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CIDADANIA E SOCIEDADE
Tema: Cultura e Arte
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso sobre Cidadania e Sociedade
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Autora
Vânia Konell
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Meike Marly Schubert
Sonia Adriana Weege
Tatiana Milani Odorizzi
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Joice Carneiro Werlang 
José Roberto Rodrigues
1
Cultura e Arte
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
CULTURA E ARTE
1 INTRODUÇÃO
A cultura e a arte são áreas que interagem entre si e com as demais áreas de 
conhecimento. Estudar, pesquisar e refletir sobre as diferentes culturas e suas manifestações 
artísticas possibilita a compreensão da vida e das relações entre os sujeitos no meio social. A 
cultura, assim como a arte, é dinâmica, vai mudando conforme o tempo e o espaço. A cultura 
e a arte devem ser estudadas a partir de três concepções: erudita, popular e de massa. 
A cultura erudita é aquela proveniente de estudos, pesquisas e que geralmente está 
associada às instituições acadêmicas, por se tratar de um processo de legitimação. A arte está 
associada a esta área, pois envolve a compreensão de conhecimentos artísticos, históricos, 
filosóficos e sociais. Assim, a arte erudita, também conhecida como a de vanguarda, é concebida 
conhecendo lugares como galerias de arte, exposições e museus, bem como toda a estrutura 
e dinâmica de mediação que ocorrem entre os locais e o espectador, propondo humanização 
dos sentidos.
Já a cultura de massa surge com as novas tecnologias e com os meios de comunicação, 
como: jornais, televisão, rádio, cinema, música, internet, entre outros. A cultura de massa tem 
relação com o consumismo, devido à influência que a mídia exerce. A arte está relacionada 
à cultura de massa, devido à tecnologia utilizada e à grande quantidade de signos criados. 
E, por último, a cultura popular, que está relacionada ao que pertence à maioria do povo 
e que não é ensinada necessariamente em espaços formais de educação. É a definição de 
várias áreas de conhecimento, como: folclore, dança, música, festa, literatura, arte, artesanato 
etc. O conhecimento da cultura popular é passado de geração a geração. 
Desta forma, caro acadêmico, convidamos você para primeiramente compreender a 
cultura e a arte e como essas áreas de conhecimento interagem com o meio social.
2 CULTURA
A cultura é um aspecto social mutante em constante questionamento, pois é considerada 
por muitos pesquisadores como representação da intervenção da sociedade nos ambientes, sendo 
por isso difícil de conceituar. 
EmENTA
 Conceitos de cultura e arte.
2
Cultura e Arte 
Cidadania e Sociedade
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Para José Luiz dos Santos (1949, p. 45): 
Cultura é uma construção histórica, seja como concepção, seja como dimensão do processo 
social. Ou seja, a cultura não é algo natural, não é decorrência de leis físicas e biológicas. Ao 
contrário, a cultura é produto coletivo da vida humana. Isso se aplica não apenas à percepção da 
cultura, mas também à sua relevância, à importância que passa a ter. Aplica-se ao conteúdo de 
cada cultura particular, produto da história de cada sociedade. Cultura é um território bem atual 
das lutas sociais por um destino melhor. É uma realidade e uma concepção que precisam ser 
apropriadas em favor do progresso social e da liberdade, em favor da luta contra a exploração 
de uma parte da sociedade por outra, em favor da superação da opressão e da desigualdade. 
Nesta perspectiva, a cultura é considerada como um movimento humano decorrente da 
convivência em grupo e da interação social. Portanto, é necessária a percepção das especificidades 
de cada grupo cultural, para com elas observar e descobrir os signos existentes em busca da 
identidade de cada povo. 
São os valores culturais que identificam um povo, uma comunidade e cada pessoa. É 
através da cultura que se pode observar e caracterizar a história de vida, os costumes, as crenças 
e os hábitos de um determinado grupo social. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/
viewFile/1038/791>. Acesso em: 8 jun. 2015
José Luiz dos Santos (2006, p. 7) descreve que a cultura é uma preocupação do mundo 
atual, buscando “entender os caminhos que conduziram os grupos humanos às suas relações 
presentes e suas perspectivas de futuro”. O autor, quando relata cultura e diversidade, descreve que:
O desenvolvimento da humanidade está marcado por contatos e conflitos entre 
modos diferentes de organizar a vida social, de se apropriar dos recursos naturais 
e transformá-los, de conceber a realidade e expressá-la. A história registra com 
abundância as transformações por que passam as culturas, mais frequentemen-
te por ambos os motivos. Por isso, ao discutirmos sobre cultura, temos sempre 
em mente a humanidade em toda a sua riqueza e multiplicidade de formas de 
existência. São complexas as realidades dos agrupamentos humanos
e as características que os unem e diferenciam, e a cultura as expressa.
Nesse sentido, Eduardo David de Oliveira (2006, p. 155) se manifesta dizendo que “o 
homem é um ser cultural. A cultura é construída, forjada de acordo com os acontecimentos da 
história e criada a partir das contingências, sempre muito singulares, das comunidades humanas”. 
A compreensão de cultura é extremamente complexa, pois recebe novas definições 
com o passar do tempo, mas a partir da segunda metade do século XX cria-se uma concepção 
ampliada de cultura, como descreve Marilena Chauí (2008, p. 57): 
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Cidadania e Sociedade
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A partir de então, o termo cultura passa a ter uma abrangência que não possuía 
antes, sendo agora entendida como produção e criação da linguagem, da religião, 
da sexualidade, dos instrumentos e das formas do trabalho, das formas da habi-
tação, do vestuário e da culinária, das expressões de lazer, da música, da dança, 
dos sistemas de relações sociais, particularmente os sistemas de parentesco ou a 
estrutura da família, das relações de poder, da guerra e da paz, da noção de vida 
e morte. A cultura passa a ser compreendida como o campo no qual os sujeitos 
humanos elaboram símbolos e signos, instituem as práticas e os valores, definem 
para si próprios o possível e o impossível, o sentido da linha do tempo (passado, 
presente e futuro), as diferenças no interior do espaço (o sentido do próximo e 
do distante, do grande e do pequeno, do visível e do invisível), os valores como 
o verdadeiro e o falso, o belo e o feio, o justo e o injusto, instauram a ideia de lei, 
e, portanto, do permitido e do proibido, determinam o sentido da vida e da morte 
e das relações entre o sagrado e o profano.
Na perspectiva de cultura como aprendizagem de saberes cotidianos é fundamental que 
se traga a posição de Waldenyr Caldas (1986, p. 13), ao dizer que o pensamento humano cria 
o modo de vida, os costumes e as regras, dizendo que a cultura:
Quando aplicada ao nosso estilo de vida, ao convívio social, nada tem a ver 
com a leitura de um livro ou aprender a tocar um instrumento, por exemplo. Na 
realidade, o trabalho do antropólogo, estudioso da cultura humana, começa pela 
investigação de culturas, ou seja, pelo modo de vida, padrões de comportamento, 
sistema de crenças, que são características de cada sociedade. Noutraspala-
vras, pode-se dizer que nenhuma sociedade, nenhum povo, seja ele atrasado ou 
desenvolvido, primitivo ou civilizado, jamais agirá de forma idêntica aos demais. 
Poderá haver, isto sim, algumas semelhanças.
A cultura pode ser entendida como importante agente para debater o estar e ser no 
mundo, que é entendido como um movimento que está intimamente ligado a tudo e a todos os 
aspectos sociais, culturais, históricos e filosóficos. Segundo José Luiz dos Santos (1996, p. 8), 
“cada realidade cultural tem sua lógica interna, que devemos conhecer para que façam sentido 
suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais passam”. 
Cada povo, cada região tem suas especificidades culturais que compreendem a sua 
forma de pensar e de agir evidenciando a diversidade cultural existente. A partir da diversidade 
cultural compreende-se a identidade cultural de cada povo. Para Oliveira (2006, p. 84): “a 
identidade se constrói com relação à alteridade. Com aquilo que não sou eu. É diante da 
diferença do outro que a minha diferença aparece”. Diferentes nações, etnias, identidades 
regionais, comunidades ou outros tipos de grupos sociais organizam e dão sentido à sua 
existência. 
O Brasil, por exemplo, apresenta uma diversidade cultural ampla, pois é resultado de 
uma miscigenação étnica e cultural, principalmente dos povos indígenas, africanos e europeus. 
Esta miscigenação se dá devido ao processo histórico que ocorreu no Brasil.
Assim, a educação no Brasil estabeleceu, nas diretrizes e bases da educação nacional, 
a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar 
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da educação básica. A lei tem como propósito o conhecimento desses dois grupos étnicos, tais 
como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas 
no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira, o negro e o índio na formação da sociedade 
nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes 
à história do Brasil. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em seu documento, também descrevem 
sobre Pluralidade Cultural, explicando que o estudo das diferentes culturas deve contribuir 
para a formação de uma nova mentalidade, onde toda forma de discriminação e exclusão seja 
superada, proporcionando ao povo brasileiro “uma vivência plena de sua cidadania” (BRASIL, 
1997, p. 13). 
Tal perspectiva vem ao encontro da necessidade de ampliar o conhecimento cultural, 
com o propósito de banir aspectos de enxergar apenas a sua cultura específica. A partir da 
concepção de que o ser humano apenas considera o seu modo de vida como o “mais correto” 
e “melhor”, assim, ele age em uma lógica do etnocentrismo. De acordo com Meneses (1999, 
p. 13):
 Etnocentrismo é um preconceito que cada sociedade ou cada cultura produz, ao mes-
mo tempo em que procura incutir, em seus membros, normas e valores peculiares. Se sua 
maneira de ser e proceder é a certa, então as outras estão erradas, e as sociedades que 
as adotam constituem ‘aberrações’. Assim, o etnocentrismo julga os outros povos e culturas 
pelos padrões da própria sociedade, que servem para aferir até que ponto são corretos e hu-
manos os costumes alheios. Desse modo, a identificação de um indivíduo com sua sociedade 
induz à rejeição das outras.
Por meio do conhecimento da diversidade cultural é possível distanciar pensamentos 
etnocêntricos que promovem o preconceito. Entende-se que conhecendo a cultura do outro em 
um contexto de diversidade pode-se identificar e valorizar cada movimento cultural de forma 
a promover uma vivência plena com respeito e ética social. Entende-se que conhecendo a 
cultura do outro em um contexto de diversidade se pode identificar e valorizar cada movimento 
cultural, de forma a distanciar preconceitos e desigualdades.
3 ARTE
 “A ciência descreve as coisas como são: a arte, como são sentidas, como se sente 
que são”. Fernando Pessoa (1986)
Desde a pré-história o ser humano está cercado de fenômenos artísticos, como desenho, 
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Cultura e Arte
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403) questiona sobre o “que dizem os desenhos nas paredes da caverna”. A autora afirma que “o 
mundo é visível, e para ser visto é que o artista dá a ver o mundo”. Com isso, a arte inicialmente 
teve aspecto de utilidade. Mas com o passar do tempo, os utensílios e as representações 
começaram a ser criados pelo prazer em si, desvinculando da ideia unicamente de utilidade. 
Assim, a arte surge com novas compreensões, como cita Marilena Chauí (2003, p. 
406-407):
A distinção entre artes da utilidade e artes da beleza acarretou uma separa-
ção entre técnica (o útil) e arte (o belo), levando à imagem da arte como ação 
individual espontânea, vinda da sensibilidade e da fantasia do artista como 
gênio criador. Enquanto o técnico é visto como aplicador de regras e receitas 
vindas da tradição ou da ciência, o artista é visto como dotado de inspiração, 
entendida como uma espécie de iluminação interior e espiritual misteriosa, 
que leva o gênio a criar a obra.
O belo para a arte passa a ser concebido pela experiência artística. A partir da abordagem 
do belo ou juízo do gosto, a arte também é estudada por uma disciplina filosófica que é conhecida 
como estética. A palavra estética é a tradução da palavra grega aesthesis, que significa 
conhecimento sensorial, experiência e sensibilidade. A estética estuda as sensações que a 
arte provoca no ser humano, desde sensações boas até sensações que causam desconforto, 
inquietude, aflição etc. 
 
A partir das manifestações artísticas criadas desde a pré-história até a contemporaneidade, 
percebe-se que diferentes povos culturais criam suas particularidades artísticas, como é o caso, 
por exemplo, das culturas indígenas. Os povos indígenas, devido aos saberes ancestrais, 
se apropriam de elementos da sua etnia para conceber o belo por meio das manifestações 
culturais. A pintura corporal dos povos indígenas tem representação ritualística, desta forma, 
cada sociedade assume um significado artístico diferente, como é o caso da pintura corporal 
na atualidade que é representada pela tatuagem, e esta tem apenas o significado de decorar. 
A arte tem inúmeras possibilidades de definição, pois se compreende como uma 
manifestação dinâmica, onde são atribuídos conceitos no tempo e espaço. 
gravura, pintura, dança, escultura, música, literatura, entre outros. Atualmente percebe-se uma 
grande variedade de práticas artísticas que permeiam o universo cultural, que circundam entre 
as várias linguagens artísticas, como: artes visuais, artes cênicas, dança e música. Ao refletir 
sobre a arte, alguns questionamentos surgem: O que é arte? Que tipo de arte conhecemos? 
A arte tem alguma função? 
O homem primitivo, por exemplo, precisou criar objetos que correspondessem a suas 
necessidades de sobrevivência, representando por meio de desenhos nas cavernas os seus 
anseios para suas caçadas. A partir da concepção de arte primitiva, Marilena Chauí (2008, p. 
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A arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma transfor-
mação simbólica do mundo. Quer dizer: o artista cria um mundo outro – mais 
bonito ou mais intenso ou mais significativo, ou mais ordenado – por cima 
da realidade imediata [...]. Naturalmente, esse mundo do outro que o artista 
cria ou inventa nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das ideias 
que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo [...]. (GULLAR, apud 
CHAUÍ,2003, p. 271).
A palavra arte deriva do latim ars, artis, que significa profissão ou habilidade natural ou 
adquirida. Também corresponde ao termo grego tékhne, “técnica”, que significa “toda atividade 
humana submetida a regras em vista da fabricação de alguma coisa” (CHAUÍ, 2003, p. 275). 
Este conceito também se tem na cultura greco-romana, que significava ofício. Assim, a primeira 
definição da arte estava ligada ao propósito de fazer ou produzir. A segunda definição de arte 
é compreendida como conhecimento, visão ou contemplação, isto significa que a obra pode 
retratar aspectos históricos, sociais e educativos. Já a terceira definição está ligada à arte como 
expressão, que é uma experiência com o sensível. 
A partir destas abordagens, percebe-se que é difícil um conceito definitivo para responder 
o que é arte. Pois a arte se transforma, se modifica de acordo com o contexto cultural no qual 
está inserida. 
A obra Mona Lisa, criada pelo artista do Renascimento Leonardo da Vinci, é tida como 
um exemplo de obra de arte que é conhecida por grande parte da população mundial. Seu 
misterioso sorriso é pesquisado e admirado por muitos. 
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Cultura e Arte
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FIGURA 8 - LEONARDO DA VINCI. MONA LISA. 1503–1507
Óleo sobre madeira de álamo, color. 77 cm x 
53,5 cm. Museu do Louvre, Paris.
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.
org/wiki/Mona_Lisa#/media/
File:Mona_Lisa,_by_Leonardo_da_
Vinci,_from_C2RMF_retouched.
jpg>. Acesso em: 20 maio 2015
Séculos depois de Leonardo da Vinci, o artista do movimento artístico Dadaísmo, 
Marcel Duchamp, atuou como um dos maiores expoentes da vanguarda artística do século XX. 
Duchamp reproduziu a obra original Mona Lisa em cartões postais, desenhando na imagem 
um bigode e escrevendo embaixo da mesma: L.H.O.O.Q. A obra do artista Duchamp não se 
trata de uma ofensa à obra original, mas uma brincadeira irônica com reverência aos antigos 
mestres da pintura. 
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Cultura e Arte 
Cidadania e Sociedade
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FIGURA 9 - MARCEL DUCHAMP. MONA LISA (L.H.O.O.Q). 1919. 
READY-MADE CERTIFICADO 
Lápis sobre produção fotográfica. Color; 17,8 
cm x 12 cm. Coleção privada.
FONTE: Disponível em: <http://museuhoje.
com/app/v1/br/arte/55-
marcelduchamp>. Acesso em: 20 
maio 2015
Foi com o princípio de repensar o sentido de arte do seu tempo que Duchamp colocou 
em questão o que seria arte. Isto leva a pensar que conceituar arte não é definitivo, uma vez 
que cada um pode conceber a obra de uma forma. 
Chauí (2003, p. 403) descreve que “a obra de arte dá a ver, a ouvir, a sentir, a pensar, a 
dizer. Nela e por ela, a realidade se revela como se jamais a tivéssemos visto, ouvido, sentido, 
pensado ou dito”. Assim, para a autora (2003, p. 407), as artes na atualidade tornam-se:
Trabalho da expressão e mostram que, desde que surgiram pela primeira vez, 
foram inseparáveis da ciência e da técnica. Assim, por exemplo, a pintura e a arquitetura da 
Renascença são incompreensíveis sem a matemática e a teoria da harmonia e das proporções; 
a pintura impressionista, incompreensível sem a física e a óptica, isto é, sem a teoria das cores 
etc. A novidade está no fato de que, agora, as artes não ocultam essas relações, os artistas 
se referem explicitamente a elas e buscam nas ciências e nas técnicas respostas e soluções 
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Cultura e Arte
Cidadania e Sociedade
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FIGURA 10 - PABLO PICASSO. GUERNICA. 1937 
Pintura a óleo. 349 cm x 776 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia.
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Guernica_%28quadro%29#/media/File:Mural_
del_Gernika.jpg>. Acesso em: 20 maio 2015
para problemas artísticos.
Nesta abordagem a arte parte para a construção de um sentido novo (a obra) e o institui 
como parte da cultura. Segundo Chauí (2008), “o artista é um ser social que busca exprimir seu 
modo de estar no mundo na companhia dos outros seres humanos, reflete sobre a sociedade, 
volta-se para ela, seja para criticá-la, seja para afirmá-la, seja para superá-la”.
A obra Guernica, pintada pelo artista do Cubismo, Pablo Picasso, propaga o sentido da 
arte enquanto expressão, pois revela na obra o sentido da dor, do belo, do terrível, do sublime, 
ou seja, mostra por meio da arte o sentido da cultura e da história na vida em sociedade. Esta 
obra retratou o bombardeio que a cidade espanhola Guernica sofreu por aviões alemães.
Nota-se que a arte é uma ciência do conhecimento que representa um elo entre o 
passado, presente e o futuro, pois demonstra o pensar, o agir e todos os aspectos culturais 
existentes desde o homem primitivo até o homem contemporâneo. 
A arte pertence à cultura erudita, que são as artes desenvolvidas a partir de um 
conhecimento acadêmico, são aquelas que estão dentro de lugares como galerias de arte 
e museus. Mas, também, a arte faz parte da cultura popular, e este conhecimento popular é 
reconhecido como patrimônio cultural. Para Suíse Monteiro Leon Bordest:
O patrimônio cultural de um povo é formado pelo conjunto dos saberes, faze-
res, expressões, práticas e seus produtos, que remetem à história, à memória 
e à identidade de um povo. A preservação do patrimônio cultural significa, 
principalmente, cuidar (reproduzir sempre e os manter vivos) dos bens aos 
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Cidadania e Sociedade
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quais esses valores estão associados, ou seja, cuidar de bens representativos 
da história e da cultura de um lugar ou de um grupo social. A Constituição 
brasileira de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio 
cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e 
imaterial e, também, ao estabelecer outras formas de preservação – como o 
registro e o inventário – além do tombamento, instituído pelo Decreto nº 25, 
de 30 de novembro de 1937, que determina especialmente a proteção de 
edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos. O patrimônio imate-
rial cuida da preservação dos bens culturais de natureza imaterial, como os 
ofícios e saberes artesanais, as maneiras de pescar, caçar, plantar, cultivar e 
colher, de utilizar plantas como alimentos e remédios, de construir moradias, 
mas também manifestos através das danças e músicas, incluindo também os 
modos de vestir e falar, os rituais e festas religiosas e populares, as relações 
religiosas, sociais e familiares que revelam os múltiplos aspectos da cultura 
cotidiana de uma comunidade (IPHAN/MinC, 2012).
Nos dias atuais a arte contemporânea está associada à indústria cultural, apropriando-se 
da tecnologia e das interferências da mídia, fazendo parte da cultura de massa. Os meios de 
comunicação, como a televisão, fotografia, cinema, internet, rádio e redes sociais fazem com 
que o conhecimento artístico seja divulgado com maior facilidade e rapidez, de forma acessível 
a grande parte da população.
A arte na atualidade ou arte contemporânea, que surgiu mais intensamente a partir 
de 1960, busca romper com aspectos tradicionais da arte. A arte contemporânea passa a 
ser pensada como integrante da vida e do mundo, no qual é concebida em lugares formais 
e informais, buscando a participação do público. Tem como característica a apropriação de 
materiais e objetos encontrados no cotidiano. Neste sentido, a obra tem um tempo de duração 
determinada. 
A artista canadense Jana Sterbak fez uma exposição, em 1987, causando polêmica 
por mostrar que o corpo humano, por mais bem vestido e arrumado que esteja, não passa de 
carne e osso.
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FIGURA 11 - JANA STERBAK, VANITAS. VESTIDO 
DE CARNE PARA ALBINO ANORÉXICO.1987
FONTE: Disponível em: <http://performatus.net/jana-
sterbak/>. Acesso em: 20 maio 2015
A arte contemporânea proporcionou aos artistas maior liberdade de criação, sendo 
que ampliou o conceito das linguagens artísticas do que pode ou não ser considerado como 
arte. Desta forma, podemos dizer que a arte contemporânea é uma arte conceitual, pois a 
ideia proposta pelo artista é mais importante que o objeto em si, valorizando a experiência 
que irá causar no público. Desta forma, pode-se pensar a arte na atualidade como uma área 
do conhecimento em uma relação com a natureza, com a realidade urbana e com o mundo 
tecnológico. Com isso surgem diferentes linguagens contemporâneas que se articulam, como 
a pintura, gravura, escultura, desempenho, happening, instalação, assemblage, ready–made, 
fotografia, literatura, video-art, body-art, land-art etc. 
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Cidadania e Sociedade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORDEST, Suíse Monteiro Leon. Refl exões sobre identidade cultural e 
patrimônio imaterial em Mato Grosso – BRASIL. Disponível em: <http://
observatoriogeografi coamericalatina.org.mx/egal14/Geografi asocioeconomica/
Geografi acultural/30.pdf>. Acesso em: 20 maio 2015.
 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares 
Nacionais: pluralidade cultural. Brasília: MEC-SEF, 1997.
 
CALDAS, Waldenyr. O que todo cidadão precisa saber sobre cultura. São Paulo: 
Global, 1986.
 
OLIVEIRA, Eduardo. Cosmovisão Africana no Brasil: elementos uma fi losofi a 
afrodescendente. Curitiba: Gráfi ca Popular, 2006.
 
PESSOA, Fernando. Obras em prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
 
SANTOS, José Luiz dos. 1949 – O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 2006.
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