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ELABORAÇÃO: PROFª CINTHIA REGINA FURTADO VIERA1 PROFª LORENA FURTADO FALCÃO1 _________________________________________________________ 1 Docente curso de Nutrição da Universidade da Amazônia - UNAMA Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS Curso de Nutrição Componente Curricular: Nutrição e Dietética (2014.2) BELÉM- PARÁ 2014 GUIA PARA PLANEJAMENTO ALIMENTAR ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO DO GUIA 1. ORIENTAÇÕES GERAIS 2. CÁLCULO DE PESO TEÓRICO 2.1 CRIANÇAS 2.2. ADOLESCENTES 2.3 ADULTOS 3. CÁLCULO GASTO ENERGÉTICO TOTAL 3.1 CRIANÇAS 3.2 ADOLESCENTES 3.3 ADULTOS 3.4 GESTANTES 3.5 NUTRIZES 4. CRITÉRIOS PARA PLANEJAMENTO DIETÉTICO 5. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO ALIMENTAR E LISTA DE ALIMENTOS SUBSTITUTOS BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. ORIENTAÇÕES GERAIS Este guia objetiva orientar as etapas necessárias para prescrição dietética e consequente elaboração do plano alimentar individualizado. A partir deste material, orienta-se aos alunos que não esgotem suas possibilidades de pesquisas a novos materiais científicos quanto a avaliação e planejamento de dietas, visto que se trata de um assunto comumente discutido e que merece atenção especial, e a dietética é a área da nutrição responsável pelo planejamento de cardápios balanceados. Para a execução das aulas de planejamento alimentar é necessário que o aluno disponha de tabelas de composição química (no mínimo duas), calculadora (1 unidade), régua (1 unidade), Borracha (1 unidade), lápis (1 unidade). 2. CÁLCULO DE PESO TEÓRICO O peso teórico (PT) ou ideal é uma nomenclatura amplamente empregada pelos nutricionistas para denominar o peso desejável ou meta do acompanhamento nutricional. Trata-se de um componente importante para a estimativa de calorias que comporão um plano alimentar. 2.1 CRIANÇAS (idade de 0 a 10 anos incompletos) Cálculo para Peso Teórico – Equação de Weech: Crianças de 3 a 12 meses: PT = Idade (meses) + 9 2 Crianças de 1 a 6 anos: PT = (Idade x 2) + 10 Crianças de 6 a 12 anos: PT = (Idade x 7) – 5 2 2.2 ADOLESCENTES (idade de 10 a 20 anos incompletos) Cálculo para Peso Teórico – Equação de Creff e Herschberg PT= (Altura em cm – 100) – 15% 2.3 ADULTOS (idade a partir de 20 anos) Índice de Massa Corporal (Índice de Quetelet) para adultos IMC = PESO ATUAL (kg) (ALTURA)² (m) - Peso ideal (PI): PI = IMC médio (Kg/ m2) x Altura (m2) IMC médio: Masculino: 22 Feminino: 21 Valores de referência: IMC ADULTO (20 a 59 anos) IMC (Kg/ m2) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL < 18,4 Desnutrido I 18,5 – 24,9 Eutrofia 25,0 – 29,9 Sobrepeso 30,0 – 34,9 Obesidade I 35,0 – 39,9 Obesidade II > 40,0 Obesidade III IMC IDOSO (a partir de 60 anos) IMC (Kg/ m2) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL < 22,0 Desnutrição 22,0 A 27,0 Eutrofia > 27,0 Sobrepeso FONTE: OMS, 1998. 3. CÁLCULO DO VALOR ENERGÉTICO TOTAL O primeiro componente a ser considerado na identificação da necessidade energética de um indivíduo é a taxa metabólica basal (TMB), definida como o somatório dos gastos calóricos com todas as atividades involuntárias que são necessárias para manter a vida (como circulação, respiração, manutenção de temperatura, atividade nervosa e secreção hormonal). A atividade física é outro componente importante para o cálculo do gasto energético. Correspondem às atividades como andar, sentar correr, entre outras, realizadas voluntariamente. O valor energético total (VET) é a quantidade de energia diária que o indivíduo precisa obter, por meio da alimentação, para suprir suas necessidades energéticas. Para calcular o VET, deve-se multiplicar a Taxa Metabólica Basal (TMB) pelo valor referente ao coeficiente de atividade física (CAF). Acompanhe a seguir as fórmulas dispostas por ciclo de vida: 3.1 CRIANÇAS Fórmulas de bolso para Valor Energético Total: Lactentes Idade (meses) Kcal/ Kg (PT)/ dia 0 a 3 116,0 3 a 6 99,0 6 a 9 95,0 9 a 12 101,0 FONTE: OMS, 1985 Lactentes e Crianças IDADE Kcal/ Kg (PT)/ dia 0 A 5 MESES 108 6 A 12 MESES 98 1 A 3 ANOS 102 4 A 6 ANOS 90 7 A 10 ANOS 70 FONTE: RDA, 1989. Crianças Idade (anos) Kcal/Kg(PT)/dia Kcal/ Kg (PT)/ dia Masculino Feminino 1 a 2 104 108 2 a 3 104 102 3 a 4 99 95 4 a 5 95 92 5 a 6 92 88 6 a 7 88 83 7 a 8 83 76 8 a 9 77 69 9 a 10 72 62 FONTE: OMS, 1985 VET = TMB x CAF VET = PESO x KCAL/ Kg/ DIA Fórmulas recomendadas pela FAO/ OMS (1985): IDADE SEXO MASCULINO SEXO FEMININO 0 - 3 ANOS 60,9 x PT – 54 61,0 x PT – 51 3 – 10ANOS 22,7 x PT + 495 22,5 X PT + 499 Fórmulas recomendadas pelas DRI’s (Dietary Reference Intakes) (2002) - EER (Requerimento Energético Estimado): 0 – 3 meses: 4 – 6 meses: 7 – 12 meses: 13 – 35 meses: Meninos 3 a 8 anos: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,13 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,26 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,42 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) Meninas 3 a 8 anos: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,16 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,31 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,56 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) 3.2. ADOLESCENTES Fórmulas para TMB recomendadas pela FAO/ OMS (1985): IDADE SEXO MASCULINO SEXO FEMININO 10 -18 ANOS 17,5 X PT + 651 12,2 X PT+746 COEFICIENTE DE ATIVIDADE FÍSICA Faixa etária Gênero Classificação da atividade física 10 a 18 Anos Leve Moderada Pesada Homens 1,60 2,50 6,00 Mulheres 1,50 2,20 6,00 Fonte: OMS (1998); FAO/WHO (1985) Atividade física leve: aquela em que se passa a maior parte do tempo sentado; Atividade moderada: aquela que se passa a maior parte do tempo em movimento; Atividade pesada: aquela que se passa a maior parte do tempo em movimento, porém com força física. EER = (89 x peso – 100) + 175 EER = (89 x peso – 100) + 56 EER = (89 x peso – 100) + 22 EER = (89 x peso – 100) + 20 EER = 88,5 – 61,9 x idade + CAF x (26,7 x peso + 903 x altura) + 20 EER = 135,3 – 30,8 x idade + CAF x (10 x peso + 934 x altura) + 20 VET = TMB x CAF Fórmulas recomendadas pelas DRI’s (Dietary Reference Intakes) (2002) - EER (Requerimento Energético Estimado): Meninos 9 a 18 anos: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,13 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,26 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,42 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) Meninas 9 a 18 anos: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,16 se NCAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,31 se NAF estimadoem ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,56 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) 3.3 ADULTOS Fórmulas para TMB recomendadas pela FAO/ OMS (1985): IDADE SEXO MASCULINO SEXO FEMININO 18-30ANOS 15,3 x PT + 679 14,7 x PT + 496 30-60 ANOS 11,6 x PT + 879 8,7 x PT + 829 + 60 ANOS 13,5 x PT + 487 10,5 x PT+ 596 COEFICIENTE DE ATIVIDADE FÍSICA Faixa etária Gênero Classificação da atividade física 18 a 65 Anos Homens 1,55 1,78 2,10 Mulheres 1,56 1,64 1,82 > 65 anos Homens 1,40 1,60 1,90 Mulheres 1,40 1,60 1,80 Fonte: OMS (1998); FAO/WHO (1985) Atividade física leve: aquela em que se passa a maior parte do tempo sentado; Atividade moderada: aquela que se passa a maior parte do tempo em movimento; Atividade pesada: aquela que se passa a maior parte do tempo em movimento, porém com força física. Fórmulas recomendadas pelas DRI’s (Dietary Reference Intakes) (2002) - EER (Requerimento Energético Estimado): Mulheres acima de 19 anos: EER = 135,3 – 30,8 x idade + CAF x (10 x peso + 934 x altura) + 25 EER = 88,5 – 61,9 x idade + CAF x (26,7 x peso + 903 x altura) + 25 VET = TMB x CAF EER = 354 – (6,91 x idade) + CAF x (9,36 x peso + 726 x estatura) CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,12 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,27 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,45 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) Homens acima de 19 anos: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,11 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,25 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,48 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) 3.4 GESTANTES: Cálculos para VET recomendadas pela RDA (1984): Adolescente: Mulher adulta: Adicionar ao VET: 1º trimestre- 85cal/dia 2º trimestre- 285cal/dia 3º trimestre- 475cal/dia Obs: Caso o pré-natal inicie no 2º ou 3º trimestre, para NÃO OBESAS- adicionar as calorias requeridas para o 1º trimestre (85 cal), para que sejam somadas ao 2º ou 3º trimestre. Fórmulas recomendadas pelas DRI’s (Dietary Reference Intakes) (2002) Adolescente: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,16 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,31 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,56 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) - 1º Semestre: EER = EER adolescente + 500 – 170 - 2º Semestre: EER = EER adolescente + 400 - 0 Mulher adulta: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,12 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,27 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,45 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) EER = 662 – (9,53 x idade) + CAF x (15,91 x peso + 539,6 x estatura) EER = 135,3 – (30,8 x idade) + CAF x (10,0 x peso + 934 x estatura) + 25 kcal EER = 354 – (6,91 x idade) + CAF x (9,36 x peso + 726 x estatura) VET = VET (da faixa etária) + constante do trimestre Kcal/ dia VET = VET (adulto) + 300 Kcal/ dia - 1º Semestre: EER = EER mulher adulta + 500 – 170 - 2º Semestre: EER = EER mulher adulta + 400 – 0 3.5 NUTRIZES Cálculos para VET recomendadas pela RDA (1984): Fórmulas recomendadas pelas DRI’s (Dietary Reference Intakes) (2002) Adolescente: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se CAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,16 se CAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,31 se CAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,56 se CAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) - 1º Semestre: EER = EER adolescente + 500 – 170 - 2º Semestre: EER = EER adolescente + 400 - 0 Mulher adulta: - CAF = coeficiente de atividade física, onde: CAF = 1,00 se NAF estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária) CAF = 1,12 se NAF estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativa) CAF = 1,27 se NAF estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa) CAF = 1,45 se NAF estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa) - 1º Semestre: EER = EER mulher adulta + 500 – 170 - 2º Semestre: EER = EER mulher adulta + 400 - 0 VET = VET (para a faixa etária) + 500 Kcal/ dia EER = 135,3 – (30,8 x idade) + CAF x (10,0 x peso + 934 x estatura) + 25 kcal EER = 354 – (6,91 x idade) + CAF x (9,36 x peso + 726 x estatura) 4. CRITÉRIOS PARA PLANEJAMENTO DIETÉTICO 1. Atender às necessidades energéticas do indivíduo 2. Fornecer nutrientes de acordo com o recomendado 3. Distribuir de maneira equilibrada os nutrientes energéticos (macronutrientes): CHO, PTN e LIP 4. Incluir ácidos graxos essenciais (ω-3 – peixes; ω-6 – óleos vegetais) nas quantidades ideais; 5. Equilibrar quantidades de gorduras saturada e insaturada; 6. Incluir aminoácidos essenciais; 7. Moderar o uso de açúcares simples; 8. Incluir fibras solúveis e insolúveis; 9. Controlar o uso do sal e de alimentos salgados; 10. Respeitar o hábito alimentar e condições socioeconômicas CRITÉRIOS QUALITATIVOS Deve considerar o cumprimento das Leis da Alimentação: 1ª Lei da quantidade a quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas e manter em equilíbrio o seu balanço. 2ª Lei da qualidade a dieta deve ser completa em sua composição para oferecer ao organismo – que é uma unidade indivisível – todas as substâncias que o integram. 3ª Lei da harmonia a quantidade dos diversos nutrientes que integram a alimentação devem guardar uma relação de proporção entre si. 4ª Lei da adequação a finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação ao organismo. CRITÉRIOS SEMIQUANTITATIVOS Baseia-se em guias alimentares que determinam o número de porções de alimentos de todos os grupos que devem ser consumidos pelos indivíduos. Os grupos são propostos em função da classificação dos alimentos segundo seu valor nutricional. Os grupos são alocados em níveis na pirâmide alimentar e formados de acordo com a equivalência calórica entre os alimentos que o integram. A distribuição calórica dos grupos com base no Guia Alimentar para a População Brasileira é: Nível 1 – Grupo arroz, pão, massa, batata e mandioca porção de 150 Kcal Nível 2 – Grupo legumes e verduras porção de 15 Kcal Grupo frutas porção de 70 Kcal Nível 3 – Grupo feijões porção de 55 Kcal Grupo carnes porção de 190 Kcal Grupo leite, queijo e iogurte porção de 120 Kcal Nível 4 – Grupo das gorduras e óleos porção de 73 Kcal Grupo dos açúcares e doces porção de 110 Kcal Importante observar as diretrizes relacionadas no Guia Alimentar Oficial para Adultos: 1ª Diretriz: Os alimentos saudáveis e as refeições 2ª Diretriz: Consumo de cereais, tubérculos e raízes 3ª Diretriz: Consumo de frutas, legumes e verduras 4ª Diretriz: Consumo de feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas 5ª Diretriz: Consumo de leite e derivados, carnes e ovos 6ª Diretriz: Consumo de gorduras, açúcares e sal 7ª Diretriz: Consumo de água 1ª Diretriz Especial: Prática de atividade física 2ª Diretriz Especial: Qualidade sanitária dos alimentos CRITÉRIOS QUANTITATIVOS Pressupõe a quantificação dos nutrientes que compõe a dieta e, para tanto, é necessário o emprego das tabelas de composição de alimentos. Considerando as grandes diferenças encontradas entre as tabelas disponíveis no mercado, o nutricionista deve optar por aquela com maior grau de confiabilidade com base nos métodos analíticos utilizados na elaboração das mesmas. A mesma consideração deve ser feita ao escolher um programa de informática para realizar os cálculos nutricionais. Nestes casos é fundamental a análise do banco de dados do sistema. O cálculo dos nutrientes pode ser realizado baseando-se no alimento pronto (cozido/preparado) ou no alimento in natura (cru). Como os métodos de preparo dos alimentos influem na composição nutricional, o mais adequado seria a análise do alimento já pronto e os alimentos que serão consumidos crus, por sua composição in natura. O cálculo da quantidade de nutrientes da dieta segundo as tabelas de composição química dos alimentos deve ser feito conforme a fórmula a seguir: 100g de alimento da tabela------quant. de nutrientes da tabela (g, mg, mcg) Quant. De alimento da dieta (g)-----------------x (g, mg, mcg) Todos os componentes do cardápio que forem calculados baseando-se no seu peso cru devem ser convertidos em per capta, para isso considerar os fatores de cocção. Quando os cálculos não forem pelo alimento pronto, as receitas das preparações devem ser destrinchadas para a obtenção dos per captas. Para preparações elaboradas, buscar as receitas originais ou consultar bibliografia especializada para obter o per capta de cada ingrediente. O cálculo para a transformação de porção em per capta é: Per capta (alimento cru) = porção (alimento cozido em gramas) Índice de cocção Para produtos industrializados, verificar a composição centesimal no rótulo do alimento. O óleo deve ter seu cálculo em gramas, para tanto fazer a conversão considerando que 1mL equivale a 0,8g de produto. O valor calórico total (VET) deve ser obtido por meio da multiplicação do valor em gramas pelo valor calórico respectivo de carboidratos, proteínas e lipídios. Sugere-se fazer um subtotal do valor calórico por refeição e o total diário. 5. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO ALIMENTAR E LISTA DE ALIMENTOS SUBSTITUTOS 1º PASSO: Calcular o VET do paciente, aplicando a fórmula indicada para cada ciclo de vida (criança, adolescente, adulto e idoso, inclusive gestante). 2º PASSO: Obedecer as Leis da Alimentação. “O plano alimentar deve ser quantitativamente suficiente, qualitatitavamente completo, além de harmonioso em seus componentes e adequado à sua finalidade e ao organismo a que se destina” (Barioni, Branco, Soares, 2006). Nota 1: Considerar horários, hábitos e preferências alimentares do paciente. Nota 2: Verificar prática de atividade física praticada pelo paciente praticada (intensidade, freqüência, modalidade e horários), bem como as funções exercidas ao longo do dia. 3º PASSO: Fracionar a dieta em 6 refeições diárias (desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia). Nota: Em algumas situações, será necessário aumentar o fracionamento da dieta para atender a demanda (quer seja patologia, horário de trabalho, atividade física, período de aula, etc). 4º PASSO: Distribuir as refeições por caloria: desjejum (20 a 25%), lanche da manhã (5%), almoço (35 a 40%), lanche da tarde (10 a 15%), jantar (15 a 25%) e ceia (5%). Ex: VET = 2.000 Kcal/ dia - Desjejum = 400 kcal - Lanche manhã / colação = 200 kcal - Almoço = 600 kcal - Lanche tarde = 200 kcal - Jantar = 400 kcal - Ceia = 200 kcal 5º PASSO: Digitalizar as informações nutricionais dos alimentos selecionados para compor a dieta de acordo com Tabelas de composição nutricional. Elaborar uma planilha para organizar os valores de macronutrientes e energia. Nota 1: Somar as quantidades de carboidrato em g da dieta toda e multiplicar por 4 (kcal) = resultado em Kcal/g; Nota 2: Somar as quantidades de proteína em g da dieta toda e multiplicar por 4 (kcal) = resultado em Kcal/g; Nota 3: Somar as quantidades de lipídeos em g da dieta toda e multiplicar por 9 (kcal) = resultado em Kcal/g; 1g de carboidrato = 4 kcal/g 1g de proteína = 4 kcal/g 1g de lipídeos = 9 kcal/g Nota 4: Somar as calorias obtidas (através das multiplicações mencionadas) e verificar se o valor corresponde ao VET desejado Nota 5: É permitida a variação de 100 kcal, para mais ou para menos, em relação ao VET desejado) Ex: Se a dieta deve ter como VET 2.000 Kcal/ dia A mesma pode ter variação energética entre 1.900 kcal e 2100 kcal, desde que os macronutrientes estejam devidamente adequados 6º PASSO: Adequar à dieta quanto às recomendações de macronutrientes: Nutriente Recomendação Carboidrato 50 a 60% Proteína 10 a 15% Lipídio 25 a 30% FONTE: SBAN, 2005 Nota 1: Para calcular a adequação dos macronutrientes (Regra de três): Kcal/g de CHO x 100% / VET obtido = % CHO do plano Kcal/g de PTN x 100% / VET obtido = % PTN do plano Kcal/g de LIP x 100% / VET obtido = % LIP do plano Nota 2: No momento da adequação da dieta, procurar quais alimentos são responsáveis pelo desequilíbrio entre os nutrientes (principais fontes de PTN, CHO e LIP). 7º PASSO: Elaborar lista de alimentos substitutos. Nota 1: A partir da dieta prescrita elabore a lista de substitutos para cada paciente. Assim como a dieta ela deverá ser individualizada. Nota 2: A lista de substitutos também deverá respeitar as particularidades de cada paciente, porém seguindo alguns cuidados: eliminar ou reduzir alimentos fontes de gordura trans, limitar o consumo de carboidrato simples e limitar o consumo de sódio. Nota 3: Dar preferência a alimentos da região e os da época. Nota 4: Utilizar alimentos de baixo custo e de fácil acesso. Nota 5: Para cada alimento da dieta deverá ser ofertado um grupo de pelo menos 6 outros alimentos, pertencentes ao mesmo grupo alimentar, que possam substituí-lo. GRUPO DO LEITE, IOGURTE, QUEIJO GRUPO DOS LEGUMES E VERDURAS GRUPO DAS FRUTAS GRUPO DO PÃO, MASSA, ARROZ, BATATA, MANDIOCA GRUPO DAS CARNES E OVOS GRUPO DOS ÓLEOS E GORDURAS GRUPO DOS AÇÚCARES Nota 7: Procure identificar as variedades de alimentos e a qual grupo eles pertencem. Isso facilita o entendimento dos representes dos grupos alimentares. Nota 8: Para a confecção das listas de substitutos, deve-se considerar somente a energia (caloria) do alimento. Pode haver uma variação de 20 kcal, para mais ou para menor, entre o alimento prescrito e seu substituto. Ex: 1 pão francês = 134,5 Kcal equivalente a 6 unidades de biscoito cream cracker = 129,6 kcal Nota 9: Os vegetais e as frutas são classificados por grupos de acordo com o seu teor de carboidratos. Esta classificação permite uma maior flexibilidade nos cardápios substituindo-se as hortaliças e frutas do mesmo grupo sem modificar o valor calórico da dieta. As hortaliças e frutas do mesmo grupo se comparam somente no que se refere ás calorias, e não ao seu valor vitamínico e mineral, em que cada qual tem características próprias. VEGETAIS GRUPO A até 5 de CHO Folhosos, aspargos, berinjela, cabolinha, coentro, couve, couve-flor, jiló, maxixe, pepino, rabanete, repolho, tomate, brócolis GRUPO B até 10 de CHO Abóbora, beterraba, cenoura, chuchu,ervilha verde, quiabo, vagem GRUPO C acima de 10 de CHO Batata inglesa, aipim, batata-doce, cará, milho-verde, inhame, mandioca FRUTAS GRUPO A até 5 de CHO Açaí, biriba, buriti, caju, carambola, goiaba, melancia, melão, pitanga, abacaxi, morango GRUPO B até 10 de CHO Cajá, jambo, laranja, lima, limão, maracujá, pêssego, tangerina, abricó, abiu, jaca, taperebá GRUPO C até 15 de CHO Bacuri, cereja, cupuaçu, figo, fruta-do- conde, graviola, maçã, mamão, manga, pêra, sapoti, ameixa GRUPO D 20 de CHO Banana, caqui, fruta-pão, ingá, uva, pupunha, piquiá Nota 10: No caso de alimentos que se repetem em refeições em diferentes quantidades, deverão ser apresentados também substitutos para as variações de quantidades. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA DOLINSKY, M. Manual dietético para profissionais. 2ed. São Paulo: Roca, 2008. FAUSTO, M.A. Planejamento de dietas e da alimentação. Revinter, Rio de Janeiro, 2003. GALISA, M.S.; ESPERANÇA, L.M.B; SÁ, N.G. Nutrição – Conceitos e aplicações. M. Books do Brasil Editora Ltda, São Paulo, 2008 GUIMARÃES, A.F.; GALISA, M.S. CÁLCULOS NUTRICIONAIS – Conceitos e Aplicações Práticas. M. Books do Brasil Editora Ltda, São Paulo, 2008. LEÃO, L. S.C. de S.; GOMES, M. do C. R. MANUAL DE NUTRIÇÃO CLÍNICA: para atendimento ambulatorial do adulto. Editora Vozes, 2ed., 2003 NACIF, M. de A. L.; VIEBIG, R. F. Avaliação antropométrica dos ciclos da vida. Editora Metha, 2008. .
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