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MEMORIAL DESCRITIVO E ANALÍTICO DO INSTRUMENTAL TÉCNICO OPERATIVO UTILIZADO NO CAMPO DE ESTÁGIO ESTÁGIO III Joicimar Pereira de Oliveira Costa Prof. Orientador Rita de Amaral Sampaio Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso/Habilitação (SES 0379) – Estágio III 17/04/2019 1 INTRODUÇÃO Este relatório tem o objetivo de exibir os instrumentos técnicos operativos utilizados durante o período dos estágios I, II e III no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência-CRAMSV, na área especifica do atendimento social, localizado na Casa da Mulher Brasileira. Os instrumentos são os materiais utilizados pelos profissionais de serviço social, para realizar um trabalho com referencial teórico e colocar em prática as técnicas adquiridas durante o estudo. Desse modo, “Na medida que os profissionais utilizam, criam, adequam as condições existentes, transformando-as em meios/instrumentos para a objetivação das intencionalidades, suas ações passam a ser portadoras de instrumentalidade” (GUERRA, 2000a, p. 53) A profissional de serviço social é responsável por realizar um atendimento sócio familiar, de forma a intervir na questão social, para auxiliar na superação e no impacto da violência sofrida, e para resgatar a autoestima, autonomia e cidadania das mulheres que sofreram violência doméstica. Para Battini (2004), enquanto a instrumentalidade é a propriedade de determinado modo de ser que uma profissão constrói dentro das relações sociais, no confronto entre as condições objetivas e subjetivas do exercício profissional, os instrumentais se referem ao conjunto de instrumentos e técnicas que compõem uma prática profissional cotidiana. O Projeto Ético-Político do Serviço Social traz implícitas a instrumentalidade da profissão e as mediações necessárias para a construção da totalidade, não como simples soma de partes, mas no complexo movimento da realidade. Neste relatório irei expor os instrumentos utilizados em todo o trabalho realizado durante o estágio realizado no serviço social com base na realidade do dia a dia no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência-CRAMSV. Qualquer que seja um trabalho social possui instrumentalidade construída e reconstruída durante sua trajetória profissional. A instrumentalidade na realização da atividade profissional do assistente social é a capacidade de se construir e se reconstruir no processo sócio histórico. 2 RELATO E ANÁLISE DOS INSTRUMENTAIS TÉCNICOS OPERATIVOS UTILIZADOS NO CAMPO DE ESTÁGIO O cotidiano do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, especificamente no serviço social, é sempre carregado de contradições às quais a assistente social vende sua força de trabalho, frequentemente exige de nós respostas rápidas e pragmáticas às demandas apresentadas, possibilitando o encontro do eixo articulador entre teoria e prática. A profissional de Serviço Social está qualificada para atuar nas diversas áreas ligadas à condução das políticas sociais públicas, tendo como objetivo responder às demandas dos usuários dos serviços prestados, afim de garantir atendimento humanizado e efetivação dos direitos. Os instrumentos que utilizamos durante o período do estágio no serviço social, foram adquiridos com base teóricas, metodológicas, técnicas e éticopolíticas como um conjunto articulado permitindo a operacionalização. Segundo Sousa (2008, p. 131), “o instrumental é o resultado da capacidade criativa e da compreensão da realidade social, para que alguma intervenção possa ser realizada com o mínimo de eficácia, responsabilidade e competência profissional”. Os instrumentais que foram utilizados durante todo o estágio do serviço social, foram: acolhimento, observação, entrevista, escuta qualificada, parecer, encaminhamentos, ficha de evolução, reunião, relatórios quantitativos, diários de campo, projeto de intervenção entre outros. É evidente que para executar um tipo de intervenção social, torna-se primordial a articulação do profissional com as dimensões teórico metodológico, técnico operativo e ético político. A profissional de serviço social por meio do seu trabalho, realiza suas abordagens e utiliza o instrumental numa visão ética política, coligando as outras dimensões da prática profissional. Durante o estágio I dentro do serviço social do CRAMSV, usou-se a observação e anotação dos casos que foram atendidos, no estágio II houve a oportunidade de ter acesso aos relatórios quantitativos e no estágio III realizamos a entrevista em atendimento com o auxílio da supervisora de campo. 2.1 ACOLHIMENTO O acolhimento social é um processo de intervenção profissional da assistente social, que envolve a escuta social qualificada, e que tem por objetivo identificar o problema de determinada situação no âmbito individual ou coletivo, tem como objetivo a proteção física e emocional dos usuários e seus dependentes, a articulação com a rede de serviços da assistência social e do Sistema de Justiça, a superação da situação vivida por meio do resgate da autonomia. Durante o período do estágio no serviço social do CRAMSV, acolhemos muitas mulheres em situação de violência doméstica, em alguns casos encaminhamos para a Casa Abrigo pelo motivo de estar correndo situação de risco de vida sob diretrizes da casa. 2.2 OBSERVAÇÃO Consiste na ação de perceber, tomar conhecimento de um fato ou conhecimento que ajude a explicar a compreensão da realidade objeto do trabalho da assistente social. “é encontrar os caminhos necessários aos objetivos a serem alcançados. É um processo mental e, ao mesmo tempo, técnico” (Souza 1991, p.184 apud Ruaro e Lazzarine, 2009, p. 63). Durante o estágio I dentro do serviço social no CRAMSV, observamos como fazer a abordagem e como realizar uma escuta qualificada sem comprometer o atendimento e revitimizar as usuárias que passaram pelo atendimento social. 2.3 ENTREVISTAS Técnica utilizada pelos profissionais de Serviço Social, junto aos usuários para um levantamento e registro de informações visando compor a história de vida, definir procedimentos metodológicos e colaborar no diagnóstico social, a entrevista tem o objetivo de colher informações sobre os usuários. “a entrevista é um ato do qual devem participar no mínimo duas pessoas ou mais, onde se busca compreender, identificar ou constatar uma determinada situação” (Ruaro; Lazzarine, 2009, p. 74). Durante o estágio III no atendimento social do CRAMSV, realizamos a entrevista com as usuárias juntamente com a supervisora de campo, nesta fase pudemos sentir a sensibilidade de cada usuária bem como mais experiencia da rotina do serviço social. 2.4 ESCUTA QUALIFICADA Ser assistente social exige capacidade para se relacionar com seres humanos, saber ouvi-los, investigar a realidade social em que o usuário está inserido com o compromisso ético-político. “À habilidade da escuta, é um questionamento e observação do que não é dito, mas que se configura no sujeito para quem se dirige o trabalho do assistente social.” (Lewgoy e Silveira, 2007, p.237) Por todo período do estágio no atendimento social, utilizamos essa ferramenta para observar as demandas que chegavam. 2.5 PARECER É um documento onde o profissional de serviço social, vai realizar uma análise com base nos seus conhecimentos teóricos e dos dados coletados para a partir desta, fornecer sua opinião a respeito do assunto por ele estudado. “É uma avaliação teórica e técnica realizada pelo Assistente Social dos dados coletados.” (SOUSA, 2008, p.130). Durante o estágioIII no atendimento social, tivemos a oportunidade de utilizar este instrumento realizando o parecer em ficha individual dos atendimentos que participamos. 2.6 ENCAMINHAMENTO É um procedimento de articulação do serviço social com outros serviços de rede a partir da necessidade do usuário com a oferta de serviços oferecidos, sendo que os encaminhamentos devem ser sempre formais e sair do atendimento social. No estágio III no atendimento social do CRAMSV, encaminhamos algumas usuárias para o CREAS, com o objetivo de atendimento multidisciplinar com a equipe competente, haja visto que o CREAS tem um suporte de atendimento para toda família. 2.7 FICHA DE EVOLUÇÃO A finalidade deste instrumento é deixar registrado a evolução do caso que já teve o primeiro atendimento social, fica assim anotado em ficha anexa, todo procedimento realizado pelo profissional de acordo com a quantidade de vezes que o usuário retornou e suas necessidades. Durante o período do estágio III no atendimento social, registrei algumas fichas de evolução, informando sobre estado da usuária e verificando a necessidade de intervenção do profissional para um novo encaminhamento de rede ou atendimento interno no CRAMNSV. 2.8 REUNIÃO A reunião é um instrumento presente no cotidiano de trabalho do assistente social, seja na atuação com grupos, nos encontros com usuários das políticas públicas ou nas reuniões de equipe, tem como característica, promover e intervir em espaços coletivos provocando uma reflexão crítica. “Assim como a dinâmica de grupo, as reuniões são espaços coletivos, encontros grupais tem como objetivo a tomada de uma decisão sobre algum assunto”. (Sousa, 2008, p.127). Durante o período do estágio no CRAMSV dentro do serviço social, participamos de reuniões com equipes externas e internas com a proposta de articular serviços em rede e estruturar a rotina da casa entre as equipes de trabalho. 2.9 RELATÓRIOS QUANTITATIVOS São documentos onde a assistente social, registra as informações, observações, pesquisas, investigações, fatos, e que varia de acordo com o assunto e as finalidades, é utilizado para importante decisões no âmbito do serviço social. “Os relatórios são bastante utilizados na prática profissional do assistente social porque serve como registro importante capaz de subsidiar decisões”. (Lopes 2010). No período do estágio dentro do serviço social do CRAMSV, fiz alguns relatórios conforme as diretrizes da casa e sob orientação da supervisora de campo. REFERÊNCIAS Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – CRAMSV GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995. Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS BATTINI, Odária. A dimensão técnico-operativa no exercício profissional do assistente social. Texto elaborado para o Curso de Atualização sobre a Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social, realizado na PUCPR em junho de 2001. Mimeo. RUARO, Gisele de Cassia Galvão; LAZZARINE Juliana Maria. Estratégias, técnicas e instrumentos da ação profissional I. Indaial: Uniasselvi, 2009. LEWGO Y, Alzira Maria Baptista; SILVEIRA, Esalba Carvalho. A entrevista no processo de trabalho do assistente social. Revista Virtual Textos & Contexto n. 8, ano 6, dez. 2007. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/os- instrumentaistecnico-operativos-na-pratica-profissionaldo-servico social/36921/. SOUZA, Charles Toniolo de A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional. S.1 p. 127-130 LOPES, Joilda. Os instrumentos técnicos operativos na prática profissional do serviço social. Disponível em: <http://cadujoilda. blogspot.com.br/2010_10_01 archive.html>. Acesso em: 24 abr. 2012 FREITAS, André Sales. Projeto Sociais. Porto Alegre: Alvorada, 2000. OS INSTRUMENTAIS técnicos operativos na prática profissional do serviço social. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/os-instrumentaistecnicooperativos- na-pratica-profissional-doservicosocial/36921/#ixzz22WB3DLX>.
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