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Reações adversas aos medicamentos



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INTRODUÇÃO
Os medicamentos se tornaram uma importante ferramenta terapêutica, auxiliando na melhoria da qualidade e expectativa de vida da população. Entretanto, para que a farmacoterapia tenha êxito e produza os resultados esperados, é indispensável que os medicamentos tenham qualidade, segurança, eficácia, e que sejam prescritos e utilizados adequadamente.
O medicamento tem se transformado em um elemento importante na recuperação e garantia da qualidade de vida; no entanto, há riscos evitáveis associados a seu uso. Eles têm-se convertido em elementos de primeira ordem que constituem em ferramentas poderosas para aliviar o sofrimento humano. 
 Produzem curas, prolongam a vida e retardam o surgimento de complicações associadas a doenças, facilitando o convívio entre o indivíduo e sua enfermidades. Além disso, é possível considerar o uso apropriado e racional dos medicamentos, por um lado, os medicamentos podem aumentar a expectativa de vida, erradicar certas doenças, trazer benefícios sociais e econômicos Por outro lado, podem aumentar os custos da atenção à saúde se utilizados inadequadamente e ou levar à ocorrência de reações adversas a medicamentos.
As reações adversas aos medicamentos (RAM) são entendidas como qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se apresenta após a administração de doses de medicamentos normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade. Eles são um dos graves problemas de saúde pública em todo o mundo, responsáveis por numerosas hospitalizações, pelo aumento do tempo de permanência hospitalar e, até mesmo, por óbitos.
As consequências das reações a medicamentos são muito variáveis, abrangendo desde reações de leves intensidades ou pouca relevância clinica até as que causas prejuízos mais graves. Além disso, elas afetam negativamente a qualidade de vida do paciente, influenciam na perda de confiança do paciente para com o médico, aumentam custos, podendo também atrasar os tratamentos, uma vez que podem assemelhar-se à enfermidades.
2. OBJETIVO
 Estreitar o conhecimento sobre o tema reações adversas dos medicamentos, podendo identificar seus efeitos com o princípio e riscos que pode trazer ao paciente.
3. METODOLOGIA
A abordagem metodológica da pesquisa constituiu levantamento de 13 documentos, sendo eles artigos e revistas, onde obteve através das bases de dados através dos sites: Portal Bvs-Biblioteca Virtual em Saúde-lilacs (Scielo), Google Acadêmico e nas revistas, que teve como critério de inclusão trabalhos completos em português, publicado a partir dos anos de 2013 a 2018. Utilizamos também algumas palavras chaves: Reações adversas, medicamentos, administração de fármacos, interações medicamentos 
4. REFERENCIAL TÉORICO
As reações adversas a medicamentos são eventos clínicos indesejáveis atribuídos aos medicamentos utilizados em doses adequadas à enfermidade e à condição clínica do paciente. Podem provocar danos graves à saúde, ocasionando, muitas vezes, admissões hospitalares e até mesmo óbito (MOTA et al, 2018)
‘’O acompanhamento adequado, e o conhecimento das variações farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas características do quadro, auxiliam na prevenção e no controle das reações adversas que possam surgir’’ (NAGAI et al,2018)
Dentre as classes terapêuticas de medicamentos encontra-se Benzodiazepinicos, que através de estudos realizados apresentou tais reações adversas aos pacientes, dentre elas Hipotensão, fadiga, náusea, visão borrada, rash cutâneo (SECOLI, 2010)
‘’Os AINEs podem desencadear várias manifestações clínicas, como asma, rinite, reações cutâneas, anafilaxia, anafilaxia não alérgica, meningite asséptica, pneumonite de hipersensibilidade’’ (VARALDA, D. B.; MOTTA, A. A, 2009)
 De acordo com Mercês (2017) As principais manifestações clínicas na cavidade oral das RAM são a xerostomia, alterações no paladar, lesões brancas, aumento de volume gengival ou das glândulas salivares, reações liquenóides e infecções. Além de complicações mais severas como úlceras em mucosas, angioedemas, necroses 
‘’Os efeitos gastrointestinais (náuseas, vômitos, epigastralgia e dor abdominal) constituem o grupo de reações mais comuns e podem ser atribuídas a qualquer droga antituberculose ‘’(VIEIRA et al, 2008)
Os betabloqueadores apresenta como as principais reações adversas Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insónia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual (RIBEIRO et al, 2010)
Outros exemplos de reações adversas a medicamentos que ocorrem graças a propriedade da substância e que não estão relacionadas com o efeito terapêutico: algumas fenotiazinas, muitos anti-histamínicos e a maioria dos antidepressivos tricíclicos têm propriedades anticolinérgicas que resultam numa reação tipo atropina levando a sintomas como boca seca, dificuldade de acomodação visual e retenção urinária (COSTA, 2015)
Existem situações nas quais o efeito indesejável parece, a princípio, não estar relacionado com a ação farmacológica básica do fármaco, mas corresponde, na verdade, a uma consequência direta dessa ação principal. É o caso do sangramento gástrico produzido pela aspirina (CARVALHO et al, 2015)
A hiposalivação pode ser ocasionada por diversas classes de fármacos como antidepressivos, antipsicóticos, antihistamínicos, diuréticos, anti-hipertensivos, supressores do apetite, descongestionantes nasais, broncodilatadores, relaxantes musculares e antirretrovirais (WOO, 2015)
Idiossincrasia são reações nocivas, considera-se que as respostas idiossincrásicas se devem ao polimorfismo genético. Um exemplo seria a anemia hemolítica por deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), um traço herdado na forma recessiva ligada ao sexo, esse tipo de anemia pode acontecer, por exemplo, em determinados indivíduos que utilizam a droga antimalárica primaquina. Esta droga é bem tolerada pela maioria dos indivíduos, e pode causar hemólise, que conduz a grave anemia (MAGALHÃES, S.; CARVALHO, W. S,2001)
‘’As substâncias fenfluramina e dextrofenfluramina foram proscritas no Brasil mediante a comprovação científica de que podem causar lesões nas válvulas cardíacas’’ (CARDOSO et al, 2017)
Paciente que vai uso do contraceptivo de emergência (CE), apesar das orientações sobre uso correto do CE, apresentam efeitos adversos observados relacionados pode-se destacar náuseas, vômitos, sangramento uterino irregular, antecipação ou atraso da menstruação, aumento da sensibilidade mamária, retenção hídrica e cefaleia (SOUSA, L. G. DE; CIPRIANO, V. T. F, 2019)
Infecções fúngicas, principalmente a candidíase, é reportada como efeito adverso secundário à terapia com antibióticos de amplo espectro ou uso de corticóides sistêmicos a longo prazo (LIMA, 2015)
Conforme Lima et al (2014) ‘’São reações adversas genotóxicas, causadas por medicamentos que promovem danos genéticos irreversíveis. Exemplo: talidomida provocando focomelia’’
A tolerância é um fenômeno que leva dias ou semanas para acontecer, acontece quando a administração repetida, contínua ou crônica de um fármaco ou droga na mesma dose. Exemplo, tolerância produzido pelos barbitúricos reduzindo seu efeito anticonvulsivante (MAGALHÃES, S.; CARVALHO, W. S,2001)
‘’Reações adversas ao benzonidazol mais relatados aos pacientes é pruridos, parestesia, astenia , rash cutânea e descamação da pele (PONTES et al, 2010)
‘’Uma das principais reações indesejáveis relacionadas ao uso de antidepressivos e antipsicóticos foi insônia que pode estar relacionada ao uso de amitriptilina, citalopram, risperidona, levomepromazina’’(BARBOZA, P. S.; SILVA, D. A, 2015) 
As reações liquenóides, que se apresentam comumente sob a forma de lesões brancas, são as condições inflamatórias mais comuns que afetam a mucosa oral. Muitos medicamentos como piroxicam, sulfasalazina, e glipizida têm sido relacionados ao surgimento de reações liquenóides (MERCÊS, 2017)
O rofecoxibe, um dos antiinflamatórios mais vendidos no mundo,também teve sua comercialização suspensa no mercado mundial, a partir de dados de estudos clínicos que evidenciaram a ocorrência de eventos cardiovasculares graves, se usado continuamente (COSTA, 2016)
As reações adversas mais comuns apresentados nos pacientes no tratamento com LTA, com Antimoniato de Glucantime foram: dores articulares, dores musculares, dor abdominal, cefaleia, mal-estar geral, alergias e convulsões, sendo todas de grau leve, e em seguida os pacientes iam para suas residências (MAIA, Jair; MONTE, Mirlene, 2019) 
‘’Ulceração oral também é relatada pelo uso de imunossupressores, broncodilatadores, anticoalinérgicos, antibióticos, antiinflamatorios esteroidais (AIEs) e aintiinflamatorios não-esteroidais ‘’(MERCÊS, 2017)
Efeitos secundários são os devidos não à ação farmacológica principal do medicamento, mas como consequência do efeito buscado. Por exemplo, a tetraciclina, um antimicrobiano de ação bacteriostática poderá depositar em dentes e ossos, quando utilizada na pediatria, estas deposições podem descolorir o esmalte dos dentes decíduos assim como dos permanentes. A deposição óssea pode provocar redução do crescimento ósseo (MAGALHÃES, S.; CARVALHO, W. S,2001)
CONCLUSÃO
De modo geral, as RAM são associadas a desfechos negativos da terapia. Elas podem influenciar a relação médico-paciente, uma vez que a confiança no profissional pode ser abalada; retardar o tratamento, pois muitas por assemelhar-se a manifestações clínicas típicas de doenças, demoram a serem identificadas, além de afetar a qualidade de vida. Sendo assim, a educação e orientação a população é um aspecto importante para a prevenção das reações adversas a medicamentos diante do uso irracional de medicamentos, enfatizando a necessidade de estimular os profissionais para um monitoramento constante e reavaliação contínua dos resultados terapêuticos visando à correção de problemas associados ao uso de medicamentos.
REFERENCIAS
LEITE, Silvana Nair; VIEIRA, Mônica; VEBER, Ana Paula. Estudos de utilização de medicamentos: uma síntese de artigos publicados no Brasil e América Latina. 2015
PFAFFENBACH, Grace et al. Reações adversas a medicamentos como determinantes da admissão hospitalar. Revista da Associação Médica Brasileira, 2016.
MAGALHÃES, Sérgia Maria Starling; CARVALHO, W. S. Reações adversas a medicamentos. Gomes MJVM, Moreira AM. Org. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, p. 125-45, 2015.
MAGALHÃES, Sérgia Maria Starling; CARVALHO, W. S. Reações adversas a medicamentos. Gomes MJVM, Moreira AM. Org. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, p. 125-45, 2001.
DE PONTES, Vânia Maria Oliveira et al. Reações adversas em pacientes com doença de Chagas tratados com benzonidazol, no Estado do Ceará. Rev Soc Bras Med Trop, v. 43, n. 2, p. 182-7, 2010.
VARALDA, Daniela B.; MOTTA, Antônio A. Reações adversas aos antinflamatórios não esteroidais. Rev Bras Alerg Imunopatol, v. 32, p. 27-33, 2009.
BARBOZA, Pablo Sevidanes; SILVA, Denise Aparecida. Medicamentos antidepressivos e antipsicóticos prescritos no centro de atenção psicossocial (CAPS) do município de Porciúncula–RJ. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 3, n. 1, p. 85-97, 2015.
MERCÊS, Eduardo Costa. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS OU LESÕES ASSOCIADAS A EFEITOS ADVERSOS A MEDICAMENTOS EM CAVIDADE ORAL. Anais Seminário de Iniciação Científica, n. 21, 2017.
MUNIZ, Jaqueline Joice. Avaliação de interações medicamentosas e reações adversas no uso de medicamentos por idosos com neoplasia mamária da oncologia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio de Pouso Alegre-MG. Revista de Ciências da Saúde Básica e Aplicada, v. 1, n. 1, 2018.
SOUSA, L. G. DE; CIPRIANO, V. T. F. Contraceptivo oral de emergência: indicações, uso e reações adversas. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 22, p. e665, 10 abr. 2019.
MAIA, Jair; MONTE, Mirlene. REAÇÕES ADVERSAS DO N-METILGLUCAMINA APRESENTADAS DURANTE O TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA. DêCiência em Foco, v. 3, n. 1, p. 54-64, 2019.