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Análise de padrões posturais em alunos de musculação na academia Class Time

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ANÁLISE DE PADRÕES POSTURAIS EM ALUNOS DE MUSCULAÇÃO NA ACADEMIA CLASS TIME.
Victor Hugo Piazza Alves
Jairo Elísio de Melo[1: Acadêmico do curso de Educação Física Bacharelado da Univali, Itajaí][2: Professor orientador do Estágio supervisionado em Educação Física. ]
RESUMO:	A avaliação postural e a utilização de testes musculares são extremamente importantes na avaliação de indivíduos praticantes de musculação nas academias, devido a manutenção da integridade física do mesmo durante a prática dos exercícios, visto que a má postura acaba produzindo um aumento da tensão sobre as estruturas de suporte, fazendo com que o equilíbrio corporal seja menos eficaz. Vale salientar que devido a movimentos repetitivos e muitas vezes a particularidade do trabalho que um indivíduo realiza, as posições corporais predominantes no cotidiano do mesmo, podem vir a influenciar em seu padrão estrutural, muitas vezes alterando a postura dada como ideal, portanto este estudo teve como objetivo analisar os padrões posturais alterados utilizando a avaliação postural e a partir dos testes musculares, identificar desequilíbrios estruturais em indivíduos praticantes de musculação na academia Class Time. Portanto, para o seu desenvolvimento foi utilizado um método quantitativo-qualitativo tratado como estudo de campo com objetivo exploratório. Foram analisados 17 indivíduos sendo 10 de gênero masculino e 7 de gênero feminino. Levando em consideração que grande parte dos praticantes de musculação executam seus exercícios na academia de maneira equivocada, além de manter uma postura inadequada durante o dia-a-dia, tornando muito propícios desequilíbrios musculares e desvios posturais, que podem também vir a desenvolver dor e padrões alterados de movimento, tanto nas tarefas funcionais, quanto na própria sala de musculação, entende-se que pode ser de grande valia a compreensão desses mecanismos compensatórios, fazendo uso da avaliação postural e de testes musculares para melhor guiar a correção dessas alterações.
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação Postural; Testes Musculares; Musculação;
1 – Introdução
	Atualmente pouca atenção se dá a postura corporal, que é definido por Kendall, et al (2007) como arranjo relativo das partes do corpo, mantida no decorrer do dia. 
	Devido a movimentos repetitivos e muitas vezes a particularidade do trabalho que um indivíduo realiza, as posições corporais predominantes no cotidiano do mesmo, podem vir a influenciar em seu padrão estrutural, muitas vezes alterando a postura dada como ideal, que seria de acordo com Kendall, et al (2007) um estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade progressiva, independentemente da posição (ereta, decúbito, agachada ou flexão anterior) na qual essas estruturas estão trabalhando ou repousando.
	Segundo Bricot (2010) a posição estática não é regida por músculos isolados, mas por conjuntos de músculos: "cadeias musculares posturais". Toda disfunção ou desarmonia destas cadeias proprioceptivas levará a uma alteração do tônus postural, fazendo com que esse corpo esteja mais propenso a lesões. Devido a isso torna-se fundamental um estado de harmonia na estrutura corporal, assim como descreve Page, et al (2010) o equilíbrio muscular pode ser definido como uma igualdade relativa de comprimento ou força muscular entre um agonista e um antagonista que é necessário para o movimento e função normais do corpo.
	Vale salientar que a má postura é uma relação defeituosa das várias partes do corpo que acaba produzindo um aumento da tensão sobre as estruturas de suporte, fazendo com que o equilíbrio corporal seja menos eficaz (Kendall et al, 2007), portanto a avaliação postural e detecção de possíveis desvios no praticante de musculação se faz de suma importância para um treinamento mais seguro para o sistema osteomioarticular.
	Além dos benefícios supracitados, a avaliação postural anterior a prescrição de um programa de exercícios é fator chave para a manutenção e reestabelecimento da tensegridade corporal. O termo tensegridade, descreve a capacidade do sistema músculo-fascial de desenvolver tensão e manter a integridade do sistema (Osar, 2017 e Myers, 2016).
Assim como foi supracitado, é entendido que a postura corporal é determinante no funcionamento do corpo, tanto no homem quanto no animal, o movimento intencional é acompanhado e seguido por fenômenos posturais. BRICOT (2010, p.15).
Devido a amostra da pesquisa valer-se de praticantes de musculação, considerou-se a possível presença de atletas, ou praticantes de alguma modalidade esportiva, portanto vale ressaltar a importância da avaliação postural também em atletas de alto nível, visto que o músculo da solicitação anormal consome mais glicogênio, esgota suas reservas e secreta ácido lático, sendo considerado um músculo de mal rendimento, da diminuição de performance ou da sua não progressão, além de ser mais suscetível a lesões (Bricot, 2010, p.37).
Ainda, deve-se levar em consideração que atletas normalmente apresentam um padrão de lateralidade desproporcional, devido a movimentos constantes com prioridade em um lado dos membros do corpo. Devido a isso, é importante ressaltar como sendo flagrante constatar que os raros indivíduos perfeitamente equilibrados não sofrem de dores nas costas, e que somente menos de 10% da população parece corresponder a estes critérios, estes indivíduos quase nunca apresentam dores. (IBIDEM)
Grande parte dos praticantes de musculação executam seus exercícios na academia de maneira equivocada, além de manter uma postura inadequada durante o dia-a-dia, tornando muito propícios desequilíbrios musculares e desvios posturais, que podem também vir a desenvolver dor e padrões alterados de movimento, tanto nas tarefas funcionais, quanto na própria sala de musculação. Tendo essa situação em vista, entende-se que pode ser de grande valia a compreensão desses mecanismos compensatórios, portanto o estudo tem como objetivo principal aplicar avaliação postural em indivíduos praticantes de musculação na academia Class Time, a partir de objetivos específicos como analisar padrões alterados de estrutura corporal, detectando desequilíbrios musculares aparentes, além de verificar os resultados apresentados nas avaliações posturais através de testes musculares, e por fim comparar o percentual de indivíduos com determinadas classificações de desvios posturais.
2 – Fundamentação Teórica
2.1 – Padrões Posturais
Dentro dos conceitos de postura, Kendall (2007), divide os padrões posturais em quatro tipos de alinhamentos baseados nas curvaturas fisiológicas da coluna vertebral. Os alinhamentos posturais são divididos em Alinhamento ideal, onde todas as curvaturas fisiológicas da coluna se encontram neutras, Postura cifótica-lordótica, onde as curvaturas da coluna se encontram acentuadas demais, Postura com o dorso plano, onde as curvaturas da coluna se encontram retificadas e por último a Postura sway back ou relaxada, onde o indivíduo tem o centro de gravidade deslocado para frente com acentuação de todas as curvaturas da coluna. Qualquer alteração na posição tida como ideal em qualquer outro membro do corpo, também pode ser considerado um padrão postural incorreto.
O alinhamento ideal de postura, se dá pelo equilíbrio de forças entre grupamentos musculares agonistas e antagonistas que trabalham em conjunto para sustentar o corpo contra a força gravitacional. Para que se possa analisar essas condições de equilíbrios e desequilíbrios, torna-se fundamental a utilização da avaliação postural, onde será possível observar as condições apresentadas na estrutura corporal dos indivíduos avaliados. Com base nisso, este estudo irá se basear na avaliação da amostragem utilizando apenas o plano sagital (vista lateral), onde de acordo com Moura e Silva (2012) partindo do pressuposto de que o avaliado apresente uma boa postura, a linha vertical traçada pelo fio de prumo deverá atravessar o orifício auricular, seguido do centroda articulação glenoumeral coincidindo com o acrômio, centro da articulação do quadril e trocânter maior do fêmur, côndilo lateral da tíbia e por último ligeiramente à frente do maléolo lateral. Assim como na Imagem 1, trazida por Kendall, et al (2007, p.64)
Imagem 1: Alinhamento postural ideal segundo Kendall, et al (2007)
 De acordo com Franken (2018, p.7) qualquer desequilíbrio entre esses pares acarretará em compensações para que o centro de gravidade do corpo seja mantido em posição ideal e os olhos apontarem para o horizonte, mesmo que isso custe a integridade da cintura escapular e coluna cervical. Estes músculos que trabalham em antagonismo para sustentar a postura em alinhamento padrão podem ser classificados como tônicos que por questões filogenéticas possuem a tendência ao encurtamento quando utilizado excessivamente ou quando mal utilizado, e os mesmos tem a tendência hiperativação quando o músculo agonista não trabalha de maneira eficiente, já a musculatura dita como fásica, atua para contrabalancear a força da musculatura tônica, entretanto essa musculatura, pela sua filogenética, possui a tendência à inibição, e excesso de alongamento quando não utilizada ou quando seu antagonista apresenta-se encurtado, (IBIDEM). 
Page, et al (2010) mostra que Janda observou que nenhum músculo é exclusivamente fásico ou tônico, sendo que alguns músculos podem exibir características tônicas e fásicas. Os músculos, no entanto, tendem a ser tensos ou fracos na disfunção. Por exemplo, os escalenos são filogeneticamente classificados como músculos fásicos, mas muitas vezes são propensos ao encurtamento devido à sobrecarga resultante de má postura e ergonomia. Os músculos que são propensos ao encurtamento às vezes são considerados fracos, enquanto os músculos propensos a fraqueza às vezes são encontrados rígidos. O que pode sugerir a presença de uma lesão estrutural localizada em vez de uma patologia funcional do sistema sensório-motor.
A classificação, feita por Janda em 1983 citada no livro de Page, et al (2010) dos músculos propensos a tensão e fraqueza, é mostrada na Tabela 1:
Tabela 1: Relação de músculos com tendência tônica e fásica, classificado por Janda em 1983.
É sabido que a gravidade exerce uma determinada pressão de cima para baixo diante da estrutura corporal, e deve estar atuando sobre as articulações passando sempre por entre ou bem próximo aos eixos articulares (centro de rotação da articulação), dessa forma é possível manter o equilíbrio sem dispêndio de energia para tal, entretanto, a partir do momento em que a gravida passa a atuar mais à frente ou mais atrás dos eixos articulares, desequilíbrios de força começam a ser gerados e de fato, alguns músculos serão posicionados de maneira encurtada e outros de maneira alongada. FRANKEN (2018, p.9) 
Um bom exemplo para o que diz Franken, apresenta-se na protusão na cabeça, onde a mesma fica anteriorizada em relação a coluna vertebral, o que acaba por causar tensão a nível de vertebras cervicais. Segundo Neumann (2018) períodos prolongados de protração podem levar a uma postura crônica de cabeça projetada para frente, causando aumento da pressão sobre os músculos extensores crânio-cervicais.
	E devido a estes encurtamentos de cadeias musculares e inversamente, alongamento de suas opostas, alguns desequilíbrios serão identificados nesta pesquisa, como o deslizamento anterior da cabeça do úmero, descrito por Sahrmann (2005, p. 254) como deslizamento excessivo anterior da cabeça do úmero ou deslizamento posterior insuficiente, que pode ser acompanhada por frouxidão das estruturas anteriores e por rigidez ou encurtamento das estruturas da região posterior da articulação glenoumeral sendo pertinente a essa observação também, algumas afirmações de Janda citadas no livro de Page, et al (2010) mostrando que a dor crônica no ombro, como a causada pelo impacto subacromial, é uma queixa comum, existindo ainda dois tipos de impacto subacromial: estrutural (primário) e funcional (secundário). Outro desequilíbrio muito presente em padrões posturais Sway-Back, o deslizamento anterior da cabeça do fêmur, cunhado também por Sahrmann (2005), deve-se ao deslizamento posterior inadequado da cabeça do fêmur durante a flexão do quadril onde ocorre uma rigidez dos músculos extensores do quadril e das estruturas da face posterior da articulação do quadril, em conjunto com a flexibilidade das estruturas anteriores da articulação, devido a extensão prolongada do quadril, criando um caminho de menor resistência para o deslizamento anterior, que é frequente em pessoas jovens, atletas de corrida de longa distância, bailarinos e praticantes de artes marciais.
2.2 – Testes Musculares
Segundo Kendall (2007, p.4), os testes de comprimento muscular são realizados para se determinar se a amplitude do comprimento muscular é normal, limitada ou excessiva. Os músculos que possuem um comprimento excessivo usualmente são fracos e permitem o encurtamento adaptativo dos músculos oponentes. Os músculos que são muito curtos geralmente são fortes e mantém os músculos oponentes em uma posição alongada.
	O teste do comprimento muscular consiste em movimentos que aumentam a distância entre a origem e a inserção. Consequentemente, eles alongam os músculos em direções opostas àquelas das ações musculares.
	O teste preciso do comprimento muscular geralmente exige que o osso de origem esteja em uma posição fixa enquanto o osso de inserção se move na direção do alongamento do músculo. Os testes de comprimento utilizam movimentos passivos ou ativos assistidos para determinar a extensão em que um músculo pode ser alongado.
2.3 – Alongamento
	Achour Júnior A. (2010) conceitua o alongamento como o termo usado para descrever os exercícios físicos que aumentam o comprimento das estruturas dos tecidos moles e, consequentemente, a flexibilidade. O autor também considera flexibilidade como a capacidade física responsável pela máxima amplitude de movimento músculo-articular de uma ou mais articulações sem o risco de lesão.
2.4 – Encurtamento adaptativo
O encurtamento adaptativo conceituado por Kendall (2007), é a contração resultante do músculo que permanece numa posição encurtada. A menos que o músculo oponente seja capaz de tracionar a parte posterior para a posição neutra ou que alguma força externa seja exercida para alongar o músculo curto, o músculo em questão permanecerá encurtado.
2.5 – Fraqueza de alongamento
A fraqueza de alongamento é definida por Kendall (2007), como a fraqueza decorrente de músculos que permanecem alongados um tanto além da posição de repouso fisiológica neutra, mas não além da amplitude normal do comprimento muscular. O conceito está relacionado à duração e não a gravidade do alinhamento defeituoso.
3 – Metodologia
3.1 – Tipo de pesquisa
	Para o estudo, foi utilizado o método de pesquisa quantitativo-qualitativo, pois de acordo com Gerhardt e Silveira (2009, p.31) no método qualitativo os pesquisadores buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens, levando em consideração a forma de análise postural dos indivíduos não utilizar graus e angulações das articulações, comumente feito no método de fotogrametria que torna-se quantitativa devido a utilização de análises computadorizadas de fotos digitalizadas, (MOURA e SILVA, 2012).
	Entretanto, devido a utilização de dados gráficos para quantificação dos resultados da coleta, foi utilizado o método quantitativo visto que segundo Fonseca (2002) apud Gerhardt e Silveira (2009) diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados.
	Dentro deste tipo de pesquisa, a técnica utilizada deve-se ao estudo de campo, que focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho,de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Dessa forma, o estudo é utilizado com o objetivo de observar diretamente as atividades do grupo estudado, podendo utilizar entrevistas para captar explicações, além de análises de documentos, filmagens e fotografias. (GIL, 2002, p.53). 
	Por fim o estudo possui um cunho de pesquisa exploratória, podendo proporcionar uma maior familiaridade com o problema, tendo em vista torna-lo mais explícito, podendo ainda seguir a construção de hipóteses, portanto, pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. (GIL, 2002, p.41).
3.2 – População/Amostra
	Para a realização do presente estudo, participaram da avaliação postural 17 praticantes de musculação da academia Class Time em Itajaí, sendo eles, 10 do sexo masculino e 7 do sexo feminino, e para os testes musculares 3 indivíduos não puderam comparecer, totalizando 14. Não houve preocupações e nem critérios de exclusão para idade, gênero, peso, estado de saúde, etc.
3.3 – Local de coleta
	A coleta de dados, foi realizada em uma sala separada especificamente para avaliações dos alunos. Para as fotografias foi escolhido o espaço onde ficaria o simetrógrafo (cujo qual não foi utilizado) devido a cor branca da parede ao fundo, que facilita as avaliações feitas posteriormente. Os testes musculares foram realizados em uma maca presente na sala. Optou-se por climatizar o local e manter a temperatura em 21° para equiparar-se a temperatura presente na sala de musculação.
3.4 – Instrumentos
	No desenvolvimento das fotos para as avaliações, os materiais utilizados foram um celular Iphone 6s, as imagens eram posteriormente passadas a um Notebook Dell Inspiron 14 onde seriam feitas as avaliações com a utilização de um software de avaliação postural programado no Excel 2016, e uma corda esportiva representando o fio de prumo. Para os testes musculares foi utilizada uma maca de fisioterapia e a coleta de dados dos testes foi demarcada em uma tabela feita no software Word 2016, para posteriormente serem comparadas as avaliações posturais com uma tabela também feita no Software Word 2016. 
3.5 - Avaliação Postural
	Da avaliação postural, as fotos foram realizadas a 3 metros de distância dos indivíduos e foram captadas no plano sagital (esquerdo e direito), seguindo os critérios de avaliação de Kendall (2007), onde o fio de prumo (representado pela corda esportiva nessa pesquisa) no plano sagital deve estar posicionado ligeiramente a frente do maléolo lateral da fíbula. Após a captura das fotos dentro dos critérios pré-estabelecidos, estas foram divididas entre os dois acadêmicos pesquisadores com certificado em avaliação postural e experiência média de 1 ano, para serem avaliadas de forma qualitativa. Para a anotações dos desvios posturais dos indivíduos, foi utilizada uma tabela sugerida por Moura e Silva (2012) apresentada na Tabela 1, e adaptada pelos acadêmicos para ficar dentro dos padrões do que se buscou analisar nas fotografias, apresentada na Tabela 2.
Tabela 1: Tabela para anotações de desvios posturais sugerida por Moura e Silva (2012)			
	
Tabela 2: Tabela para anotações de desvios posturais modificada.
	A respeito do traje dos indivíduos, foi pedido para os homens que utilizassem um shorts curto ou bermuda, e para as mulheres um shorts legging e um top esportivo, isto para que não houvesse a cobertura de qualquer estrutura que precisasse ser avaliada.
	Os resultados de padrões posturais dos indivíduos foram anotados em uma tabela feita no software Word 2016, apresentada na Tabela 3:
Tabela 3: Padrões posturais verificados de cada indivíduo.
3.6 – Testes musculares
	A aplicação de testes musculares foi realizada para observação do comprimento e força muscular dos indivíduos da pesquisa, após a avaliação postural, para analisar a pertinência da mesma. Os testes de comprimento muscular realizados foram do peitoral maior, latíssimo do dorso, peitoral menor, íliopsoas, reto femoral, e paravertebrais, já o teste de graduação de força foi aplicado nos músculos flexores do pescoço e abdominais. Todos os testes que foram aplicados e mensurados são referenciados por Kendall (2007).
3.7 – Procedimentos
3.7.1 – Avaliação Postural	
	Para a avaliação postural foi inicialmente solicitado aos indivíduos que posicionassem em perfil lateral (direito ou esquerdo) alinhando os pés na mesma direção, sem que um membro estivesse à frente do outro, os braços ao longo do corpo e o olhar direcionado ao horizonte. Após o correto posicionamento corporal alinhado a corda esportiva (fio de prumo), era pedido aos indivíduos que inspirassem e expirassem profundamente relaxando o corpo logo em seguida, após isso eram feitas as fotos. 
 3.7.2 – Testes de comprimento muscular
	Foram realizados os testes de comprimento muscular nos seguintes grupos musculares: Peitoral maior, Latíssimo do dorso, Peitoral menor, Iliopsoas, Reto femoral e Paravertebrais. Abaixo, estão descritas a forma de aplicação dos testes.
Peitoral maior: 
	Posição inicial: indivíduo em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados e a região lombar retificada sobre a maca.
	Movimento de teste: o examinador coloca o membro superior do indivíduo em abdução horizontal, com o cotovelo estendido e o ombro em rotação externa (palma da mão virada para cima).
Latíssimo do dorso: 
	Posição inicial: em decúbito dorsal, com os membros superiores ao lado do corpo, cotovelos estendidos, joelhos flexionados e região lombar retificada na maca.
	Movimento de teste: o indivíduo eleva ambos os braços estendidos acima da cabeça, mantendo-os próximos da cabeça e levando-os em direção à maca (mantendo a região lombar retificada).
Peitoral menor:
	Posição inicial: em decúbito dorsal, com os membros superiores ao lado do corpo, cotovelos estendidos, palmas das mãos viradas para cima, joelhos flexionados e região lombar retificada sobre a maca.
	Teste: o examinador coloca-se na cabeceira da mesa e observa a posição da cintura escapular em relação a maca.
Íliopsoas:
	Posição inicial: sentado na extremidade da maca, com metade das coxas para fora.
	Movimento de teste: o indivíduo se deita em decúbito dorsal, e posteriormente puxa uma das pernas com o joelho flexionado em direção ao tórax (mantendo a região lombar retificada)
Reto femoral: 
	Posição inicial: o indivíduo se posiciona de joelhos no solo, com os braços cruzados na linha da cintura.
	Teste: o examinador se posiciona para visualizar o indivíduo em vista lateral, observando o posicionamento da coluna lombar e da pelve.
Paravertebrais:
	Posição inicial: sentado com os membros inferiores estendidos e os pés em dorsiflexão.
	Movimento do teste: mover-se para frente, com os joelhos estendidos, e tentar tocar a base dos hálux ou além com as pontas dos dedos da mão, movendo-se na maior amplitude possível que os músculos permitirem.
3.7.3 – Testes de força muscular
	Foram realizados os testes de força muscular nos seguintes grupos musculares: Flexores anteriores do pescoço e Reto do abdome.
Flexores anteriores do pescoço:
	Posição inicial: em decúbito dorsal, com os cotovelos flexionados e as mãos acima da cabeça, repousando sobre a mesa.
	Teste: o examinador posiciona a mão no osso frontal do indivíduo, e após exercer uma pressão moderada, o indivíduo realiza força para flexionar a coluna cervical levando o queixo em direção ao esterno.
Reto do abdome:
	Posição inicial: em decúbito dorsal com o quadril e joelhos estendidos.
	Movimento de teste: solicita-se ao indivíduo que curve o tronco lentamente, completando a flexão da coluna e, em consequência, a amplitude de movimento que pode ser realizada pelos músculos abdominais. Sem interrupção do movimento, o indivíduo deve iniciar a fase de flexão do quadril até chegar na posição sentado.
4 – Resultados e discussão:
4.1 – Avaliação Postural
	Para quantificação dos resultados da avaliação postural, foi utilizadouma tabela contendo o padrão postural de cada indivíduo, além do sexo do mesmo, que é representado na Tabela 4. 
Tabela 4: Padrão postural identificado para cada indivíduo. 
	Também optou-se por gráficos, onde pôde-se observar que dos 17 indivíduos avaliados, 10 apresentaram o padrão Cifótico-lordótico (59% da amostra total), 5 apresentaram o padrão Sway-Back (19% da amostra total), 1 indivíduo apresentou o padrão Dorso Plano (6%) e apenas 1 indivíduo também apresentou o padrão Ideal (6%). Resultados representados no Gráfico 1.
 
Gráfico 1: Quantificação de indivíduos em padrões posturais: Ideal, Cifótica-Lordótica, Sway-Back ou Dorso Plano.
	O Gráfico 2 representa a porcentagem referente quantidade de indivíduos para cada padrão postural detectado.
Gráfico 2: Porcentagem de indivíduos para cada padrão postural: Cifótico-Lordótico, Sway-Back, Dorso Plano e Ideal
	Outros pontos importantes a serem observados, são os desequilíbrios verificados nos indivíduos com padrões posturais alterados relatados no Gráfico 3, onde o deslizamento anterior da cabeça do úmero (Slide do úmero) esteve presente em 8 dos 10 indivíduos com padrão Cifótico-lordótico, o deslizamento anterior da cabeça do fêmur (slide do fêmur) esteve presente em 5 dos 10 indivíduos, a protusão da cabeça em 7 dos 10 indivíduos, o joelho flexo em 3 dos 10 indivíduos e o joelho recurvato em 4 dos 10 indivíduos.
	Nos indivíduos detectados com padrão postural Sway-Back, apenas 1 dos 5 apresentou slide do úmero, em relação a protrusão da cabeça somente 1 indivíduo foi verificado, e todos apresentaram slide do fêmur juntamente com o joelho recurvato que é o fator determinante que registra o padrão postural em questão. 
	O indivíduo com padrão em Dorso Plano apresentou apenas slide do úmero, assim como o indivíduo com padrão Ideal. 
	
Gráfico 3: Desequilíbrios musculares identificados em cada padrão postural.
4.2 – Testes Musculares
Os resultados dos testes musculares foram armazenados e organizados em uma tabela onde contém todos os indivíduos, testes e resultados da aplicação de cada um deles. Segue abaixo a organização dos resultados inseridos na Tabela 5:
Tabela 5: Resultados dos testes musculares dos indivíduos analisados.
4.2.1 – Testes de força muscular
	Em relação aos testes de força muscular, se tratando do teste dos flexores do pescoço, 4 indivíduos apresentaram fraqueza e 10 apresentaram força ideal. Já no abdome, 6 indivíduos demonstraram fraqueza enquanto 8 estavam com a força ideal.
4.2.2 – Testes de comprimento muscular
	Se tratando dos testes de comprimento muscular, alguns testes foram unânimes em relação aos seus resultados, seja para encurtamento ou para comprimento ideal, por exemplo, nos testes para peitoral maior e paravertebrais, todos os indivíduos apresentaram comprimento ideal, inclusive 6 deles possuíam um comprimento até considerado excessivo nessas musculaturas (2 no peitoral maior e 4 nos paravertebrais). Ainda falando de unanimidade nos resultados, no teste de comprimento do peitoral menor, todos os indivíduos apresentaram encurtamento muscular, sem exceção.
	Seguindo com os demais testes que desta vez tiveram os resultados distintos, o músculo latíssimo do dorso apresentou-se com encurtamento em 3 indivíduos e com comprimento ideal em 11. O músculo íliopsoas encontrou-se encurtado em 10 indivíduos e com comprimento ideal em 4, ao passo que o reto femoral de 8 indivíduos estava encurtado enquanto 6 estavam no comprimento ideal, mostrando então que o encurtamento dos músculos flexores do quadril variam de acordo com o padrão postural, podendo estar presente somente nos uni-articulares ou apenas nos bi-articulares.
5 – Considerações finais
	Baseado na literatura supracitada e nos resultados obtidos nessa pesquisa, pode-se afirmar, de fato, que é imprescindível a realização de uma avaliação postural antes da prescrição do treinamento na musculação, visto que a maioria das pessoas possui padrões alterados de postura e que estes podem ser agravados na situação em que o indivíduo realiza um treino inadequado do ponto de vista cinesiológico.
	Dentro dos procedimentos de uma avaliação, os testes musculares podem ser ótimas ferramentas para detectar qualquer tipo de alteração na condição muscular, guiando a prescrição do profissional, que saberá com precisão em quais musculaturas deverá enfatizar o trabalho de flexibilidade, e em quais deverá enfatizar o trabalho de fortalecimento específico.
	Por fim, quando se busca a manutenção ou a melhora da saúde osteomioarticular, recomenda-se fortemente o uso da avaliação postural e se possível dos testes musculares, para que então o profissional de educação física possa prescrever um programa de treinamento mais seguro e eficiente para o cliente, independente do objetivo do mesmo, visto que um indivíduo com o sistema locomotor saudável e equilibrado consegue desenvolver melhor as adaptações orgânicas e valências físicas como a flexibilidade, potência, hipertrofia e força muscular, livre de condições dolorosas e prejudiciais ao sistema musculoesquelético.
	Por fim, pode-se considerar a importância desta pesquisa para servir de base para próximos estudos, relacionados principalmente a prescrição de exercícios após a utilização da avaliação postural em indivíduos praticantes de musculação.
6 – Referências Bibliográficas
BRICOT, B. Posturologia clínica. 1ed. São Paulo: Cies Brasil, 2010.
FRANKEN, J. M. Manual da musculação: cinesiologia e biomecânica aplicadas ao movimento humano. Maceió, 2018.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Org.). Métodos de Pesquisa. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2009. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
JUNIOR, A. A. Exercícios de alongamento: Anatomia e Fisiologia. Barueri: Manole, 2010.
KENDALL, F. et al. Músculos: provas e funções. 5ed. São Paulo: Manole, 2007.
MOURA, J.A.R.; SILVA, A.L. Postura corporal humana: avaliação qualitativa visual por simetrografia e a prescrição de exercícios físicos. 1ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2012.
MYERS, W. T. Trilhos Anatômicos: Meridianos miofascias para terapeutas manuais e do movimento. 3ed. Barueri: Manole, 2016.
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