Buscar

REVISÃO CRIMINAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº 
 
 
 
 
 
ANGELINAxxx, já qualificada nos autos em epígrafe, que lhe move a Justiça 
Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, não 
se conformando com o trânsito em julgado que a condenou, incursa no artigo 155, 
§5º do Código penal, propor: 
 
REVISÃO CRIMINAL 
 
 
nos termos do Art. 621, I e III do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e 
de direito a seguir expostas: 
 
 
 
I- FATOS 
 
 
No dia 10 de outubro de 2012, na cidade de São Paulo/SP, a revisionanda 
subtraiu o veículo automotor da vítima Cátia Flávia, com intuito de revendê-lo no 
Chile. A vítima, imediatamente, acionou a polícia, mas apenas no dia seguinte a 
revisionanda foi presa enquanto tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do 
carro, este que estava em local não revelado. Um dia após o crime a vítima faleceu 
de infarto. 
 
A denúncia foi recebida dia 31 de outubro de 2013. A revisionanda confessou 
o delito em seu interrogatório e todas as testemunhas arroladas ratificaram os fatos. 
Finda a instrução processual, Angelina fora condenada a cinco anos de reclusão no 
regime inicial fechado, tendo sido na sentença considerada a confissão, a 
reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime. 
 
Transitada em julgado a sentença condenatória, a revisionanda iniciou o 
cumprimento da pena em 10 de junho de 2014. No dia 05 de março de 2015, Brad, 
filho único da vítima falecida e nunca mencionado no processo, informa que 
Angelina, após o crime, ligou para ele no dia 12 de outubro de 2013 e lhe disse onde 
o veículo estava escondido. Brad, então, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem 
nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde então. 
 
 
 
II- MÉRITO 
 
 
a) Da desclassificação 
 
Nobres julgadores, em virtude de nova prova, no caso, Brad, filho da vítima, 
necessário a reanálise de certos aspectos. A denúncia foi recebida em 31 de 
outubro de 2013 . No entanto, de acordo com o relato de Brad, Angelina devolvera 
no dia 12 de outubro de 2013 o veículo furtado, antes, portanto, do recebimento da 
denúncia. A devolução da res furtiva antes do recebimento da denúncia caracteriza 
o arrependimento posterior, previsto no art. 16 do Código Penal, o que pode ensejar 
a redução da pena de um a dois terços. Como a res furtiva foi entregue sem 
nenhum tipo de embaraço, imperioso que a redução seja na fração máxima. Dessa 
forma, com base no art. 626, do Código de Processo Penal, requer seja modificada 
a pena, de forma a ser reduzida em sua fração máxima, pois a res foi restituída 
integralmente à vítima. 
 
O fato novo comprova que Angelina devolveu o veículo e não o transportou 
para vendê-lo no Chile, assim, ela não está incursa na qualificadora do §5º, do art. 
155, do Código Penal. Necessário, portanto, a desclassificação do crime qualificado 
para o de furto na sua modalidade simples, previsto no art. 155, caput , do Código 
Penal. 
 
b) Do regime semi-aberto 
 
Operando-se a desclassificação do crime qualificado para o crime de furto 
simples, a pena aplicada à revisionanda será reduzida para menos de quatro anos. 
Ainda que a revisionanda seja reincidente em tal prática delituosa, é entendimento 
do Superior Tribunal de Justiça a possibilidade de cumprimento de pena em regime 
semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 04 anos, se 
favoráveis as circunstâncias judiciais, nos termos de sua súmula de n. 269. O fato 
da revisionanda ter restituído o bem à vítima prepondera sobre os maus 
antecedentes, o que revela que lhe são favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 
Assim sendo, nos termos da súmula 269 do STJ, requer a imposição do 
regime semiaberto. 
 
 
III- PEDIDOS 
 
 
Ante o exposto, com base no art. 626, do CPP, requer: 
 
a) a desclassificação do crime de furto qualificado para o crime de furto simples; 
 
b) a diminuição da pena privativa de liberdade; 
 
c) a fixação do regime semiaberto para o cumprimento da pena privativa de 
liberdade 
 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
São Paulo, 06 de março de 2015. 
 
Advogada

Outros materiais