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Epidemiologia do CA Mama NO MUNDO − O câncer de mama é hoje um relevante problema de saúde pública. É a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas mundiais do Globocan 2018 (BRAY, 2018), foram estimados 2,1 milhões de casos novos de câncer e 627 mil óbitos pela doença. − Segundo a última pesquisa realizada pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) sobre a incidência do câncer no mundo, o câncer de mama é um dos três tipos de maior incidência, junto com o de pulmão e o colorretal, e é o que mais acomete as mulheres em 154 países dos 185 analisados. NO BRASIL − No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, o que representa 29,5% dos cânceres em mulheres e, excetuando- se o câncer de pele não melanoma, é o tipo de câncer que mais mata mulheres − Em 2016, ocorreram 16.069 mortes de mulheres por câncer de mama no país. − Segundo a Estimativa 2018 - Incidência de câncer no Brasil (INCA, 2017), o número de casos incidentes estimados de câncer de mama feminina no Brasil, para 2019, foi de 59.700. Nas capitais, esse número corresponde a 19.920 casos novos a cada ano. A taxa bruta de incidência estimada foi de 56,33 por 100 mil mulheres para todo o Brasil e 80,33 por 100 mil mulheres nas capitais − As estimativas para o CA mama no ano de 2019 no MATO GROSSO são: • 680 casos no estado todo • Cuiaba corresponderia a 220 dos 680 casos INCIDÊNCIA DOS TIPOS DE CÂNCER DE MAMA − Existe uma grande variedade de tipos histológicos e moleculares de carcinomas de mama in situ e invasor. O tipo histológico invasor mais comum é o carcinoma ductal infiltrante não especificado, que representa de 70 a 80% de todos os tumores de mama, seguido pelo carcinoma lobular infiltrante, com cerca de 5 a 15%, e pelos outros tipos histológicos (LAKHANI, 2012). Relação do Câncer de Mama com Outros Cânceres − As mutações em dois genes, BRCA1 e BRCA2, são responsáveis por 25% dos casos de câncer de mama familiar. Além do câncer de mama, mulheres com mutação no BRCA1 possuem um risco substancialmente maior de ter cânceres epiteliais de ovário, e os homens possuem um risco levemente aumentado para o câncer de próstata. De maneira similar, as mutações no gene BRCA2 aumentam o risco para o câncer de mama, tanto em homens quanto em mulheres, assim como de câncer de ovário, de próstata, de pâncreas, das vias biliares, do estômago, melanócitos e linfócitos B. − A Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário é uma doença hereditária na qual o risco de desenvolver câncer de mama e câncer de ovário é maior que o normal. A Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário é principalmente associada com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Mutações em outros genes podem causar essa síndrome, no entanto, de maneira mais rara. − A Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário está associada com o aumento do risco de desenvolvimento precoce de: • câncer de mama triplo negativo • câncer de mama bilateral • câncer de ovário em qualquer idade • câncer de próstata • câncer de pâncreas • melanoma − O risco absoluto para câncer em indivíduos com essa síndrome varia dependendo de qual gene foi alterado e qual mutação específica. De maneira geral: • câncer de mama: 46-71% para mulheres e até 2.8% para homens • câncer de ovário: 17-46% • câncer de próstata: 7.5% • câncer de pâncreas: 1-7% • melanoma: 0,1-2,4% − Mulheres com mutações no gene BRCA1 e BRCA2 são expostas a diferentes quantidades de hormônios estradiol e progesterona, os quais são fatores de risco para canceres de mama e ovário. − Portadores de mutações no gene BRCA tem regulação hormonal anormal devido a esse gene estar alterado no ovário, além da mudança de sensibilidade dos tecidos a hormônios causada pelas alterações no BRCA. − Isso mostra que o risco de desenvolver câncer nos portadores de mutações nos genes BRCA não é causado apenas pelo defeito na célula de não conseguir reparar os danos no DNA. − Desse modo, fica evidente o motivo dos portadores de mutações nos genes BRCA desenvolverem facilmente canceres de mama e de ovário ao invés de outros canceres. Tipos de Câncer (gabi) ... TRIPLO NEGATIVO Impactos para o Câncer de mama O QUE É TRIPLO-NEGATIVO − Os receptores celulares são moléculas que podem estar na membrana plasmática e são como os “olhos” e “ouvidos” da célula, recebendo sinais externos e enviando mensagens para dentro da célula como resposta − Os hormônios e fatores de crescimento se ligam a esses receptores e ajudam a célula a crescer e funcionar − A maior parte dos tumores de mama, mas nem todos, apresentam pelo menos 1 tipo de receptor na sua célula − Há diversas hormônio-terapias e fármacos seletivos para HERB2 que podem ser usados no tratamento de Cancer − Cerca de 15% dos CA mama testam negativo para os 3 receptores, ou seja, não tem receptores de HERB2, ESTROGENIO E PROGESTERONA • Isso significa que podemos chama-los de triplo negativo • HERB3 - fator de crescimento epidermal humano → estimula o crescimento celular − O triplo negativo é um dos vários tipos de canceres de mama, sendo conhecido como um dos mais agressivos e incidentes em mulheres jovens − Quando o tumor é negativo para os três receptores, o tratamento de torna muito difícil • Como o tumor não tem nenhum dos 3 receptores, ele não responde a hormônio-terapia, nem a fármacos que marcam os receptores de HERB2 • A não responsividade do tumor a esses 3 itens também faz com que seu mecanismo de crescimento seja desconhecido, dado o fato de que ele não cresce em resposta a homonios ou a esse fator de crescimento HERB2 CARACTERÍSTICAS DO CA TRIPLO NEGATIVO − É considerado um CA muito agressivo e com prognostico ruim se comparado aos outros tipos de CA • Isso ocorre porque não há receptores para os fármacos seletivos se ligarem, dificultando o tratamento com quimioterapia • Assim o CA triplo negativo acelera o crescimento das células, produzindo metástases rapidamente e aumentando as chances de recidivas • As metástases ocorrem principalmente no pulmão, cérebro e ossos − É comum ocorrer metástases e recidivas • O fato de haver poucos tratamentos disponíveis, aliado ao alto potencial mitótico e malignidade, ela pode se replicar rapidamente e se espalhar pelo organismo − São mais comuns nas células basais do tecido mamário • O tumor nessas células tende a ser mais agressivo • Importante dizer que nem todos os canceres de célula basal são triplo negativo − Tem alta letalidade prematura → morte de 3-5 anos depois do aparecimento do tumor PESSOAS COM SUCEPTIBILIDADE A DOENÇA − Qualquer um pode desenvolver esse tipo de CA, contudo, há alguns fatores que são mais influentes na aparição desse tumor − CA Triplo-Negativo é mais comum em mulheres jovens antes dos 50 anos INCIDÊNCIA − Esse tipo de CA é mais comum em mulheres antes dos 40 anos, hispânicas ou latinas, afroamericanas ou mulheres com mutações no BRCA1-2 − baixo nível socioeconômico; alta paridade, primeiro parto com idade jovem; falta de amamentação; uso de anticoncepcionais orais , peso corporal aumentado; e síndrome metabólica INFLUENCIA HORMONAL NO CÂNCER DE MAMA − As células cancerígenas retiradas durante uma biópsia ou cirurgia são analisadas para verificar se têm receptores de estrogênio ou progesterona. Quando os hormônios se ligam a esses receptores, “alimentam” o crescimentodo câncer. Os cânceres são denominados receptores hormonais positivos ou negativos com base na presença (ou não) destes receptores. É importante conhecer o status do receptor hormonal para decidir as opções de tratamento. RECEPTORES DE ESTROGÊNIO E RECEPTORES DE PROGESTERONA − Os receptores são proteínas que podem se ligar a determinadas substâncias. As células normais e algumas células cancerígenas da mama tem receptores que se ligam ao estrogênio e à progesterona e ao fator de crescimento epidermal humano HERB2 − Com a influencia desses 3 fatores, o tumor pode crescer e se desenvolver − Contudo, as células cancerígenas da mama podem ter apenas um, ou ambos os receptores ou nenhum deles. − Receptor de Estrogênio Positivo − Os cânceres de mama com receptores de estrogênio são denominados RE+. − Receptor de Progesterona Positivo • Os cânceres de mama com receptores de progesterona são denominados RP+. IMPORTÂNCIA DO RECEPTOR HORMONAL − Certos medicamentos são usados para tratar os cânceres de mama que têm um ou ambos receptores hormonais. A maioria dos tipos de terapia hormonal para câncer de mama aumenta os níveis de estrogênio ou impede o estrogênio de atuar sobre as células cancerígenas. Este tipo de tratamento é útil para o câncer de mama receptor hormonal positivo, mas não funciona em tumores receptores hormonais negativos (ER- e PR-) − Todos os cânceres de mama invasivos devem ser avaliados para ambos os receptores hormonais, seja na amostra da biópsia ou quando o tumor é removido cirurgicamente. Cerca de 67% dos cânceres de mama têm pelo menos um desses receptores. Esta porcentagem é maior em mulheres mais velhas do que em mulheres mais novas − O exame imunohistoquímico é realizado nas amostras para determinar se as células cancerígenas têm receptores de estrogênio e progesterona. Os resultados do exame orientarão o médico sobre as melhores opções de tratamento para cada paciente − CÂNCER DE MAMA RECEPTOR DE HORMÔNIO POSITIVO : As células de câncer de mama receptor hormonal positivo têm ER+ ou PR+. Estes cânceres podem ser tratados com terapia hormonal que reduzem os níveis de estrogênio ou bloqueiam os receptores de estrogênio. Isso inclui os cânceres que são ER- mas PR+. As mulheres com câncer hormônio receptor positivo tendem a ter um melhor prognóstico a curto prazo, mas esses cânceres às vezes podem recidivar muitos anos após o tratamento. Os cânceres com receptores hormonais positivos são mais comuns após a menopausa. − CÂNCER DE MAMA RECEPTOR DE HORMÔNIO NEGATIVO. Os cânceres de mama com receptores hormonais negativos não têm receptores de estrogênio nem de progesterona. O tratamento com terapia hormonal não é útil para esses tipos de câncer. Esses cânceres tendem a crescer mais rápido do que os cânceres receptores hormonais positivos. Se eles recidivarem após o tratamento, muitas vezes ocorre nos primeiros anos. Os cânceres receptores hormonais negativos são mais comuns em mulheres que ainda não chegaram à menopausa. − CÂNCER DE MAMA TRIPLO NEGATIVO: O câncer de mama triplo negativo não tem receptor de estrogênio ou progesterona e nem a proteína HER2. Esses cânceres tendem a ser mais comuns em mulheres mais jovens e em mulheres negras ou hispânicas/latinas. Os cânceres de mama triplo negativos crescem e se disseminam mais rápido do que a maioria dos outros tipos de câncer de mama. Como as células cancerígenas não têm receptores hormonais, a terapia hormonal não é útil no tratamento desses cânceres. Como eles não têm a proteínas HER2, as terapias alvo para HER2 também não é útil. O tratamento com quimioterapia pode ser a opção mais eficaz. KI-67 − A proteína nuclear Ki67 (pKi67) é um indicador prognóstico e preditivo estabelecido para a avaliação de biópsias de pacientes com câncer − A expressão de Ki67 está fortemente associada à proliferação e crescimento de células tumorais e é amplamente utilizada na investigação patológica de rotina como marcador de proliferação − Clinicamente, foi demonstrado que o pKi67 se correlaciona com as metástases e o estágio clínico dos tumores porque ele já foi detectado em tumores malignos − De acordo com seu papel preditivo, a expressão de pKi67 identifica subpopulações de pacientes com maior probabilidade de responder a uma determinada terapia. − Foi demonstrado que o bloqueio do Ki67 por microinjeção de anticorpos ou pelo uso de oligonucleotídeos antisense leva à interrupção da proliferação celular. − A proteína Ki67 é bem caracterizada em nível molecular e é amplamente utilizada como marcador prognóstico e preditivo para diagnóstico e tratamento do câncer. − Está presente em todas as fases ativas do ciclo celular (G1, S, G2 e M), mas está ausente nas células em repouso (G0) − Em níveis G1, S, G2 e M seus níveis são baixos mas atingem um pico no inicio da mitose, ocorrendo posterior queda durante a anafase e telófase − A expressão de ki-67 coincide com o transito de células através da mitose e sofre fosforilação e desfosforilação durante a mitose, tornando-a susceptível a degradação por proteases − A proteína Ki67 tem uma meia-vida de apenas ~ 1–1,5 h. − A expressão da proteína Ki67 (pKi67) está associada à atividade proliferativa de populações celulares intrínsecas em tumores malignos, permitindo que seja utilizada como marcador de agressividade tumoral − − O gene que codigica o ki67 esta no cromossomo 10 COMO MÉTODO DIAGNOSTICO − O pKi67 também tende a aumentar com a diminuição da diferenciação tecidual e foi correlacionado com a presença de metástases ocultas e o estágio clínico dos tumores − O ki67 é mais expresso em tecidos malignos, tendo maiores níveis com o aumento da anaplasia − A atividade proliferativa pode ser determinada por contagem mitótica, determinação por citometria de fluxo da fração de fase de síntese e imuno-histoquimica usando anticorpos reativos contra vários antígenos celulares em proliferação − O anticorpo monoclonal Ki67 / MIB-1 é comumente usado e é reativo contra o antígeno nuclear Ki67 que é expresso durante as fases do ciclo celular G1, S, G2 e M, mas não é encontrado durante o G0 − O uso criterioso desse marcador de proliferação em combinação com características histopatológicas estabelecidas de malignidade pode servir como um indicador mais confiável da probabilidade de recorrência do tumor COMO FERRAMENTA PROGNÓSTICA − A expressão de Ki67 reflete a taxa de proliferação tumoral e se correlaciona com o início, progressão, metástase e prognóstico de vários tipos de tumores − identifica subpopulações de pacientes com maior probabilidade de responder a uma determinada terapia. − Em vários tumores, parece haver um grau de correlação entre a expressão de pKi67 e a sobrevida do paciente COMO ALVO TERAPÊUTICO − Devido à alta proliferação celular, frequentemente associada ao índice de marcação da proteína Ki-67, o Ki67 pode ser um fator promissor para terapias moleculares direcionadas. − Em vitro, os ácidos nucleicos peptídicos PNAs anti-Ki-67 produziram um efeito inibidor forte na expressão de Ki-67 tiveram efeitos na proliferação e apoptose de células de carcinoma renal humano − Além disso, a microinjeção de anticorpos direcionados contra o Ki-67 demonstrou resultar em uma menor taxa de divisão celular − Em resumo, devido à sua expressão onipresente em todas as células em proliferação e ao valor prognóstico do índice Ki-67 em muitos tipos de câncer, o pKi-67 é um alvo terapêutico potencialmente atraenteno câncer, e as estratégias que inativam o pKi-67 são um promissor anti-abordagem proliferativa, com aplicabilidade potencialmente ampla no tratamento do câncer − Portanto, direcionar caminhos e marcadores moleculares implicados no crescimento de células cancerígenas é uma via promissora para o desenvolvimento de terapias eficazes. Imunoterapia para Tumores: − O interesse na imunoterapia parte da sua alta especificidade por células tumorais e limitada toxicidade para as células normais, ao contrário das terapias convencionais contra o câncer, as quais provocam efeitos graves nas células normais em divisão e muitas vezes não são eficientes devido à resistência das células cancerosas aos agentes farmacológicos utilizados. − Visa estimular a imunidade antitumoral; pode ocorrer de forma ativa (potencialização da fraca resposta imunológica aos tumores) ou passiva (fornecimento passivo de efetores imunológicos) IMUNOTERAPIA ATIVA − A ativa específica inclui vacinas terapêuticas e profiláticas; − Ativa inespecífica abrange os componentes inespecíficos do sistema imunológico, como citocinas e coestimuladores. A IMUNOTERAPIA PASSI VA − Refere-se a métodos em que efetores imunológicos, como anticorpos ou linfócitos, preparados ou expadindos ex vivo, são administrados a um paciente com câncer (não há ativação do sistema imune do paciente). − Resposta é rápida, mas não gera imunidade duradoura; − Compreende duas formas: terapia com anticorpos antitumorais e terapia celular adotiva. PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA IMUNOTERAPIA PASSIVA E ATIVA: 1. Imunossupressão do paciente com câncer; 2. Tratamento quimioterápico e o radioterápico; 3. Imunossenescência (progressivo declínio da função imunológica). − OBS 1: Imunossupressão e imunosssenescência são obstáculos porque, em alguns tratamentos imunoterápicos o intuito é aumentar a atividade do sistema imune, aumentar atividade de um sistema que mesmo quando em níveis normais já é insuficiente para o combate torna-se obstáculo para a terapia. − OBS 2: tratamento quimioterápico e radioterápico, por serem pouco específicos, diminuem a ação do SI; ler OBS 1. IMUNOTERAPIA ATIVA E SPECÍFICA − Administração de substâncias que induzem resposta imune específica contra determinados antígenos tumorais através da administração de vacinas profiláticas e terapêuticas, cujo objetivo é induzir uma RI específica e duradoura que promova a regressão do tumor ou impeça a sua reincidência. − Vacinação com células íntegras do tumor, lisados de células tumorais, peptídeos e proteínas reconhecidos por CTL específicos para tumor, vírus recombinantes, células dendrídicas pulsadas com antígenos tumorais e ácidos nucléicos (RNA e DNA) que codificam os antígenos tumorais, dentre outras estratégias. − Inclusão de adjuvantes imunológicos nas vacinas antitumorais foi essencial para induzir uma RI eficaz; vacinas profiláticas têm sido utilizadas com sucesso para prevenir cânceres que têm sua origem ou progressão facilitadas por agentes infecciosos (HBV e HPV). AS VACINAS TERAPÊUTICAS − objetivam combater os tumores já estabelecidos; são geralmente utilizadas para tratar o câncer metastático a fim de reverter a falta de controle do SI sobre o câncer. Desenvolvimento das vacinas terapêuticas tem sido problemático, visto que o seu alvo não é diretamente o tumor e sim, o sistema imunológico, que por sua vez têm como alvo o tumor e seu microambiente. Buscam estabelecer um equilíbrio da interação tumor-hospedeiro, para assim controlar o tumor. A toxicidade é mínima quando usada como monoterapia se comparada aos índices de toxicidade da quimioterapia convencional, mas a eficácia das vacinas terapêuticas derivadas de ex vivo estão em fase de comprovação, o sucesso é limitado, o que pode ser atribuído a uma série de fatores que vão desde a preparação, a administração, o estadiamento da doença até a heterogeneidade dos tumores malignos. − Principais vacinas terapêuticas têm céls dendrídicas pulsadas com antígenos tumorais (as células dendrídicas purificadas de pacientes são incubadas com antígenos tumorais ou transfectadas com genes codificando estes antígenos e depois injetadas novamente no paciente). − Vacinas são viáveis em diversos tumores malignos, apresentam baixa toxicidade e são capazes de gerar respostas imunes específicas em muitos pacientes. − Outros tipos de vacinas terapêuticas para o câncer incluem: vacinas de ácidos nucléicos, vacinas virais, vacinas baseadas em células dendrídicas, vacinas tumorais mortas e vacinas com antígenos tumorais purificados IMUNOTERAPIA ATIVA INESPECÍFICA − Administração de substâncias que estimulam, intensificam ou potencializam a RI de forma geral. EX: uso de substâncias inflamatórias (citocinas e o bacilo de Calmette-Guérin-BCG). − Terapia com BCG intravesical é o padrão de tratamento do câncer de bexiga não invasivo de alto grau. O mecanismo geral é a ativação das células T CD4+, que ocasiona liberação de citocinas e quimiocinas no microambiente do tumor, como IFNc, IL-2, e TNF-4, e o recrutamento de células imunes para o local e por conseguinte, a morte das células tumorais. − Imunoterapia ativa inespecífica com citocinas refere-se ao uso dos agentes imunomoduladores inespecíficos, como os interferons e as interleucinas – capazes de aperfeiçoar a RI tumoral. A administração em altas doses de IL-2 em pacientes com câncer renal e melanoma metastático prolongava consideravelmente a durabilidade da resposta contra o tumor. No entanto, estes agentes causavam uma toxicidade significativa e com isso, há certa dificuldade em definir o candidato ideal para a terapia de IL-2. − Utilização de interferon expande-se a uma variedade de cânceres hematológicos, ao câncer renal e ao melanoma avançado. Efeitos antiproliferativos diretos ativam as células NK e macrófagos, aumentamdo a expressão de MHC classe I. O interferon foi aprovado pelo FDA para ser usado como uma terapia adjuvante após ressecção de melanoma de fase 2 e 3. ANTICORPOS MONOCLONAIS − Anticorpos monovalentes que se ligam ao mesmo epítopo e são produzidas a partir de um único clone de linfócito B. Atualmente, há cerca de mais de 100 diferentes anticorpos monoclonais sendo explorados, seja em estudos experimentais com animais ou com humanos, como agentes terapêuticos para o câncer, e alguns já estão aprovados para uso clínico pelo FDA. − Um dos principais problemas é a proliferação excessiva das variantes com perda de antígenos das células tumorais que não expressam mais os antígenos reconhecidos pelos anticorpos (evitado utilizando coquetéis de anticorpos específicos para diferentes antígenos expressos pelo mesmo tumor). Os anticorpos podem mediar os efeitos antitumorais empregando uma variedade de mecanismos efetores, como a citotoxicidade celular dependente de anticorpos (CCDA), a citotoxicidade dependente do complemento e indução ou bloqueio dos sinais intracelulares. OBS. mecanismos de ação de muitos anticorpos clinicamente ativos permanecem ainda desconhecidos. − CCDA: anticorpos específicos para um determinado antígeno direcionam células efetoras da imunidade inata para destruir as células tumorais expressando esses antígenos. Esta propriedade é dependente das interações entre receptores celulares Fc (FcR) em células imunes e a porção Fc de um anticorpo. A ligação FcR ativa as células efetoras, como as células NK, culminando na destruição da célula tumoral. − Muitos anticorpos monoclonais são específicos para algunsprodutos oncogênicos, com isso estimulam mecanismos imunológicos efetores e interferem nas vias de sinalização intracelular. Ex: Herceptina: anticorpo monoclonal específico para o oncogene HER-2/neu, aprovado para o tratamento de câncer de mama cujos tumores expressam altos níveis de HER2/neu. O sistema do complemento compreende um número de proteínas solúveis que podem interagir com o domínio Fc de anticorpos e causar a lise celular, assim os anticorpos podem se aproveitar da citotoxicidade dependente do complemento para combater o câncer. Por fim, outra estratégia imunoterapêutica dos anticorpos é bloquear as vias inibitórias para promover a imunidade tumoral, como a inibição das moléculas imunossupressoras CTLA-4 e PD-1. − PD-L1 e PD-1 formam um sistema complexo de receptores e ligantes envolvidos no controle da ativação de células T. PD- L1 é expresso em células T, células B, células dendríticas, macrófagos, células-tronco mesenquimais, mastócitos e outras células não-hematopoiéticas. Também é expresso por tumores, auxiliando na evasão de sua detecção e eliminação pelo sistema imune do hospedeiro. Anticorpo aprovado pela FDA anti-PD-1: Atezolizumab (Maio de 2019). − Os tumores são capazes de escapar da destruição pelo sistema imune por produzirem proteínas na superfície de suas células chamadas PD-L1 que funcionam como uma chave para identificar uma fechadura, a molécula PD-1 presente em células T do sistema imune. A ligação chave- fechadura leva a morte das células T e a manutenção das células tumorais. Dois dos anticorpos usados na imunoterapia ligam-se a PD-L1 ou a PD1, e impedem que a chave encontre a fechadura e que portanto a célula do sistema imune não seja destruída pelo tumor e que possa combate-lo. − O anticorpo monoclonal humanizado Ipilimumab foi aprovado pelo FDA em 2011 para pacientes com melanoma metastático, seu mecanismo de ação baseia-se em bloquear a CTLA-4 (também pode ser utilizado no câncer de mama), resultando na proliferação e no aumento da atividade efetora das células T. − Anticorpos monoclonais podem não ser eficazes contra tumores primários encapsulados, mas efetivos contra tumores metastáticos ou células cancerosas circulantes. A administração de anticorpos antes ou após a cirurgia pode ser a chave para reduzir o risco de metástases e recaídas. Aconselhamento Genético − Inclui uma discussão sobre abordagens possíveis para diminuir ou reduzir o risco para doenças hereditárias − Objetiva fornecer informações e apoio a famílias sob o risco ou que já tenham uma doença genética — Ajuda a: ➔ Compreender o diagnostico, evolução da doença e possíveis tratamentos ➔ Compreender as condutas para se lidar com o risco de se ter a doença ➔ Ajudar o paciente a tomar uma decisão sobre seu futuro reprodutivo ➔ Fazer o encaminhamento para especialistas ou grupos de apoio se necessario — Quem faz: Pode ser realizado por um medico, enfermeiros especializados em genética ou outros profissionais — Como faz: ➔ Coleta informações sobre histórico familiar ➔ Faz avaliação com exame físico e exames laboratoriais do paciente ou da família ➔ Avalia com os exames o risco real de se ter a doença ➔ Ajuda o paciente a compreender sua doença, assim como a evolução e o prognostico ➔ Informa sobre testes pré-natais ou exames que futuramente possam fazer ➔ Faz encaminhamento para outros profissionais ➔ Faz avaliação continuada, mesmo com ou sem o diagnostico definido, mesmo após o paciente já ter decidido sobre as condutas a se tomar, continua com a avaliação do paciente ➔ Oferece apoio psicossocial se necessário — Pergunta-se sobre o histórico familiar, consanguinidades, aconselham sobre os riscos genéticos para o paciente e familiares, ajudem a delimitar as opções de tratamento para reduzir o risco de incidência da doença HISTÓRICO FAMILIAR — A história familiar é importante porque permite: ➔ Identificação de padrões de herança mendeliana, baseando-se no grau de parentesco e na quantidade de pessoas doentes em uma mesma família ➔ Avaliação dos fatores ambientais que possam ter influenciado na expressão da doença — A chance de ter uma doença, tendo um parente de primeiro grau com a doença, aumenta 2-3x em relação a população geral — Quanto mais parentes de primeiro grau com a doença se tem e quanto mais precoce a doença é, maior é a chance do paciente em questão ser de alto risco para a doença X INFORMAÇÃO À FAMÍLIA — O aconselhamento foca não apenas na pessoa doente, mas na sua família, por isso ela: • Trabalha com o paciente para que ele informe outros membros da família quanto ao risco de se ter a doença • Oferece exames genéticos para outros membros da família para avaliar a chance de se ter a doença AJUDA PSICOLÓGICA — O profissional que faz o aconselhamento ajuda o paciente a lidar com as questoes psicossociais que envolvem a doença, como ajudar a se adaptar com o fato de ser portador de uma doença, se livrar da culpa de ter passado essa doença a seus filhos, ... — A ajuda psicológica é importante para ajudar o individuo a voltar as suas atividades normais e não viver em função da doença que tem ACONSELHAMENTO NÃO DIRETIVO — Em que os pacientes são livres para tomar a melhor decisão com relação ao manejo do risco para a doença — Cada pessoa tem autonomia para decidir sobre seu futuro reprodutivo, sem coerção por parte do aconselhador REFERÊNCIAS 1. 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