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cancer de mama

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Epidemiologia do CA Mama 
NO MUNDO 
− O câncer de mama é hoje um relevante problema de saúde 
pública. É a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na 
maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas 
mundiais do Globocan 2018 (BRAY, 2018), foram estimados 
2,1 milhões de casos novos de câncer e 627 mil óbitos pela 
doença. 
− Segundo a última pesquisa realizada pela Agência 
Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) sobre a incidência 
do câncer no mundo, o câncer de mama é um dos três tipos 
de maior incidência, junto com o de pulmão e o colorretal, e 
é o que mais acomete as mulheres em 154 países dos 185 
analisados. 
NO BRASIL 
− No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama 
para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, o que 
representa 29,5% dos cânceres em mulheres e, excetuando-
se o câncer de pele não melanoma, é o tipo de câncer que 
mais mata mulheres 
− Em 2016, ocorreram 16.069 mortes de mulheres por câncer 
de mama no país. 
− Segundo a Estimativa 2018 - Incidência de câncer no Brasil 
(INCA, 2017), o número de casos incidentes estimados de 
câncer de mama feminina no Brasil, para 2019, foi de 59.700. 
Nas capitais, esse número corresponde a 19.920 casos novos 
a cada ano. A taxa bruta de incidência estimada foi de 56,33 
por 100 mil mulheres para todo o Brasil e 80,33 por 100 mil 
mulheres nas capitais 
− As estimativas para o CA mama no ano de 2019 no MATO 
GROSSO são: 
• 680 casos no estado todo 
• Cuiaba corresponderia a 220 dos 680 casos 
INCIDÊNCIA DOS TIPOS DE CÂNCER DE MAMA 
− Existe uma grande variedade de tipos histológicos e 
moleculares de carcinomas de mama in situ e invasor. O tipo 
histológico invasor mais comum é o carcinoma ductal 
infiltrante não especificado, que representa de 70 a 80% de 
todos os tumores de mama, seguido pelo carcinoma lobular 
infiltrante, com cerca de 5 a 15%, e pelos outros tipos 
histológicos (LAKHANI, 2012). 
Relação do Câncer de Mama com 
Outros Cânceres 
− As mutações em dois genes, BRCA1 e BRCA2, são 
responsáveis por 25% dos casos de câncer de mama familiar. 
Além do câncer de mama, mulheres com mutação no BRCA1 
possuem um risco substancialmente maior de ter cânceres 
epiteliais de ovário, e os homens possuem um risco 
levemente aumentado para o câncer de próstata. De maneira 
similar, as mutações no gene BRCA2 aumentam o risco para o 
câncer de mama, tanto em homens quanto em mulheres, 
assim como de câncer de ovário, de próstata, de pâncreas, 
das vias biliares, do estômago, melanócitos e linfócitos B. 
− A Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário é uma 
doença hereditária na qual o risco de desenvolver câncer de 
mama e câncer de ovário é maior que o normal. A Síndrome 
Hereditária de Câncer de Mama e Ovário é principalmente 
associada com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. 
Mutações em outros genes podem causar essa síndrome, no 
entanto, de maneira mais rara. 
− A Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário está 
associada com o aumento do risco de desenvolvimento 
precoce de: 
• câncer de mama triplo negativo 
• câncer de mama bilateral 
• câncer de ovário em qualquer idade 
• câncer de próstata 
• câncer de pâncreas 
• melanoma 
− O risco absoluto para câncer em indivíduos com essa 
síndrome varia dependendo de qual gene foi alterado e qual 
mutação específica. De maneira geral: 
• câncer de mama: 46-71% para mulheres e até 2.8% 
para homens 
• câncer de ovário: 17-46% 
• câncer de próstata: 7.5% 
• câncer de pâncreas: 1-7% 
• melanoma: 0,1-2,4% 
− Mulheres com mutações no gene BRCA1 e BRCA2 são 
expostas a diferentes quantidades de hormônios estradiol e 
progesterona, os quais são fatores de risco para canceres de 
mama e ovário. 
− Portadores de mutações no gene BRCA tem regulação 
hormonal anormal devido a esse gene estar alterado no 
ovário, além da mudança de sensibilidade dos tecidos a 
hormônios causada pelas alterações no BRCA. 
− Isso mostra que o risco de desenvolver câncer nos portadores 
de mutações nos genes BRCA não é causado apenas pelo 
defeito na célula de não conseguir reparar os danos no DNA. 
− Desse modo, fica evidente o motivo dos portadores de 
mutações nos genes BRCA desenvolverem facilmente 
canceres de mama e de ovário ao invés de outros canceres. 
Tipos de Câncer (gabi) 
... 
TRIPLO NEGATIVO 
Impactos para o Câncer de mama 
O QUE É TRIPLO-NEGATIVO 
− Os receptores celulares são moléculas que podem estar na 
membrana plasmática e são como os “olhos” e “ouvidos” da 
célula, recebendo sinais externos e enviando mensagens para 
dentro da célula como resposta 
− Os hormônios e fatores de crescimento se ligam a esses 
receptores e ajudam a célula a crescer e funcionar 
− A maior parte dos tumores de mama, mas nem todos, 
apresentam pelo menos 1 tipo de receptor na sua célula 
− Há diversas hormônio-terapias e fármacos seletivos para 
HERB2 que podem ser usados no tratamento de Cancer 
− Cerca de 15% dos CA mama testam negativo para os 3 
receptores, ou seja, não tem receptores de HERB2, 
ESTROGENIO E PROGESTERONA 
• Isso significa que podemos chama-los de triplo negativo 
• HERB3 - fator de crescimento epidermal humano → 
estimula o crescimento celular 
− O triplo negativo é um dos vários tipos de canceres de mama, 
sendo conhecido como um dos mais agressivos e incidentes 
em mulheres jovens 
− Quando o tumor é negativo para os três receptores, o 
tratamento de torna muito difícil 
• Como o tumor não tem nenhum dos 3 receptores, ele 
não responde a hormônio-terapia, nem a fármacos que 
marcam os receptores de HERB2 
• A não responsividade do tumor a esses 3 itens também 
faz com que seu mecanismo de crescimento seja 
desconhecido, dado o fato de que ele não cresce em 
resposta a homonios ou a esse fator de crescimento 
HERB2 
CARACTERÍSTICAS DO CA TRIPLO NEGATIVO 
− É considerado um CA muito agressivo e com prognostico ruim 
se comparado aos outros tipos de CA 
• Isso ocorre porque não há receptores para os fármacos 
seletivos se ligarem, dificultando o tratamento com 
quimioterapia 
• Assim o CA triplo negativo acelera o crescimento das 
células, produzindo metástases rapidamente e 
aumentando as chances de recidivas 
• As metástases ocorrem principalmente no pulmão, 
cérebro e ossos 
− É comum ocorrer metástases e recidivas 
• O fato de haver poucos tratamentos disponíveis, aliado 
ao alto potencial mitótico e malignidade, ela pode se 
replicar rapidamente e se espalhar pelo organismo 
− São mais comuns nas células basais do tecido mamário 
• O tumor nessas células tende a ser mais agressivo 
• Importante dizer que nem todos os canceres de célula 
basal são triplo negativo 
− Tem alta letalidade prematura → morte de 3-5 anos depois 
do aparecimento do tumor 
PESSOAS COM SUCEPTIBILIDADE A DOENÇA 
− Qualquer um pode desenvolver esse tipo de CA, contudo, há 
alguns fatores que são mais influentes na aparição desse 
tumor 
− CA Triplo-Negativo é mais comum em mulheres jovens antes 
dos 50 anos 
INCIDÊNCIA 
− Esse tipo de CA é mais comum em mulheres antes dos 40 
anos, hispânicas ou latinas, afroamericanas ou mulheres com 
mutações no BRCA1-2 
− baixo nível socioeconômico; alta paridade, primeiro parto 
com idade jovem; falta de amamentação; uso de 
anticoncepcionais orais , peso corporal aumentado; e 
síndrome metabólica 
INFLUENCIA HORMONAL NO CÂNCER DE MAMA 
− As células cancerígenas retiradas durante uma biópsia ou 
cirurgia são analisadas para verificar se têm receptores de 
estrogênio ou progesterona. Quando os hormônios se ligam 
a esses receptores, “alimentam” o crescimentodo câncer. Os 
cânceres são denominados receptores hormonais positivos 
ou negativos com base na presença (ou não) destes 
receptores. É importante conhecer o status do receptor 
hormonal para decidir as opções de tratamento. 
RECEPTORES DE ESTROGÊNIO E RECEPTORES DE 
PROGESTERONA 
− Os receptores são proteínas que podem se ligar a 
determinadas substâncias. As células normais e algumas 
células cancerígenas da mama tem receptores que se ligam 
ao estrogênio e à progesterona e ao fator de crescimento 
epidermal humano HERB2 
− Com a influencia desses 3 fatores, o tumor pode crescer e se 
desenvolver 
− Contudo, as células cancerígenas da mama podem ter apenas 
um, ou ambos os receptores ou nenhum deles. 
− Receptor de Estrogênio Positivo 
− Os cânceres de mama com receptores de estrogênio são 
denominados RE+. 
− Receptor de Progesterona Positivo 
• Os cânceres de mama com receptores de progesterona 
são denominados RP+. 
IMPORTÂNCIA DO RECEPTOR HORMONAL 
− Certos medicamentos são usados para tratar os cânceres de 
mama que têm um ou ambos receptores hormonais. A 
maioria dos tipos de terapia hormonal para câncer de mama 
aumenta os níveis de estrogênio ou impede o estrogênio de 
atuar sobre as células cancerígenas. Este tipo de tratamento 
é útil para o câncer de mama receptor hormonal positivo, mas 
não funciona em tumores receptores hormonais negativos 
(ER- e PR-) 
− Todos os cânceres de mama invasivos devem ser avaliados 
para ambos os receptores hormonais, seja na amostra da 
biópsia ou quando o tumor é removido cirurgicamente. Cerca 
de 67% dos cânceres de mama têm pelo menos um desses 
receptores. Esta porcentagem é maior em mulheres mais 
velhas do que em mulheres mais novas 
− O exame imunohistoquímico é realizado nas amostras para 
determinar se as células cancerígenas têm receptores de 
estrogênio e progesterona. Os resultados do exame 
orientarão o médico sobre as melhores opções de tratamento 
para cada paciente 
− CÂNCER DE MAMA RECEPTOR DE HORMÔNIO 
POSITIVO : As células de câncer de mama receptor hormonal 
positivo têm ER+ ou PR+. Estes cânceres podem ser tratados 
com terapia hormonal que reduzem os níveis de estrogênio 
ou bloqueiam os receptores de estrogênio. Isso inclui os 
cânceres que são ER- mas PR+. As mulheres com câncer 
hormônio receptor positivo tendem a ter um melhor 
prognóstico a curto prazo, mas esses cânceres às vezes 
podem recidivar muitos anos após o tratamento. Os cânceres 
com receptores hormonais positivos são mais comuns após a 
menopausa. 
− CÂNCER DE MAMA RECEPTOR DE HORMÔNIO 
NEGATIVO. Os cânceres de mama com receptores 
hormonais negativos não têm receptores de estrogênio nem 
de progesterona. O tratamento com terapia hormonal não é 
útil para esses tipos de câncer. Esses cânceres tendem a 
crescer mais rápido do que os cânceres receptores hormonais 
positivos. Se eles recidivarem após o tratamento, muitas 
vezes ocorre nos primeiros anos. Os cânceres receptores 
hormonais negativos são mais comuns em mulheres que 
ainda não chegaram à menopausa. 
− CÂNCER DE MAMA TRIPLO NEGATIVO: O câncer de 
mama triplo negativo não tem receptor de estrogênio ou 
progesterona e nem a proteína HER2. Esses cânceres tendem 
a ser mais comuns em mulheres mais jovens e em mulheres 
negras ou hispânicas/latinas. Os cânceres de mama triplo 
negativos crescem e se disseminam mais rápido do que a 
maioria dos outros tipos de câncer de mama. Como as células 
cancerígenas não têm receptores hormonais, a terapia 
hormonal não é útil no tratamento desses cânceres. Como 
eles não têm a proteínas HER2, as terapias alvo para HER2 
também não é útil. O tratamento com quimioterapia pode ser 
a opção mais eficaz. 
KI-67 
− A proteína nuclear Ki67 (pKi67) é um indicador prognóstico e 
preditivo estabelecido para a avaliação de biópsias de 
pacientes com câncer 
− A expressão de Ki67 está fortemente associada à proliferação 
e crescimento de células tumorais e é amplamente utilizada 
na investigação patológica de rotina como marcador de 
proliferação 
− Clinicamente, foi demonstrado que o pKi67 se correlaciona 
com as metástases e o estágio clínico dos tumores porque ele 
já foi detectado em tumores malignos 
− De acordo com seu papel preditivo, a expressão de pKi67 
identifica subpopulações de pacientes com maior 
probabilidade de responder a uma determinada terapia. 
− Foi demonstrado que o bloqueio do Ki67 por microinjeção de 
anticorpos ou pelo uso de oligonucleotídeos antisense leva à 
interrupção da proliferação celular. 
− A proteína Ki67 é bem caracterizada em nível molecular e é 
amplamente utilizada como marcador prognóstico e 
preditivo para diagnóstico e tratamento do câncer. 
 
− Está presente em todas as fases ativas do ciclo celular (G1, S, 
G2 e M), mas está ausente nas células em repouso (G0) 
− Em níveis G1, S, G2 e M seus níveis são baixos mas atingem 
um pico no inicio da mitose, ocorrendo posterior queda 
durante a anafase e telófase 
− A expressão de ki-67 coincide com o transito de células 
através da mitose e sofre fosforilação e desfosforilação 
durante a mitose, tornando-a susceptível a degradação por 
proteases 
− A proteína Ki67 tem uma meia-vida de apenas ~ 1–1,5 h. 
− A expressão da proteína Ki67 (pKi67) está associada à 
atividade proliferativa de populações celulares intrínsecas em 
tumores malignos, permitindo que seja utilizada como 
marcador de agressividade tumoral 
− 
− O gene que codigica o ki67 esta no cromossomo 10 
COMO MÉTODO DIAGNOSTICO 
− O pKi67 também tende a aumentar com a diminuição da 
diferenciação tecidual e foi correlacionado com a presença de 
metástases ocultas e o estágio clínico dos tumores 
− O ki67 é mais expresso em tecidos malignos, tendo maiores 
níveis com o aumento da anaplasia 
− A atividade proliferativa pode ser determinada por contagem 
mitótica, determinação por citometria de fluxo da fração de 
fase de síntese e imuno-histoquimica usando anticorpos 
reativos contra vários antígenos celulares em proliferação 
− O anticorpo monoclonal Ki67 / MIB-1 é comumente usado e 
é reativo contra o antígeno nuclear Ki67 que é expresso 
durante as fases do ciclo celular G1, S, G2 e M, mas não é 
encontrado durante o G0 
− O uso criterioso desse marcador de proliferação em 
combinação com características histopatológicas 
estabelecidas de malignidade pode servir como um 
indicador mais confiável da probabilidade de 
recorrência do tumor 
COMO FERRAMENTA PROGNÓSTICA 
− A expressão de Ki67 reflete a taxa de proliferação tumoral e 
se correlaciona com o início, progressão, metástase e 
prognóstico de vários tipos de tumores 
− identifica subpopulações de pacientes com maior 
probabilidade de responder a uma determinada terapia. 
− Em vários tumores, parece haver um grau de correlação entre 
a expressão de pKi67 e a sobrevida do paciente 
COMO ALVO TERAPÊUTICO 
− Devido à alta proliferação celular, frequentemente associada 
ao índice de marcação da proteína Ki-67, o Ki67 pode ser um 
fator promissor para terapias moleculares direcionadas. 
− Em vitro, os ácidos nucleicos peptídicos PNAs anti-Ki-67 
produziram um efeito inibidor forte na expressão de Ki-67 
tiveram efeitos na proliferação e apoptose de células de 
carcinoma renal humano 
− Além disso, a microinjeção de anticorpos direcionados contra 
o Ki-67 demonstrou resultar em uma menor taxa de divisão 
celular 
− Em resumo, devido à sua expressão onipresente em todas as 
células em proliferação e ao valor prognóstico do índice Ki-67 
em muitos tipos de câncer, o pKi-67 é um alvo terapêutico 
potencialmente atraenteno câncer, e as estratégias que 
inativam o pKi-67 são um promissor anti-abordagem 
proliferativa, com aplicabilidade potencialmente ampla no 
tratamento do câncer 
− Portanto, direcionar caminhos e marcadores moleculares 
implicados no crescimento de células cancerígenas é uma via 
promissora para o desenvolvimento de terapias eficazes. 
Imunoterapia para Tumores: 
− O interesse na imunoterapia parte da sua alta especificidade 
por células tumorais e limitada toxicidade para as células 
normais, ao contrário das terapias convencionais contra o 
câncer, as quais provocam efeitos graves nas células normais 
em divisão e muitas vezes não são eficientes devido à 
resistência das células cancerosas aos agentes farmacológicos 
utilizados. 
− Visa estimular a imunidade antitumoral; pode ocorrer de 
forma ativa (potencialização da fraca resposta imunológica 
aos tumores) ou passiva (fornecimento passivo de efetores 
imunológicos) 
IMUNOTERAPIA ATIVA 
− A ativa específica inclui vacinas terapêuticas e profiláticas; 
− Ativa inespecífica abrange os componentes inespecíficos do 
sistema imunológico, como citocinas e coestimuladores. 
A IMUNOTERAPIA PASSI VA 
− Refere-se a métodos em que efetores imunológicos, como 
anticorpos ou linfócitos, preparados ou expadindos ex vivo, 
são administrados a um paciente com câncer (não há ativação 
do sistema imune do paciente). 
− Resposta é rápida, mas não gera imunidade duradoura; 
− Compreende duas formas: terapia com anticorpos 
antitumorais e terapia celular adotiva. 
PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA IMUNOTERAPIA 
PASSIVA E ATIVA: 
1. Imunossupressão do paciente com câncer; 
2. Tratamento quimioterápico e o radioterápico; 
3. Imunossenescência (progressivo declínio da função 
imunológica). 
− OBS 1: Imunossupressão e imunosssenescência são 
obstáculos porque, em alguns tratamentos imunoterápicos o 
intuito é aumentar a atividade do sistema imune, aumentar 
atividade de um sistema que mesmo quando em níveis 
normais já é insuficiente para o combate torna-se obstáculo 
para a terapia. 
− OBS 2: tratamento quimioterápico e radioterápico, por serem 
pouco específicos, diminuem a ação do SI; ler OBS 1. 
IMUNOTERAPIA ATIVA E SPECÍFICA 
− Administração de substâncias que induzem resposta imune 
específica contra determinados antígenos tumorais através 
da administração de vacinas profiláticas e terapêuticas, cujo 
objetivo é induzir uma RI específica e duradoura que promova 
a regressão do tumor ou impeça a sua reincidência. 
− Vacinação com células íntegras do tumor, lisados de células 
tumorais, peptídeos e proteínas reconhecidos por CTL 
específicos para tumor, vírus recombinantes, células 
dendrídicas pulsadas com antígenos tumorais e ácidos 
nucléicos (RNA e DNA) que codificam os antígenos tumorais, 
dentre outras estratégias. 
− Inclusão de adjuvantes imunológicos nas vacinas 
antitumorais foi essencial para induzir uma RI eficaz; vacinas 
profiláticas têm sido utilizadas com sucesso para prevenir 
cânceres que têm sua origem ou progressão facilitadas por 
agentes infecciosos (HBV e HPV). 
AS VACINAS TERAPÊUTICAS 
− objetivam combater os tumores já estabelecidos; são 
geralmente utilizadas para tratar o câncer metastático a fim 
de reverter a falta de controle do SI sobre o câncer. 
Desenvolvimento das vacinas terapêuticas tem sido 
problemático, visto que o seu alvo não é diretamente o tumor 
e sim, o sistema imunológico, que por sua vez têm como alvo 
o tumor e seu microambiente. Buscam estabelecer um 
equilíbrio da interação tumor-hospedeiro, para assim 
controlar o tumor. A toxicidade é mínima quando usada como 
monoterapia se comparada aos índices de toxicidade da 
quimioterapia convencional, mas a eficácia das vacinas 
terapêuticas derivadas de ex vivo estão em fase de 
comprovação, o sucesso é limitado, o que pode ser atribuído 
a uma série de fatores que vão desde a preparação, a 
administração, o estadiamento da doença até a 
heterogeneidade dos tumores malignos. 
− Principais vacinas terapêuticas têm céls dendrídicas pulsadas 
com antígenos tumorais (as células dendrídicas purificadas de 
pacientes são incubadas com antígenos tumorais ou 
transfectadas com genes codificando estes antígenos e 
depois injetadas novamente no paciente). 
− Vacinas são viáveis em diversos tumores malignos, 
apresentam baixa toxicidade e são capazes de gerar respostas 
imunes específicas em muitos pacientes. 
− Outros tipos de vacinas terapêuticas para o câncer incluem: 
vacinas de ácidos nucléicos, vacinas virais, vacinas baseadas 
em células dendrídicas, vacinas tumorais mortas e vacinas 
com antígenos tumorais purificados 
IMUNOTERAPIA ATIVA INESPECÍFICA 
− Administração de substâncias que estimulam, intensificam ou 
potencializam a RI de forma geral. EX: uso de substâncias 
inflamatórias (citocinas e o bacilo de Calmette-Guérin-BCG). 
− Terapia com BCG intravesical é o padrão de tratamento do 
câncer de bexiga não invasivo de alto grau. O mecanismo 
geral é a ativação das células T CD4+, que ocasiona liberação 
de citocinas e quimiocinas no microambiente do tumor, como 
IFNc, IL-2, e TNF-4, e o recrutamento de células imunes para 
o local e por conseguinte, a morte das células tumorais. 
− Imunoterapia ativa inespecífica com citocinas refere-se ao 
uso dos agentes imunomoduladores inespecíficos, como os 
interferons e as interleucinas – capazes de aperfeiçoar a RI 
tumoral. A administração em altas doses de IL-2 em pacientes 
com câncer renal e melanoma metastático prolongava 
consideravelmente a durabilidade da resposta contra o 
tumor. No entanto, estes agentes causavam uma toxicidade 
significativa e com isso, há certa dificuldade em definir o 
candidato ideal para a terapia de IL-2. 
− Utilização de interferon expande-se a uma variedade de 
cânceres hematológicos, ao câncer renal e ao melanoma 
avançado. Efeitos antiproliferativos diretos ativam as células 
NK e macrófagos, aumentamdo a expressão de MHC classe I. 
O interferon foi aprovado pelo FDA para ser usado como uma 
terapia adjuvante após ressecção de melanoma de fase 2 e 3. 
ANTICORPOS MONOCLONAIS 
− Anticorpos monovalentes que se ligam ao mesmo epítopo e 
são produzidas a partir de um único clone de linfócito B. 
Atualmente, há cerca de mais de 100 diferentes anticorpos 
monoclonais sendo explorados, seja em estudos 
experimentais com animais ou com humanos, como agentes 
terapêuticos para o câncer, e alguns já estão aprovados para 
uso clínico pelo FDA. 
− Um dos principais problemas é a proliferação excessiva das 
variantes com perda de antígenos das células tumorais que 
não expressam mais os antígenos reconhecidos pelos 
anticorpos (evitado utilizando coquetéis de anticorpos 
específicos para diferentes antígenos expressos pelo mesmo 
tumor). Os anticorpos podem mediar os efeitos antitumorais 
empregando uma variedade de mecanismos efetores, como 
a citotoxicidade celular dependente de anticorpos 
(CCDA), a citotoxicidade dependente do complemento e 
indução ou bloqueio dos sinais intracelulares. OBS. 
mecanismos de ação de muitos anticorpos clinicamente 
ativos permanecem ainda desconhecidos. 
− CCDA: anticorpos específicos para um determinado 
antígeno direcionam células efetoras da imunidade inata 
para destruir as células tumorais expressando esses 
antígenos. Esta propriedade é dependente das interações 
entre receptores celulares Fc (FcR) em células imunes e a 
porção Fc de um anticorpo. A ligação FcR ativa as células 
efetoras, como as células NK, culminando na destruição da 
célula tumoral. 
− Muitos anticorpos monoclonais são específicos para 
algunsprodutos oncogênicos, com isso estimulam 
mecanismos imunológicos efetores e interferem nas vias 
de sinalização intracelular. Ex: Herceptina: anticorpo 
monoclonal específico para o oncogene HER-2/neu, 
aprovado para o tratamento de câncer de mama cujos 
tumores expressam altos níveis de HER2/neu. O sistema do 
complemento compreende um número de proteínas solúveis 
que podem interagir com o domínio Fc de anticorpos e causar 
a lise celular, assim os anticorpos podem se aproveitar da 
citotoxicidade dependente do complemento para combater o 
câncer. Por fim, outra estratégia imunoterapêutica dos 
anticorpos é bloquear as vias inibitórias para promover a 
imunidade tumoral, como a inibição das moléculas 
imunossupressoras CTLA-4 e PD-1. 
− PD-L1 e PD-1 formam um sistema complexo de receptores e 
ligantes envolvidos no controle da ativação de células T. PD-
L1 é expresso em células T, células B, células dendríticas, 
macrófagos, células-tronco mesenquimais, mastócitos e 
outras células não-hematopoiéticas. Também é expresso por 
tumores, auxiliando na evasão de sua detecção e eliminação 
pelo sistema imune do hospedeiro. Anticorpo aprovado pela 
FDA anti-PD-1: Atezolizumab (Maio de 2019). 
− Os tumores são capazes de escapar da destruição pelo 
sistema imune por produzirem proteínas na superfície de 
suas células chamadas PD-L1 que funcionam como uma 
chave para identificar uma fechadura, a molécula PD-1 
presente em células T do sistema imune. A ligação chave-
fechadura leva a morte das células T e a manutenção das 
células tumorais. Dois dos anticorpos usados na 
imunoterapia ligam-se a PD-L1 ou a PD1, e impedem que a 
chave encontre a fechadura e que portanto a célula do 
sistema imune não seja destruída pelo tumor e que possa 
combate-lo. 
− O anticorpo monoclonal humanizado Ipilimumab foi 
aprovado pelo FDA em 2011 para pacientes com melanoma 
metastático, seu mecanismo de ação baseia-se em bloquear 
a CTLA-4 (também pode ser utilizado no câncer de mama), 
resultando na proliferação e no aumento da atividade efetora 
das células T. 
− Anticorpos monoclonais podem não ser eficazes contra 
tumores primários encapsulados, mas efetivos contra 
tumores metastáticos ou células cancerosas circulantes. A 
administração de anticorpos antes ou após a cirurgia pode ser 
a chave para reduzir o risco de metástases e recaídas. 
Aconselhamento Genético 
− Inclui uma discussão sobre abordagens possíveis para 
diminuir ou reduzir o risco para doenças hereditárias 
− Objetiva fornecer informações e apoio a famílias sob o risco 
ou que já tenham uma doença genética 
— Ajuda a: 
➔ Compreender o diagnostico, evolução da doença e 
possíveis tratamentos 
➔ Compreender as condutas para se lidar com o risco de 
se ter a doença 
➔ Ajudar o paciente a tomar uma decisão sobre seu futuro 
reprodutivo 
➔ Fazer o encaminhamento para especialistas ou grupos 
de apoio se necessario 
— Quem faz: Pode ser realizado por um medico, enfermeiros 
especializados em genética ou outros profissionais 
— Como faz: 
➔ Coleta informações sobre histórico familiar 
➔ Faz avaliação com exame físico e exames laboratoriais 
do paciente ou da família 
➔ Avalia com os exames o risco real de se ter a doença 
➔ Ajuda o paciente a compreender sua doença, assim 
como a evolução e o prognostico 
➔ Informa sobre testes pré-natais ou exames que 
futuramente possam fazer 
➔ Faz encaminhamento para outros profissionais 
➔ Faz avaliação continuada, mesmo com ou sem o 
diagnostico definido, mesmo após o paciente já ter 
decidido sobre as condutas a se tomar, continua com a 
avaliação do paciente 
➔ Oferece apoio psicossocial se necessário 
— Pergunta-se sobre o histórico familiar, consanguinidades, 
aconselham sobre os riscos genéticos para o paciente e 
familiares, ajudem a delimitar as opções de tratamento para 
reduzir o risco de incidência da doença 
HISTÓRICO FAMILIAR 
— A história familiar é importante porque permite: 
➔ Identificação de padrões de herança mendeliana, 
baseando-se no grau de parentesco e na quantidade de 
pessoas doentes em uma mesma família 
➔ Avaliação dos fatores ambientais que possam ter 
influenciado na expressão da doença 
— A chance de ter uma doença, tendo um parente de primeiro 
grau com a doença, aumenta 2-3x em relação a população 
geral 
— Quanto mais parentes de primeiro grau com a doença se tem 
e quanto mais precoce a doença é, maior é a chance do 
paciente em questão ser de alto risco para a doença X 
INFORMAÇÃO À FAMÍLIA 
— O aconselhamento foca não apenas na pessoa doente, mas 
na sua família, por isso ela: 
• Trabalha com o paciente para que ele informe outros 
membros da família quanto ao risco de se ter a doença 
• Oferece exames genéticos para outros membros da 
família para avaliar a chance de se ter a doença 
AJUDA PSICOLÓGICA 
— O profissional que faz o aconselhamento ajuda o paciente a 
lidar com as questoes psicossociais que envolvem a doença, 
como ajudar a se adaptar com o fato de ser portador de uma 
doença, se livrar da culpa de ter passado essa doença a seus 
filhos, ... 
— A ajuda psicológica é importante para ajudar o individuo a 
voltar as suas atividades normais e não viver em função da 
doença que tem 
ACONSELHAMENTO NÃO DIRETIVO 
— Em que os pacientes são livres para tomar a melhor decisão 
com relação ao manejo do risco para a doença 
— Cada pessoa tem autonomia para decidir sobre seu futuro 
reprodutivo, sem coerção por parte do aconselhador 
 
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and Mortality Worldwide for 36 Cancers in 185 Countries – Freddie 
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Costa2/publication/312600397_Metastatic_pattern_of_triple_negat
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