou mais grave 
Tromboxano-sintase 
• Plaquetas (trombócitos): PGH2 → tromboxano A2 
• Tromboxanos → induzem a constrição dos vasos sanguíneos e a agregação plaquetária: etapas inicias na 
coagulação sanguínea 
o aspirina → reduz a probabilidade de ataques cardíacos – redução da produção de tromboxanos 
• Síntese de leucotrienos inicia com a ação de diversas lipoxigenases → incorporam o oxigênio molecular ao 
araquidonato 
o encontradas em leucócitos, no coração, no cérebro, nos pulmões e no baço 
o são oxidases 
Resumão – Biossíntese de ácidos graxos e eicosanoides 
• Os ácidos graxos saturados de cadeia longa são sintetizados a partir de acetil-CoA → sistema citosólico de seis 
atividades enzimáticas e uma proteína transportadora de acil (ACP) 
• São dois tipos de enzimas ácido graxo-sintase 
o AGS I: em vertebrados e fungos → polipeptídeos multifuncionais 
o AGS II: sistema dissociado – em plantas e bactérias 
o ambas contêm dois tipos de -SH (transportadores de intermediários acil graxo 
• Malonil-ACP, formado a partir de acetil-CoA (para fora da mitocôndria) e CO2 → condensa-se com acetil ligado 
ao -SH → acetoacetil-ACP + CO2 
o redução do D-β-hidroxiacil (desidratação) → trans-∆2-acil-ACP insaturada → butiril-ACP 
o NADPH é o doador de elétrons (ambas) 
• Síntese dos ácidos graxos é regulada na etapa de formação de malonil-CoA 
• Mais seis moléculas de malonil-ACP reagem sucessivamente na extremidade carboxila da cadeia do ácido 
graxo em crescimento, formando palmitoil-ACP: produto final da reação da ácido graxo-sintase 
o palmitato livre é liberado por hidrólise 
• O palmitato pode ser alongado a estearato (18C) 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
• Palmitato e estearato podem ser dessaturados → palmitoleato e oleato (oxidases de função mista) 
• Os mamíferos não podem sintetizar linoleato e devem obtê-lo a partir de fontes vegetais 
o convertem o linoleato exógeno em araquidonato: precursor dos eicosanoides (prostaglandinas, 
tromboxanos e leucotrienos) – família de moléculas de sinalização muito potentes 
• A síntese das prostaglandinas e dos tromboxanos é inibida pelos AINE que atuam sobre a atividade de 
ciclooxigenase da prostaglandina H2-sintase (COX) 
Biossíntese de triacilgliceróisOs triacilgliceróis e os glicerofosfolipídeos são sintetizados a partir dos mesmos 
precursores 
• Animais são capazes de sintetizar e estocar grandes quantidade de triacilgliceróis → combustíveis 
(posteriormente) 
• Triacilgliceróis → maior conteúdo energético de todos os nutrientes estocados 
• Carboidratos em excesso à capacidade de armazenamento de glicogênio → triacilgliceróis (tecido adiposo) 
Nos tecidos animais 
• triacilgliceróis e os glicerofosfolipídeos (fosfatidiletanolamina) → acil-CoA graxo e L-glicerol-3-fosfato são 
precursores 
• Maioria do glicerol-3-fosfato → derivado do intermediário (glicolítico) di-hidroxiacetona-fosfato (DHAP) – 
enzima glicerol-3-fosfato-desidrogenase citosólica (ligada ao NAD) 
• Fígado e rins: glicerol-3-fosfato também produzida a partir do glicerol → glicerol-cinase 
• acil-CoA graxos também são precursores: enzima acil-CoA-sintetases – ativam os ácidos graxos na β-oxidação 
Primeira etapa 
• acilação dos dois grupos hidroxila livres do L-glicerol-3-fosfato (duas moléculas de acil-CoA graxo) → 
diacilglicerol-3-fosfato/ácido fosfatídico 
o presente em quantidades muito pequenas nas células 
o pode ser convertido tanto a triacilglicerol quanto a glicerofosfolipídeo 
• Na síntese de triacilgliceróis: ácido fosfatídico → hidrolisado – 1,2-diacilglicerol 
o enzima ácido fosfatídico-fosfatase 
• diacilgliceróis → convertidos em triacilgliceróis por transesterificação com um terceiro acil-CoA graxo. 
A biossíntese de triacilgliceróis nos animais é regulada por hormônios 
• Em humanos a quantidade de gordura corpórea é relativamente constante por longos períodos 
• Carboidratos, gorduras e proteínas ingeridos em excesso → armazenados na forma de triacilgliceróis 
• A biossíntese e a degradação dos triacilgliceróis são reguladas de modo que a via favorecida depende das 
fontes metabólicas e das necessidades a um dado momento 
• Insulina: promove – carboidrato → triacilgliceróis 
o diabetes melito grave – falha em sintetizar ácidos graxos a partir de carboidratos e aminoácidos 
• 75% dos ácidos graxos liberados pela lipólise são reesterificados → triacilgliceróis (não utilizados como 
combustível) 
• Parte dessa reciclagem acontece no tecido adiposo (antes da liberação na corrente sanguínea) 
• Ácidos graxos livre são transportados ao fígado, reciclados em triacilgliceróis e exportados mais uma vez pro 
sangue (capturados pelo tecido adiposo) 
Ciclo dos triacilgliceróis 
• Bastante lento quando outros combustíveis estão disponíveis 
• [ácidos graxos livres no sangue] → velocidade de liberação dos ácidos graxos e balanço entre a síntese e a 
degradação dos triacilgliceróis no tecido adiposo e no fígado 
• A liberação de ácidos graxos do tecido adiposo é estimulada pelos hormônios glucagon e epinefrina 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
o diminuem a velocidade da glicose e aumentam a velocidade da gliconeogênese no fígado 
• Ácido graxo liberado é captado pelos tecidos – nos mm. → geração de energia 
• A maior parte do ácido graxo captado pelo fígado não é oxidada → reciclada a triacilglicerol → retorno ao 
tecido adiposo 
• A reciclagem constante dos triacilgliceróis no tecido adiposo acontece mesmo durante o jejum 
o A glicólise é inibida pela ação do glucagon e da epinefrina → pouco DHAP disponível 
o glicerol liberado pela lipólise não pode ser convertido em glicerol-3-fosfato no tecido adiposo (não 
possuem glicerol-cinase) 
O tecido adiposo gera glicerol-3-fosfato por meio da gliceroneogênese 
• Versão mais curta da gliconeogênese: parte de piruvato da DHAP → glicerol-3-fosfato (enzima, citosólica, 
glicerol-3-fosfato-desidrogenase – ligada ao NAD) → síntese de triacilglicerol 
• No tecido adiposo a gliceroneogênese controla a velocidade de liberação dos ácidos graxos no sangue 
• No tecido adiposo marrom, pode controlar a velocidade pela qual os ácidos graxos livres são enviados para a 
mitocôndria para utilização na termogênese 
• Nos seres humanos (fígado) responde pela síntese de glicerol-3-fosfato suficiente para reesterificação de até 
65% dos ácidos graxos em triacilglicerol 
• O fluxo pelo ciclo do triacilglicerol entre o fígado e o tecido adiposo é controlado em um grau elevado pela 
atividade da PEP-carboxicinase → limita a velocidade da gliconeogênese e da gliceroneogênese 
• Glicocorticoides: cortisol – derivado biológico do colesterol – e a dexametasona – sintético – regulam os níveis 
de PEP-carboxicinase no fígado e no tecido adiposo 
o atua nos receptores de glicocorticoides 
o aumentam a expressão do gene que codifica a PEP-carboxicinase no fígado → ↑ gliconeogênese e 
gliceroneogênese 
• A estimulação da gliceroneogênese → ↑ síntese triacilglicerol no fígado e liberação na corrente sanguínea 
• No tecido adiposo: glicocorticoides suprimem a expressão do gene que codifica a PEP-carboxicinase → ↓ 
gliceroneogênese no tecido adiposo 
o ↑ da reciclagem dos ácidos graxos → ↑ ácidos graxos livres liberados no sangue 
• Gliceroneogênese é oposta no fígado e no tecido adiposo 
o ↓ velocidade da gliceroneogênese no tecido adiposo → ↑ liberação de ácidos graxos (sem 
reciclagem) 
o ↑ velocidade no fígado → ↑ síntese e exportação dos triacilgliceróis 
• Quando os glicocorticoides não estão presentes → fluxos pelo ciclo ↓ - PEP-carboxicinase ↑ no tecido adiposo 
e ↓ no fígado 
Resumão – Biossíntese de triacilgliceróis 
• Os triacilgliceróis são formados pela reação de duas moléculas de acil-CoA graxo om glicerol-3-fosfato → ácido 
fosfatídico → desfosforilado → diacilglicerol → acilação (+ acil-CoA graxo) → triacilglicerol 
• A síntese e a degradação dos triacilgliceróis são reguladas por hormônios 
• A mobilização e a reciclagem das moléculas de triacilglicerol resultam em um ciclo do triacilglicerol 
o Os triacilgliceróis são sintetizados novamente a partir de ácidos graxos livres e glicerol-3-fosfato 
(mesmo durante o jejum) 
• A di-hidroxiacetona-fosfato, precursora do glicerol-3-fosfato, é derivada do piruvato (gliceroneogênese) 
Biossíntese de fosfolipídeos de membrana 
Autor: M. Vinícius Souza e S 
 
As células dispões de duas estratégias para o acoplamento dos grupos polares dos 
fosfolipídeos 
• Primeiras etapas para a síntese dos glicerofosfolipídeos são compartilhadas com a via de síntese dos 
triacilgliceróis 
Primeira etapa 
• 2 acil graxos são esterificados no C-1 e no C-2 do L-glicerol-3-fosfato → ácido fosfatídico 
• Geralmente o ácido graxo em C-1 é saturado e em C-2 é insaturado 
• Outro meio de produzir ácido fosfatídico → fosforilação de um diacilglicerol por uma cinase 
•

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