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Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ I- Introdução http://www.clickescolar.com.br/classificacao-dos-polimeros.htm http://biopolimerosquimiloucos.blogspot.com.br/2012/09/polimeros_4.html https://abcdopolimero.wordpress.com/2010/03/27/polimeros-definicao/ https://www.youtube.com/watch?v=eDGAFbKWa6s Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ I - Introdução docentes.esalq.usp.br www.embalplan.com.br http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/124.pdf umaquimicairresistivel.blogspot.com www.armazemsantafilomena.com.br www.geology.neab.net www.apaneladeferro.com.br Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ I - Introdução Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ I - Introdução Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ I - Introdução Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ www.plástico.com.br I - Introdução pt.dreamstime.com Série das parafinas ou alcanos Polímero Sólido www.merckmillipore.com www.lookfordiagnosis.com chemact.en.made-in-china.com http://creattodesign.blogspot.com.br/ Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II- Conceitos fundamentais (1) Definições (2) Classificações (3) Nomenclatura (4) Massa molar (5) Forças intermoleculares (6) Condições termodinâmicas de reação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II- Conceitos fundamentais (1) Definições Polímero (poli = muitas; meros = partes) Molécula de elevada massa molar, constituída a partir de muitas unidades estruturais menores denominadas meros; Macromolécula Composto de elevada massa molar, originária da repetição de unidades pequenas ou da complexidade estrutural; Oligômeros (oligo = poucas; meros = partes) Molécula de massa molar relativamente baixa, constituída da repetição de poucas partes (~até 10 unidades repetitivas); Monômeros Compostos químicos que reagem para formar polímeros; Polimerização Reação pela qual os monômeros se combinam para formar polímeros; Grau de polimerização Nº de meros da cadeia polimérica. Em geral é simbolizado por DP ou n Massa molar do polímeros = DP x massa molar do monômero Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (1) Definições Importância da massa molar Propriedades do material: Interação entre as cadeias; Entrelaçamento das cadeias. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (1) Definições Funcionalidade Nº de sítios de reação: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Quanto à ocorrência Polímeros Naturais Sintéticos proteínas polinucleotídeos polissacarídeos gomas resinas Elastômeros Termoplásticos Termorrígidos II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Os polímeros naturais, normalmente, têm estruturas mais complexas do que os polímeros sintéticos Os elastômeros podem ser naturais ou obtidos sinteticamente. Elastômero é um termo mais geral usado para descrever um material que se comporta como borracha Os polímeros sintéticos podem ser divididos em: Termoplásticos Termorrígidos II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Quanto à forma molecular fixada por ligações químicas Linear Ramificada Reticulada Linear Ramificado (A) Ramificado (B) Ramificado (C) Reticulado II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Formada pelas ligações dos monômeros em um comprimento contínuo Tipo pente, com ramificações longas Tipo pente, com ramificações curtas Estrutura dendrítica, onde as ramificações são ramificadas O nº de ligações cruzadas pode ser controlado de modo a obter polímeros levemente ou altamente reticulados Observação: É importante destacar que o termo “polímero ramificado” não se refere a polímeros lineares contendo grupos laterais que fazem parte da estrutura do monômero. Apenas aqueles polímeros que contenham pelo menos uma unidade monomérica completa “pendurada” na cadeia principal são denominados “polímeros ramificados”Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Funcionalidade = 1 Não ocorre polimerização; Funcionalidade = 2 Polímero linear; Funcionalidade > 2 Polímero ramificado/reticulado. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Quanto à rotação dos átomos da cadeia em torno de ligações primárias (conformação) • Zig-zag exemplo: • Novelo aleatório exemplo: Estado amorfo, fundido ou em solução II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Estado cristalino Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ • cabeça-cauda • cabeça-cabeça, cauda-cauda • misto II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao encadeamento das unidades monoméricas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Arranjo este que só pode ser alterado pela quebra de ligações químicas Se o monômero é do tipo , durante a polimerização podem surgir 3 casos: • Polímeros isotáticos: todosos átomos de carbono assimétrico gerados têm a mesma configuração • Polímeros sindiotáticos: alternância de configuração • Polímeros atáticos: ausência de ordem II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao arranjo dos átomos Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Duas classificações de polímeros têm sido usadas: uma divide os polímeros em polímeros de condensação e polímeros de adição, outra em polímeros de etapa e polímeros de cadeia Condensação Etapas Adição Cadeia Baseada no mecanismo das reações de polimerização Primariamente aplicável à composição ou estrutura dos polímeros II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao modo de preparação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Polímeros de condensação: formados de monômeros polifuncionais através de reações de química orgânica, com eliminação de alguma molécula pequena, tal como a água. Exemplos: reação de diaminas e diácidos formando poliamidas e eliminando água Polímeros de adição: formados de monômeros, sem ocorrer a perda de uma molécula pequena Composição da unidade repetitiva diferente da do monômero Composição da unidade repetitiva igual à do monômero Quanto à composição ou estrutura dos polímeros: Classificação condensação/adição (segundo W.H. Carothers) II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao modo de preparação Condensação-adição Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao modo de preparação Condensação-adição Com o desenvolvimento da ciência de polímeros e o estudo de novos processo de polimerização, a classificação original de Carothers tornou-se inadequada em certos casos. Por exemplo: Os poliuretanos são formados pela reação de dióis com isocianatos, sem que ocorra a eliminação de qualquer moléculas pequena Em resumo, um polímero é classificado como um polímero de condensação se: sua síntese envolve a eliminação de moléculas pequenas, ou O polímeros contém grupos funcionais como parte da cadeia polimérica (eixo principal de ligação) Se o polímero não preenche nenhum desses requisitos, ele é classificado como polímero de adição. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Tipo Ligação característica Reação de polimerização Poliamida – NH – CO – H2N – R – NH2 + HO2C – R’ – CO2H H ( NH – R – NHCO – R’ – CO )n OH + H2O H2N – R – NH2 + ClCO – R’ – COCl H ( NH – R – NHCO – R’ – CO )n Cl + HCl H2N – R – CO2 H ( NH – R – CO )n OH + H2O Proteína, lã, seda – NH – CO – H ( NH – R – CONH – R’ – CO )n OH + H2O Poliéster – CO – O – HO – R – OH + HO2C – R’ – CO2H H ( O – R – OCO – R’ – CO )n OH + H2O HO – R – OH + R”O2C – R’ – CO2R” H ( O – R – OCO – R’ – CO )n OH + R”OH HO – R – CO2H H ( O – R – CO )n OH + H2O Poliuretano – O – CO – NH – HO – R – OH + OCN – R’ – NCO ( O – R – OCO – NH – R’ – NH – CO )n Fenol- formaldeído – Ø – CH2 – Melamina- formaldeído – NH – CH2 – Celulose – O – C – ( C6H12O4 )n Polímeros típicos de condensação II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao modo de preparação Condensação-adição Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Polímeros típicos de adição II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao modo de preparação Condensação-adição Polímero Monômero Unidade repetitiva Polietileno Poliisobutileno Poliacrilonitrila Poli(cloreto de vinila) Polímero Monômero Unidade repetitiva Poliestireno Poli(metacrilato de metila) Poli(acetato de vinila) Poliisopreno (borracha natural) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao modo de preparação Etapa-cadeia Quanto ao mecanismo de polimerização: Classificação etapa-cadeia (segundo P.J. Flory) Polímeros em etapas São aqueles produzidos através de polimerização em etapas. O tamanho das moléculas de polímero aumenta a uma velocidade relativamente baixa. (monômero dímero trímero tetrâmero pentâmero... muitos monômeros) Polímeros em cadeia São aqueles produzidos por polimerização em cadeia. O tamanho final das cadeias poliméricas é atingido quase que imediatamente após o início da reação Há formação de espécie iniciante R* com centro reativo a partir de catalisador/iniciador O centro reativo pode ser radical livre, cátion ou ânion A polimerização acontece com a propagação das espécies reativas através de adições sucessivas de moléculas de monômeros O crescimento da cadeia é interrompido quando o centro reativo é destruído Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao modo de preparação Etapa-cadeia Monômero Dímero Trímero Tetrâmero Monômero Dímero Trímero Tetrâmero CADEIA ETAPA Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao comportamento mecânico Polímeros sintéticos Ampla faixa de propriedades Os polímeros podem ser agrupados em três classes principais: - plásticos - fibras - elastômeros Essa classificação é útil do ponto de vista tecnológico e um método que pode ser usado para definir um membro de uma destas categorias é a análise de um gráfico de tensão versus deformação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao comportamento mecânico De um modo geral, os plásticos, fibras e elastômeros mais comuns são classificados com base em sua aplicação tecnológica principal sob condições padrões Borrachas ou elastômeros São materiais macromoleculares que exibem elasticidade em longa faixa, à temperatura ambiente Plásticos (plástico = adequado à moldagem) São materiais que contêm como componente principal um polímero orgânico sintético e se caracterizam pela capacidade de se tornarem fluidos e assim capazes de serem moldados, por ação do calor e pressão Fibra É um corpo que tem uma razão elevada entre o comprimento e as dimensões laterais e é composto principalmente de macromoléculas lineares, orientadas longitudinalmente Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto ao comportamento mecânico Elastômeros Plásticos Fibras Poliisopreno Polietileno Poliisobutileno Politetrafluoroetileno Polibutadieno Poliestireno Poli(metacrilato de metila) Fenol-formaldeído Urea-formaldeído Melamina-formaldeído Poli(cloreto de vinila) Poliuretanos Polissiloxanos Poliamida Poliéster Polipropileno Alguns exemplos de plásticos, elastômeros e fibras mais comuns Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto às características de fusibilidade Termoplásticos Polímeros capazes de serem moldados várias vezes devido a sua característica de se fundir e depois retornar às características anteriores quando há um decréscimo na temperatura Termorrígidos Estes polímeros não sofrem fusão porque as cadeias estão unidas por ligações químicas (reticulação) **barbante Quanto à estrutura química • Poliamidas exemplos: • Poliésteres exemplo: • Outros Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto à variedade de meros que compõem a cadeia Homopolímero Polímero formado por apenas um tipo de mero. CopolímeroPolímero formado por dois ou mais tipos de mero. Dependendo da disposição das unidades químicas ao longo da estrutura da macromolécula, os copolímeros apresentam diferentes denominações - aleatório ou estatístico ou randômico - alternado - em bloco - enxertado ou graftizado Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Nomenclatura Estrutura Definição Homopolímeros Copolímeros aleatório A distribuição das unidades químicas na cadeia é essencialmente aleatória alternado As unidades químicas diferentes estão dispostas de modo alternado, perfeitamente regular em bloco Sequências de unidades químicas iguais alternam-se ao longo da cadeia Enxertado* Blocos de um tipo de monômero encontram-se “pendurados” no bloco formado pelo outro tipo de monômero II - Conceitos fundamentais (2) Classificações Quanto à variedade de meros na cadeia Reação usando dois tipos diferente de monômeros: A e B Comonômero – é a denominação do monômero quando este constitui um copolímero Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (3) Nomenclatura Existem três tipos básicos de nomenclatura de polímeros: - Baseada no(s) monômero(s) de origem (menos ambíguo) - Baseada na estrutura do polímero - Nomes comerciais Monômero de origem Polímeros de adição: poli + nome do monômero exemplos: polietileno poliacrilonitrila poli(metacrilato de metila) poli(cloreto de vinila) Polímeros de condensação sintetizados a partir de: • um único monômero: poli + nome do monômero poli(ácido w-amino láurico) • dois ou mais monômeros: poli + nome da estrutura química da unidade repetitiva etileno glicol + ácido tereftálico poli(tereftalato de etileno) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Nomes comerciais (devem ser evitados) Poliamidas de monômeros alifáticos, não ramificados e não substituídos Nylon Nylon-6,6 = poli(hexametileno adipamida) Nylon-6,10 = poli(hexametileno sebacamida) o 1º nº indica o nº de grupamentos metilênicos da porção diamina o 2º nº indica o nº de átomos de carbono na porção diacila Nylon-6 = poli(ácido 6-aminocapróico) Poliamidas formadas de um único tipo de monômero são denominadas por um único número que representa o número de átomos de carbono na unidade repetitiva II - Conceitos fundamentais (3) Nomenclatura Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Nomenclatura da IUPAC (International Union for Pure and Applied Chemistry) poli + (nome da unidade repetitiva) II - Conceitos fundamentais (3) Nomenclatura Nomes de alguns polímeros mais comuns Nome IUPAC Estrutura Nome comum Poli(metileno) Polietileno Poli(propileno) Polipropileno Poli(feniletileno-1) Poliestireno Poli(oxietileno-oxitereftaloíla) Poli(tereftalato de etileno) Poli(difluorometileno) Poli(tetrafluoroetileno) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Regra geral para copolímeros - Quando não se conhece a sequência das unidades químicas, admite-se que o polímero seja estatístico e utiliza-se a partícula -co- Exemplo: poli(estireno-co-metacrilato de metila) O monômero incorporado em maior proporção é enunciado primeiro (estireno)* - Quando o tipo de sequência é conhecido, utilizam-se as partículas –alt– para alternados, –b– para em bloco –g– para graftizados Exemplos: poli(etileno-alt-monóxido de carbono) poli(metacrilato de metila-b-alfa metil estireno) poli(metacrilato de metila-g-óxido de etileno)* * Ordem dos nomes - II - Conceitos fundamentais (3) Nomenclatura Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (4) Massa molar e distribuição de massa molar Massa molar É a massa dividida pela quantidade de substância. A massa molar é usualmente expressa em unidades g/mol ou kg/mol. A unidade g/mol é recomendada em ciência de polímeros, pois neste caso os valores numéricos da massa molar e da massa molecular relativa de uma substância são iguais Massa molecular relativa É a razão entre a massa média por unidade de fórmula da substância e 1/12 da massa de um átomo do nuclídeo 12C. A massa molecular relativa é também denominada peso molecular. Peso molecular É a massa molecular relativa expressa por um número e não deve ser associado com quaisquer unidades Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (4) Massa molar A massa molar em compostos simples é constante Exemplos: benzeno butano (MM = 78 g/mol) (MM = 58 g/mol) A massa molar em sistemas poliméricos é mais bem caracterizada por uma distribuição de massa molar e pela massa molar média. **Quadro Exemplo: PMMA pode ser sintetizado em várias massas molares (5.000 g/mol, 10.000 g/mol, etc.); o valor da massa molar é uma média entre os vários tamanhos de cadeia no sistema (distribuição de massa molar) A distribuição da massa molar pode ser larga ou estreita: Larga sistemas constituídos de moléculas com grande diferença nas MMs Estreita sistemas constituídos de moléculas de MMs semelhantes Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (4) Massa molar Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (4) Massa molar Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (4) Massa molar Na prática, caracteriza-se uma amostra de polímero pela medida de e Para um polímero perfeitamente monodisperso, A razão entre essas duas massas molares médias depende da largura da curva de distribuição e é útil como uma medida da polidispersão do polímero. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Forças de Van der Waals Ausência de cargas Interação na cadeia Forças mais fracas Interação dipolo-dipolo Favorece a interação entre as cadeias Ligações de hidrogênio Ligações iônicas (reversíveis) Favorece ligações cruzadas Dá características de borracha ao polímero (5) Forças intermoleculares de atração em sistemas poliméricos II - Conceitos fundamentais Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Condições para que qualquer reação ocorra: G<0 G = H - TS Variação apenas da energia interna G = H Variação apenas da entropia G = - TS Variação da energia interna e da entropia G = H - TS Quando ocorre variação da energia interna e da entropia, podem existir 3 casos: 1º caso: energia interna decresce e entropia aumenta H2 – H1 < 0 S2 – S1 > 0 2° caso: energia interna aumenta, mas a entropia aumenta muito (de modo a superar o aumento em energia interna) H2 – H1 >0 S2 – S1 >0 3° caso: entropia diminui, mas a diminuição da energia interna ainda é maior S2 – S1 <0 H2 – H1 <0 Reações de polimerização pertencem ao 3° caso A + B C II - Conceitos fundamentais (6) Condições termodinâmicas de reações Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Formação de macromoléculas S<0 H<0 reações exotérmicas Calor de reação (exemplos) 30 Kcal/mol: óxido de etileno formaldeído 20 Kcal/mol: etileno propileno isobutileno estireno cloreto de vinila formação de poliamidas a partir de ácidos dicarboxílicos com aminas formação de poliésteres a partir de ácidos dicarboxílicos com álcoois H pequeno: alfa-metil-estireno II - Conceitos fundamentais (6) Condições termodinâmicas de reação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ II - Conceitos fundamentais (6) Condições termodinâmicas de reação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Para sistemas de polimerização G = H - TS H decrescee S decresce G = - H – (T. - S) G = - H + TS G = - H + T S G = - H + T S = G = 0 e T = Tc H pequeno: alfa-metil-estireno H e TS a 20°C são aproximadamente da mesma ordem, tal que o sistema monômero polímero permanece em estado de equilíbrio T reação TS concentração de monômero T reação TS concentração de polímero Temperatura Teto, Tc Para um determinado monômero, é a temperatura na qual H = TS Nesta temperatura, G = 0 e não ocorre polimerização II - Conceitos fundamentais (6) Condições termodinâmicas de reação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Os dois grupos mais importantes de polimerização são: Condensação (etapa) Adição (cadeia) Polimerização em etapas É usada para monômeros com grupos funcionais tais como –OH, -COOH, -COCl, etc. Normalmente, é uma sucessão de reações de condensação Exemplo: Reação de etileno glicol e ácido tereftálico para produzir um poliéster Polimerização em cadeia É usada para monômeros olefínicos e converte os monômeros em polímeros através da quebra da dupla ligação (com um radical livre ou iniciador iônico) Obs.: O comprimento das cadeias moleculares, o qual irá depender das condições reacionais, pode ser obtido de medidas de massa molar III – Reações convencionais de polimerização - mecanismos Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ (1) Polimerização em etapas Reação entre grupamentos funcionais diferentes Exemplo: Reação entre grupamentos hidroxila e carbonila As reações de condensação para formação de um molécula de polímero são análogas às reações simples envolvendo unidades monofuncionais Monômeros bifuncionais levam a obtenção de cadeia linear Monômeros polifuncionais (f >2) levam à obtenção de uma cadeia ramificada ou uma rede III – Reações convencionais de polimerização Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Monômeros polifuncionais (f >2) levam à obtenção de uma cadeia ramificada ou uma rede III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ As polimerizações em etapas são divididas em 2 grupos, dependendo do tipo de monômero utilizado 1° Grupo Dois monômeros com apenas 1 tipo de grupo funcional cada um Exemplo: obtenção de poliamida através da reação de diaminas e diácidos Representação Geral III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ 2° Grupo Um único monômero contendo 2 grupos funcionais diferentes Exemplo: obtenção de poliamida através da reação entre aminoácidos Representação Geral Observação: As características destas duas reações de polimerização são muito similares. A obtenção de um processo de síntese bem sucedido requer os mesmos tipos de precaução e controle III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Estrutura básica de uma grande variedade de polímeros obtidos por polimerização em etapas onde R pode ser ou e o elo de ligação pode ser um dos 3 grupos importantes: 25% reação 50% reação 75% reação Representação esquemática de uma polimerização em etapas III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciclização versus polimerização linear A formação de anel pode ocorrer na polimerização com monômeros do tipo A-B ou A-A + B-B As ciclizações podem ser de dois tipos: Ciclização intermolecular Ciclização intramolecular A alta concentração dos reagentes favorece a polimerização linear uma vez que a velocidade da reação de polimerização aumenta mais rapidamente do que da reação de ciclização. III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Controle de massa molar O controle da massa molar dos produtos de reação de polimerização em etapas é muito importante MM muito alta: material pode apresentar difícil processamento PM baixa: produto final pode não apresentar as propriedades desejadas Assim, torna-se necessário poder parar a reação na extensão da cadeia desejada PRINCIPAIS CONTROLES Alta massa molar pureza dos reagentes quantidades equimolares dos monômeros Baixa massa molar excesso de um dos reagentes adição de monômero monofuncional III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Exemplos de polímeros obtidos por de polimerização em etapas Poliuretanos Origem reação de diisocianatos com dióis Aplicações espumas fibras elastômeros adesivos revestimentos A natureza e dureza dos grupos R e R’ irão controlar o tipo de material formado e sua rigidez ou flexibilidade A rigidez ou flexibilidade irá controlar as propriedades e o uso dos poliuretanos formados Uso Propriedades Flexibilidade Natureza de R III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Exemplos de polímeros obtidos por de polimerização em etapas Resina fenol-formaldeído Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Processo em batelada para a produção da maioria das resinas fenólicas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Mecanismo de polimerização Os mecanismos das reações de polimerização em etapas são os mesmos das reações orgânicas envolvidas no processo de polimerização. Considerando a poliesterificação de um diácido e um diol: A esterificação simples é uma reação de catálise ácida bem conhecida e a poliesterificação segue o mesmo curso. A reação envolve protonação do ácido carboxílico seguida para reação da espécie protonada com o álcool, passando por intermediário, para produzir o éster. Reação auto catalisada: sem adição de ácido forte mais lenta Reação com catalisador externo: com adição de ácido forte (ex: H2SO4) mais rápida Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ A maioria das polimerizações em etapas se processam a velocidades baixas em temperatura ambiente. Sãousadas temperaturas na faixa de 150 a 200 ºC, ou mais elevadas. Considerações sobre o equilíbrio também são importantes no caso de reações reversíveis III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ CARACTERÍSTICAS DA REAÇÃO EM ETAPAS (1) Quaisquer duas espécies moleculares na mistura podem reagir. (2) O monômero é quase que totalmente incorporado a uma cadeia, nos primeiros estágios da reação. (3) As velocidades e mecanismos das reações de iniciação, propagação e término são, essencialmente, idênticas. (4) O comprimento da cadeia aumenta, a uma velocidade constante, à medida que a reação se processa. (5) Tempos de reação longos e altas conversões são necessários para a produção de um polímero de cadeia longa. (6) As velocidades de reação são lentas, a temperatura ambiente, mas aumenta com o aumento da temperatura, embora isto tenho um efeito pequeno sobre o comprimento de cadeia do produto final. (7) As energias de ativação são moderadamente altas e as reações não são excessivamente exotérmicas. III – Reações convencionais de polimerização (1) Polimerização em etapas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ A polimerização em cadeia é iniciada por uma espécie reativa R* produzida a partir de algum composto I denominado iniciador ou catalisador. I R* As espécies reativas (radical livre, cátion ou ânion) adicionam-se a uma molécula de monômero, através de abertura da ligação , para formar um novo centro ativo. O processo é repetido a cada adição sucessiva de moléculas de monômero para propagar continuamente o centro reativo. O crescimento do polímero é interrompido em algum ponto através da destruição do centro ativo por uma ação apropriada, dependendo do tipo de centro ativo e das condições de reação. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Uma reação em cadeia consiste, em geral, de 4 processos cinéticos: (1) Iniciação (2) Propagação (3) Término (4) Transferência de cadeia Iniciação: Propagação: Término: Transferência de cadeia: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Sistemas básicos de iniciação da polimerização em cadeia A química de polímeros tem disponível uma grande variedade de iniciadores, os quais são classificados em 2 categorias: - radical livre - catiônico - aniônico A escolha do iniciador mais apropriado para uma determinada reação de polimerização depende, principalmente, da natureza dos grupos substituintes (R1 e R2) no monômero e o efeito destes sobre a dupla ligação. A diferença surge porque a ligação de um alceno pode reagir de modo diferente com cada espécie iniciador para produzir fissão heterolítica (I) ou homolítica (II) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Sistemas básicos de iniciação da polimerização em cadeia A química de polímeros tem disponível uma grande variedade de iniciadores, os quais são classificados em 2 categorias: - radical livre - catiônico - aniônico A escolha do iniciador mais apropriado para uma determinada reação de polimerização depende, principalmente, da natureza dos grupos substituintes (R1 e R2) no monômero e o efeito destes sobre a dupla ligação. A diferença surge porque a ligação de um alceno pode reagir de modo diferente com cada espécie iniciador para produzir fissão heterolítica (I) ou homolítica (II) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Na maioria dos monômeros olefínicos de interesse, o grupo R1 é H ou CH3. Para simplificar, consideramos R1 como sendo H. O grupo R2 pode então ser classificado como: um grupo aceptor de elétrons (-CN, -COOR, - CONH2) ou um grupo doador de elétrons (fenila, alcoxila) III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Ambos alteram a eletronegatividade da nuvem eletrônica da ligação e, então, determinam a estabilização preferencial de uma espécie radical, um ânion ou um cátion. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Em geral, os substituinte aceptores de elétrons (-CN, -COOR, -CONH2) reduzem a densidade eletrônica na dupla ligação e favorecem a propagação por espécies aniônicas. Grupos que tendem a aumentar a nucleofilicidade da dupla ligação através da doação de elétrons (fenila, alcoxila) favorecem o ataque de iniciadores catiônicos e, além disso, os centros reativos formados são estabilizados por ressonância. Grupos alquila não estimulam a iniciação catônica a menos que os monômeros sejam do tipo 1,1’-dialquila ou dienos (neste caso, é necessária catálise heterogênea). Como a estabilização por ressonância de um centro ativo é um fator muito importante, monômeros tais como estireno e 1,3-butadieno podem polimerizar pelos dois métodos iônicos porque as espécies iônicas também podem ser estabilizadas. Devido à sua neutralidade elétrica, o mecanismo via radical livre é menos seletivo e é o modo de iniciação mais utilizado, porque a maioria dos substituintes pode proporcionar alguma estabilização por ressonância para a espécie propagante gerada neste processo. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Monômero Iniciador Radical livre Aniônico Catiônico Etileno + - + 1,1’-dialquilolefinas - - + Éteres vinílicos - - + Haletos vinílicos + - - Ésteres metacrílicos + + - Acrilonitrila + + - Estireno + + + 1,3 butadieno + + + Efeito do substituinte na escolha do iniciador Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Polimerização em cadeia via radicais livres -- Iniciação -- Um radical livre é uma espécie atômica ou molecular cujo sistema normal de ligação foi modificado de modo que um elétron desemparelhado permanece associado à nova estrutura. O radical é capaz de reagir com um monômero olefínico para gerar uma cadeia em propagação, a qual pode permanecer ativa durante um tempo suficiente para propagar uma cadeia macromolecular, sob condições apropriadas. A iniciação pode ocorrer pela fissão da dupla ligação do monômero, pela ação do calor ou radiação , ou pelo uso de um iniciador. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Iniciação térmica sem iniciador Iniciação via radiante (UV, raios-x, raios-) sem iniciador Muitos monômeros parecem sofrer polimerização espontânea quando aquecidos, em ausência aparente de catalisador. Em geral, impurezas presentes no monômero sofrem homólise térmica, atuando como iniciador. A maioria dos monômeros, quando cuidadosamente purificados, não sofrem uma polimerização autoiniciada, puramente térmica, a exceção do estireno e metacrilato de metila. As velocidades das polimerizações autoiniciadas são muito baixas. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Iniciação através da adição de iniciadores Um iniciador é uma molécula a qual, quando sujeita ao calor, radiação eletromagnética ou reações químicas, irá imediatamente sofrer fissão homolítica produzindo radicais de reatividade elevada. Estes radicais têm que ser estáveis durante um tempo suficiente para reagir com o monômero e criar um centroreativo. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Dissociação térmica de iniciadores As polimerizações iniciadas através da dissociação térmica de um iniciador são denominadas polimerizações de catálise térmica. Os vários tipos diferentes de compostos que podem ser usados como iniciador devem ter energias de dissociação da ligação na faixa de 25 - 40 Kcal/mol. Compostos com energia de dissociação acima ou abaixo desta faixa irão dissociar muito lentamente ou rápido demais. Entre os compostos que apresentam energias de dissociação na faixa desejada encontram-se aqueles com ligações O - O, S - S e N - O. Entretanto, os compostos que mais encontram uso como fonte de radicais são os peróxidos. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Iniciador Estrutura Faixa de temperatura (ºC) Perssulfato de potássio 40 – 80 Peróxido de benzoíla (PBO) 40 – 90 Hidroperóxido de cumila 50 – 100 Peróxido de di-terc-butila 80 – 150 Azobisisobutironitrila (AIBN) 20 – 100 Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres (i) Peróxidos Diferentes tipos de peróxidos são utilizados. Cada iniciador peróxi apresenta suas próprias características quanto à velocidade de dissociação, faixa de temperatura útil e eficiência de iniciação. A eficiência de iniciação está relacionada com as reações laterais que não levam à iniciação desejada. A extensão dessas reações laterais depende das condições reacionais e da reatividade dos radicais aceptores presentes. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Decomposição térmica do peróxido de benzoíla III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres (2) não leva à iniciação (7) e (8) são menos importantes para o decréscimo da eficiência do iniciador porque estão fora da concha de solvatação e é mais provável o choque do radical com o monômero. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ (ii) Compostos azo Além dos peróxidos, a única outra classe de compostos usados extensivamente como catalisador são os compostos azo. Exemplo: 2,2’-azobisisobutironitrila (AIBN) 2 AIBN é o mais importante membro desta classe de iniciadores. A facilidade dos compostos azo não se deve à presença de uma ligação fraca, mas à formação de uma molécula de nitrogênio altamente estável. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Dissociação fotolítica de iniciadores A decomposição fotolítica pode ocorrer por absorção direta de luz UV ou por transferência de energia através de um fotossensibilizador que tenha sido excitado por absorção de luz UV. A fotoiniciação de uma polimerização pode ser conduzida em qualquer temperatura desejada O método fotoquímico permite o uso de uma gama mais ampla de compostos como iniciadores, quando comparado à polimerização termicamente catalisada. Alguns compostos que não sofrem dissociação térmica podem ser dissociados por luz UV, como é o caso de halogenetos, dissulfetos, cetonas, aldeídos e alguns peróxidos estáveis. Cetonas Benzoína III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Reações redox Muitas reações de oxidação-redução produzem radicais, os quais podem ser usados para iniciar uma polimerização. A principal vantagem da iniciação redox é que a produção de radicais ocorre a velocidades razoáveis, em temperaturas moderadas (em torno de 0-50°C). Uma das fontes redox de radicais livres mais antigas e mais bem conhecidas é o reagente de Fenton – reação entre um íon ferroso e peróxido de hidrogênio produzindo radicais hidroxila. Hidroperóxidos de alquila podem ser usados em substituição à H2O2. Uma reação similar é observada quando sulfato de cério (IV) oxida um álcool. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Persulfatos Os persulfatos são de grande utilidade nas polimerizações em emulsão, as quais ocorrem em fase aquosa e o radical se difunde para dentro de uma gota hidrofóbica, contendo monômero. Radiação ionizante Radiações ionizantes, tais como , , ou raios-x podem ser usadas para iniciar uma polimerização. A energia absorvida é tão grande que ocorre a expulsão de um elétron seguida pela dissociação e captura do elétron para produzir um radical. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres -- Propagação – A criação da cadeia cinética é obtida através da reação de um radical livre a uma unidade monomérica. A partir de então, a propagação da cadeia se processa por adição, rapidamente, para produzir um polímero linear. O tempo de vida médio da cadeia em crescimento é curto, mas uma cadeia composta de mais de 1000 unidades de monômero pode ser produzida em 10-2 a 10-3 segundo. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres -- Transferência de cadeia – É um processo competitivo com a propagação e envolve a abstração de um átomo, de uma molécula inativa XY, pelo radical propagante. Tal reação de abstração é dependente da força da ligação X-Y. É importante notar que o radical livre não é destruído na reação, ele é meramente transferido. Se a espécie formada for suficientemente ativa, ela dará início a uma outra cadeia polimérica em crescimento. Esse processo é conhecido como transferência de cadeia e é uma reação resultante da troca de um centro ativo entre moléculas, durante uma colisão bimolecular. O agente de transferência de cadeia pode ser: monômero iniciador polímero solvente agente de transferência Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Transferência de cadeia para o monômero As duas reações mais importante neste grupo envolvem abstração de hidrogênio. (i) Abstração de hidrogênio gerando radical alílico: A abstração de um H gera um radical alílico, estabilizado por ressonância, capaz de realizar somente uma combinação bimolecular com outro radical alílico. O propileno se comporta do mesmo modo. Ambos apresentam dificuldade de polimerização via mecanismo radical livre. (i) Abstração de hidrogênio de um grupo pendente: O acetato de vinila é um dos monômeros que apresenta a maior constante de transferência de cadeia. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Transferência de cadeia para o iniciador As constantes de transferência variam para cada iniciador. Os peróxidos orgânicos são particularmente susceptíveis a reações de transferência de cadeia. Os compostos azo são considerados não terem tendência para a transferência de cadeia mesmo quando presentes em altas concentrações. Exemplo: Transferência de cadeia para um iniciador do tipo peróxido de diacila, o qual sofre reações de transferência por reação de deslocamento. Geralmente, os hidroperóxidos são osque apresentam as maiores constantes de velocidade (ktr) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Transferência de cadeia para o polímero Ao contrário das demais reações de transferência, nas quais um novo centro reativo é formado e este pode dar início ao crescimento de uma nova cadeia, a reação de transferência com a cadeia polimérica acarreta o aparecimento de ramificações. Assim, a massa molar média praticamente não é afetada. A extensão da ramificação aumenta muito nos últimos estágios da reação e é muito maior em polímeros cujos radicais propagantes sejam muito reativos. As ramificações longas e curtas, detectadas no polietileno (PE), surgem deste modo de transferência. A extensão da ramificação é uma função da temperatura e de outras condições reacionais. O PE pode apresentar até 30 ramificações por 500 unidades monoméricas e os ramos são principalmente etila e butila. Por exemplo: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Transferência de cadeia para o solvente Frequentemente, observa-se um decréscimo significativo no comprimento da cadeia polimérica quando as polimerizações são realizadas em solução, e a variação deste comprimento é uma função do grau de diluição e do tipo de solvente utilizado. A eficácia de um solvente na transferência de cadeia pendente da quantidade presente, da força da ligação envolvida na etapa de abstração e da estabilidade do radical-solvente formado. Por exemplo: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Transferência de cadeia para o agente de transferência A massa molar pode ser controlada pela adição de um agente de transferência conhecido e eficiente, tal como um alquil mercapta. As mercaptas são comumente usadas porque a ligação S-H é mais fraca e mais susceptível à transferência de cadeia do que a ligação C-H. A facilidade de transferência está relacionada com a reatividade do radical propagante e com a estabilidade do radical formado. Quanto mais estável o radical formado, maior a facilidade de transferência de cadeia. Quanto mais reativo o radical propagante, maior a Ktr em relação a determinado agente de transferência. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Constantes de transferência (Cs) para agentes de transferência de cadeia Agente de transferência Cs x 10 4 para a polimerização de Estireno Acetato de vinila Benzeno 0,023 1,2 Ciclohexano 0,031 7,0 Heptano 0,42 17,0 Tolueno 0,125 21,6 Etilbenzeno 0,67 55,2 t-Butil mercapta 37.000 - n-Butil mercapta 210.000 480.000 Cs = Ktr/Kp Os valores mudam com a temperatura Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Com a reação de transferência de cadeia, a massa molar (Xn) do polímero “sempre” decresce. A velocidade global da polimerização (Rp) poderá decrescer ou não, dependendo do valor da velocidade de reiniciação (ka). III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Constantes de velocidade para transferência, propagação e reiniciação Tipo de efeito Efeito em Rp Efeito em Xn Kp >>> Ktr Ka = Kp Transferência de cadeia normal Nenhum Descresce Kp <<< Ktr Ka = Kp Telomerização Nenhum Descresce muito Kp >>> Ktr Ka < Kp Retardação Descresce Descresce Kp <<< Ktr Ka < Kp Transferência de cadeia degradativa Descresce muito Descresce muito III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres -- Terminação – Teoricamente, a cadeia poderia continuar a se propagar até todo o monômero no sistema ter sido consumido. Na realidade, as espécies radical livre são muito reativas e interagem o mais rápido possível para formar ligações covalentes. Isto significa que, se a concentração de radicais é alta, são produzidas cadeias pequenas porque a probabilidade de interação dos radicais é muito alta. Por isso, devem ser usadas concentrações pequenas de radical para obtenção de cadeias longas. A terminação das cadeias pode ocorrer de vários modos: 1) interação de dois terminais de cadeia reativos 2) reação de um terminal de cadeia reativo com um radical iniciador 3) transferência de um centro reativo para uma outra molécula 4) interação com impurezas (por exemplo, O2) ou inibidores A reação de terminação mais importante é a (1): Uma interação bimolecular entre dois terminais de cadeia. Neste caso, são possíveis duas rotas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres 1ª) Combinação – dois terminais de cadeia se acoplam para formar uma cadeia mais longa. 2ª) Desproporcionamento – ocorre abstração de hidrogênio de um terminal de cadeia, dando origem a um grupo insaturado, levando a duas cadeias de polímero morto. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Inibição e retardamento Inibidores São compostos que reagem com radicais, dando origem tanto a moléculas saturadas quanto a radicais estáveis, muito pouco reativos para iniciarem novas cadeias. Retardadores São compostos menos eficientes que os inibidores. Competem com o monômero e causam meramente uma diminuição na velocidade de polimerização Estas substâncias estão presentes como impurezas ou são adicionadas para evitar polimerização durante transporte e armazenagem. Exemplos: água, metanol, oxigênio, quinona, hidroquinona, nitrobenzeno. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Comparação entre polimerização em cadeia e etapas Etapas Cadeia Somente um processo cinético No mínimo dois processos cinéticos Cadeias de massa molar mais elevada são formadas somente após longos tempos de reação Cadeias de alta massa molar são formadas no início da reação A concentração de monômero diminui rapidamente A concentração de monômero diminui gradativamente, ao longo as reação Quaisquer duas espécies presentes podem reagir Apenas monômero e espécies propagantes podem reagir entre si A velocidade, geralmente, decresce com o tempo e é máxima no início A velocidade é, geralmente, zero no tempo zero (iniciação) e aumenta até um valor máximo, onde permanece mais ou menos constante por um determinado tempo, caindo quando o iniciador é consumido. O período onde a velocidade é constante é a base da hipótese do estado estacionário III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Auto-aceleração É o aumento acentuado na velocidade de polimerização (velocidade de consumo de monômero) à medida que a reação se processa 100% de monômero. Seria coerente esperar que a velocidade da reação diminuísse com o tempo, uma vez que a concentração de monômero e de iniciador diminui com a conversão 10% de monômero. Polimerização de metacrilato de metila em benzeno, a 50 ºC, iniciada por peróxido de benzoíla efeito gel - efeito Trommsdorff - efeito Norrish-Smith Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ O efeito gel é causado por uma redução a velocidadede terminação, com aumento da conversão. A medida que a polimerização se processa, a viscosidade do sistema aumenta e a terminação torna-se crescentemente mais lenta. Embora a propagação também seja prejudicada, o efeito é muito menor, uma vez que os valores de Kp são bem menores que os valores de Kt. A terminação envolve a reação de dois radicais poliméricos (cadeias longas), enquanto que a propagação envolve a reação de um monômero (molécula pequena) e apenas um radical longo. Resumindo: a alta viscosidade afeta a terminação muito mais que a propagação. III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via radicais livres Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização Polimerização em cadeia via mecanismo iônico Polimerização ANIÔNICA de monômeros olefínicos CATIÔNICA Iniciação Propagação Terminação III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via catiônica -- Polimerização CATIÔNICA de monômeros olefínicos -- Iniciação Como sistemas de iniciação catiônica podem ser citados: (1) Ácidos protônicos clássicos (HCl, H2SO4, HClO4) (2) Ácidos de Lewis (BF3, AlCl3, TiCl4, SnCl4) (1) Ácidos protônicos puros HA: H2SO4 HNO3 CF3COOH (ácido trifluoroacético) HCl H3PO4 CCl3COOH (ácido tricloroacético) HBr CH3COOH HF HClO4 Ácidos de halogênios são evitados devido ao caráter altamente nucleofílico do íon haleto terminação. A massa molar dos produtos obtidos é baixa material obtido a partir de hidrocarbonetos encontram aplicação como lubrificantes. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ácido de Lewis: AlCl3 + reativo BF3 SnCl4 ZnCl2 TiCl4 - reativo III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via catiônica (2) Ácidos de Lewis Estes compostos sozinhos não são ativos, requerendo um cocatalisador para atuar como um doador de próton. onde: C – ácido de Lewis RH – co-catalisador M – monômero Co-Catalisador: H2O HCl CH3COOH ClCH2COOH Cl2CHCOOH CF2COOH Exemplo: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via catiônica A atividade catalítica, em relação à polimerização, varia muito com um grande número de fatores, incluindo: Ressonância Efeito estérico Natureza do solvente Temperatura reacional Presença de impurezas Tipo e concentração de co-catalisador A maioria das polimerizações exibem uma velocidade máxima um valor determinado da razão de catalisador/co-catalisador A razão ótima varia consideravelmente de um complexo para outro e ainda para o mesmo complexo em diferentes solventes Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via catiônica Propagação Esta etapa pode ser descrita como a inserção de um monômero entre o íon carbênio e o seu contra-íon negativo. O mecanismo de propagação e a velocidade de reação dependem de: Tipo de contra-íon Solvente Temperatura Estrutura do monômero Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via catiônica Terminação Reação de transferência bimolecular Rearranjo unimolecular do par iônico Transferência de cadeia para o monômero ou Não ocorre término da cadeia cinética uma vez que o íon-par iniciante é regenerado. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via catiônica Transferência de cadeia para o contra-íon ou Este tipo de terminação é denominado término espontâneo. Transferência de cadeia para o polímero Outros agentes de transferência de cadeia Água Ácidos Ésteres Álcool Animas Éteres Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via catiônica Término da cadeia cinética Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via aniônica -- Polimerização ANIÔNICA de monômeros olefínicos -- Iniciação A polimerização aniônica pode ser iniciada por dois mecanismos: (a) Polimerização iniciada pelo ataque direto de uma base A força da base necessária para iniciar a reação de polimerização depende de: reatividade do monômero (principalmente) polaridade do solvente temperatura da reação natureza do contra-íon Monômeros com substituintes que sacam e- fortemente (AN, MMA) Catalisadores básicos fracos: íons hidróxido ou cianeto. Monômeros com substituintes que sacam e- fracamente (Sty, 1,3 butadieno) Catalisadores básicos fortes: íons amida ou ânion alquila. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via aniônica Assim como nos iniciadores da polimerização catiônica, um composto organometálico ou uma base forte pode existir em solução em uma das várias formas: Em solventes polares, tem-se íons livres solvatados e a etapa de iniciação é simples: Quando o iniciador existe como um composto covalente ou par iônico íntimo, a etapa de iniciação é mais complexa: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via aniônica (b) Polimerização iniciada por transferência de elétrons A transferência de elétrons para iniciar uma reação de polimerização aniônica pode ocorrer por: Transferência direta de um elétron para o monômero Transferência de um elétron para um composto intermediário (A:) para formar um composto solúvel (íon-radical) que, por sua vez, transfere um elétron para o monômero Propagação A velocidade de propagação é sensivelmente afetada por: natureza do solvente natureza do contra-íon estrutura do monômero III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via aniônica Terminação A terminação ocorre por transferência de cadeia ou adição ao sistema de polimerização de compostos tais como: água, álcool, ácidos e outros. Existem sistemas de polimerização aniônica que, sob determinadas condições, não ocorre reação de terminação. São os chamados “polímeros vivos”. Exemplo: Polimerização de estireno com iniciação por sódio-naftaleno (transferência de elétrons) em dioxana com total ausência de impurezas no sistema reacional. Estes sistemas permitem a obtenção de moléculas de elevada massa molar e de copolímeros em bloco do tipo ABA. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Polimerização em cadeia via radicais livres Polimerização em cadeia iônicas Quase todos os monômeros polimerizam São altamente seletivas: M básico cat. M ácido ani. Altas velocidades de polimerização Velocidades de polimerização mais baixas As espécies propagantes são verdadeiramente livres As espécies propagantes apresentam contra- íons mais ou menos associados O solvente só atua na transferência de cadeia O solvente tem um papel muito importante na solvatação do contra-íon O término ocorre entre as cadeias já propagadas O término ocorre através da adição de um determinado composto Comparação entre as polimerizações em cadeia via radicais livres e iônicas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJIII – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via coordenação Polimerização em cadeia via coordenação A polimerização por coordenação é também denominada polimerização por inserção. Neste mecanismo de polimerização, a propagação da cadeia polimérica envolve um catalisador contendo um sítio ativo (metal de transição) e consiste basicamente em duas etapas: 1) a coordenação da molécula insaturada no metal de transição do catalisador com a dupla ligação do monômero 2) a inserção do monômero entre o átomo metálico e a cadeia em crescimento Exemplos típicos de monômeros que são polimerizados através desse mecanismo são: etileno propileno -olefinas maiores estireno dienos Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via coordenação Quando a polimerização por coordenação envolve um catalisador capaz de produzir polímeros estereorregulares (isotáticos e sindiotáticos), a reação é denominada de poliadição estereoespecífica. Ziegler polietileno linear, altamente cristalino (HDPE) Natta polímeros altamente cristalinos Ziegler e Natta receberam o Prêmio Nobel de Química em 1963. Exemplos de catalisadores Ziegler-Natta: Compostos de metais de transição Compostos organometálicos TiCl4; TiBr3 (C2H5)3 Al TiCl3; VCl3 (C2H5)2 AlCl VCl4; (C5H5)2TiCl2 (C2H5) AlCl2 ZrCl4 (C2H5)2 Zn MnCl2 C6H5 MgBr NiO (C2H5)4 AlLi Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (2) Polimerização em cadeia Via coordenação Propileno com -TiCl3/AlEt3 Propileno Temperatura Configuração 50 – 100 ºC Isotática - 70 ºC Sindiotática > 100 °C Atática Catalisador Temperatura (ºC) Estado físico do catalisador Configuração do polímero AlEt2Cl-TiCl3 + 50 ºC Heterogêneo Isotática AlEt2Cl-VCl4 - 78 ºC Homogêneo Sindiotática Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ A copolimerização é a reação de polimerização que incorpora dois (ou mais) tipos de monômeros na cadeia. O copolímero pode ser obtidos usando iniciador radical livre ou iônico. O caso mais simples de copolimerização envolve apenas 2 tipos de monômeros. Neste caso, podem existir 5 tipos de estruturas de polímeros resultantes: Copolímero aleatório (ou estatístico ou randômico) Copolímero alternado Copolímero enxertado (ou graftizado) Copolímero estereobloco* (3) Copolimerização III – Reações convencionais de polimerização Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização -- Composição flutuante – Quando dois monômeros polimerizam, a tendência de cada monômero de entrar na cadeia pode ser bem diferente. Exemplo: Acetato de vinila Cloreto de vinila A razão de acetato de vinila no copolímero varia durante o curso da reação Variação na reatividade dos monômeros Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ EQUAÇÃO DO COPOLÍMERO III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização Sob condições do estado estacionário e assumindo que a reatividade de uma cadeia em crescimento depende apenas da natureza da última unidade, a velocidade de consumo é dada por: A equação do copolímero pode ser obtida seguindo os seguintes passos: III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização Rearranjando a Equação 3, Rearranjando a Equação 4 , Assumindo que no estado estacionário, ou Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização Substituindo a Equação 6 na Equação 5, Rearranjando a Equação 7 , Razões de reatividade dos monômeros A razão de reatividade é um parâmetro que indica a preferência da cadeia em crescimento quanto à adição de um monômero idêntico à unidade terminal ou a adição do outro monômero. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização A Equação 8 pode então ser escrita como: A Equação do Copolímero permite calcular a quantidade de cada monômero incorporado na cadeia, a partir de uma dada composição de alimentação, quando as razões de reatividade são conhecidas. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização A Equação de Composição do Copolímero (Eq.9) pode ser expressa em termos de frações molares, em substituição a concentrações. Definindo: A combinação das Equações 10 e 11 com a Equação 9 dá origem a: Composição do copolímero formado a partir de uma mistura reacional particular, baixos graus de conversão (<5%). Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ 1º caso: Curva I r1 ≈ r2 ≈ 1 copolímero aleatório Exemplo: isopreno + butadieno 2º caso: Curva II r1 r2 = 1.17 desvio do ideal Exemplo: acrilamida + acrilonitrila Quando r1 >1, r2 > 1 e r1r2 > 1 copolímero em bloco Se r1 >>1 e r2 >>1 dois homopolímeros 3º caso: Curva III r1 = r2 = 0 copolímero alternado Exemplo: anidrido maleico + estireno *caso mais comum onde P é a composição do copolímero azeotrópica (ideal) III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização Razões de reatividade e a estrutura do copolímero A influência das razões de reatividade dos monômeros sobre a estrutura do copolímero pode ser ilustrada pelo gráfico de F1 versus f1. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização No 1º caso, r1 ≈ r2 ≈ 1 e o copolímero é completamente aleatório. Este é um dos casos para r1 r2 = 1, nos quais os copolímeros são denominados ideal. Um gráfico de F1 versus f1 para vários valores de r1 e r2, Obedecendo r1 r2 = 1, ilustra os diversos casos: Nestes casos (exceto para r1= 1) ocorre uma flutuação da composição e quando as diferenças entre r1 e r2 se tornam maiores o desvio das condições ideais é significativo. A curva para r1 = 2 e r2 = 0.5 mostra que M1 entra no copolímero com mais frequência que M2 e vai se tornando mais difícil a preparação de copolímeros aleatórios. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização Copolimerização de Sty e MMA iniciada por: (1) SnCl4 (2) peróxido de benzoíla (3) sódio em amônia líquida As diferenças na dependência de F1 com f1 são mostrada para os vários tipos de iniciador, onde o componente 1 e o Sty. Curva 1 – copolímero com alto teor de Sty Curva 2 – copolímero estatístico Curva 3 – copolímero com alto teor de MMA Reatividade dos monômeros e modo de iniciação da cadeia A reatividade dos monômeros: independe da técnica de polimerização (massa, solução...) é drasticamente afetada pelo modo de iniciação (RL, -, +) Exemplo: Razão de reatividade Radical livre Aniônica Catiônica Estireno 0,5 0,12 10,5 MMA 0,44 6,4 0,1 Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização M1 M2 r1 r2 r1r2 Acrilonitrila Butadieno 2,0 0,1 0,2 Acrilato de metila 0,84 0,83 0,70 Estireno 0,01 0,40 0,004 Acetato de vinila 6,0 0,07 0,42 Butadieno Metacrilato de metila 0,70 0,32 0,22 Estireno 1,40 0,78 1,1 Etileno Propileno 17,8 0,065 1,17 Metacrilato de metila Acetato de vinila 22,2 0,07 1,55 Cloreto de vinila 10 0,1 1,0 Estireno -Metil estireno 2,3 0,38 0,87Acetato de vinila 55 0,01 0,55 Alguns valores de r1 e r2 para copolimerizações via R.L. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ III – Reações convencionais de polimerização (3) Copolimerização As razões de reatividade são determinadas experimentalmente a partir de diferentes composições na alimentação. Por exemplo: Método de Mayo e Lewis a baixas conversões Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização Processo Etapa Cadeia Fases Interfacial + - Heterogênea Em massa + + Homogênea Em solução + + Homogênea* Em suspensão - + Heterogênea Em emulsão - + Heterogênea http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=35900 http://pt.made-in- china.com/co_qdstarton/image_Styrene- Acrylic-Copolymer- Emulsion_eussohiry_psvEVNFaJuzQ.html http://www.lenntech.es/productos/-ion-exchange-resins.htm http://www.lojapacces.com/sabonet eira-concha-de-acrilico-giotto.html Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (1) Interfacial https://www.ipen.br/biblioteca/cd/cbecimat/2000/Docs /TC208-011.pdf Reação a temperaturas mais baixas Pureza dos reagentes não é tão importante Estequiometria existe automaticamente na interface Formação de polímero de alta massa molar Produtos finais na forma de filmes ou fibras Alto custo do cloreto de diácido Grande quantidade de solvente: empregado recuperado (1) Polimerização interfacial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ (2) Polimerização em massa Polimerização em etapas Processo simples – monômeros/catalisador (PU) Pequena contaminação Simples separação do produto Fácil controle térmico (slide 86) Polimerização em cadeia Processo simples – monômeros/iniciador (PSty, PMMA, PVC) Pequena contaminação Simples separação do produto Difícil controle térmico* (slide 116) IV – Processos de polimerização (2) Massa Reagentes no molde Artefato http://www.lojapacces.com/sabone teira-concha-de-acrilico-giotto.html Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (2) MassaMonômero + Iniciador Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (2) Em massa * Reações em cadeia são altamente exotérmicas e pontos quentes tendem a ser gerados quando a remoção do calor é ineficiente. Necessidade de controle do calor Reagentes em prepolimerização Pre-polímero no molde Artefato A polimerização principal que ocorre no molde faz uso do efeito gel para obter um material de alta massa molar e mais resistente. A principal vantagem desta técnica é a claridade óptica e a ausência de contaminantes na peça. A polimerização via radicais livres por ser conduzida em massa por: Iniciação térmica Fotopolimerização Iniciação por radiação Iniciação química A massa molar pode ser controlada pela seleção do tipo e concentração do iniciador e pelo controle a temperatura. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Polimerização em etapas Monômeros/catalisador/solvente Solubilização de reagentes Emprego de temperaturas reacionais mais elevadas (3) Polimerização em solução* IV – Processos de polimerização (3) Solução Polimerização em cadeia Monômeros/iniciador/solvente Solubilização dos reagentes Fácil agitação Fácil controle térmico Viscosidade do meio relativamente baixa Efeito gel somente para elevadas concentrações de monômero (slide 116) Passível à transferência de cadeia para o solvente Maior dificuldade da pureza do produto Várias etapas até isolar o produto final http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=35900 * Técnica mais utilizada industrialmente IV – Processos de polimerização (3) Solução Solvente + Monômero + Iniciador Agitação Solução de polímero Agitação IV – Processos de polimerização (3) Solução Não solvente (10 x) Recuperação do polímero Filtrar Secar Polímero em pó http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=35900 Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (3) Solução Transformação em grânulos (pellets) xa.yimg.com http://pt.made-in-china.com/co_lide-chem/image_LDPE-Pellet-LDPE-Resin-LDPE-Granule_euouyrueg_YjDtkLgGJibF.htmlElizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (3) Solução Etileno, acetato de vinila e acrilonitrila são polimerizados por esta técnica. A polimerização em solução aquosa de acrilonitrla é um sistema interessante. A polimerização torna-se rapidamente heterogênea: A poliacrilonitrila formada é insolúvel em água e precipita como um pó fino. Denominada polimerização em lama. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ (4) Polimerização em suspensão IV – Processos de polimerização (4) Suspensão Também conhecida como polimerização em contas, de pérolas ou granular Monômero(s) Iniciador (solúvel no monômero) Solvente (no qual monômero, iniciador e polímeros são insolúveis) Agente de suspensão estrelaseplanetas-cesar.blogspot.com umaquimicairresistivel.blogspot.com óleo água agitação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (4) Suspensão Monômero:É disperso sob a forma de gotas, em uma segunda fase líquida, na qual monômero e polímero são insolúveis. O tamanho da gota de monômero fica na faixa de 0,01 a 0,5 cm de diâmetro Iniciador: É solúvel no monômero Meio de dispersão: Normalmente utiliza-se água como solvente. Suas vantagens são: a insolubilização da maioria dos monômeros; baixo custo e toxidez; facilidade de transferência de calor; e alta tensão superficial. Para monômeros solúveis em água podem ser usados líquidos hidrofóbicos de baixa volatilidade. Neste caso, a suspenso é dita em fase reversa. Agente de suspensão: Atuam no meio de dispersão. Estes podem ser polímeros orgânicos hidrofílicos (gelatina, metil celulose, PVA, poliacrilamida, amido), tensoativos ou compostos hidrofóbicos finamente divididos (caolim, silicatos de magnésio, hidróxido de alumínio. Têm a função de ajudar a manter as gotas dispersas e evitar a coalescência e aglomeração. Dispersão: É mantida sob agitação mecânica constante. O tamanho das partículas é determinado principalmente pela velocidade de agitação e pelo tipo e concentração do agente de suspensão utilizado. No entanto, uma série de outras variáveisdevem ser consideradas: Razão água/monômero Tempo e temperatura reacional Tipo e concentração de monômero e iniciador Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (4) Suspensão resinas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ (5) Polimerização em emulsão IV – Processos de polimerização (5) Emulsão Emulsão é um sistema heterogêneo, constituído por duas fases líquidas denominadas fase dispersa ou interna e fase dispersante ou externa. em.amcon.co.jp estrelaseplanetas-cesar.blogspot.com umaquimicairresistivel.blogspot.com óleo água agitação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão scienceblogs.com.br http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/emulsoes.htm O sistema de emulsão mais comum é de óleo em água (O/A), mas podemos ter também emulsão de água em óleo (A/O) chamada emulsão inversa. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão Sistema dinâmico Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão Sistema dinâmico Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão O tensoativo pode ser um sal de ácido graxo de cadeia longa (anfifílico) com uma “cabeça” hidrofílica e uma “cauda” hidrofóbica. Em soluções aquosas, os tensoativos formam agregados ou micelas (tamanho na faixa de 0,1 a 0,3 mm), consistindo de 50 a 100 moléculas orientadas com as “caudas” para dentro, criando um ambiente hidrofóbico no interior da micela e uma superfície hidrofílica de “cabeças” em contato com a água. As micelas existem em equilíbrio com moléculas livres na fase aquosa e a concentração tem que exceder a concentração micelar crítica (CMC) do emulsificante. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão Para a polimerização em emulsão, o sistema é formado por um ou mais monômeros dispersos no solvente, sob a forma de gotículas estabilizadas por um agente tensoativo, que tem a função de reduzir a tensão interfacial entre as duas fases. Monômero(s) Iniciador (solúvel no solvente) Solvente (no qual monômero seja pouco solúvel) Agente emulsificante http://www.infoescola.com/quimica/polim eros/ Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão Quando o monômero é adicionado à dispersão, grande parte permanece na fase aquosa como gotas, mas outra parte dissolve-se nas micelas, inchando-as. É essencial que a solubilidade do monômero na fase aquosa seja menor do que 0,004 mol/litro ou então o sistema não se comportará como uma polimerização em emulsão convencional. A baixa solubilidade do monômero na água: permite o transporte do monômero das gotículas para as micelas; assegura que a polimerização não ocorra na fase aquosa. O sistema é formado por: Micelas – diâmetro na faixa de 50 a 100 Å Gotículas de monômero – diâmetro de ~104 A reação se processa via radicais livres Está sujeita às etapas de iniciação, propagação e terminação. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão O mecanismo da polimerização pode ser dividido em estágios: Estágio I Começa a produção de radicais livres do iniciador solúvel em água. Os radicais são gerados por um sistema redox, por exemplo: S2O8 -2 + Fe+2 Fe+3 + SO4 -2 + SO4 - Os radicais se difundem na fase aquosa e penetram nas micelas uma vez que a concentração de micelas (~1021/L) é bem mais elevada que a de gotas (~1013/L). As gotas atuam como reservatório de monômeros, abastecendo continuamente as micelas. Com o início da polimerização as micelas crescem e passam a ser denominadas partículas monômero-polímero (inchadas de monômero e com polímero em formação). À medida que o tamanho das partículas vai aumentando, mais tensoativo vai sendo transferido da fase aquosa, a fim de manter a estabilidade da emulsão. http://cdn.intechopen.com/pdfs-wm/42097.pdf Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão As micelas não-ativadas se desintegram e se dissolvem na fase aquosa. Apenas uma pequena fração das micelas originais forma partículas monômero-polímero. Com cerca de 15% de conversão, todas as micelas não-ativadas desaparecem. Estágio II Crescimento contínuo das partículas monômero-polímero a uma velocidade de polimerização constante. As partículas são continuamente abastecidas de: radicais livres (da fase aquosa) e monômero (das gotas via fase aquosa). A gotas de monômero diminuem de tamanho e são totalmente consumidas em cerca de 50 a 80% de conversão http://cdn.intechopen.com/pdfs-wm/42097.pdf Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ http://cdn.intechopen.com/pdfs-wm/42097.pdf Estágio III A polimerização continua com um decréscimo constante da velocidade até que todo monômero restante na micela tenha sido convertido em polímero. IV – Processos de polimerização (5) Emulsão en.wikipedia.orgElizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão Descrição da polimerização em emulsão pelo modelo desenvolvido por Smith & Ewart O radical se difunde na fase aquosa, penetra na micela e inicia a propagação. A cadeia cresce até que outro radical penetre a micela, encontre o terminal de cadeia e ocorra a terminação. A micela permanece inativa até que outro radical penetre a micela e inicie uma nova cadeia. Ocorre terminação desta cadeia quando outro radical penetra na micela. O modelo assume que pode existir, no máximo, 1 radical ativo na micela. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão A velocidade de iniciar e terminar o crescimento de uma cadeia é controlada: pela velocidade de produção do radical e pelo número de micelas no meio reacional. O aumento da concentração de tensoativos aumenta a velocidade de polimerização e a massa molar. Isto porque aumentando-se o número de micelas e mantendo-se constante a velocidade de produção do radical aumentará o tempo entre a penetração de radicais sucessivos na micela e a propagação da cadeia continuará por um período de tempo mais longo antes de ocorrer a terminação. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização (5) Emulsão A polimerização em emulsão é um importante processo tecnológico muito utilizado para preparar polímeros acrílicos, poli(cloreto de vinila), poli(acetato de vinila) e um grande número de copolímeros: Copolímeros de butadieno-estireno, usados como elastômeros sintéticos. Copolímeros com poli(acetato de vinila), usado como tintas e adesivos para papel. Esta técnica difere do método em suspensão nos seguintes pontos principais: as partículas do sistema são muito menores (0,05 a 5 mm de diâmetro); o iniciador é solúvel no solvente. Permite aumentar o comprimento da cadeia polimérica sem alterar a velocidade da reação. Isto pode ser alcançado com a variação da temperatura ou da concentração de iniciador. O tamanho da partícula do látex polimérico final é ~ 500 – 1500 Å. A desestabilização da emulsão produz o polímero na forma de pó. http://pt.made-in- china.com/co_qdstarton/image_Styrene- Acrylic-Copolymer- Emulsion_eussohiry_psvEVNFaJuzQ.html http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=35900Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização Técnica Vantagem Desvantagem Interfacial • Reação a temperaturas mais baixas • Pureza dos reagentes não é tão importante • Estequiometria existe automaticamente na interface • Formação de polímero de alta massa molar • Produtos finais já na forma de filmes ou fibras • Alto custo do cloreto de diácido • Grande quantidade de solvente (empregado e recuperado) Massa • Simplicidade • Alta pureza (qdo se usa somente monômero) • Obtenção de peças moldadas diretamente, com excelentes propriedades ópticas • Difícil controle de temperatura (polim. cadeia) • Larga distribuição de massa molar • Dificuldade de remoção de resíduo de iniciador Solução • Facilidade no controle de temperatura • Produto na forma de pó • O solvente reduz a massa molar e a velocidade da reação • Dificuldade de remoção do solvente Suspensão • Não há dificuldade com o calor de polimerização • Maior homogeneidade da massa, em relação à Massa • Fácil agitação • Possível contaminação com o agente estabilizante Emulsão • Reação rápida e não há dificuldades com o calor de polimerização • Obtenção de muitos copolímeros não obtidos por outras técnicas • Fácil agitação • Contaminação do polímero com água e agentes emulsificantes, restringindo a aplicação do material Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IV – Processos de polimerização Polímero Método de polimerização Interfacial Massa Solução Suspensão Emulsão Polimerização em etapas Nylon 6 C C - - Resinas fenólicas C - - Poliéster C - - Policarbonato O C - - Poliuretano C C - - Polimerização em cadeia Polímeros acrílicos - C C C C Polietileno de baixa densidade - C O C O Poliisopreno - C Polipropileno - C C C Poli(acetato de vinila) - O O O C C = comumente usada comercialmente O = ocasionalmente usada comercialmente Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros Principais relevâncias: Obtenção de polímeros com propriedades diferenciadas a partir de polímeros comerciais Informações complementares na caracterização da estrutura de polímeros Obtenção de polímeros cujas unidades repetitivas não possuem um monômero correspondente com estabilidade suficiente para reagir As reações de modificação química em polímeros orgânicos envolvem as diversas reações da química orgânica de moléculas de baixa massa molar (1) Reações com poliolefinas (2) Reações com polienos (3) Reações de grupos pendentes alifáticos (4) Reações de grupos pendentes aromáticos (5) Formação de ligações cruzadas (6) Formação de copolímeros em bloco e enxertados (7) Reações de condensação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (1) Poliolefinas (1) Reações com poliolefinas Plastificante Retardante de chama Revestimento Maior resistência ao calor que PVC Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (2) Polienos (2) Reações com polienos H. Staudinger demonstrou que polienos, como a Hevea Brasiliensis, podem ser hidrogenados, halogenados, hidrohalogenados e ciclizados. Revestimento de concreto Revestimento de redes elétricas Filme para embrulho Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (2) Polienos (2) Reações com polienos A ozonólise é útil para localizar a posição das duplas ligações nos polienos Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (3) Grupos pendentes alifáticos (3) Reações de grupos pendentes alifáticos Hidrólise de ésteres Obs.: Via de obtenção do poli(álcool vinílico) uma vez que o monômero álcool vinílico não pode ser isolado. A solubilidade do produto em água irá depender da extensão da hidrólise. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (3) Grupos pendentes alifáticos (3) Reações de grupos pendentes alifáticos Obtenção de poli(amina vinílica) Obs.: A amina vinílica, tal como o álcool vinílico, é instável. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (3) Grupos pendentes alifáticos (3) Reações de grupos pendentes alifáticos Reações com celulose Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (4) Grupos pendentes aromáticos (4) Reações de grupos pendentes aromáticos Polímeros com grupos pendentes aromáticos, como PSty, produzem todas as reações características do benzeno, tais como: alquilação, halogenação, nitração e sulfonação. Polímeros solúveis em óleo, usados como melhoradores de viscosidade em óleos lubrificantes, são obtidos por reação de Friedel-Crafts de PSty e hidrocarbonetos insaturados, tal como ciclohexano. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (4) Grupos pendentes aromáticos (4) Reações de grupos pendentes aromáticos Uso de ácido sulfúrico fumegante para sulfonar polímeros aromáticos. Após reticulação, é usado como resina de troca iônica. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (5) Formação de ligações cruzadas (5) Formação de ligações cruzadas Resinas melamínicas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (6) Copolímeros (6) Formação de copolímeros em bloco e enxertados Em bloco Criação de radicais livres terminais pela ruptura mecânica de ligações covalentes nas macromoléculas (moedor a frio, agitação forte, ultrassom) 1º Método: mastigação de 2 polímeros diferentes 2º Método: polímero + monômero Copolimerização aniônica Estireno + isopreno MMA 2-vinil piridina óxido de etilenoElizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (6) Copolímeros (6) Formação de copolímeros em bloco e enxertados Enxertado ou graftizados Polimerização de um monômero na presença de um polímero de outro material V – Modificações químicas em polímeros (6) Copolímeros (6) Formação de copolímeros em bloco e enxertados Enxertado ou graftizados Polimerização de um monômero na presença de um polímero de outro material Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros(6) Copolímeros (6) Formação de copolímeros em bloco e enxertados • Via radical livre SBR + Sty • Aniônica copolímero de estireno-p-cloroestireno Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (6) Copolímeros (6) Formação de copolímeros em bloco e enxertados • Catiônica • Coordenação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ V – Modificações químicas em polímeros (7) Reações de condensação (7) Reações de condensação As reações que ocorrem com moléculas menores também podem ocorrer com as macromoléculas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular Recordando isomeria: Isomerismo geométrico Diferem um do outro apenas na maneira como os átomos se orientam no espaço. São semelhantes quanto à ordem de ligação dos átomos uns aos outros. Pertencem à classe de isômeros que são denominados estereoisômeros. Estereoisômeros que são a imagem um do outro no espelho enantiômeros Estereoisômeros que não são a imagem um do outro no espelho diastereômeros Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular Recordando isomeria Estrutura mesógira Composto mesógiro é aquele cujas moléculas, apesar de possuírem centros quirais, podem ser sobrepor às respectivas imagens em um espelho plano Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular Recordando isomeria Projeções para representar moléculas Por exemplo: molécula de butano Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular Recordando isomeria Isomeria conformacional Conformações diferentes que correspondem a mínimos de energia (estrelada) (estrelada) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular Recordando isomeria Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular Recordando isomeria Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular O comportamento físico de um polímero depende não apenas da composição química geral, mas também de diferenças mais sutis na microestrutura. Os vários tipos de isomerismo ou variações microestruturais, encontrados em ciência de polímeros, podem ser identificados e agrupados em cinco classificações principais: Arquitetura Orientação Configuração Geometria Conformação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (1) Arquitetura (1) Arquitetura Neste caso, as diferenças incluem: (I) ramificação e formação de rede (II) polímeros derivados de meros isômeros (III) polímeros derivados de monômeros não isômeros (I) Linear Ramificado Reticulado de mesma composição ex: PE linear PE ramificado Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (1) Arquitetura (II) Polímeros derivados de monômeros isômeros A composição química monomérica é a mesma, mas o arranjo atômico é diferente em cada caso. Esta diferença na arquitetura proporciona uma diferença considerável nas propriedades físicas dos polímeros, por exemplo, na temperatura de transição vítrea. Outro exemplo: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (1) Arquitetura (III) Polímeros derivados de monômeros não isômeros Por exemplo: Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (2) Orientação Durante a polimerização de um monômero vinílico, dois modos de adição são possíveis: O modo real de adição depende de dois fatores: • a estabilidade do produto • possível impedimento estérico A formação da estrutura (I) é altamente favorecida. A estrutura (II) pode ocorrer ocasionalmente, especialmente em polimerizações via radicais livres com terminação por combinação. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Foi necessário muito tempo para se reconhecer que, quando um monômero vinílico assimétrico CH2 = CHX é polimerizado, todo átomo de carbono terciário na cadeia pode ser considerado como um centro quiral porque, normalmente, m e n não são iguais. As duas configurações possíveis, (i) e (ii) só podem ser interconveridas pela quebra de uma ligação. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Observação 1: Se todo átomo de carbono terciário na cadeia é assimétrico, pode-se esperar que o polímeros apresente atividade óptica. Normalmente, cadeias carbônicas monoatômicas NÃO EXIBEM ATIVIDADE ÓPTICA porque dois grupos ligados ao centro quiral são cadeias longas e quanto mais longas essas cadeias, a atividade óptica decresce para valores bem pequenos, até desaparecer. Polímeros vinílicos derivados de monômeros do tipo CH2 = CHX caem dentro desta categoria e eles são centrossimétricos relativos à cadeia principal, e os carbonos terciários são, então, apenas PSEUDO-ASSIMÉTRICOS. Observação 2: A observação 1 não é verdadeira para cadeias heteroatômicas tal como onde C* é um centro assimétrico verdadeiro e estes polímeros SÃO OPTICAMENTE ATIVOS. Neste caso, uma configuração absoluta pode ser fixada usando, preferencialmente, o sistema Cahn-Ingold-Prelog, referindo-se tanto à forma R (direito) ou S (esquerdo). Observação 3: As duas formas (i) e (ii) podem ser denominadas configurações d- ou l-, as quais não têm nada a ver com atividade óptica e referem-se, meramente, ao posicionamento do grupo X acima ou abaixo da cadeia na projeção planar. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Etilenos monossubstituídos ~~~ Polímeros monotáticos ~~~ Etilenos 1,1 dissubstituídos Etilenos 1,2 dissubstituídos ~~~ Polímeros ditáticos ~~~ ~~~ Poliéteres ~~~ Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Etilenos monossubstituídos ~~~ Polímeros monotáticos ~~~ Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Etilenos monossubstituídos ~~~ Polímeros monotáticos ~~~ Quando um polímero, na conformação zig-zag, é visto ao longo das ligações que formam a cadeia principal e cada átomo assimétrico da cadeia tem seus substituintes na mesma ordem estérica, o polímero é dito ser ISOTÁTICO. O arranjo dos grupos substituintesé todo d ou todo l. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Etilenos monossubstituídos ~~~ Polímeros monotáticos ~~~ A cadeia é denominada SINDIOTÁTICA quando a observação ao longo da cadeia principal mostra a configuração oposta em torno de cada centro assimétrico sucessivo na cadeia. Isto é, os grupos substituintes estão dispostos de modo regular alternado, acima e abaixo do plano da cadeia principal. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Etilenos monossubstituídos ~~~ Polímeros monotáticos ~~~ Quando a esteroquímica do carbono terciário na cadeia é aleatória, o polímeros é dito ser ATÁTICO ou HETEROTÁTICO. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Etilenos 1,1 dissubstituídos ~~~ Polímeros monotáticos ~~~ Quando R = R’ Quando R ≠ R’ Neste caso, não existe estereoisomerismo Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração Etilenos 1,2 dissubstituídos ~~~ Polímeros ditáticos ~~~ Teoricamente, 4 tipos de polímeros são possíveis. = Do ponto de vista prático, existe apenas um polímero di-sindiotático. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração ~~~ Políéteres ~~~ Quando o espaçamento entre os centros assimétricos aumenta, como no polímero heteroatômico poli(óxido de propileno), as estruturas isotática e sindiotática não são tão facilmente identificadas. Poli(óxido de propileno) isotático Projeção saw horse Projeção de Fisher Polímero opticamente ativo Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (3) Configuração ~~~ Políéteres ~~~ Poli(óxido de propileno) sindiotático Projeção saw horse Projeção de Fisher Observação: a alternância de configurações de sítios assimétricos sucessivos ao longo da cadeia resulta no cancelamento da atividade óptica. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Polímero opticamente inativo VI – Isomerismo macromolecular (4) Geometria Quando dienos conjugados são polimerizados, além do isomerismo configuracional, é obtido o isomerismo geométrico. O crescimento da cadeia a partir de monômeros deste tipo pode ocorrer de várias maneiras. A adição pode se realizar através do mecanismo 1,2 ou 3,4 ou 1,4. 1 2 3 4 Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (4) Geometria O polímeros resultante da polimerização 1,4 pode existir na forma cis ou trans ou em uma mistura de ambas Obs.: Poliisopreno 1,4 cis é quimicamente idêntico à borracha natural Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (4) Geometria Catalisador de coordenação Estrutura do polímero Alquil metal Metal de transição Condições % 1,2 % 1,4 cis % 1,4 trans AlEt2Cl Sais de cobalto Al/Co > 100 - 95-98 - AlEt3 VCl4 ou VOCl3 Al/V = 2 - - 95-100 AlEt3 TiI4 Al/Ti = 5 5 92 4 AlEt3 Acetil acetonato de cromo Al/Cr = 10 Isotático - - AlEt3 Acetil acetonato de cromo Al/Cr = 3 sindiotático - - AlEtCl2 b-TiCl3 Al/Ti = 1-5 - - 100 AlEt3 Ti(OBu)4 Al/Ti = 3 90 10 - AlEt3 TiCl4 Al/Ti = 1 2 49 49 Butadieno Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (5) Conformação Muitos dos polímeros estereorregulares preparados são altamente cristalinos e a tendência para formar estruturas ordenadas aumenta à medida que a estereorregularidade se torna mais pronunciada. Normalmente, a ordem cristalina está associada com estruturas poliméricas simétricas regulares. A forma estável do polietileno é toda trans zig-zag, forma na qual ele cristaliza. Porém, para um polímeros isotático com um substituintes volumoso, o modo zig-zag estendido se torna insustentável uma vez que a distância entre os centros substituintes nesta conformação é de apenas 0,254 nm. Obviamente, a forma de baixa energia para uma espécie isotática é alcançada pela localização dos substituintes em posições alternadas de separação máxima, e isto é obtido quando a rotação da ligação gera uma hélice. Polímeros isotáticos podem assumir várias estruturas em hélice. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (5) Conformação Representação esquemática de algumas estruturas em hélice que podem ser adotadas por polímeros isotáticos Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (5) Conformação A configuração sindiotática é muito mais adequada para a forma zig-zag estendida, uma vez que os substituintes já estão em posição alternada para empacotamento conveniente sobre ambos os lados da cadeia, Mas pode ser gerada uma hélice de 2 voltas. Como a hélice é uma estrutura ordenada regular, esta pode ser arranjada de forma compacta em uma estrutura fechada tridimensional com relativa facilidade. Este comportamento explica como cadeias assimétricas podem ser acomodadas em uma estrutura polimérica cristalina. Amostras altamente cristalinas são obtidas quando o polímero é suficientemente estereorregular capaz de formar hélices significativamente longas ou seções zig-zag regulares para ocorrer o arranjo de cadeias ordenadas. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VI – Isomerismo macromolecular (5) Conformação A identificação automática da cristalinidade com a estereorregularidade deve ser evitada, uma vez que eles não são necessariamente sinônimos. Enquanto polímeros altamente estereorregulares tendem a ser cristalinos, a existência de qualquer polímero no estado cristalino não significa, automaticamente, que a amostra é predominantemente esterorregular. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. VII – Polímeros em solução A interação de moléculas de cadeia longa com líquidos é de considerável interesse tanto do ponto de vista prático quanto teórico. Para polímeros lineares e ramificados, normalmente são encontrados líquidos que dissolvem o polímero completamente para formar uma solução homogênea. Por outro lado, polímeros reticulados, quando em contato com líquidos compatíveis, irão apenas inchar. Quando um polímero amorfo é misturado com um solvente adequado, este se dispersa no solvente e se comporta como se também fosse um líquido. VII – Polímeros em solução Polímero Solvente Com afinidade Sem afinidade Linear e ramificado Sistema de 1 fase Sistema de 2 fases Reticulado Amostra incha Amostra mantém dimensõesLinear Ramificado No estado sólido Em solvente compatível Reticulado VII – Polímeros em solução Polímero insolúvel Polímero solúvel A temperatura teta (q) é um estado bem definido da solução poliméricas, no qual o novelo polimérico está em uma condição não-perturbada. Acima de q ocorre a expansão do novelo polimérico, causada pelas interações com o solvente. Abaixo de q, os segmentos do polímeros atraem-se uns aos outros, os novelos tendem a colapsar e, eventualmente, ocorre separação de fases. Temperatura Teta (q) VII – Polímeros em solução Temperatura teta Em outras palavras: Abaixo de q, ocorrem interações preferenciais polímero-polímero e solvente-solvente; Acima de q, ocorrem interações preferenciais polímero-solvente; Na temperatura q, não ocorrem interações preferenciais polímero-polímero nem polímero-solvente. Polímero Solvente q (ºC) Poliestireno Ciclohexano 34 Polietileno Nitrobenzeno 230 Poliisobuteno Diisobutil cetona 60 PMMA Heptanona-4 32 Poli(acido acrílico) Dioxana 29 Polimetacrilonitrila Butanona 6 Tabela: Temperatura teta para alguns sistemas polímero + solvente VII – Polímeros em solução (Temperatura de solução crítica superior) Diagrama de fases de mistura de dois componentes VII – Polímeros em solução Diagrama de fases Entretanto, em alguns sistemas, o aumento da temperatura provoca a redução das interações polímero solvente. Por exemplo, poli(óxido de etileno) em água. A interação com a água se dá através dos oxigênios presentes na cadeia. O aumento da temperatura rompe essas interações e o polímero sai de solução VII – Polímeros em solução Diagrama de fases VII – Polímeros em solução Relação com a viscosidade Sistema polímero-solvente, no qual o aumento da temperatura favorece as interações entre o polímero e o solvente (UCST) O aumento da temperatura aumenta a viscosidade do sistema. Relação temperatura e viscosidade VII – Polímeros em solução Relação com a viscosidade Sistema polímero-solvente, no qual o aumento da temperatura desfavorece as interações entre o polímero e o solvente (LCST) O aumento da temperatura reduz a viscosidade do sistema. VII – Polímeros em solução Relação com a viscosidade Resumindo: Para sistema de um componente, o aumento da temperatura reduz a viscosidade Para sistema polímero solvente tem-se duas possibilidade: (1) o aumento a temperatura aumenta a viscosidade para sistema nos quais o aumento da temperatura favorece as interações entre o polímero e o solvente (UCST); (2) o aumento a temperatura reduz a viscosidade para sistema nos quais o aumento da temperatura desfavorece as interações entre o polímero e o solvente (LCST); VII – Polímeros em solução Qualidade do solvente não-solvente mau-solvente bom-solvente Qualidade do solvente VII – Polímeros em solução Qualidade do solvente O não solvente é definido como aquele que não dissolve o polímero. Não há interações entre polímero e solvente. O mau solvente é definido como aquele que dissolve o polímero. Entretanto, há pouca interação polímero-solvente e a expansão do novelo, ou perturbação, é restrita. O bom solvente é definido como aquele que dissolvem o polímero e estabelece fortes interações com o polímero. As interações líquido-polímero expandem o novelo polimérico de suas dimensões não perturbadas. A proporção da expansão depende da extensão das interações. A relação proposta para o calor da mistura de dois componentes apolares é DHm = Vm (d1 – d2) 2 f1 f2 A equação mostra que DHm é pequeno para misturas com parâmetro de solubilidade similares, e isto indica compatibilidade. Isto é, |d1 – d2| será muito grande, quando praticamente não houver interação entre soluto e solvente d1 – d2 = 0 quando as interações forem semelhantes obtém-se boa solubilidade VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidade Observação: Existe uma diferença |d1 – d2| máxima permitida, na qual ainda é possível ocorrer miscibilidade. As diferenças máximas obtidas experimentalmente variam entre ± 0,8 e ± 3,4 (de acordo com a polaridade do solvente) VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidade Polímero d do solvente que dissolve o polímero Solventes apolares Solvente polares Poliestireno 9,3 ± 1,3 9,0 ± 0,9 Poli(cloreto de vinila-co-acetato de vinila) 10,2 ± 0,9 10,6 ± 2,8 Poli(acetato de vinila) 10,8 ± 1,9 11,6 ± 3,1 Poli(metacrilato de metila) 10,8 ± 1,2 10,9 ± 2,4 Celulose trinitrada 11,9 ± 0,8 11,2 ± 3,4 Regiões – d para polímeros Nota: Os parâmetros de solubilidade podem ser dados sem unidades. Mas, na verdade, são expressos em (cal/cm3)1/2 ou em (J/cm3)1/2. 1 (cal/cm3)1/2 = 2,05 (J/cm3)1/2 VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidade ─ Determinação experimental ─ Os valores de parâmetro de solubilidade para líquidos simples podem ser prontamente calculados a partir da entalpia de vaporização: d = (DEvap / Vm) 1/2 Este mesmo método não pode ser usado para polímeros. Neste caso, deverá ser determinado: o solvente que irá produzir um inchamento máximo numa rede ou o solvente que proporciona o valor mais elevado do número de viscosidade limite, [h] O polímero terá um d semelhante ao do solvente VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidade Infelizmente, a solubilidade não é um processo simples e ligações secundárias têm um papel importante na determinação das interações. Aproximações mais detalhadas têm sido sugeridas, as quais introduzem um d tridimensional composto pelas contribuições de: ─ forças de dispersão de van der Waals ─ interação dipolo-dipolo ─ ligação hidrogênio O parâmetro de solubilidade global é, então, a soma das várias contribuições: d = (dD 2 + dP 2 + dH 2 )1/2 VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidadeParâmetros de solubilidade em (cal/cm3)1/2 (x 2,05 = MPa1/2) Solvente d dD dP dH Heptano 7,4 7,4 0 0 Ciclohexano 8,18 8,18 0 0 Benzeno 9,05 8,99 0,5 1,0 Tetracloreto de carbono 8,65 8,65 0 0 Clorofórmio 9,33 8,75 1,65 2,8 Diclorometano 9,73 8,72 3,1 3,0 1,2 dicloroetano 9,42 8,85 2,6 2,0 Acetona 9,75 7,58 5,1 3,4 Butanona 9,30 7,77 4,45 2,5 Ciclohexanona 10,00 8,65 4,35 2,5 Acetato de etila 9,08 7,44 2,6 4,5 Acetato de propila 8,74 7,61 2,2 3,7 Acetato de amila 8,49 7,66 2,1 3,3 Acetonitrila 11,95 7,50 8,8 3,0 Piridina 10,60 9,25 4,3 2,9 Dietil éter 7,61 7,05 1,4 2,5 Tetrahidrofurano 9,49 8,22 2,7 3,9 P-Dioxana 9,65 8,93 0,65 3,6 Pentanol-1 10,59 7,81 2,2 6,8 Propanol-1 11,85 7,75 3,25 8,35 Etanol 12,90 7,73 4,3 9,4 Metanol 14,60 7,42 6,1 11,0 Nitrobenzeno 11,25 9,17 6,2 2,0 Dimetil formamida 12,14 8,5 6,7 5,5 Substâncias apolares têm d baixos Substâncias polares têm d mais elevados Polímeros não-cristalinos e apolares se dissolvem bem em solventes com d baixo. d = (dD 2 + dP 2 + dH 2 )1/2 VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidade Solvente Solubilidade do polímero * Nome d1 Poliisobuteno d2 = 7,9 Poli (metacrilato de metila) d2 = 9,1 Poli (acetato de vinila) d2 = 9,4 Poli (hexametileno adipamida) d2 = 13,6 Decafluorobutano 5,2 _ _ _ _ Neopentano 6,25 + _ _ _ Hexano 7,3 + _ _ _ Dietil éter 7,4 _ _ _ _ Ciclohexano 8,2 + _ _ _ Tetracloreto de carbono 8,62 + + _ _ Benzeno 9,2 + + + _ Clorofórmio 9,3 + + + _ Butanona 9,3 _ + + _ Acetona 9,8 _ + + _ Dissulfeto de carbono 10,0 _ _ _ _ Dioxana 10,0 _ + + _ Dimetil formamida 12,1 _ + + (+) m-Cresol 13,3 _ + + + Ácido fórmico 13,5 _ + _ + Metanol 14,5 _ _ _ _ Água 23,4 _ _ _ _ Solubilidade e parâmetros de solubilidade de polímeros em (cal/cm3)1/2 * Solúvel= +, insolúvel = -, solúvel em altas T = (+) Solubilidade de polímeros em misturas de solventes Polímero Soluções possíveis com misturas de Tipo d2 Não-solvente I dI Não-solvente II dII Poliestireno (atático) 9,3 Acetona 9,8 Ciclohexano 8,2 Poli(cloreto de vinila) (atático) 9,53 Acetona 9,8 Dissulfeto de carbono 10,0 Poliacrilonitrila (atática) 12,8 Nitrometano 12,6 Água 23,4 Policloropreno (polim. radicalar) 8,2 Dietil éter 7,4 Acetato de etila 9,1 Nitrocelulole 10,6 Etanol 12,7 Dietil éter 7,4 Soluções diluídas de poliestireno (d2 = 9,3) são prontamente obtidas com butanona (d1 = 9,3) e dimetilformamida (d1 = 12,1), mas não com acetona (d1 = 9,8). Na acetona líquida, as moléculas formam dímeros através de interações dipolo-dipolo. Nestes dímeros, os grupos ceto (protegidos pelos grupos metila) não são capazes de solvatar os grupos fenila do poliestireno. A adição de ciclohexano (d1 = 8,2) reduz a tendência de associação da acetona, deixando os grupos ceto livres para solvatação. A butanona já é “internamente diluída”. VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidade A combinação de um não-solvente de d1 mais baixo que o do polímero com um não-solvente de d2 mais alto que o do polímero produz, frequentemente, um bom solvente para o polímero (nitrocelulose da tabela) Inversamente, a mistura de dois solventes pode ser um não-solvente. Por exemplo: a poliacrilonitrila (d2 = 12,8) se dissolve tanto em dimetilformamida (d1 = 12,1) quanto em malodinitrila (d1 = 15,1), mas não se dissolve na mistura destes dois solventes. VII – Polímeros em solução Parâmetro de solubilidade Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Mechanical Properties of Polymers L. E. Nielsen Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido O estado sólido dos materiais poliméricos pode ser dividido, quanto ao estado ordenado das cadeias, em: (1) Estado amorfo (2) Estado cristalino O estado amorfo é caracterizado por um arranjo desordenado das moléculas O estado cristalino é caracterizado por uma ordenação tridimensional Muitos polímeros, naturais ou sintéticos, têm algum grau de cristalinidade, geralmente medido em porcentagem. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo (1) Estado amorfo – Movimento molecular – Uma cadeia polimérica linear pode ser tratada como um “sistema cooperativo uni-dimensional”, no qual a rotação de um segmento de cadeia é limitado ou auxiliado por segmentos vizinhos. Para cadeia longas, o movimento cooperativo não pode ser esperado se estender ao longo de todo o comprimento. O polímero tende a agir como se fosse composto de uma série de unidades interconectadas, mas independentes. Qualquer movimento significativo de uma cadeia é gerado por rotação em torno das ligações simples que conectam os átomos na cadeia e depende da facilidade de interconversão de um estado rotacional para outro. O movimento molecular é favorecido com o aumento da temperatura. O aumento do movimento molecular leva o polímero a se comportar como um líquido viscoso (supondo que não ocorre degradação térmica) VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo À medida que o movimento molecular em um polímero amorfo aumenta, a amostra passa de um estado vítreo para um estado borrachoso e até, finalmente, tornar-se fundido. Estas transições levam a variações nas propriedades físicas e aplicação de um polímero. É importante examinar as mudanças físicas ocorridas no polímero amorfo como um resultado de variações no movimento molecular. O estudo do comportamento mecânico mostra que existem cinco estados perceptíveis no polímero amorfo linear. Estes cinco estados são prontamente manifestados se um parâmetro, como o módulo elástico, é medido em um intervalo de temperatura. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo Figura. Cinco regiões de viscoelasticidade Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo – Região da transição vítrea – Quando um polímero está a uma temperatura abaixo da sua temperatura de transição vítrea, o movimento de cadeia está congelado. Se é dado ao sistema energia térmica suficiente, de modo a permitir que os segmentos de cadeia movam-se cooperativamente, começa a ocorrer a transição do estado vítreo para o estado borrachoso. Imediatamente acima da Tg, o movimento dos segmentos de cadeia ainda são lentos. Neste estágio, o movimento ainda é limitado, mas, à medida que a temperatura vai aumentando, um número maior de cadeias começa a se mover com maior liberdade. A temperatura de transição vítrea (Tg) está localizada na seção B-C. A variação brusca no módulo reflete o aumento constante do movimento molecular à medida que a temperatura é aumentada. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo – A temperatura de transição vítrea, Tg – A transição do estado vítreo para o borrachoso é uma característica importante do comportamento do polímero. Nesta região de transição são observadas mudanças bruscas nas propriedades físicas, tais como dureza e elasticidade. As mudanças são completamente reversíveis. Entretanto, essa transição é uma função do movimento molecular, não da estrutura do polímero. Embora a transição vidro-borracha não dependa da estrutura do polímero, a temperatura na qual a Tg é observada depende amplamente da natureza química da cadeia polimérica e, para a maioria dos polímeros sintéticos, ela ocorre na faixa entre -100 e 250 ºC. É bastante óbvio que a Tg é uma propriedade importante característica de qualquer polímero, uma vez que ela está relacionada à sua aplicação potencial. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo O formato da curva mostrada na Figura é típica para polímeros lineares amorfos. Polímeros diferentes apresentarão curvas de formas similares, mas variando o intervalo de temperatura. (Tg = - 70 ºC) (Tg = 105 ºC) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo a 25 ºC PMMA atático é um material vítreo Poliisopreno tem comportamento borrachoso a -150 ºC PMMA atático e poliisopreno são materiais vítreos Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido(1) Estado amorfo Variações na forma da curva são encontradas para massa molares diferentes e quando a amostra está reticulada (apresenta ligações cruzadas) ou é parcialmente cristalina. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo A natureza física de um polímero amorfo está relacionada à extensão do movimento molecular da amostra, a qual, por sua vez, é governada pela flexibilidade da cadeia e pela temperatura do sistema. O valor do módulo proporciona uma boa indicação do estado do polímero, em dada temperatura, e pode ser obtido diretamente do gráfico. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo – Detecção Tg – A transição de um estado vítreo para um estado borrachoso é acompanhada por variações acentuadas em: Módulo Volume específico Capacidade calorífica Índice de refração Outras propriedades físicas Assim, a variação na propriedade física pode ser usada para detectar Tg. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo Nos métodos estáticos, acompanha-se a variação na propriedade intensiva (tais como, densidade ou capacidade calorífica) em função da temperatura e as medidas são feitas lentamente, para permitir eu a amostra atinja o equilíbrio e relaxe a cada temperatura de observação. VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo – Fatores de afetam a Tg – A magnitude da Tg varia em uma ampla faixa de temperatura para polímeros diferentes. Como a Tg depende amplamente da quantidade de energia térmica requerida para manter as cadeias do polímero em movimento, um número de fatores que afetam a rotação em torno das ligações da cadeia também irão influenciar a Tg. Estes fatores incluem: Flexibilidade da cadeia Estrutura molecular (efeitos estéricos) Massa molar Ramificação e ligações cruzadas Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo Flexibilidade da cadeia Cadeia flexível tem Tg baixa Cadeia rígida tem Tg alta Polímeros Unidade repetitiva Tg (ºC) Poli(dimetilsiloxano) -120 Polietileno -90 Poli(óxido de etileno) -65 Poli(óxido de fenileno) 83 Tabela: Influência da flexibilidade da cadeia sobre a Tg Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo Efeitos estéricos Grupos laterais tamanho, flexibilidade e polaridade Nota: Os fatores estéricos que afetam a flexibilidade da cadeia são, simplesmente, contribuições adicionais aos efeitos da cadeia principal. Efeitos configuracionais Tg (ºC) Polibutadieno cis -108 trans -18 PMMA isotático 45 atático 105 sindiotático 115 Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo Efeitos de ligações cruzadas Quando ligações cruzadas são introduzidas no polímero, a densidade da amostra é aumentada proporcionalmente. À medida que a densidade aumenta, o movimento molecular da amostra é restringido e a Tg aumenta. Para uma alta densidade de ligações cruzadas, a transição é larga e mal definida. Mas, para valores mais baixos, a Tg aumenta linearmente com o número de ligações cruzadas. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo Efeito da massa molar A massas molares elevadas, a Tg é essencialmente constante quando medida por qualquer método. Mas, para baixas massas molares, a Tg aumenta com o aumento da massa molar. Ao plotar Tg em função da massa molar, para polímeros amorfos, podem ser identificadas 3 regiões. Região I – Relativa ao material que é oligomérico. A linha separando I e II representa a transição oligômero-polímero, onde as cadeias começam a se tornar longas o suficiente para serem consideradas capazes de adotar uma conformação de novelo gaussiano. Região II – A Tg depende da massa molar. Região III - Comprimento de cadeia no qual a Tg atinge um valor assintótico. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (1) Estado amorfo No estado amorfo, a distribuição das cadeias poliméricas na matriz é completamente aleatória. Não há as restrições impostas pela ordenação encontrada nos cristalitos de polímeros parcialmente cristalinos. Isto permite que o início do movimento molecular em polímeros amorfos ocorra a uma temperatura abaixo da Tm. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino (2) Estado cristalino – Introdução ao estado cristalino – A cristalinidade pode ser conceituada como um arranjo ordenado e uma repetição regular de estruturas atômicas ou moleculares no espaço. O termo morfologia se refere à organização dos cristais. Neste caso, considera-se o tamanho e a forma de cristalitos individuais e o modo como estes estão arranjados entre si. Propriedades tais como densidade, transparência óptica, módulo e resposta mecânica em geral variam drasticamente com a presença de cristalitos na amostra grau de cristalinidade. É importante, ao examinar a cristalinidade em polímeros, determinar os fatores que controlam a extensão da cristalinidade. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino – Requisitos para a cristalinidade – Para ocorrer cristalinidade, a cadeia polimérica tem que ser capaz de empacotar em uma disposição paralela, regular. Em polímeros sintéticos, a cristalinidade requer um empacotamento lado a lado na forma estendida, zig-zag planar ou hélice. Os tipos de cadeia que se espera que cristalizem são: (i) cadeias simétricas, as permitem o empacotamento fechado regular (ii) cadeias possuindo grupos que estimulam fortes atrações intermoleculares Para que as cadeias se empacotem, elas têm que ter, pelo menos, uma estrutura razoavelmente regular. Exemplos de irregularidades em monômeros vinílicos: encadeamento molecular cabeça-cabeça/cauda-cauda irregularidades estereoquímicas Assim, em geral, polímeros atáticos não cristalizam. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino As exceções são: (1) Poli(clorotrifluoroetileno) Os átomos de cloro e fluor podem ser encaixados em uma grade, independente da orientação. (2) Poli(álcool vinílico) Ligações de hidrogênio. Em geral, cadeias isotáticas e sindiotáticas cristalizam formando estruturas cristalinas diferentes Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino – Estrutura cristalina – Modelo da micela franjada (Gerngross, 1930) http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/carlad/materiais/06_EstadoSolido.pdf As regiões cristalinas têm extensões muito menores que os comprimentos das cadeias poliméricas. Qualquer cadeia pode atravessar várias “micelas” ou cristalitos. As “micelas” eram supostamente rodeadas por uma rede amorfa. web.eng.fiu.edu Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Cristalitos São pequenas regiões de ordenação tri-dimensional. Os tamanhos dos cristalitos são pequenos quando comparados ao comprimento de uma cadeia polimérica estendida. Os tamanhos dos cristalitos são independentes da massa molar e raramente excedem a faixa 1 a 100 nm. Observações adicionais por microscopia óptica e eletrônica levaram à conclusão de que as estruturas erais eram muito diferentesdo Modelo da Micela Franjada. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino A característica básica ainda é o cristalito como forma lamelar, com superfícies ou interfaces amorfas, mas o modo como estes são formados pode ser diferente. Cristalização a partir da fusão Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Esferulitos O exame de seções finas de polímeros semicristalinos revelam que os cristalitos não estão aleatoriamente dispostos. Os cristalitos formam estruturas regulares com simetria circular. Quando a densidade de nucleação é alta, a simetria esférica tende a ser perdida à medida que as bordas do esferulitos são pressionadas sobre os esferulitos vizinhos, para formar uma massa. Um estudo de uma estrutura delgada de um esferulito mostra que ele é constituído de subunidades lamelares intercaladas de regiões desordenadas. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Dois modelos têm sido propostos para descrever a estrutura fina das lamelas e suas características interfaciais em polímeros semicristalinos Este modelos diferem, principalmente, no modo como as cadeias entram e saem das regiões lamelares ordenadas. Modelo I Disposição dobrada regular Modelo II Quadro de distribuição Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino A natureza exata da estrutura tem sido assunto de considerável controvérsia. Medidas de densidade de vários polímeros semicristalinos apontam para o fato de que uma fração significativa das unidades de cadeia estão em ambiente não cristalino. Isto não é consistente com o Modelo I no qual a parte amorfa está associada apenas a dobras de cadeias frouxas e “pestanas”. Outros estudos têm demonstrado que o raio de giração de vários polímeros semicristalinos permanecem, praticamente, inalterados na passagem da fase fundida para a fase semicristalina. Não há uma reordenação significativa da conformação da cadeia quando a cristalização ocorre após resfriamento a partir da fusão, o que não é consistente com o Modelo II. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Fisher propôs o Modelo de Solidificação A cristalização ocorreria através da ordenação de seções de novelos poliméricos seguida pelo alinhamento destas sequências em disposição regular, formando uma estrutura lamelar. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Grau de cristalinidade Mesmo embora as cadeias possam ser altamente regulares na estrutura, os polímeros nunca cristalizam completamente. Definindo o grau de cristalinidade como c, tem-se que a maioria dos polímeros estão da faixa de 0,5 a 0,95. Por exemplo: PE de alta densidade c ≈ 0,9 PE de baixa densidade c ≈ 0,5 Polímeros semicristalinos são sempre caracterizados por uma desordem significativa. VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Temperatura de fusão cristalina - Tm A fusão de uma substância perfeitamente cristalina é um processo de equilíbrio caracterizado por uma variação acentuada de volume e uma temperatura de fusão bem definida. Polímeros nunca são perfeitamente cristalinos. Eles contêm regiões desordenadas e cristalitos de tamanhos variados. O resultado é que a fusão ocorre em uma faixa de temperatura. Esta faixa é uma indicação útil da cristalinidade a amostra. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Fatores de afetam a cristalinidade e a Tm A formação de regiões cristalinas estáveis em um polímero requer que: (i) Um arranjo empacotado fechado das cadeias possa ser alcançado em 3 dimensões; (ii) Uma variação favorável na energia interna seja obtida durante o processo. Isto impõe restrições ao tipo de cadeia que pode ser cristalizada com facilidade e seria esperado que cadeia lineares, tais como poliésteres, poliamidas e polietileno, cristalizassem mais prontamente. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Os fatores que afetam a cristalinidade e a Tm podem ser discutidos em termos de: Simetria Interação intermolecular Taticidade Ramificação Massa molar VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Os fatores que afetam a cristalinidade e a Tm podem ser discutidos em termos de: Simetria Interação intermolecular Taticidade Ramificação Massa molar Simetria Poli-cis-isopreno é um elastômero amorfo Poli-trans-isopreno é um plástico semicristalino Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido (2) Estado cristalino Interação intermolecular Nylon 6,6 Tm ≈ 260 ºC (ligações de hidrogênio) Polietileno Tm ≈ 130 ºC (forças de vam der Waals) Taticidade Poliestireno atático é amorfo Poliestireno isotático é semicristalino (Tm ≈ 240 ºC) Ramificação PE linear versus PE ramificado A ramificação reduz a densidade do polímero e a Tm Massa molar Polipropileno MM = 2.000 g/mol Tm = 140 ºC MM = 30.000 g/mol Tm = 170 ºC Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido Propriedade mecânica Curva de tensão-deformação Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido Propriedade mecânica Carswell e Nason dividiram os tipos de curvas tensão-deformação obtidas com polímeros em 5 classes Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido Propriedade mecânica Influência da temperatura sobre as curvas de tensão x deformação de um mesmo polímero Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ VIII – Polímeros no estado sólido Propriedade mecânica Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros A caracterização de polímeros pode ser dividida em: (1) Caracterização de massa molar (2) Caracterização da estrutura da cadeia Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ (1) Caracterização de massa molar IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar A caracterização de massa molar pode ser realizada por diversas técnicas, as quais, dependendode seus fundamentos, levarão a um dos três tipos diferentes de massa molar: Massa molar numérica média - Massa molar ponderal média - Massa molar viscosimétrica média - Os métodos usados podem ser relativos ou absolutos. Os métodos relativos requerem calibração com amostras de massa molar conhecida. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Método A = absoluto R = relativo Massa molar Análise de grupo terminal A Ebulioscopia e crioscopia A Pressão osmótica A Osmometria de pressão de vapor* A Espalhamento de luz A Espalhamento de raios-x a pequeno ângulo A Ultracentrifugação A Viscosidade R Cromatografia de permeação em gel R e Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Muitas das propriedades especiais dos polímeros são uma consequência dos comprimentos de cadeia longos, os quais estão refletidos nas massas molares elevadas dessas substâncias. Os valores de massa molar podem chegar a 106 g/mol e a precisão das medidas é muito menor do que para moléculas pequenas. As amostras exibem polidispersão e a massa molar é um valor médio dependente do método utilizado O cálculo da massa molar de um polímero é de considerável importância, uma vez que o comprimento da cadeia pode ser um fator de controle da: Solubilidade Elasticidade Capacidade de formação de fibras Resistência à ruptura Resistência ao impacto Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Massa molar numérica média - Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Massa molar numérica média - IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - PROPRIEDADES COLIGATIVAS Como os métodos químicos são mais limitados, as técnicas mais utilizadas para medir a massa molar de um polímero são físicas. Entre os métodos mais comuns estão aqueles que dependem das propriedades coligativas de soluções diluídas. Estes são: (a) Abaixamento de ponto de congelamento (b) Elevação do ponto de ebulição (c) Pressão osmótica (d) Abaixamento de pressão de vapor Propriedade coligativa é definida como aquela a qual é uma função do número de moléculas de soluto presentes por unidade de volume de solução E não é afetada pela natureza química do soluto. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Crioscopia e ebulioscopia Crioscopia: baseada no abaixamento do ponto de congelamento devido à presença de um soluto Ebulioscopia: baseada na elevação do ponto de ebulição devido à presença de um soluto As soluções devem ser muito diluídas, a fim de que se aplique a Lei de Raoult e, sendo altas as massas molares, o número de moléculas presentes na solução é relativamente pequeno. Consequentemente, o efeito sobre a variação de temperatura (de congelamento e de ebulição) também é pequeno, acarretando em limitações de ordem instrumental. As medidas são limitadas pela sensibilidade do termômetro usado para obter DT. Raramente é possível detectar um DT < 0,001 ºC com alguma precisão. Assim, o limite de medida precisa está na região de 25.000 a 30.000 g/mol. Exemplo: solução de polímero (50.000 g/mol) a 1% → DT ≈ 0.001 ºC Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Pressão osmótica Osmose é o fenômeno de penetração de um solvente em uma solução através de uma membrana semipermeável, isto é, a membrana é permeável a moléculas de solvente e impermeável a moléculas de soluto, em particular para polímeros de alta massa molar. Devido à diferença de potencial químico, que tende a se igualar, moléculas do solvente penetram na solução, ocasionando uma diferença na altura dos êmbolos. Observação: - a membrana deve ser resistente ao solvente empregado - o método permite determinar massas molares na faixa de 10.000 a 1.000.000 g/mol Valores mais baixos: a membrana pode deixar de ser seletiva e permitir a passagem de moléculas de polímero. Valores mais altos: a variação na altura dos êmbolos é muito pequena. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Osmometria de pressão de vapor Este é um método relativo e é calibrado usando padrões de baixa massa molar, tais como benzila, estearato de metila ou penta acetato de glicose. VPO: Como existe uma diferença na pressão de vapor entre as gotas de solução e de solvente, solvente da fase vapor irá condensar sobre a gota de solução, liberando calor e aquecendo a gota da solução. Quando o equilíbrio é atingido, a diferença de T entre as duas gotas (DT) é uma medida da extensão do abaixamento da pressão de vapor pelo soluto. DT é registrado como uma diferença na resistência DR. Por causa do grande excesso de solvente presente, a evaporação, e daí o resfriamento da gota de solvente, é desprezível. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Este método é útil para medir valores de Mn na faixa de 50 a 50.000 g/mol. Limite: se a massa molar for muito elevada, teremos poucas moléculas do polímero na gota, não sendo suficiente para proporcionar uma diferença de temperatura que seja percebida pelo aparelho. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Massa molar ponderal média - Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ w IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Espalhamento de luz É um dos métodos mais utilizados para determinação da massa molar ponderal média. O fenômeno de espalhamento de luz por partículas pequenas é familiar a todos nós: A cor do céu; A pequena penetração dos faróis na neblina pelas gotas de água espalhando a luz. O espalhamento de luz se deve à heterogeneidade molecular do meio atravessado pelo raio luminoso. A quantidade de luz espalhada é proporcional à massa das moléculas dispersas no meio; O que se mede é a intensidade de luz difundida. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Ultracentrifugação Quando partículas macroscópicas são permitidas assentarem-se em um líquido, sob a força da gravidade, é possível determinar seu tamanho e massa. Macromoléculas em solução, normalmente, levariam anos para superar o movimento Browniano e formar um sedimento. Este problema pode ser contornado sujeitando a solução a uma força externa, forte o suficiente para alterar significativamente sua distribuição espacial, em um período de tempo curto. http://qa.ff.up.pt/fa/pdf/fa-t08.pdf Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ A velocidade de rotação pode alcançar 68.000 rpm. Durante a rotação, a célula é atravessada por um feixe de luz colimado (lâmpada de mercúrio) Limites de massa molar: 102 a 106 g/mol. http://qa.ff.up.pt/fa/pdf/fa-t08.pdf IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - O solvente deve ter densidade e índice de refração suficientemente diferentes do polímero a fim de que o sistema óptico de detecção seja capaz de medir o movimento das cadeias poliméricas. A centrífuga é operada a altas velocidades para transportar as moléculas de polímero através do solvente para o fundo da célula (se a densidade do solvente for menor que a do polímero) ou para o topo (flotação) se o inverso é verdadeiro.A velocidade de movimento pode ser medida através do acompanhamento da variação no índice de refração. À medida que as moléculas sedimentam, uma camada de solvente puro é deixada, cujo o índice de refração difere da solução. A variação do índice de refração é acompanhada como uma função do tempo. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar MÉTODOS RELATIVOS Viscosimetria Quando um polímero é dissolvido em um líquido, a interação dos dois componentes estimula o aumento nas dimensões do polímero, além daquela do estado não solvatado. Por causa da vasta diferença no tamanho entre solvente e soluto, as propriedades friccionais do solvente na mistura são drasticamente alteradas e ocorre um aumento na viscosidade, o qual deveria refletir o tamanho e a forma do solutos dissolvido, mesmo em soluções diluídas. Um os métodos mais simples de examinar este efeito é por viscosimetria capilar. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ostwald-Fenske Ubbelohde IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - www.fishersci.com https://www.youtube.com/watch?v=OuV2fENJWZ8 www.hoskin.ca www.sci.buu.ac.th Viscosímetros capilares mais comumente usados https://www.youtube.com/watch?v=pIoYM5F14xI Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Mesmo em soluções diluídas, provavelmente, ocorre interferência molecular e ηsp é extrapolada para concentração zero, para obter uma medida da influência de um novelo polimérico isolado. Isto pode ser acompanhado de 2 modos: IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar - Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Cromatografia de permeação em gel (GPC) ou Cromatografia de exclusão por tamanho (SEC) A distribuição de massa molar de uma amostra de polímero tem uma influência significativa sobre suas propriedades. Um conhecimento do perfil dessa distribuição é fundamental para uma caracterização completa de um polímero. A determinação da distribuição de massa molar por técnicas de fracionamento convencionais consome muito tempo e o GPC pode proporcionar essa informação de modo eficiente e confiável rapidamente. O método utilizada colunas de aço preenchidas com géis mecanicamente estáveis e altamente reticulados , os quais têm uma distribuição de tamanhos de poros e podem efetuar a separação da amostra de polímero em frações, ditada pelo volume hidrodinâmico (Vh). http://archive.cnx.org/contents/dbc08b96-777f-4912- 9caa-04a31b974794@2/size-exclusion- chromatography-and-its-application-in-polymer-science Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar http://archive.cnx.org/contents/dbc08b96-777f-4912-9caa-04a31b974794@2/size- exclusion-chromatography-and-its-application-in-polymer-science IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Em termos simples, as moléculas grandes, que ocupam um volume efetivo também grande na solução, são excluídas dos poros e passam rapidamente através dos canais maiores (entre as partículas de gel). Essa moléculas eluem da coluna primeiro. À medida que o tamanho molecular do polímero diminui, existe uma probabilidade das moléculas se difundirem para dentro dos poros e canais menores, o que retarda o tempo de passagem através da coluna, resultando em um caminho potencialmente mais longo antes da eluição. A partir da escolha de uma série de colunas de gel com uma faixa apropriada de tamanhos de poro, pode ser obtida uma separação de tamanhos efetiva. O processo de separação é uma função da dependência entre o volume de retenção (ou eluição) VR e a massa molar M. Uma relação confiável entre os dois parâmetros tem que ser estabelecida. Curva de calibraçãoElizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (1) Massa molar Volume hidrodinâmico Massa molar Interação polímero-solvente Presença de ramificações Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ (2) Caracterização de estrutura da cadeia A análise de polímeros compreende uma série de técnicas, a grande maioria delas, instrumentais. A espectroscopia na região do infravermelho (IR) e a ressonância magnética nuclear (NMR) são técnicas valiosas na caracterização da estrutura química das cadeias poliméricas. A difração de raios-x fornece informações sobre a ordenação estrutural das cadeias. A análise térmica é uma das ferramentas mais utilizadas na determinação de Tg, Tm, Tc, Tdegradação, Tvulcanização, módulo elástico, entre outros. IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Infravermelho (IR) Um espectro de emissão ou absorção surge quando moléculas sofrem transições entre estados quânticos correspondentes a duas energias internas diferentes. A diferença de energia DE entre os estados está relacionada à frequência da radiação emitida ou absorvida. Frequências de infravermelho, no comprimento de onda na faixa de 1 – 50 mm, estão associadas com o espectro de vibração e vibração-rotação molecular. Uma molécula contendo N átomos tem 3N modo normais de vibração, incluindo movimentos rotacional e translacional da moléculas como um todo. Alguns modos vibracionais envolvem movimentos localizados de grupos pequenos de átomos e dão origem a bandas de absorção em frequências características destes grupos e do tipo de movimento que ocorre. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Infravermelho Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Infravermelho Detectar grupos químicos em espectro Cristalinidade Isomerismo Análise quantitativa (limitada) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Ressonância magnética nuclear (NMR) Esta técnica utiliza a propriedade de spin (momento angular e seu momento magnético associado) que o núcleo possui, cujo número atômico e o número de massa mão são iguais. Tais núcleos incluem os isótopos de hidrogênio e C13, N15, O17 e F19. A aplicação de um campo magnético forte, ao material contendo tais núcleos, Divide o nível de energia em dois estados representados com spin paralelo e antiparalelo ao campo magnético. As transições entre os estados levam à absorção ou emissão de energia. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia NMR Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia NMR Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Identificação da estrutura química do polímero Configuração estereoquímica Isomerismo em torno das ligações C-C Sequências de copolímeros Análise quantitativa Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Difração de raios-X Este método se baseia no fato de que os comprimentos de onda dos raios-X são comparáveis às distâncias interatômicas dos cristais, sendopossível haver interações e os consequentes efeitos de interferência. Quando a estrutura é ordenada, possuindo certa regularidade, as interferências são acentuadas, permitindo distinguir essas estruturas daquelas desordenadas ou amorfas. Conformação da cadeia Empacotamento da cadeia Desordem na estrutura do cristal Orientação Grau de cristalinidade Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Análise térmica A análise térmica compreende um conjunto de técnicas onde é observada a variação de alguma propriedade física ou química do material em função da temperatura. As três técnicas principais de análise térmica são: Análise térmica diferencial (DTA) Análise termomecânica (TMA) Análise termogravimétrica (TGA) Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Análise térmica diferencial (DTA) Quando uma substância sofre uma variação física ou química é observada uma variação correspondente de entalpia. Isto forma a base da técnica de análise térmica diferencial, na qual a variação é detectada através da medida da diferença de entalpia entre o material em estudo e um padrão inerte. Programa de temperatura Defasagem da temperatura da amostra e do padrão Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Análise termomecânica (TMA) Observa-se a variação de uma propriedade mecânica em função da temperatura. Lucas, Soares & Monteiro. e-papers 2001 Lucas, Soares & Monteiro. e-papers 2001 Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ IX – Caracterização de polímeros (2) Estrutura da cadeia Análise termogravimétrica (TGA) Mede a variação de massa em função da variação de temperatura. Lucas, Soares & Monteiro. e-papers 2001 Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Ciência de polímeros Professora Elizabete F. Lucas UFRJ Colaborador: Thiago M. Aversa Programa do curso I - Introdução II- Conceitos fundamentais III- Reações convencionais de polimerização – mecanismos IV - Processos de polimerização V- Modificações químicas em polímeros VI- Isomerismo macromolecular VII- Polímeros em solução VIII- Polímeros no estado sólido IX- Caracterização de polímeros X- Polímeros de interesse industrial Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ Bibliografia Dicionário de Polímeros C. T. Andrade, F. M. B. Coutinho, M. L. Dias, E. F. Lucas, C. M. F. Oliveira, D. Tabak Introdução a Polímeros Eloisa B. Mano Introduction to Polymer Science and Technology H. S. Kaufman Polymer Chemistry B. Vollmert Polymer Chemistry – An Introduction R. B. Seymour and C. E. Carraher Polymers: Chemistry and Physics of Modern Materials J. W. G. Cowie Polymer Science and Engineering D. J. William Principles of Polymerization George Odian Textbook of Polymer Science J. W. Billmeyer Jr. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ X – Polímeros de interesse industrial Muitas propriedades dos polímeros, tais como solubilidade, permeabilidade a gás, resistência elétrica e resistência química e a solventes, são significativas na determinação do uso de um determinado polímero em uma aplicação específica. Os polímeros podem ser utilizados no estado sólido, como um artefato, ou em solução/dispersão/emulsão. A principal consideração na determinação da utilidade de um polímero no estado sólido é seu comportamento mecânico, isto é, suas características de deformação e escoamento quando submetido a uma determinada tensão. A principal propriedade de um polímero que será aplicado em um sistema fluido é sua interação com o solvente. Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ X – Polímeros de interesse industrial Polímero Usos Termoplásticos Polietileno (PE) Utensílios domésticos, isolantes, tubos, garrafas Polipropileno (PP) Tubos para água, equipamento hospitalar esterelizável Poli(tetrafluoroetileno) (PTFE) Superfícies não aderentes, isolante, juntas (gaxetas) Poli(cloreto de vinila) (PVC) Discos, garrafas, conexões Poliestireno (PS) Painéis leves, azulejos, suporte de caneta Poli(metacrilato de metila) (PMMA) Utensílios de banheiro, lentes, placas de luminárias Policarbonato CD, hélice de refrigeração, capacetes de segurança Termorrígidos Polibutadieno Banda de rodagem de pneus SBR Pneus, usos gerais ABS Mangueiras para óleo, gaxetas, depósitos de combustíveis Policloropreno Artefatos com resistência a óleo, intempéries e inflamabilidade Silicones Gaxetas, vedação de portas, próteses e moldes flexíveis (medicina) Poliuretanos Rolos para tinta, juntas Usos de alguns polímeros no estado sólido Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ X – Polímeros de interesse industrial Usos de alguns polímeros em sistemas fluidos Polímero Usos Amido Espessante de alimentos (geleias, leite) Goma xantana Espessante de fluidos de perfuração de poços de petróleo Carboximetilcelulose Espessante na indústria de tintas Poliacrilamida Espessante de fluidos de recuperação avançada de petróleo Poli(álcool vinílico) Agente floculante para tratamento de água Poli(óxido de etileno) Agente floculante para tratamento de água Elizabete F. Lucas e Thiago M. Aversa UFRJ