Buscar

DIREITO DE FAMÍLIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO DE FAMÍLIA 
Prof. Ana Cláudia Scalquette 
Data das Provas: 
P1: 18/09 – Testes ou verdadeiro ou falso. 
P2: X/11 – Com consulta. Prova de resolução de problemas (casos). 
BIBLIOGRAFIA 
o Maria Helena Diniz; 
o Carlos Roberto Gonçalves; 
o Silvio de Salvo Venosa; 
o Holf Madaleno – Repensando o Direito de Família; 
o Washington de Barros Monteiro; 
o Carlos Dias Motta – Direito Matrimonial e Seus Princípios Jurídicos (aprofundado em direito 
matrimonial); 
o Maria Berenice Dias (polêmica, posições que não são aceitas, tomar cuidado); 
o Família e Sucessões – Ana Cláudia Scalquette. 
INTRODUÇÃO 
1. DISPOSIÇÃO DA MATÉRIA NO CÓDIGO CIVIL 
Mudança de direito de família no Código Civil 
O Direito de Família era o primeiro livro (I) CC/16 da parte especial e no Código atual ele é o 
penúltimo (IV) CC/02. 
Redução do número de artigos 
Antes haviam 304 artigos dispondo sobre a matéria, sendo que agora há 273 no Código atual. Houve 
uma simplificação forçada, devido em geral, à igualdade entre homens e mulheres trazida pela Constituição 
Federal. 
Não existência da figura original do Código devido às alterações ocorridas nos 
últimos 13 anos 
Mas nós não temos mais o referido número de artigos, pois foram feitas várias reformas ao Código. 
O Código Civil foi derrogado, por exemplo, no que se refere à adoção, tendo em vista que o ECA passou a 
tratar desse tema. Ademais, foi introduzido o instituto da guarda compartilhada. 
2. CONCEITO DE DIREITO DE FAMÍLIA 
Clóvis Beviláqua afirma que “Direito de família é o complexo das normas que regulam a celebração 
do casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam, as relações pessoais e econômicas da sociedade 
conjugal, a dissolução desta, as relações entre pais e filhos, o vínculo de parentesco e os institutos 
complementares da tutela e curatela”. 
A adoção não foi considerada como vínculo de família no conceito de Clóvis Beviláqua. Existia vínculo 
apenas entre adotado e adotante, sendo que o adotado não tinha direito à herança. O direito vem 
caminhando para dar mais valor a relações afetivas do que aos vínculos biológicos, diferentemente do 
Código Civil de 1996. A adoção de forma plena só se deu com a CF/88 + ECA. 
Ademais, tal conceito não trata da união estável, pois naquela época o instituto do casamento era 
muito forte. Também não aborda a relação homoafetiva (hoje só com a força de jurisprudência, 
precedentes), devido ao preconceito da época. Ainda, não há divórcio e, sim, dissolução de patrimônio, pois 
a CF determinava que o casamento tinha vínculo indissolúvel (“o que Deus uniu, o homem não separa”). 
Além de tudo, não havia o conceito de filiação socioafetiva (da maternidade e/ou paternidade com base no 
afeto, sem que haja vínculo de sangue entre as pessoas, ou seja, quando um homem e/ou uma mulher cria 
um filho como seu, mesmo não sendo o pai ou mãe biológica da criança ou adolescente.) 
Não havia o conceito de Divórcio, apenas o “Disquite” que rompia apenas a “Sociedade Conjugal”, 
não se rompia assim o vínculo Matrimonial ou Casamento (pela CF, era indissolúvel, porém não era cláusula 
pétrea). A Emenda Constitucional nº 9 de 1977 passou a considerar o casamento como Dissolúvel, de modo 
que no mesmo ano foi promulgada a Lei do Divórcio (L. 6515/77). Assim, as pessoas passaram a poder 
terminar o Vínculo Matrimonial e se casar de novo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. OBJETO/Conceito 
Rege as relações familiares e suas consequências sobre as pessoas e os bens. Portanto, no direito de 
família há normas de caráter patrimonial, pessoal e mistas. 
Ex. de patrimonial: regime de casamento. 
Ex. de mista: adoção e filiação (guarda, sustento e educação). 
 Ex. pessoal: dever de fidelidade. 
4. DISCIPLINA LEGAL 
O Direito de Família é tutelado pelo Código Civil e por inúmeras leis esparsas: 
o Código Civil (Livro IV) 
o ECA; 
o Leis de união estável; 
o Lei de Registros Públicos. 
 
5. CONCEITO DE FAMÍLIA 
Conceito amplo 
“Família é formada por todas as pessoas ligadas por um vínculo de sangue [preconceito], provindas 
de um tronco ancestral comum, incluindo todos os parentes consanguíneos ou qualquer pessoa que deles 
dependam [filhos de criação, sendo que hoje é tratada como filiação socioafetiva, inclusive os afins 
[parentes por afinidade – parentes da família do seu cônjuge].” 
Conceito estrito 
“Família é formada por consanguíneos [parentes, para deixar de lado a questão de sangue] em linha 
reta e colaterais sucessíveis até o quarto grau.” 
 
• Obs.: Casamento = Sociedade Conjugal (azul) + Vínculo Matrimonial 
(branco) 
 
 
Conceito mais estrito 
“Família é formada pelos pais com a prole ou um só dos pais com a prole”. → Inclui-se a família 
formada só por cônjuges. 
 
Tipos de parentesco 
O parentesco pode ser: 
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. 
a) Natural ou Consanguíneo: vínculo estabelecido entre pessoas que descendem de um mesmo 
tronco e, dessa forma, estão ligadas pelo mesmo sangue; 
b) Por Afinidade: vínculo que liga uma pessoa aos parentes do seu cônjuge ou companheiro, ou 
seja, é aquele que decorre do casamento/união estável- art. 1595 do CC; 
c) Civil: é o parentesco decorrente da adoção, estabelecido entre adotante e adotado e estendido 
aos seus parentes. Ex.: adoção e filiação socioafetiva (há diferença do momento do vínculo de 
afeto, pois na adoção o vínculo vem depois da adoção, enquanto na filiação socioafetiva o 
vínculo afetivo vem antes): 
d) Por outra Origem: conforme a parte final do art. 1593 do CC. Pode ser formada por cônjuges 
(sem filhos) ou por relações pluriparentais, além de, por reprodução humana assistida (filiação 
decorrente de inseminação artificial/fertilização heterológica) 
 
 
• Linha reta= Ascendente ou Descendente 
São Parentes em Linha reta – as pessoas que estão ligadas umas as outras em uma relação de 
ascendente e descendente. 
 
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na 
relação de ascendentes e descendentes. 
 
• Linha Colateral/Transversal= Igual ou desigual 
 
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas 
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. 
 
São Parentes em Linha Colateral – Aquele em que as pessoas são provenientes de um só tronco 
sem descenderem uma das outras. Nesta Linha o parentesco é contado até o 4º grau. 
(i) Parentes em Linha Colateral Igual – quando a distância entre as pessoas que estão 
sendo comparadas com relação a um ascendente ser a mesma. 
Ex.: eu e primo em relação a avô – 2 graus. 
(ii) Parentes em Linha Colateral Desigual – quando a distância entre as pessoas que estão 
sendo comparadas com relação a um ascendente for diferente. 
Ex.: eu e tia em relação à bisavó – 3 graus para mim e 2 graus para a tia. 
Parentesco por afinidade acaba em 2º grau da linha colateral (ou seja, até os “cunhados”), mas não 
há limites em linha reta. (Para contar os graus deve se por no lugar do cônjuge e contar os graus a partir do 
ancestral em comum.) 
Madrasta e padrasto também são parentes, pois é para considerar que estejam no lugar da mãe/pai 
(ou seja, parentes por afinidade em 1º grau em linha reta). Filho de padrasto/madrasta são parentes por 
afinidade. 
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. 
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge 
ou companheiro. 
Obs.: Concunhados não tem qualquer tipo de grau de parentesco ou até o sobrinho do cônjuge. 
 
• Contagem de ParentescoArt. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na 
colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e 
descendo até encontrar o outro parente. 
Relação Paramental é a relação vinculativa existente não só entre pessoas que descendem uma das 
outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre o cônjuge e os parentes do outro, e entre 
adotante e adotado. 
 
6. CONTEÚDO DO DIREITO DE FAMÍLIA 
Em razão do interesse do Estado na preservação da família, e por ela ser alicerce da organização 
social, o legislador proclamou que a família vive sob proteção especial do Estado. A CF/88 trouxe três 
grandes alterações à matéria. 
 
Igualdade entre homem e mulher 
O chefe da família antes de 1988 era o pai, sendo que a mãe aparecia como colaboradora. O homem 
tinha dever de sustentar a casa e tinha pátrio-poder sobre os filhos (hoje é poder familiar, que se entende 
como poder parental perante os filhos). 
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, 
companheiros e responsáveis pelos encargos da família. 
 
Igualdade entre filhos 
Na certidão de nascimento constava que o filho fora do casamento era ilegítimo (“bastardo”). 
Mesmo se namoravam e não tinham casado. Também constava na certidão quando eram filhos adulterinos, 
filhos incestuosos ou filhos sacrílegos (de padres). Antes havia a adoção limitada, de maneira que os 
adotados não participavam da herança. Mas com a igualdade trazida pela CF, os adotados têm direito 
mesmo quando adotados antes dela, pois a herança começa apenas após a CF. O ato jurídico perfeito foi o 
da adoção e não da sucessão. 
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos 
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
União estável como entidade familiar 
A primeira lei de união estável veio em 1994 (Lei 8.971/94 – Lei dos Companheiros) e a segunda veio 
em 1996 (Lei 9.278/96 – Lei dos Conviventes). 
• L. 8.971/94 – Lei dos Companheiros 
A primeira lei trouxe o (i) direito a alimentos e os (ii) direitos sucessórios, com dois requisitos: 
a- tempo mínimo de união de 5 anos ou haver prole; 
b- e que as pessoas fossem desimpedidas, ou seja, sem compromissos. 
 
• L. 9.278/96 – Lei dos Conviventes 
 A outra lei trouxe a (i) presunção do esforço comum, ou seja, a presunção de que os aquestos se 
comunicariam – bens onerosos adquiridos depois da união e apenas um requisito: 
a- a prova do intuito de constituir família, não exigindo tempo de união nem que as pessoas 
sejam desimpedidas. 
Ex.: se apresentar como marido e mulher; comunicações entre eles (ata notarial); fotos; conta 
corrente em conjunto; comprovante de residência. Há situações em que não tem como não 
reconhecer duas uniões estáveis com uma das partes, quando há vidas paralelas, mas deve-se 
ter em mente a excepcionalidade da situação. 
Não há mais tempo mínimo, ou prole, ou pessoas desimpedidas. Há a proteção dos amantes. 
Obs.: Jurisprudência – união estável paralelo ao casamento. “Vidas paralelas” 
Houve antes de 1988 algumas tentativas de melhorar a situação da mulher na família. O Estatuto da 
Mulher Casada trouxe alguns avanços, mas também algumas incongruências, como a mulher que podia 
reservar bens comprados com o dinheiro dela que não seriam considerados como no regime de bens. Os 
atos antes da constituição são perfeitos, de maneira que ainda valem. 
A retirada do desimpedimento facilitou reconhecimento de união estável entre amante. Mas nesse 
caso, deve-se considerar a presunção do esforço comum, considerando assim o direito obrigacional, como se 
entre amantes tivesse havido uma sociedade de fato, em que as pessoas empreendem esforços para chegar 
a um objetivo comum (adota-se tal conceito para evitar enriquecimento ilícito do amante, principalmente 
devido ao dever do casamento). 
Houve a exclusão do tempo mínimo para configuração de união estável. O juiz deve entender, diante 
dos fatos, se havia união estável, independentemente do tempo que as partes estavam juntas. Ex.: Ronaldo 
e Cicarelli. 
UNIÃO ESTÁVEL 
1. NOMENCLATURA 
Antes do Código Civil de 2002, nós tínhamos concubinato puro, união entre pessoas desimpedidas e 
concubinato impuro, união de pessoas impedidas. 
O concubinato impuro se subdividia em: 
 (i) adulterino, quando o impedimento era de casamento anterior, e 
(ii) incestuoso, quando o impedimento era por parentesco próximo. 
Com o Código de 2002, temos concubinato (união de pessoas impedidas) e união estável (união de 
pessoas desimpedidas). A união estável de hoje era o concubinato puro de antigamente e o concubinato de 
hoje era o concubinato impuro de outrora. 
 
2. CONCEITO 
 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
3. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
Estabilidade 
Não podem ser meras relações sexuais, ainda que reiteradas, pois o que se quer proteger são as 
uniões que se apresentam com os elementos norteadores do casamento. A consequência da estabilidade é a 
durabilidade, ou seja, as uniões devem durar um período mais ou menos longo. Tal conceito é 
extremamente subjetivo, cabendo ao juiz analisar se o período foi longo no caso concreto. 
 
 
QUESTÃO 
Para o casamento de menores, é 
necessária: 
a) autorização do pai; 
b) autorização da mãe; 
c) autorização de qualquer um deles; 
d) autorização de ambos. 
 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na 
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do 
inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável. 
 
Continuidade 
Sem interrupções ou sobressaltos, mas breves rompimentos não podem ser suficientes para 
descaracterizar a união. 
Publicidade 
Esse requisito exige a notoriedade da união, de modo que ambos os companheiros devem se 
apresentar como cônjuges, situação que se assemelha à posse do estado de casado. Mas o fato de você não 
apresentar o seu companheiro como tal, não descaracteriza a união, deve-se analisar o caso concreto. 
Diversidade de sexos 
Até o entendimento do STF, não se estendia a proteção de união estável às uniões homoafetivas, 
que tinham apenas guarida no campo obrigacional. STF entendeu que não se poderia ter como fundamento 
do Estado democrático de direito a dignidade da pessoa humana nem a isonomia, distinguindo homem e 
mulher no caso da união estável. Doutrinas acreditam que não seja necessária a positivação da lei enquanto 
há outros que acreditam ser necessária. 
Obs. 2: até o entendimento do STF, ao julgar a ADIn nº 4.277 e a ADPF nº 132, afastava-se de plano 
qualquer hipótese de a união entre pessoas do mesmo sexo ser entendida como união estável. Esses 
relacionamentos eram protegidos apenas no campo obrigacional. 
Objetivo de constituir família 
Corolário de todos os elementos legais antecedentes. Não é necessária prole em comum, mas sim 
comunhão de vida e interesses. No namoro, você tem intenção de no futuro construir família. Quando há 
união estável, há no presente o objetivo de constituir família. 
Obs.: No caso em que a pessoa continua casada, mas sai de casa, tal ato mostra que houve 
separação de fato, podendo essa pessoa ter união estável com outra, mesmo legalmente casada. 
4. DEVERES MÚTUOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Obs.: a LEALDADEcomo gênero e a FIDELIDADE como espécie. 
Deveres da união estável Deveres do casamento 
1. Respeito; 
2. Guarda; e 
3. Educação. 
 
1. Vida em comum no mesmo domicílio; 
2. Fidelidade. 
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e 
assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
 
Deveres do casamento: 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos. 
• POLIAMOR – 2012 
Uma tabeliã em 2012, aprovou o Poliamor como União estável, pois, há o dever de fidelidade 
(para com o seu grupo). Porém, hoje em dia, o CNJ proíbe a lavratura do Poliamor como União 
Estável. 
 
A Súmula 382 do STF prevê que a vida em comum no mesmo domicílio não é indispensável para a 
configuração do concubinato puro (união estável). Essa Súmula foi editada para uma ação de investigação de 
paternidade, numa época em que não existia exame de DNA. 
Acaba dispensando a vida em um domicílio, mas há que se entender que é o que se espera de uma 
união estável, devendo ser dada uma explicação plausível sobre o motivo de não morarem juntos, mesmo 
não estando expresso no artigo. Ex.: Mãe estava muito doente. Esposa passou no concurso e ele não podia 
se mudar para não sair do trabalho. 
 
Lealdade tem o mesmo significado de fidelidade? Lealdade é gênero, da qual fidelidade é espécie. 
Dentro das atitudes que você espera da lealdade, a fidelidade é uma delas. 
5. CONTRATOS E REGIMES 
CONTRATO DE CONVENIÊNCIA 
Contrato de convivência pode ser feito por instrumento particular ou por escritura pública (forma 
mais comum). Embora haja amplitude na forma, normalmente ele não é feito no início do relacionamento, 
pois a informalidade faz com que seja difícil você perceber o início da união estável. Assim, o contrato valerá 
apenas depois de realizado, não retroagindo à época do início da união (efeito ex nunc), em termos de 
regime de bens. Se declarar que o início foi em tal ano, vai valer para considerar o tempo da união, mas ela 
vai ter sido parcial até o momento da assinatura do contrato. 
 
 
Na união estável aplica-se, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. O contrato deixa 
um lapso temporal para trás que é regido pela comunhão parcial. O contrato de união estável não aceita 
comunhão universal de bens, para evitar simulações provenientes da não-incidência de impostos sobre a 
separação no regime da comunhão universal. 
• Se houver silêncio = regra geral é a da comunhão parcial de bens. 
• A partir do contrato vale o regime escolhido. 
• Euclides Oliveira diz que não poderá haver a comunhão universal de bens na União Estável, pois, 
o contrato particular é muito amplo para tal feito e daria a ideia de fugir da tributação. 
PRINCÍPIOS 
PRINCÍPIO DA RAZÃO DO MATRIMÔNIO E DA UNIÃO ESTÁVEL 
Dispõe que o fundamento básico do casamento e do companheirismo é a afeição entre os cônjuges, 
podendo haver a ruptura da comunhão em decorrência da extinção da afectio. 
 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no 
que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
Súmula 382 do STF. A vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do 
concubinato. 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE JURÍDICA DOS CÔNJUGES E COMPANHEIROS 
Há equivalência de papéis, sendo a família regida por ambos, de comum acordo. Para Maria Helena 
Diniz, em 1988 foi igualado o exercício do direito, sendo que a igualdade jurídica só veio no ano de 2003, 
com a entrada em vigor do Código Civil. Essa opinião é apenas da Maria Helena, a doutrina majoritária 
entende que a igualdade veio em 1988. 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE JURÍDICA DE TODOS OS FILHOS 
São vedadas quaisquer designações discriminatórias. Falando-se hoje apenas em filho já reconhecido 
ou ainda não reconhecido. 
Hoje não se pode classificar os filhos em legítimos e ilegítimos, mas até 1988, quando as pessoas 
eram registradas, havia o registro no assentamento da certidão de nascimento que dispunha se o filho era 
ou não legítima. Já o termo reconhecimento não é discriminatório, existem filhos já reconhecidos, em 
processo de reconhecimento ou ainda não reconhecidos. 
 
 
PLURALISMO FAMILIAR 
Outro princípio é o pluralismo familiar, tendo em vista que a Constituição Federal abrange as famílias 
matrimoniais e as entidades familiares. Nosso conceito de família é plúrimo, havendo diversidade. 
CONSAGRAÇÃO DO PODER FAMILIAR 
Substituiu o anterior pátrio poder e foi consagrado como poder-dever. 
PRINCÍPIO DA LIBERDADE 
Fundado: 
1) No livre poder de constituir uma comunhão de vida familiar por meio de casamento ou união estável, 
sem qualquer imposição ou restrição de pessoa jurídica de direito público ou privado. 
2) Na livre aquisição e administração do patrimônio. A aquisição do patrimônio é livre, não é limitada, mas 
a administração do patrimônio é limitada/relativa, pois depende da autorização da outorga uxória ou da 
autorização marital (art. 1.647 do CC – rol restritivo). 
3) Na opção pelo regime matrimonial mais conveniente. Há liberdade relativa, todos são livres para 
escolher qual regime que rege seu casamento, mas, no art. 1.641 do CC, há situações em que o 
legislador determina que o melhor regime para casar é a separação total de bens. 
4) Na liberdade de escolha do modelo de formação educacional, cultural e religiosa da prole. A crítica é 
que não há várias opções educacionais para escolher na realidade brasileira e há conflitos entre 
liberdade e crença religiosa. 
5) Na livre conduta, respeitando-se a integridade física, psíquica e moral dos componentes da família. 
Discussão: A lei da palmada proíbe que os pais tenham contato físico usado como meio de educação de 
seus filhos, pois criança para ser educada não precisa ser violentada e, se há proibição de bater num 
adulto, deve haver a punição de bater na criança. 
6) Na livre decisão do casal, quanto ao planejamento familiar, intervindo o Estado apenas para propiciar 
recursos educacionais e científicos ao exercício desse direito. 
PATERNIDADE DESEJADA 
Consiste no planejamento familiar, tanto para evitar quanto para facilitar a reprodução humana. 
 
 
CASAMENTO 
NATUREZA JURÍDICA 
A natureza jurídica do casamento é tema controverso, tendo surgido na França, no início do Século 
XVIII, corrente que defendia ser o casamento um contrato, cuja validade e eficácia decorreriam apenas da 
exclusiva vontade das partes. Era uma reação à ideia de casamento somente como sacramento religioso. O 
maior obstáculo a essa corrente era o fato de que se fosse um contrato, poderia ser dissolvido por distrato, o 
que não acontece. O Estado protege a família, pois são as células estatais, de modo que ele coloca 
obstáculos à separação, para que não seja tão simples a separação. 
Ainda como reação de casamento como sacramento religioso, outra corrente defendia a ideia de 
casamento como instituição, formada por um conjunto de regras impostas pelo Estado ao qual as partes 
teriam apenas a possibilidade de aderir. O obstáculo aqui seria quanto à manifestação da vontade, pois ela 
pode acontecer em vários momentos, como na escolha do regime de bens. Portanto, o casamento seria 
pacote completo, no qual as pessoas adeririam ou não. A grande falha é de que a vontade dos nubentes 
nessa teoria era quase reduzida a zero e, na prática, eles manifestam várias vezes as suas vontades, como na 
escolha do regime de bens. 
A saída, para Sílvio Rodrigues, é reconhecer o caráter contratual,mas de forma especial, pertencente 
ao direito de família, com normas cogentes e regras escritas. 
1. DEFINIÇÃO/CONCEITO 
No Brasil, criou-se um conceito de casamento que consiste em uma teoria mista, conforme preceitua 
Sílvio Rodrigues: “Casamento é um contrato de direito de família que tem por fim promover a reunião do 
homem e da mulher de conformidade com a lei, a fim de regularem suas relações sexuais, cuidarem da prole 
e se prestarem mútua assistência.” Portanto, o casamento é um contrato especial de direito de família e o 
Estado dispõe de regras do casamento. 
FINS DO CASAMENTO 
Contrato de Direito de Família 
Contrato com Regulamento próprio 
Homem e Mulher 
Conceito Antigo 
Fins do casamento para Sílvio Rodrigues 
o Regular as relações sexuais: Prática de relações sexuais com apenas os parceiros, dando prioridade a 
fidelidade. 
o Cuidar da prole: Casam-se para cuidar de uma futura prole e não “fabricá-la”, portanto, não há o dever 
de ter filhos. 
o Mútua assistência. 
 
 
 
Fins do casamento para Maria Helena Diniz 
o Instituição da família matrimonial: Dá ideia de caráter superior do casamento, mas a Maria Helena foi 
educada no século passado, com uma educação conservadora e ela ainda mora com os pais, de modo 
que não dá para esperar dela uma visão moderna do direito de família dessa doutrinadora. 
o Procriação: Os filhos são consequência lógico-natural do casamento, embora a falta de filhos não tenha 
o condão de invalidar o casamento (infidelidade, bem como o casamento de pessoas idosas). 
o Estabelecimento de deveres patrimoniais ou não entre os cônjuges. 
o Atribuição do nome ao cônjuge e aos filhos: Antigamente a mulher tinha que colocar o nome do marido 
e os filhos deviam ter o nome coincidente com os seus pais para serem legítimos. Hoje a colocação do 
nome é facultativa. 
• SOBRENOME: Quando há o divórcio, pode-se perder o sobrenome se é o culpado pelo fim do 
relacionamento. Exceção: (i) se o nome é conhecido profissionalmente, assim, o sobrenome torna-se da 
pessoa e poderá passar para seus filhos; (ii) o fato de o nome não poder ser muito diferente dos filhos. 
• PRENOME: Regra da Imutabilidade. Exceção: (i) nome ridículo, que cause constrangimento a pessoa. 
CRIAÇÃO DO CASAMENTO CIVIL 
Em Portugal e no Brasil Império existia o casamento entre católicos, pois os princípios do direito 
canônico regiam todo e qualquer ato nupcial. Com a chegada de novas crenças ao Brasil, o então ministro da 
justiça Diogo de Vasconcellos apresentou o projeto de lei para permitir o casamento de não católicos. Com a 
Lei 1.144/1861, passaram a ser praticados três tipos de casamento no Brasil: ato nupcial católico; acatólico; 
e misto. 
Com a proclamação da República, deu-se a separação entre a Igreja e o Estado, vindo o Decreto 
181/1890 a estabelecer o casamento civil e acabar com qualquer valor jurídico do casamento religioso. A 
partir desse momento, consolidou-se o hábito das duplas núpcias (casamento no civil e no religioso). 
A constituição de 1934, contudo, permitiu a atribuição de efeitos civis à cerimônia religiosa, desde 
que atendidas as prescrições legais, resultando na forma especial de casamento praticada hoje, conhecida 
como casamento religioso com efeitos civis (processo de habilitação para reconhecimento dos efeitos civis 
da cerimônia religiosa). Hoje, se a pessoa se casar no religioso, há uma prova contundente de união estável. 
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO 
 
A capacidade matrimonial não implica a capacidade civil, devendo haver autorização dos pais e 
representantes legais para que o menor entre 16 e 18 anos possa casar. Excepcionalmente, será permitido o 
casamento de quem não completou a idade mínima, no caso de gravidez, ou, ainda, para evitar a imposição 
ou cumprimento de pena criminal (isso não mais se aplica, pois não há mais essa possibilidade no 
ordenamento penal – se dava no crime de sedução, que não mais existe). 
2. CASAMENTO INEXISTENTE 
Distinção entre existência, validade e eficácia. Não dá para se falar em validade, se o ato sequer 
existe. Em existindo, verifica-se a validade. Caso seja válido, analisa-se se produz efeitos. No entanto, há por 
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de 
seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. 
 
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), 
para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. 
determinação legal alguns atos existentes e inválidos que podem produzir efeitos, dependendo da boa-fé 
dos envolvidos, mas é exceção. 
Segundo Silvio Rodrigues, inexistente seria “o negócio que não reúne os elementos de fato que sua 
natureza ou seu objeto supõem e sem os quais é impossível conceber a sua própria existência”, e no que se 
refere ao casamento, pode-se afirmar que “nem sequer é nulo, pois não chega a existir”. Assim, para ele o 
casamento inexistente é um nada jurídico, mas que incomoda por ter de se reconhecer a inexistência por 
ação judicial. 
A teoria do casamento inexistente surgiu na França em razão do princípio de que não pode haver 
nulidade ou anulabilidade do casamento sem que haja expressa disposição legal. Os franceses acreditavam 
que existiam requisitos que eram mais graves e não estavam previstos na lei, elegendo três requisitos 
essenciais do casamento cuja falta acarretaria na inexistência. 
Casamento contraído por um homem e uma mulher/diversidade de sexo 
Deve-se distinguir a diversidade de sexo dos vícios congênitos de formação, como a dubiedade de 
sexos, que acarretaria apenas a anulabilidade do casamento. Importa mencionar que este requisito foi 
revisto pelo Supremo Tribunal Federal e no Brasil não há necessidade da diversidade de sexos para 
existência do casamento. Obs.: Antes da decisão do STF, o casamento entre mesmos sexos era inexistente e 
não nulo. 
Manifestação da vontade 
Se houver ausência total de consentimento, teremos o casamento inexistente (diferente de 
consentimento obtido por coação/vontade viciada). Ex.: Hipnose, sonambulismo; casamento celebrado por 
procuração sem poderes especiais. Se o consentimento foi obtido mediante coação o casamento é inválido, 
podendo ser anulado. Nesse caso, há vício na validade e não na existência. Para haver vício na existência só 
se a pessoa não disse sim no momento do casamento (declaração judicial para pedir que aquele casamento 
é inexistente). 
Celebração formal 
Atender às exigências do Estado. Se duas pessoas se casarem redigindo um instrumento particular, 
por exemplo, esse casamento será inexistente. Caso é firmado por pessoa incompetente (ex.: padre de festa 
junina), há uma falha na celebração, portanto, o casamento é inexistente. 
3. PROCESSO DE HABILITAÇÃO E IMPEDIMENTO 
Exigências 
O Estado, diante do casamento, pode ter duas atitudes. A primeira atitude é a preventiva, para evitar 
que pessoas impedidas se casem. A segunda atitude é a repressiva, prevendo as ações de anulação e 
nulidade de casamento. O processo de habilitação faz parte do controle preventivo. 
O requerimento do processo de habilitação deve ser preenchido por ambos os nubentes e instruído 
com os seguintes documentos: 
o Certidão de nascimento atualizada: Objetivo de verificar se não são impedidos (ver a filiação, se não 
são parentes, se não são casados – ver se há averbação do casamento – etc), se têm a idade mínima 
para casar (idade núbil) que é a idade de 16 anos, com autorização dos pais. Ademais, se a idade for 
avançada (70 anos), não há liberdade de escolha de regime. 
o Comprovante de residência: Objetivo de verificar a competência do cartório,no qual é fixado pelo local 
de residência, e porque deve-se dar publicidade do casamento no lugar em que as pessoas conhecem 
os noivos. 
o Duas testemunhas, parentes ou não: É proibido funcionário de cartório assinar como testemunha no 
processo de habilitação caso não conheça. Objetivo de certificar que não há impedimento. 
o Autorização dos pais ou representantes quando o casamento é entre pessoas entre 16 e 18 anos: 
Poderão negar autorização por costumes desregrados e mal proceder. Ex.: Ser dependente químico ou 
ébrio. Ou, o juiz poderá conceder, porém cabe aos pais provar porque não devem – Motivo denegação. 
o Comprovação do estado civil: O solteiro declara que é solteiro. No caso do divorciado, deve apresentar 
certidão averbada do divórcio ou sentença de divórcio. No caso do separado, deve primeiro se divorciar 
para depois casar novamente, não pode casar deste modo, ainda está impedido. No caso de ser viúvo, 
deve apresentar a certidão de óbito e a certidão de nascimentos averbado. 
De posse desses documentos, o Oficial do Registro lavrará os proclamas, mediante edital, que será 
afixado durante 15 dias em lugar ostensivo do cartório. Os editais também serão publicados no Diário Oficial 
do Estado e em jornal. 
Não havendo oposição de impedimentos, o oficial do registro extrairá certificado de habilitação e 
terá validade por 90 dias. 
Obs.: O juiz poderá, ouvido o MP (após 5 dias), caso exista motivo urgente, dispensar publicação. Ex.: 
parto eminente, viagem inadiável, doença grave. 5 dias para o MP se manifestar e 5 dias para decidir. O MP 
terá 5 dias para se manifestar e o juiz terá 5 dias para decidir. 
HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO E DE CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO 
No CC/1916, o assunto era tratado no art. 183, havendo 16 incisos divididos em três diferentes níveis 
(TODOS de CONTROLE PREVENTIVO): 
o I ao VIII: Impedimentos absolutamente dirimentes → NULO; 
o IX ao XII: impedimentos relativamente dirimentes → ANULÁVEL; 
o XIII ao XVI: impedimentos proibitivos ou impedientes → PENA (em regra, separação total de bens). 
Hoje em dia, o CC/02 disciplina a matéria nos artigos: 
• art. 1521 (impedimentos absolutos – nulidade – “não podem casar” = proibição) 
• Art. 1523 (causas suspensivas – pena – “não devem casar” = conselho, será castigado). 
• As hipóteses de casamento anulável estão no art. 1550, só como causa de anulabilidade e não como 
impedimento. Dessa forma, as causas de anulabilidade saíram do controle preventivo para figurar 
apenas no controle repressivo. 
Impedimentos do art. 1.521, CC/02: 
 
I – Natural (consanguíneo) e civil (adoção); 
II – Há parentesco eterno dos afins em linha reta, independentemente de divórcio; parentes por afinidade 
em linha reta não se extingue com a dissolução do casamento (art. 1.595, pár.2, CC/02) 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II - os afins em linha reta; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; 
V - o adotado com o filho do adotante; 
VI - as pessoas casadas; 
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
 
III – Não pode ser celebrado. Isto porque a adoção atribui a situação de filho ao adotado, desligando-o de 
qualquer vínculo com sua família de sangue (ECA 41). 
IV – Meio-irmão é o irmão unilateral: Por parte de mãe (unilateral uterino) e por parte de pai (unilateral 
consanguíneo). 
Irmão bilateral é o irmão germano, ou seja, de mesmo pai e mãe. 
Até terceiro grau são os tios e sobrinhos. 
Obs.: Liberação do casamento entre primos. 
Obs. 2: O CC/1916 proibia o casamento entre tios e sobrinhos, sendo que o Decreto 3.200/41 surgiu 
exceção em que fosse apresentado 2 atestados médicos afirmando que o casamento não geraria 
prejuízo entre as partes nem aos eventuais filhos. 
O Código Civil/2002 proíbe o casamento entre sobrinhos e tios. Há quem argumente que lei mais nova 
revoga a antiga e outros que argumentem que lei geral não revoga especial; → Impedimento 
predominantemente de ordem moral, mas também para evitar problemas genéticos. 
V – Adotado não pode casar com irmão dos pais adotivos; 
VI – Pessoas casadas. A bigamia é crime. Obs.: Casamento religioso não impede casamento civil, de modo 
que união estável não impede o casamento civil com pessoa diversa da do companheiro. Aconselhamento 
jurídico de terminar o antigo relacionamento, tendo em vista que haverá ação de dissolução de união 
estável, partilha de bens e até indenização por dano moral por terminar desse modo com uma relação 
familiar. 
VII – Impedimento de ordem moral. Deve haver condenação. Se houve absolvição ou prescrição, está 
liberado. Obs.: Não importa se ainda não houve trânsito em julgado. Se houve condenação, já está 
impedido. Caso haja recurso e ele seja absolvido, está liberado. Caso ele seja absolvido, eles podem casar. Se 
houver recurso e ele for condenado, não existe nulidade superveniente, de modo que o casamento será 
válido. Obs. 2: A doutrina esclarece que é apenas homicídio doloso, tendo em vista que quando se refere à 
tentativa de homicídio, dá a entender que haja dolo da pessoa. Obs. 3: Não importa se houver ou não 
cumplicidade. 
Destaca-se que os impedimentos valem também para a união estável, se você se une com alguém 
impedido há união concubinária (proteção do direito obrigacional e não do direito civil e, excepcionalmente 
do direito de família). 
Causas suspensivas do art. 1.523, CC/02: 
São hipóteses em que NÃO DEVEM se casar: 
I. o viúvo e a viúva que ainda não fizeram a partilha: tem como finalidade evitar a confusão de bens. 
(i) A penalidade é a separação total de bens – art. 1.641, I, CC/02 
(ii) hipoteca legal em favor dos filhos (os filhos passam a ser titulares do direito 
real sobre os imóveis do pai/mãe) – art. 1.489, II, CC/02 
II. a viúva ou mulher que teve casamento nulo ou anulável antes de 10 meses da separação: visa evitar a 
confusão sanguínea se ela estiver grávida do primeiro marido. 
No entanto, se a nubente provar que não está gravida, ou que teve o filho antes da fluência do prazo 
legal, eles ficarão liberados da pena, que é a separação total de bens. Obs.: Apenas para morte do 
cônjuge ou dissolução do casamento por nulidade ou anulabilidade. 
III. o divorciado enquanto a partilha não tiver sido feita: visa evitar a confusão de patrimônios. 
A pena é a separação total de bens. Mas, o art. 1.597 já prevê que é filho presumidamente do casal 
aquele que nascer em até 300 dias do fim do relacionamento. A ideia do legislador é a de prevenir essa 
confusão, mas não é necessário estar casado para ter relações sexuais. 
IV. o tutor ou curador com o tutelado ou curatelado: visa evitar o casamento por interesse. 
A pena é separação total de bens. 
O casamento com inobservância de uma dessas causas suspensivas sujeita os infratores a 
determinadas penas, em regra, referentes ao regime de bens, mas que não torna nulo o casamento, e nem 
permite sua anulação. 
Há exceções, nos casos dos incisos I, III e IV, se os que forem casar provarem que não haverá prejuízo 
para os herdeiros, o divorciado, e o tutelado/curatelado, respectivamente, estando aqueles liberados dos 
castigos/penas. 
No caso do inciso II, se prova que a mulher não está grávida ou que o filho já nasceu, eles estão livre 
da pena. Deverá ser feito o exame de sangue para a comprovação. 
4. OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTOS E CAUSAS SUSPENSIVAS 
Os impedimentos poderão ser opostos por qualquer pessoa maior e capaz, que sob sua assinatura, 
apresentar provas do fatoalegado ou do lugar onde elas podem ser obtidas. 
Estão obrigados a declará-los: o oficial do registro civil, o juiz (corregedor), ou quem presidir a 
celebração do casamento (juiz de paz). 
O prazo para oposição é até a data da celebração do casamento. 
As causas suspensivas, por interessarem somente à família, só poderão ser opostas: 
a) por parentes em linha reta de um dos nubentes consanguíneos ou afins; 
b) colaterais em segundo grau consanguíneos ou afins. 
Prazo é dentro de 15 dias da publicação dos proclamas. Obs.: O ex-cônjuge não é interessado. 
Pontes de Miranda já alegava o erro. 
Se não houver qualquer tipo de impedimento emite-se um certificado de habilitação pelo prazo de 
90 dias. 
 
 
 
Art. 1.523. Não devem casar: 
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha 
aos herdeiros; 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo 
da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada 
ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas 
previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, 
para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de 
filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. 
 
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO E SUAS DIVERSAS ESPÉCIES 
1. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO 
Em Portugal e no Brasil Império existia o casamento entre católicos, pois os princípios do direito 
canônico regiam todo e qualquer ato nupcial. Com a chegada de novas crenças ao Brasil, o então ministro da 
justiça Diogo de Vasconcellos apresentou o projeto de lei para permitir o casamento de não católicos. Com a 
Lei 1.144/1861, passaram a ser praticados três tipos de casamento no Brasil: ato nupcial católico; acatólico; 
e misto. 
Com a proclamação da República, deu-se a separação entre a Igreja e o Estado, vindo o Decreto Lei 
181/1890 a estabelecer o casamento civil e acabar com qualquer valor jurídico do casamento religioso. A 
partir desse momento, consolidou-se o hábito das duplas núpcias (casamento no civil e no religioso). 
A constituição de 1934, contudo, permitiu a atribuição de efeitos civis à cerimônia religiosa, desde 
que atendidas as prescrições legais, resultando na forma especial de casamento praticada hoje, conhecida 
como casamento religioso com efeitos civis (processo de habilitação para reconhecimento dos efeitos civis 
da cerimônia religiosa). Hoje, se a pessoa se casar no religioso, há uma prova contundente de união estável. 
 
É necessária a observância dos seguintes requisitos: 
 
Local 
Em regra, o casamento civil será realizado no cartório; contudo, há a possibilidade de ser realizado em 
edifício particular, desde que, o celebrante vá, além de pagar-se a diligência. 
Portas Abertas 
É preciso que as portas permaneçam abertas para que se garanta a publicidade do ato. Para que o 
casamento seja celebrado em edifício particular, as partes devem solicitar e o celebrante concordar. Neste 
caso as portas também deverão permanecer abertas durante o ato nupcial. 
Presença de pelo menos duas testemunhas 
Podem ou não ser parentes dos nubentes. O número de testemunhas passa a ser quatro na hipótese 
de o casamento ser celebrado em edifício particular, bem como se algum dos nubentes não souber ou não 
puder escrever. 
HÁ A NECESSIDADE DA FRASE DO ART.1.535 SER PRONUNCIADA AO FINAL DA CELEBRAÇÃO PARA QUE O 
CASAMENTO SE DÊ POR CONSUMADO? 
Não, dá para o casamento ser consumado com a manifestação da vontade emitida por ambos 
consortes. Isso porque esse é o momento mais importante da celebração, ou seja, aquele em que os 
interessados afirmam, pública e notoriamente que desejam se unir em matrimônio. 
Assim, o momento da consumação do casamento se da com a manifestação da vontade: 
(i) Pois é declarado – ou seja, o direito já existe 
(ii) “sim” é o momento da consumação, a declaração da frase é apenas o exaurimento 
SUSPENSÃO DA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO (ART 1.538) 
 A celebração será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: 
a. recusar a solene afirmação de sua vontade; 
b. declarar que a sua manifestação não é livre e espontânea; 
c. manifestar-se arrependido. 
Caso ocorra a suspensão da celebração por qualquer um desses motivos, não é possível a retratação 
no mesmo dia, ainda que seja por pura brincadeira. 
 
ESPÉCIES DE CASAMENTO 
2. Casamento por procuração (Art. 1.535 e 1.542) 
 
A procuração deverá ser (i) instrumento público com (ii) poderes especiais para contrair casamento 
(ou seja, específico para o ato, somente para o casamento), constando do documento, a (iii) perfeita 
qualificação da pessoa com quem o mandante quer contrair núpcias, sob pena de se incorrer em erro 
quanto à pessoa do outro cônjuge. O mandato terá (iv) validade por 90 dias e somente poderá ser revogado 
por outro instrumento público. 
Caso ocorra a revogação do mandato, se o casamento for celebrado sem que o mandatário ou o 
outro contraente tenham ciência da revogação, o mandante deverá responder por perdas e danos. Esse é 
um dos casos de anulação do casamento, cabendo ao mandante o direito de pedir a anulação no prazo de 
180 dias, contado do momento em que tiver ciência de que a celebração ocorreu. 
• Ambos os nubentes podem utilizar-se de mandatários (representantes) para celebrar o 
casamento? 
Todos os doutrinadores acreditam que sim; contudo, Maria Helena Diniz, acredita que não 
possa, já que, perderia o seu caráter pessoal. 
• O que acontece se o casamento ocorrer após a extinção do mandato por morte do mandante 
sem que o mandatário e o outro contraente soubessem? 
O casamento é inexistente, pois, a pessoa morta não tem manifestação de vontade. 
• O que acontece se o casamento ocorrer após a revogação do mandato feito pelo mandante, sem 
que o mandatário ou o outro contraente soubesse? 
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o 
oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e 
espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos 
acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados." 
 
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais. 
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento 
sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e 
danos. 
§ 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo. 
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. 
§ 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato. 
Revoga a procuração e não avisa. Pelo art. 1550, V, CC/02, o casamento é anulável, e há o prazo 
de 180 dias para anular e mandatário e contraente pode pedir indenização por danos materiais e 
morais. 
 
3. Casamento urgente por moléstia grave ou acidente (Art. 1.539) 
 
Se um dos nubentes sofrer de moléstia grave, o presidentedo ato irá celebrar o casamento no local 
onde se encontra o impedido de se locomover, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler 
e escrever. Portanto, ocorre quando um dos nubentes está impedido de se locomover e seu estado de saúde 
o impede de adiar o ato. 
Assim, solicita-se a presença do celebrante e do oficial, em sua casa ou onde estiver, mesmo à noite, 
para realizar o ato nupcial independentemente do cumprimento das formalidades perante duas 
testemunhas que saibam ler e escrever. 
Caso a autoridade não possa comparecer, sua presença poderá ser suprida por qualquer um dos 
seus substitutos legais. Se o oficial de registro também não puder comparecer, poderá ser substituído por 
uma pessoa nomeada ad hoc pelo presidente do ato. 
A prova desse casamento será feita pelo termo lavrado pelo oficial, registrado no respectivo registro 
dentro de cinco dias, perante duas testemunhas. 
Pode ocorrer quando um dos nubentes está doente e seu estado de saúde o impede de adiar o ato, 
neste caso, dispensa-se o processo de habilitação exigindo-se apenas a presença do celebrante e do oficial 
de registro para que o casamento seja realizado na presença de 2 testemunhas que saibam ler e escrever. 
Se o celebrante não puder comparecer poderá enviar um substituto e se o oficial de registro não 
puder comparecer poderá ser nomeado um oficial ad hoc para o ato. 
Em não achando autoridade, pode-se realizar o casamento nuncopativo. 
CASAMENTO NUNCOPATIVO/IN EXTREMIS VITAE MOMENS/IN ARTICULUM 
MORTIS (ART. 1.540 E 1.541) 
 
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o 
impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. 
§ 1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus 
substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato. 
§ 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante 
duas testemunhas, ficando arquivado. 
 
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade 
à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis 
testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. 
 
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, 
dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de: I - que foram convocadas por parte do 
enfermo; II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; III - que, em sua presença, declararam os 
contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher. 
Significa viva voz. Pode ocorrer quando um dos nubentes se encontra em iminente risco de vida. 
Dispensa-se o processo de habilitação e as presenças dos celebrantes e oficial, pois, diante da urgência, os 
nubentes serão celebrantes. É um casamento celebrado de forma oral, realizado sem celebrante e sem 
oficial. 
Exige-se a presença de 6 testemunhas, que não podem ser parentes em linha reta com os nubentes 
ou colaterais em segundo grau de qualquer um dos nubentes. O nubente que não estiver em risco de vida 
pode se fazer representar por procuração. Dentro de 10 dias após o casamento, as testemunhas 
comparecerão perante a autoridade judiciária mais próxima para que suas declarações sejam reduzidas a 
termo (art. 1541 do CC). 
Autuado o pedido e tomadas as declarações a termo, o juiz procederá as diligências necessárias para 
verificar se os contraentes podiam ter se habilitado. Após ouvir o MP e os interessados dentre de 15 dias, o 
juiz decidirá. Se qualquer das testemunhas não comparecer voluntariamente, o interessado poderá 
requerer a sua intimação. 
 
PROVAS DO CASAMENTO URGENTE E NUNCO PATIVO 
No casamento urgente, se prova com a certidão do termo avulso transcrita no registro. Já o 
casamento nunco pativo é provado por certidão da sentença transcrita no registro. 
CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CÍVEIS 
 
Com prévia habilitação 
Faz-se o processo de habilitação e será expedida certidão com fim específico que será entregue à 
autoridade eclesiástica com validade para celebração do casamento, no prazo de 90 dias. Após o ato 
nupcial, qualquer interessado ou ministro religioso deverá requerer sua inscrição no registro civil, no prazo 
de noventa dias. Após esse prazo, o registro dependerá de nova habilitação. 
Sem prévia habilitação 
No caso do casamento não precedido de habilitação, apresenta-se requerimento de registro 
juntamente com a prova do ato religioso e os documentos necessários à habilitação. Processada a 
habilitação com a publicação de editais, não havendo impedimentos nem causas suspensivas, o oficial fará o 
registro observando o prazo de 90 dias. 
Os interessados se comprometem a suprir quaisquer requisitos faltantes do termo da celebração 
religiosa (ex.: ano 5477). Se um dos contraentes fizer o pedido de inscrição do casamento religioso e vier a 
falecer, a inscrição será ser feita. Será nulo o registro civil do casamento religioso, se antes dele, qualquer 
dos consorciados houver contraído casamento civil com outrem. 
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil. 
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, 
mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que 
haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro 
dependerá de nova habilitação. 
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a 
requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a 
autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532. 
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído 
com outrem casamento civil. 
PROVAS DO CASAMENTO 
Comprova-se de maneira direta o casamento com a certidão de registro feita ao tempo da 
celebração. Essa é a prova específica do casamento e constitui presunção jurídica da veracidade do ato 
nupcial, prevalecendo, até que se prove o contrário (presunção relativa). 
Justificada a falta ou perda do registro, é admissível qualquer outra espécie de prova, desde que 
apresentada ao juiz competente. Ex.: passaporte, certidão de nascimento com averbação, certidão dos 
proclamas etc. 
A prova indireta permitida no Código Civil é a posse do estado de casado, ou seja, situação de 
pessoas que vivem pública e notoriamente como cônjuges. São exigências para a prova da posse do estado 
de casado: o nome, o tratamento e a fama. A fama é o que a sociedade reconhece como casal e o 
tratamento é como cada cônjuge trata o outro. 
O art. 1547 traz o princípio do in dubio pro matrimonio, de modo que se o juiz ficar em dúvida entre 
as provas favoráveis e as contrárias, o juiz deverá julgar a favor do casamento. 
 
EFEITOS DO CASAMENTO 
São três os efeitos do casamento: 
o Sociais: 
• Criação do vínculo de afinidade (torna-se parente dos parentes do cônjuge); 
• Emancipação do consorte menor; 
• Posse do estado de casado. 
o Pessoais (art. 566): 
• Fidelidade: Decorre do caráter monogâmico do casamento, sendo um dever de não fazer, ou seja, de 
não praticar relações sexuais com terceiros. Basta uma relação para o dever ser quebrado. 
▪Adultério online ou virtual não é, em regra geral, quebra do dever de fidelidade e, sim, quebra 
do dever de respeito, pois não há relação; 
▪ Adultério casto ou de seringa: Utiliza o espermatozoide de outro homem sem a autorização do 
marido. Não quebra o dever de fidelidade, mas quebra o dever de respeito. 
▪ É difícil a prova de adultério, normalmente são todas ilícitas (teoria dos frutos da árvore 
envenenada). 
• Coabitação: Vida em comum no mesmo domicílio e prática de relações sexuais. Nenhum dos 
aspectos é absoluto. Falta de relação sexual é denominada de débito conjugal. 
• Mútua assistência: Cuidados pessoais em caso de doença ou vicissitudes da própria vida. 
• Respeito e consideração mútuos: Significa sinceridade, zelo pela honra e dignidade da família, não 
podendo atacar o direito de liberdade/privacidade do outro cônjuge. Devem ser levados em conta o 
ambiente, a educação e os costumes de cada casal. 
• Sustento, guarda e educação dos filhos: Dever de criar e educar filhos menores, responsabilizando-se 
pelos atos lesivos por eles praticados. Ainda que desapareça o casal conjugal, não desaparecerá o 
casal parental. 
o Patrimoniais: 
• Dependem do regime de bens. São quatro regimes. 
 
 
 
REGIMES DE BENS 
CONCEITO 
Segundo Sílvio Rodrigues, “regime de bens é o estatuto que regula os interesses patrimoniais dos 
cônjuges durante o matrimônio”. 
POSSIBILIDADE DE MUDANÇA/ALTERAÇÃO DE REGIME DE BENS 
 
O casal pode mudar o regime quantas vezes quiser, mediante pedido judicial realizado por ambos os 
cônjuges e motivado (razão pela qual eles querem mudar o regime de bens do seu casamento). A 
jurisprudência entende que todos podem fazer uso desse direito, inclusive aqueles que se casaram quando 
vigorava o CC/1916, devido ao princípio da isonomia e igualdade. O art. 2.039 do CC, que prevê que os 
regimes de bens celebrados no regime de casamento anterior devem seguir o Código antigo, não vigora 
nesse caso, sendo essa norma considerada uma norma de ajuste técnico. No CC/16, vigorava a imutabilidade 
e a irrevogabilidade do regime. No atual código há possibilidade de alteração desde que atendidos os 
requisitos do art. 1.639, pár.2: 
Requisitos 
a) Pedido judicial de ambos os cônjuges; 
b) Motivação do pedido (razão pela qual eles querem mudar o regime de bens do seu casamento); 
c) Autorização judicial após ser apurada a procedência das razões alegadas. 
A sentença só produz efeitos ex nunc, não retroagindo ao resto do casamento. 
ESPÉCIES 
a) Comunhão parcial de bens (regime legal que a lei impõe diante do silêncio das partes); 
b) Comunhão universal/total de bens (até 1977, era o regime legal); 
c) Separação total de bens; 
d) Regime da participação final nos aquestos. 
CLASSIFICAÇÃO 
Classificam-se em legais e convencionais. Os legais são os impostos por lei e convencionais são os 
escolhidos pelas partes. 
Os regimes legais são: o da comunhão parcial de bens; e separação total dos bens nos casos em que 
é obrigatório. Os convencionais são o da comunhão total de bens; participação final dos aquestos; e a 
separação total no caso em que não for obrigatória. 
PACTO ANTENUPCIAL 
Conceito 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes 
aprouver. 
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os 
cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de 
janeiro de 1916, é o por ele estabelecido. 
Contrato solene celebrado entre os nubentes, por meio do qual escolhem o regime de bens que vai 
vigorar no casamento. 
 
Requisitos de validade e eficácia do pacto 
Validade: Pacto realizado por escritura pública (forma prescrita em lei) - solene. 
Eficácia: Casamento. 
Como identificar se uma condição é suspensiva ou resolutiva? São dois passos: 1) identificar a 
condição real do problema. Ex.: passar na oab, casar etc; 2) Antes do acontecimento da condição existia 
direito ou expectativa de direito? Caso existia direito, ele acaba, havendo condição resolutiva. Caso existia 
expectativa de direito, ele acontece, havendo condição suspensiva. 
Assim, o casamento opera como condição suspensiva em relação ao pacto nupcial. 
 
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS 
CONCEITO 
Estabelece a separação de bens quanto ao passado e comunhão quanto ao futuro. Em outras 
palavras, é o regime em que se comunicam os bens adquiridos durante o casamento (aquestos) e se excluem 
da comunhão os bens que os cônjuges possuem ao casar ou que venham a adquirir por causa anterior e 
alheia ao casamento. 
BENS INCOMUNICÁVEIS 
Aqueles bens excluídos da Partilha: 
o Bens que o cônjuge possuir ao casar e os que lhe sobrevierem na constância do matrimônio por doação 
ou sucessão e os sub-rogados em seu lugar 
o Bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges, em subrrogação aos 
bens particulares (bens de herança, legado e doação, bem como os particulares). 
o Obrigações anteriores ao casamento. 
o Obrigações decorrentes de atos ilícitos, salvo se reverterem em proveito da família e do casal. 
o Bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão. 
o Proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge. Interpreta-se que a ideia foi de excluir da partilha de 
bens o salário futuro dos cônjuges. 
o As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. [Pensão é o valor pago 
periodicamente em dinheiro, por força de lei, sentença judicial, ato inter vivos ou causa mortis, com a 
finalidade de provar a subsistência de alguém. Meio-soldos são a metade do soldo paga pelo Estado a 
militar reformado (militar não recebe aposentadoria, mas sim soldo). Montepio é a pensão que o 
Estado paga aos herdeiros de servidor falecido em atividade ou não.] 
o Herança: quem recebe parte de um todo. 
QUESTÃO 
A se compromete a comprar obra prima de B, se ela for aceita em uma exposição internacional. 
Passo 1: Condição é ser aceita em exposição internacional. 
Passo 2: Antes existia apenas expectativa de direito, de modo que a condição é suspensiva. 
 
o Legado: um ou mais bens determinados. 
 
BENS COMUNICÁVEIS 
o Bens adquiridos por fato eventual, com ou sem concurso de trabalho ou dispensa. Aqui estão abarcados 
os prêmios de loteria e Big Brother Brasil, por exemplo. 
o Bens adquiridos por doação, herança ou legado em favor de ambos os cônjuges. 
o Benfeitorias realizadas em bens particulares de cada cônjuge. 
o Frutos percebidos na constância do casamento, tanto dos bens comuns, quanto dos particulares, e os 
frutos pendentes ao tempo de cessão a comunhão. Se a mulher recebe 10 imóveis por herança, e os 
aluga por R$ 1000,00 cada, os R$ 10.000,00 mensais entram na divisão. 
o Bens adquiridos onerosamente durante o casamento ainda que em nome de um só dos cônjuges 
 
 
OUTROS PONTOS IMPORTANTES 
Quanto à divisão dos bens móveis, se presumem adquiridos na constância do casamento quando 
não se provar que o foram em data anterior, presunção essa relativa. 
Referente às dívidas, cada um arca com as suas, salvo se forem revertidas no proveito da família 
(dívidas da casa, com filhos, etc.). 
Por fim, a administração dos bens caberá a ambos os cônjuges. Em caso de dúvidas, o juiz decidirá. 
 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
REGIME DA COMUNHÃO TOTAL DE BENS 
CONCEITOÉ o regime em que há a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges, com 
exceção dos bens constantes no art. 1.668. 
Instaura-se o estado de indivisão, passando o cônjuge a ter a metade ideal do patrimônio comum. 
Contudo, nenhum dos cônjuges tem a metade de cada bem nem a propriedade exclusiva de bens 
discriminados, enquanto durar a sociedade conjugal. 
Dívidas antes do casamento não são devidas pelos dois, caso a dívida seja contraída em benefício 
apenas de um dos cônjuges. Mas se os dois aproveitaram, serão divididas. Após o casamento, serão 
responsáveis pelas dívidas contraídas, com exceção a compra exorbitante de um dos cônjuges (que sai da 
média, da normalidade). 
EXCEÇÕES À INCOMUNICABILIDADE (ART. 1668) 
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição 
suspensiva; 
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou 
reverterem em proveito comum; 
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 
• Bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade (depende de quem deixa). Essas 
cláusulas tiveram o seu uso reduzido, pois agora é necessário que haja uma motivação para tanto. São 
motivações: pródigo, viciado em jogo, usuário de drogas. Motivações subjetivas, como ódio, raiva, etc., 
não são levadas em conta. A motivação só é necessária se o bem fazer parte da legítima – se for parte 
do disponível, não será necessário. 
• Dívidas anteriores ao casamento, salvo se reverterem em proveito do casal/família. 
• Bens de uso pessoal, livros e instrumentos de profissão. 
• Proventos de trabalho pessoal de cada cônjuge. 
• Pensões, meio-soldos e montepios. 
• Doações antenupciais feitas por um cônjuge ao outro com a cláusula de incomunicabilidade. 
• Bens gravados em fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário antes de ser realizada a condição 
suspensiva. 
O regime é o único que permite divisão de herança e doação. Só há um jeito de excluir a herança e a 
doação do cônjuge: a gravação de cláusula de incomunicabilidade da herança/bem pelo testador ou doador. 
Se as cláusulas de inalienabilidade e incomunicabilidade vierem gravadas sobre bem da legítima, o artigo 
1848 prevê que essas cláusulas devem vir acompanhadas de uma justificativa. 
Apesar de não ser possível individualizar o patrimônio durante o casamento, cada um é dono de 
50%, que será partilhado quando aberta a sucessão. A herança será apenas o valor de 50% que o morto 
possuía. Assim, a herança recai sobre o total que o morto é dono. Desse total, retira-se as dívidas e despesas 
funerárias, restando a herança líquida, que será dividida entre os herdeiros. 
A herança líquida é dividida pela metade em legítima (herdeiros necessários – ascendentes, 
descendentes e cônjuge, devido ao artigo 1.829) e parte disponível. Portanto, pode-se gravar bem da parte 
disponível com cláusulas de incomunicabilidade e inalienabilidade sem haver justificativa. 
Os herdeiros necessários só perdem a herança se forem deserdados (realizado por testamento - art. 
1.962 e 1963) ou se houver indignidade (art. 1814 do CC). Ressalta-se que a indignidade acompanha o bem 
(propter rem). Ex.: Suzane von Rischtofen. Se ela tiver um filho, o filho poderá receber o bem indigno que ela 
não recebeu. Se o filho morrer posteriormente, ela não poderá herdar tal bem, pois a indignidade o 
acompanha. 
O bem gravado de fideicomisso não é passível de divisão. Fideicomisso é estipulação testamentária 
em que o testador constitui uma pessoa como legatário ou herdeiro, mas impõe que, uma vez verificada 
certa condição, deverá transmitir a outra pessoa, por ele indicada, o legado ou a herança. Portanto, é 
espécie de substituição testamentária (sucessão sucessiva, devido à morte, termo ou condição). 
Ex.: Ana (fideicomissária) recebe fazenda de herança e, quando ela morrer, a fazenda deve ir para 
Maria (fideicomissária). Quem escolhe isso é o dono da herança, denominado fideicomitente. Se a Ana se 
casar com comunhão total de bens, seu marido não pode pleitear a fazenda na herança, pois está gravada 
com fideicomisso. Além disso, Maria apenas tem expectativa de direito. Obs.: Fideicomisso só serve para 
filho não concebido. 
O fideicomissário é o titular de um direito eventual e só adquirirá o domínio com o advento da 
condição suspensiva. Fiduciário, por sua vez, é a pessoa que recebe a propriedade de bens, que devem, 
por sua morte, ou a certo tempo, ou sob certa condição (condição suspensiva), transmitir ao 
fideicomissário. O fiduciário é o titular do domínio, mas domínio esse resolúvel, sendo o fideicomissário 
o titular de um direito eventual que só adquirirá o domínio com o advento da condição suspensiva. A 
comunicação ocorrerá se (a) o fideicomissário morrer antes do fiduciário, ou da realização da condição; 
e (b) se o bem passar para o patrimônio do fideicomissário. Fiduciário é a pessoa que recebe a 
propriedade de bens que deve por sua morte ou a certo tempo ou sob certa condição (condição resolutiva) 
transmitida ao fideicomissário. Fiduciário é o titular do domínio resolúvel. 
Assim, ocorrerá a comunicação (bens na sucessão) se: 
a) O fideicomissário morrer antes do fiduciário ou da realização da condição; 
b) Se o bem passar para o patrimônio do fideicomissário. 
Exceções 
1) Dívidas anteriores ao casamento, salvo se provenientes de despesas com a família ou reverterem em 
proveito comum; 
2) Doações antinupciais feitas por um cônjuge ao outro com cláusula de incomunicabilidade; 
3) Bens de uso pessoal, livros e instrumentos de profissão; 
4) Proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
5) As pensões, meio soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
Obs.: A incomunicabilidade desses bens não se estende aos frutos. 
Dívidas anteriores ao casamento serão de responsabilidade de quem as contraiu, salvo se 
reverterem em proveito da família. Ambos respondem pelas dívidas posteriores ao casamento em benefício 
de ambos. Se, contudo, trouxeram proveito para apenas um deles, só o beneficiário responderá. 
A administração dos bens caberá a ambos os cônjuges. Em caso de dúvidas, o juiz decidirá. 
REGIME DA SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS 
CONCEITO 
Segundo Sílvio Rodrigues, “é aquele em que cada consorte conserva, com exclusividade, o domínio, 
posse e administração de seus bens presentes e futuros e a responsabilidade pelos débitos, anteriores e 
posteriores ao matrimônio”. 
ESPÉCIES (ART. 1.641) 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
Lei 6.015/77. Art 45 - Quando o casamento se seguir a uma comunhão de vida entre os nubentes, 
existentes antes de 28 de junho de 1977, que haja perdurado por 10 (dez) anos consecutivos ou da qual 
tenha resultado filhos, o regime matrimonial de bens será estabelecido livremente, não se lhe aplicando 
o disposto no artigo 258, parágrafo único, nº II, do Código Civil. 
Convencional, quando escolhido por pacto antenupcial, ou legal, quando imposto por lei: 
a) Penas do artigo 1523 (causas suspensivas); 
b) Pessoa acima de 70 anos (Lei 12.344/10); 
c) Aqueles que necessitem de suprimento judicial. 
O art. 1520 prevê que o juiz poderá, excepcionalmente, liberar a idade núbio em caso de gravidez. 
Atenção parao artigo, pois só vale em caso de gravidez. A primeira parte foi esvaziada pela alteração do 
artigo 107 do CP. 
Obs.: Segundo o artigo 45 da Lei 6.515, se o casamento do maior de 70 anos suceder união estável 
de mais de 10 anos consecutivos ou da qual tenham nascido filhos, poderiam os nubentes escolher 
livremente o regime. 
Há uma discussão no âmbito doutrinário sobre a constitucionalidade ou não da restrição legal acerca 
da idade. Caso o casal permaneça em união estável, haverá comunhão parcial de bens, sendo essa mais 
benéfica. 
POLÊMICA QUANTO À COMUNICAÇÃO OU NÃO DOS BENS ADQUIRIDOS 
ONEROSAMENTE APÓS O CASAMENTO 
No CC/16, nós tínhamos o art. 259 que previa que, quando não era especificado no pacto 
antenupcial de que os nubentes não querem comunicar os bens adquiridos na constância do 
casamento, isso ocorria, mesmo que o regime fosse de separação total de bens. Ou seja, esse artigo 
tornava o regime de separação semelhante ao regime da comunhão parcial de bens. 
Esse foi o remédio encontrado para corrigir a injustiça decorrente do fato de que quase a totalidade 
dos casamentos realizados com suprimento judicial era de pessoas que não tinham bens e adquirindo-os, 
eram em nome do marido, chegando a mulher ao final da vida sem bem algum. A discussão, contudo, era 
para se saber se o art. 259 seria aplicável aos casos de separação obrigatória, uma vez que a expressão “no 
silêncio do contrato” determinava o regime da separação convencional como o atingido pelo artigo. 
A discussão chegou ao STF, que resultou na Súmula 377. Hoje, não existe mais essa polêmica, pois o 
artigo não foi incluído no CC/02. Contudo, por cautela, alguns fazem menção no pacto antenupcial quanto à 
não comunicação. 
NOVIDADES DO ARTIGO 1647 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, 
exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem 
economia separada. 
As dívidas não se comunicam a não ser que tenham trazido benefício para o casal/família. 
Além disso, nesse regime, é possível que um dos cônjuges aliene bens imóveis, preste fiança ou aval, 
e pratique outros atos que, em regime diverso, demanda autorização do outro cônjuge (novidade do CC/02). 
REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
Aquestos são os bens adquiridos onerosamente durante o matrimônio. Cada um tem seus bens 
particulares, e durante o casamento, cada um adquire outros bens onerosamente. Cada cônjuge administra 
seus blocos de bens. Ao final do casamento, 50% dos bens adquiridos passa para o outro cônjuge. 
 Em outras palavras, é um misto de dois regimes, ou seja, é um regime híbrido. Durante o 
casamento, vigoram regras semelhantes ao regime da separação total de bens. Após o final do casamento, 
contudo, as regras se tornam semelhantes ao regime da comunhão parcial de bens. Há, na constância do 
casamento, uma expectativa de direito à meação. 
ADMINISTRAÇÃO DOS BENS 
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aqüestos, poder-se-á convencionar a 
livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. 
A administração do patrimônio é exclusiva de cada cônjuge, que pode alienar livremente os bens 
móveis. No pacto antenupcial, contudo, poderá ser convencionada a livre disposição dos bens imóveis desde 
que particulares. 
DÍVIDAS 
 Cada cônjuge responderá por seus débitos, a não ser que tenham sido contraídos em benefício do 
casal/família. O cônjuge que pagar dívida do outro utilizando bens de seu patrimônio terá o direito de ter 
esse valor atualizado e imputado na data de dissolução à meação do outro consorte. 
 As dívidas de um cônjuge quando superiores à sua meação não obrigaram o outro ou a seus 
herdeiros. 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL 
 Apura-se o montante dos aquestos na data em que cessou a convivência, excluindo-se: 
o Bens anteriores ao casamento e os sub-rogados em seu lugar; 
o Os bens obtidos por cada cônjuge por herança, legado ou doação; 
o Os débitos relativos a esses bens, vencidos ou a vencer. 
OBSERVAÇÕES 
o A mesma regra se aplica quando a sociedade é dissolvida por morte. 
o Os frutos dos bens particulares e os bens que forem com estes frutos obtidos entrarão na divisão. 
o Se não for possível, nem conveniente, a divisão dos bens em natureza, poderá haver a reposição em 
dinheiro ao cônjuge não proprietário. Não podendo haver a reposição em dinheiro, os bens serão 
avaliados e, mediante autorização judicial, alienados. 
INVALIDADE DO CASAMENTO 
Casamento inválido não se confunde com o casamento inexistente. 
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO E DA SOCIEDADE CONJUGAL 
Casamento é mais amplo que sociedade conjugal, regula a vida dos consortes e obrigações 
recíprocas, tanto morais quanto materiais. É um vínculo matrimonial. Sociedade conjugal está contida no 
matrimônio, pois regula o regime matrimonial de bens e os frutos civis do trabalho ou indústria dos 
consortes. 
Separação judicial ou extrajudicial não se confunde com a separação de fato. O patrimônio 
adquirido depois do divórcio só pertence à pessoa que adquiriu, enquanto na separação de fato, talvez 
tenha que haver a divisão com o cônjuge. 
O art. 1571, parágrafo 1º, prevê que o casamento válido somente se dissolve por morte e divórcio. A 
sociedade conjugal, por sua vez, se dissolve por separação, divórcio, morte, nulidade e anulação. 
CASAMENTO NULO (ART. 1548) 
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: 
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; 
II - por infringência de impedimento. 
O inciso I foi revogado pelo Estatuto do Deficiente. Só é nulo o casamento daqueles que NÃO 
PODEM casar, conforme o artigo 1.521 do C.C. 
CASAMENTO ANULÁVEL (ART. 1550) 
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; 
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e 
não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; 
VI - por incompetência da autoridade celebrante. 
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. 
Estão sujeitas a um prazo, senão convalidam. 
o De quem não completou 16 anos para casar: Pessoa que casou sem estar grávida, por erro, suborno, 
fraude, etc. 
• Prazo: 180 dias. 
▪ Contados da data do casamento, para os pais ou representantes legais; 
▪ Da data que completou 16 anos, para o menor. 
o De quem tem entre 16 e 18 anos, sem autorização de seus representantes legais e sem autorização 
judicial: Por erro, fraude, etc. 
• Prazo: 180 dias. 
▪ Para pais ou representantes, da data da celebração do casamento. 
▪ Para o incapaz, da data que completou 18 anos. 
▪ Para os herdeiros necessários, da morte de um dos cônjuges. A maior interpretação é 180 dias 
contados da morte, se ela acontecer entre a idade de 16 a 18 anos. Obs.: Não se anulará, por 
motivo de idade, o casamento do qual resultou gravidez. Portanto, os pais (ascendentes) 
também são herdeiros necessários. 
o Por vício da vontade. 
• Prazo: 3 anos para erro essencial e 4 anos para coação, contados da data da celebração,

Continue navegando