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A psicologia da aprendizagem na prática do professor

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A psicologia da aprendizagem na prática do professor
A psicologia da aprendizagem será um dos temas discutidos na Semana Pedagógica 2015. O assunto foi sugerido pelos próprios professores em eventos de formação acontecidos anteriormente e será abordado pelo psicólogo e professor Cloves Amorim. Para ele, a psicologia da aprendizagem contribui na prática profissional do professor, nas relações sociais no trabalho e inclusive na participação da família na escola.
Cloves é formado em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, instituição na qual é docente do curso de Psicologia desde 1990. O professor é consultor da revistas da área de psicologia PUC/PR, da Universidade Mackenzie, em São Paulo, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como a psicologia da aprendizagem pode contribuir para o papel do professor?
Nós acreditamos que a função principal da escola é a construção do conhecimento. Nessa medida, cada uma de nó pode ter uma hipótese de como o sujeito aprende. Estas hipóteses, com o passar do tempo, elas criaram teorias. Atualmente temos um conglomerado de teorias que tentam explicar não apenas quando aluno aprende, mas principalmente, para que o professor tenha uma hipótese do que está acontecendo quando o aluno não aprende.
Se o papel do professor é ensinar e o do aluno é aprender, a psicologia da aprendizagem tenta contribuir como uma ponte, para que este processo, que nós chamamos de ato pedagógico, tenha êxito.
Não posso dizer: “Vendi uma geladeira para você, se você não comprou. Posso ter tentado, mas posso ter falhado caso você não queira este produto”. No processo de ensino e de aprendizagem acontece algo similar. Não seria adequado o professor dizer que ensinou para os alunos, se os alunos não aprenderam. Só há ensino se há aprendizagem. E a aprendizagem demanda o ensino.
Nesse sentido, a psicologia da aprendizagem é uma série de estratégias, instrumentos e recursos para que o professor possa manejar o seu ato pedagógico, fazendo a figura de mediador. Mediar é intermediar entre o conhecimento, sistematizado, organizado, patrimônio da humanidade, e o ser que está diante do professor, que é o aluno. Para ser mediador, o professor precisa conhecer os fundamentos da aprendizagem.
E em relação à avaliação. A psicologia da aprendizagem pode auxiliar no modo como são feitas as avaliações na escola?
Na verdade tem uma questão anterior a isso que a visão de mundo que o professor tem. Esta visão de mundo é construída por suas experiências pessoais, pela sua prática profissional. Entretanto, essa visão de mundo foi denominada entre os teóricos de paradigma, com eu interpreto, como eu leio o mundo. No caso do professor a minha concepção de aluno, de conteúdo, e principalmente de avaliação.
No paradigma tradicional, a avaliação é memorística, basicamente em decorar e repetir, muito usual entre nós em todos os níveis de ensino. Quando se olha os países que estão mais bem colocados nas avaliações internacionais, como é o caso da Finlândia, da Coreia do Sul, da Polônia, pode-se observar que o paradigma não é mais este conservador. É o que agente chama de paradigma da complexidade. O aluno não é um mero repetidor da informação que o professor passou. Nesse sentido, a avaliação tem uma série de características que deve levar ao aluno a refletir, a compreender e não apena a decorar e memorizar.
"Se o papel do professor é ensinar e o do aluno é aprender, a psicologia da aprendizagem tenta contribuir como uma ponte, para que este processo, que nós chamamos de ato pedagógico, tenha êxito" 
E na relação entre o professor e aluno. A psicologia da aprendizagem pode ajudar uma vez que o perfil do aluno mudou nos últimos anos?
De muitas formas, temos inclusive já sistematizadas essas novas modalidades de interação professor e aluno que chamamos de aprendizagem em rede, aprendizagem colaborativa e, fundamentalmente, no uso das mídias. Parece que o modelo antigo da didática tradicional, na qual a maioria de nós professores fomos formados, precisa ser revisto, precisa ser reinventado. Então tem que sair um pouco do olhar individual para a aprendizagem cooperativa e colaborativa em que o professor tem a função primordial em ser um aliado, um parceiro e, principalmente, de ser um gestor do conhecimento para que o aluno, de maneira individual ou em grupo, se aproprie e construa este conhecimento desejado.
Em recente atividade de orientação com representantes das regionais de educação, foi mencionado o conceito de habilidades sociais. Ele teria importância para o professor?
Nós temos no Brasil uma boa tradição de estudos e pesquisas nessa área, a expressão habilidades sociais vem dos anos 90 (do século 20) e foi uma estratégia encontrada por psicólogos sociais no mundo inteiro, principalmente nos países de língua inglesa, para definir o que no Brasil chamamos relações humanas no trabalho, relações interpessoais.
O nome mais atual seria habilidades sociais, um conjunto de ações e atitudes do professor em sala de aula para encantar os alunos, para manejar a indisciplina, para dar sabor ao saber e fazer com que os alunos se motivem, e principalmente, prestem atenção e executem as tarefas que lhes são propostas.
E como a psicologia da aprendizagem poderia explica a participação da família?
Nós podemos pensar a teoria da aprendizagem, segundo os espanhóis, em dois grandes núcleos. O núcleo duro, que é o processo em si, o que acontece na cabeça enquanto se está aprendendo. Há bases neuroquímicas, fisiológicas, orgânicas, como por exemplo, o nível de cansaço, quantas horas é preciso dormir, habilidades dessa natureza. E o outro núcleo é o que se chama de fenômenos auxiliares ou intervenientes, ou seja, disciplina, motivação, qualidade do material didático, estilo de ensinar do professor e assim por diante. Nesses fatores auxiliares fundamentais está a família.
Pesquisadores já demonstraram que mesmo quando os pais são analfabetos, se eles são parceiros, se eles acompanham, se eles estão no dia a dia da escola, os alunos tendem a aprender mais e melhor. E isso ocorre no mundo inteiro. Na cultura nipônica, na grande maioria das famílias japonesas, os pais são muito presentes no processo educacional e isso faz com que os alunos tenham um desempenho superior. A aprendizagem depende de uma série de fatores, entre eles, a presença da família.

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