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Resumo: Matéria que trata sobre os aspectos do contrato de experiência. Origem: FEDERAL Qualificações: Trabalhista Número: 25/2019 Contrato de Experiência Data de publicação: 18/06/2019 SUMÁRIO 1. Introdução 2. Relação de Emprego Caracterização 3. Contrato de Experiência Finalidade 4. Anotações na CTPS Exigência 4.1. Descaracterização do contrato de experiência 5. Duração do Contrato de Experiência 6. Prazo e Prorrogação do Contrato 7. Rescisão Antecipada 7.1. Rescisão antecipada motivada pelo empregador Valor da indenização 7.2. Avisoprévio Indenização 7.3. Indenização adicional 8. Sucessão de Contratos Intervalo Superior a Seis Meses 9. Quadro Sinótico Verbas Rescisórias 9.1. Prazo para pagamento Verbas rescisórias 10. AuxílioDoença 11. Estabilidade Provisória na Vigência de Contrato por Prazo Determinado 12. Empregado Doméstico 13. Dano Causado pelo Empregado 14. Penalidades 1. INTRODUÇÃO O contrato de experiência é uma espécie de contrato por prazo determinado, cuja finalidade é dar condições recíprocas de conhecimento entre as partes. O empregado, na vigência do contrato, observará a adaptação à estrutura hierárquica dos empregadores, bem como às condições de trabalho a que está subordinado e, da mesma forma, o empregador verificará o desempenho funcional do empregado no exercício de suas funções. 2. RELAÇÃO DE EMPREGO CARACTERIZAÇÃO A relação de emprego, também denominada como vínculo empregatício, se estabelece por meio da celebração de um contrato de trabalho entre empregador e empregado visando a prestação continuada de um serviço em uma carga horária definida, mediante pagamento de salário. Dispõe o art. 3º da CLT sobre a existência da subordinação, segundo a qual haverá a sujeição entre empregado e empregador, aguardando ou executando ordens, nos limites previstos no contrato e na lei. Os requisitos essenciais para a configuração do vínculo de emprego são os seguintes: a) onerosidade (remuneração): significa trabalho em troca de salário normalmente fixo e sempre periódico; b) subordinação: sujeição ao cumprimento de ordens dadas pelo patrão; c) pessoalidade: impossibilidade de haver substituição do empregado; d) continuidade: habitualidade, ou seja, condição de não ser eventual, trabalhando em dias e horários determinados. 3. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA FINALIDADE Contrato de experiência tem como objetivo dar condições de mútuo conhecimento. Durante a vigência do contrato, o empregador verificará se o empregado está apto a exercer as atividades conferidas a ele, não restringindo somente à parte técnica, mas também a outros aspectos considerados importantes, verificando como o empregado adaptase ao ambiente de trabalho. 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 1 de 8 4. ANOTAÇÕES NA CTPS EXIGÊNCIA Realizado o contrato de experiência, além do registro em livros ou fichas de registro de empregados ou sistema eletrônico, o empregador efetuará anotações normais na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) na parte "Contrato de Trabalho", anotando nas folhas de "Anotações Gerais", o seguinte termo: "Conforme documento em poder da empresa, o portador assinou contrato experimental de ... ( ) dias, com vigência no período de / / a / / ". 4.1. Descaracterização do contrato de experiência O contrato de experiência estará descaracterizado, sendo regido pelas normas pertinentes aos contratos por prazo indeterminado nas seguintes hipóteses: a) quando continuar a prestação de serviços após o vencimento do prazo do período experimental fixado; b) quando o contrato for prorrogado além dos limites definidos por lei; c) quando o mesmo empregado for novamente contratado por experiência, para o exercício da mesma função, com um período inferior a seis meses entre os dois contratos; d) quando o contrato contiver cláusula assecuratória de direito recíproco da rescisão antecipada e este direito chegar a ser exercido por qualquer das partes (art. 481 da CLT). 5. DURAÇÃO DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA Conforme determina o art. 445, parágrafo único, da CLT, o contrato de experiência não poderá exceder a 90 dias, podendo acordálo por qualquer prazo, mas sempre observando o prazo máximo estipulado legalmente. 6. PRAZO E PRORROGAÇÃO DO CONTRATO Sendo celebrado o contrato por menos de 90 dias, a Súmula TST nº 188 preceitua que o contrato de experiência poderá ser prorrogado por uma vez até o total de 90 dias, entretanto, se o referido prazo for excedido, vigorará como se fosse contrato por prazo indeterminado (art. 451 da CLT). Entretanto, é possível que o empregador admita o empregado inicialmente por 30 dias prorrogando o contrato por mais 60 dias ou que o contrato seja celebrado por 45 dias e prorrogue, posteriormente, por mais 45 dias, contanto que a soma dos períodos não ultrapasse aos 90 dias. A CLT não determina que a prorrogação do contrato de experiência tenha de ser feita no mesmo prazo da contratação, ou seja, contratação de 45 dias, prorrogação de mais 45 dias. Observase, contudo, que não seja excedido o prazo de 90 dias. Exemplos: contrato de 30 dias prorrogáveis por mais 60 dias; contrato de 45 dias prorrogáveis por mais 45 dias; contrato de 60 dias prorrogáveis por mais 30 dias. Notase que a legislação estabelece o prazo máximo, não se fixando o mínimo, cabendo a empresa, salvo previsão em sentido contrário, no documento coletivo, estabelecer o prazo mínimo. 7. RESCISÃO ANTECIPADA Quando qualquer uma das partes (empregador ou empregado) não tiver mais interesse na manutenção do contrato de trabalho, o mesmo deverá comunicar a outra de sua resolução, observando, os subitens seguintes. 7.1. Rescisão antecipada motivada pelo empregador Valor da indenização Em se tratando de dispensa sem justa causa, motivada pelo empregador, sem cláusula assecuratória do direito recíproco a rescisão, temos as seguintes verbas rescisórias: indenização do art. 479 da CLT; 13º salário; férias proporcionais; 1/3 constitucional sobre as férias proporcionais; saldo de salário; saláriofamília, se houver; FGTS; 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 2 de 8 8% = mês da rescisão e mês imediatamente anterior (se não houver sido depositado) = depósito por meio de GRRF; e multa de 40% e 10% da Contribuição Social sobre o montante do FGTS = depósito por meio de GRRF. O Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) deve ser preenchido da seguinte forma: Campo 21 Tipo de Contrato 3 (contrato de trabalho por prazo determinado sem cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada); Campo 22 Causa do Afastamento Despedida sem justa causa, pelo empregador; Campo 27 Código de afastamento SJ2. Observase que, na rescisão antecipada do contrato por prazo determinado sem justa causa, o empregado fará jus ao pagamento de metade da remuneração devida até o término do contrato, de acordo com o art. 479 da CLT. Exemplo: Empregado admitido com salário de R$ 1.800,00, em 04/07/2016, contrato de experiência de 30 dias, entretanto, será dispensado, sem justa causa em 28/07/2016, após ter trabalhado 25 dias, portanto antes da extinção do contrato. Assim fará jus aos seguintes direitos trabalhistas: Saldo de salário = 25 dias = R$ 1.800,00 ÷ 31 x 25 = R$ 1.451,61 13º salário proporcional = 1/12 = R$ 1.800,00 ÷ 12 x 1 = R$ 150,00 Férias proporcionais = 1/12 = R$ 1.800,00 ÷ 12 x 1 = R$ 150,00 Acréscimo de 1/3 = R$ 150,00 ÷ 3 = R$ 50,00 Saque de FGTS Multa rescisória FGTS 8% = mês da rescisão e mês imediatamente anterior (se não houver sido depositado) = depósito por meio de GRRF; e multa de 40% e 10% da Contribuição Social sobre o montante do FGTS = depósito por meio de GRRF. Salientamos que no contrato de experiência, o empregado não faz jusao avisoprévio, entretanto, caberá indenização correspondente a 50% dos dias restantes até o término previsto, conforme o art. 479 da CLT. O citado artigo assegura ao empregado dispensado sem justa causa, antes do término do contrato, uma indenização, que é calculada pela metade do valor da remuneração que seria devida ao empregado até a cessação o referido contrato. Não tem a mesma natureza que o aviso prévio, pois consiste em uma forma de indenizar o empregado pela perda abrupta do emprego. Assim, temos: contrato de experiência = 30 dias dias trabalhados = 25 dias Dias faltantes = 5 dias Salário = R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 ÷ 31 = R$ 58,06 R$ 58,06 x 5 = R$ 290,30 R$ 290,30 ÷ 2 = R$ 145,15 (indenização a ser paga ao empregado) 7.1.1. Rescisão antecipada motivada pelo empregado Indenização Limite De acordo com o art. 480 da CLT, o empregado que rescindir o contrato de experiência antecipadamente (pedido de demissão) deverá indenizar o empregador dos prejuízos que resultarem desse fato. A indenização não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições. A doutrina entende que a citada indenização será a do valor dos prejuízos causados ao empregador, como por exemplo a contratação de outro empregado para preenchimento da vaga. O empregador, contudo, deverá comprovar os prejuízos causados pelo empregado para ter direito a essa indenização. Porém, o legislador impõe limite e não poderá exceder em nenhuma hipótese àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições, isto é, nos mesmos moldes do art. 479 da CLT, ou seja, metade da remuneração devida até o término do contrato (ver subitem 7.1 deste trabalho). 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 3 de 8 O Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) deve ser preenchido da seguinte forma: Campo 21 Tipo de Contrato 3 (contrato de trabalho por prazo determinado sem cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada); Campo 22 Causa do Afastamento Rescisão antecipada, pelo empregado, do contrato de trabalho por prazo determinado; Campo 27 Código de afastamento RA1 7.2. Avisoprévio Indenização A rescisão do contrato de experiência antes do prazo acordado por qualquer das partes, não cabe a concessão de avisoprévio, por tratar se de direito específico à rescisão de contrato por prazo indeterminado. Contudo, se o contrato de experiência for regido pela cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão (art. 481 da CLT), é devido avisoprévio de, no mínimo, 30 dias, pela parte que exercer esse direito, pois nesse caso, aplicamse os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Dessa forma, havendo contrato escrito, vale o que estiver disposto no contrato, ou seja, se o contrato dispuser acerca da cláusula de rescisão antecipada, o art. 481 da CLT terá plena aplicação e seguirá as regras do contrato por prazo indeterminado. Por outro lado, inexistindo a cláusula em destaque, Sérgio Pinto Martins entende que serão aplicadas as regras de rescisão do contrato de trabalho por prazo determinado e, se for o caso, o art. 479 da CLT. Deve ser considerada como presumida, caso ocorra rescisão antecipada, em homenagem ao princípio da interpretação mais benéfica ao trabalhador. Vale dizer, não se pode privar o empregado das verbas a que tem direito em razão da tentativa de fraude do empregador ou mesmo do descuido ou da falta de precaução deste. Exemplo: Empregado admitido com salário de R$ 2.420,00, em 04/07/2019, contrato de experiência de 45 dias, entretanto, foi dispensado, sem justa causa em 22/07/2019, após ter trabalhado 19 dias, portanto antes da extinção do contrato. Assim fará jus aos seguintes direitos trabalhistas: Saldo de salário = 20 dias = R$ 2.420,00 ÷ 31 x 19 = R$ 1.483,22 Avisoprévio = 30 dias = R$ 2.420,00 13º salário proporcional = 2/12 = R$ 2.420,00 ÷ 12 x 2 = R$ 403,33 Férias proporcionais = 2/12 = R$ 2.420,00 ÷ 12 x 2 = R$ 403,33 Acréscimo de 1/3 = R$ 403,33 ÷ 3 = R$ 134,44 Multa rescisória FGTS 8% = mês da rescisão e mês imediatamente anterior (se não houver sido depositado) = depósito por meio de GRRF; e multa de 40% e 10% da Contribuição Social sobre o montante do FGTS = depósito por meio de GRRF. O Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) deve ser preenchido da seguinte forma: Campo 21 Tipo de Contrato 2 (contrato de trabalho por prazo determinado com cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada); Campo 22 Causa do Afastamento Despedida sem justa causa, pelo empregador; Campo 27 Código de Afastamento SJ2. Observase que em se tratando de rescisão antecipada é devida a multa de 50% do FGTS, pois equivale a uma dispensa sem justa causa. 7.3. Indenização Adicional O art. 9º da Lei nº 6.708/79, bem como o art. 9º da Lei nº 7.238/84, asseguram ao empregado dispensado sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a data de sua correção salarial (database), o direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal. 7.3.1. Extinção automática Ocorrendo a extinção automática do contrato de experiência no período de 30 dias que antecede a correção salarial da categoria profissional (database) não há de se falar na indenização adicional, por não se tratar de dispensa sem justa causa e sim extinção do contrato de trabalho por término do prazo de experiência. 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 4 de 8 7.3.2. Rescisão antecipada Na hipótese de ocorrer a rescisão antecipada do contrato, sem cláusula de direito recíproco de rescisão antecipada, no período de 30 dias que antecede a database, entendese ser devida tão somente a indenização prevista no art. 479 da CLT, pelo fato de continuar sendo tratado juridicamente como contrato por prazo determinado. Entretanto, tratandose de contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão, aplicam se os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado, sendo devida, portanto, a referida indenização. 8. SUCESSÃO DE CONTRATOS INTERVALO SUPERIOR A SEIS MESES Considerase por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de seis meses, a outro contrato por prazo determinado (art. 452 da CLT). Assim para realizar um novo contrato de experiência com o mesmo empregador, devese aguardar um período de seis meses, no mínimo, pois o contrato poderá ser considerado por prazo indeterminado. Vale ressaltar que o novo contrato deve ser para cumprir novas funções, haja vista, que o empregado já foi testado na função antiga e não teria coerência testálo novamente. 9. QUADRO SINÓTICO VERBAS RESCISÓRIAS São direitos trabalhistas devidos aos empregados nas diversas hipóteses de rescisão contratual: Rescisão Contratual Motivo Saldo de Salário Aviso Prévio Férias 13º Salário FGTS Indenização art. 479 da CLT Vencidas Proporcionais Adicionalde 1/3 Depósito em Conta Vinculada Código de Saque da Conta Vinculada 8% Mês de Rescisão 8% Mês Anterior 40% dos Depósitos Devidos Rescisão Antecipada do Contrato a Prazo Determinado, sem Previsão do AvisoPrévio por Iniciativa do Empregador S e m j u s t a c a u s a C o n t r a t o celebrado por menos de 1 ano sim não não sim sim sim sim sim sim sim Cód. 01 sim C o m j u s t a c a u s a C o n t r a t o celebrado por menos de 1 ano sim não não sim sim não sim sim não não não Por Iniciativa do Empregado Pedido de Demissão Contrato celebrado por menos de 1 ano sim não não sim sim sim sim sim não não não Despedida Indireta (Justa Causa, Motivada pelo Empregador) Contrato celebrado por menos de 1 ano sim não nãosim sim sim sim sim sim sim Cód. 01 sim Culpa Recíproca Contrato celebrado por menos de 1 ano sim não não não não não sim sim sim (20%) sim Cód. 02 sim (50%) Extinção Automática (Término Normal) do Contrato a Prazo Determinado Contrato celebrado por menos de 1 ano sim não não sim sim sim sim sim não sim Cód. 04 não Extinção do Contrato por Motivo de Falecimento do Empregado Contrato celebrado por menos de 1 ano sim não não sim sim sim sim sim não sim Cód. 23 não Rescisão do Contrato de Trabalho por Acordo entre Empregado e Empregador Art. 484A da CLT 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 5 de 8 Contrato celebrado por menos de 1 ano sim Sim (50%, se indenizado) Rescisão do Contrato de Trabalho por Acordo entre Empregado e Empregador Art. 484a da CLT Com mais de 1 ano Com menos de 1 ano Saldo de salário Saldo de salário Férias proporcionais + 1/3 Férias proporcionais + 1/3 Férias vencidas + 1/3 13º Salário 13º Salário Aviso Prévio 50%, se indenizado Aviso Prévio 50%, se indenizado Multa Rescisória de 20% Código de Saque 07 Multa Rescisória de 20% Código de Saque 07 Nota Cenofisco: A extinção do contrato por acordo, permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso IA do art. 20 da Lei nº 8.036/90, limitada até 80% do valor dos depósitos e, não autoriza o ingresso no Programa de SeguroDesemprego. Extinção do Contrato por Falecimento do Empregado 9.1. Prazo para pagamento Verbas rescisórias Nos termos do art. 477 da CLT, o pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado até 10 dias, contado da data da notificação da demissão, na ausência do avisoprévio, na sua indenização ou dispensa de seu cumprimento. 10. AUXÍLIODOENÇA Durante a concessão do auxíliodoença previdenciário, o empregado é considerado em licença não remunerada, suspendendose o contrato de trabalho enquanto durar o benefício. A suspensão só se efetiva a partir do 16º dia de afastamento, quando o empregado passa a receber o auxíliodoença da Previdência Social. Os 15 primeiros dias de afastamento em que o contrato vigora plenamente consideramse como interrupção do respectivo contrato, remunerados integralmente pela empresa. Assim, observado que durante os 15 primeiros dias de afastamento o prazo do contrato corre normalmente, caso o empregado se afaste no curso do contrato de experiência por motivo de doença, e o término do contrato ocorra dentro desse período, ou seja, dos 15 primeiros dias, a empresa procederá à extinção do contrato de trabalho na data prevista para o seu término. Caso contrário, suspendese a contagem do contrato de experiência a partir do 16º dia de afastamento, quando, então, o contrato deixará de gerar qualquer efeito e, após a alta médica previdenciária, o empregado retornará à empresa para cumprir o restante do contrato. Dessa forma, ocorrendo a suspensão do contrato de experiência, o empregador não poderá rescindilo nesse período, devendo aguardar o retorno do empregado ao trabalho, quando o contrato voltará a vigorar normalmente, podendo o trabalhador cumprir os dias restantes do contrato, observados os limites fixados pela legislação, conforme inicialmente abordado. 11. ESTABILIDADE PROVISÓRIA NA VIGÊNCIA DE CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO O Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT) publicou as Resoluções nºs 185 e 186/12, contendo as alterações na jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho aprovadas pelo Tribunal Pleno no dia 14/09/2012. As Resoluções trazem, em sua íntegra, os precedentes que motivaram as alterações ou a edição dessas Súmulas. Dentre essas publicações, destacamos as súmulas a seguir em razão da alteração de entendimento firmado anteriormente, pelo Egrégio Tribunal Superior do Trabalho (TST) em razão da estabilidade provisória no contratado de trabalho por prazo determinado. 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 6 de 8 Anteriormente, a jurisprudência trabalhista entendia que o contrato por prazo determinado, inclusive de experiência, era incompatível com qualquer forma de estabilidade, inclusive a estabilidade provisória, tendo em vista a predeterminação do prazo desde a sua celebração. Assim, não era garantida estabilidade à empregada gestante, ao empregado acidentado nos termos da legislação previdenciária, ao dirigente sindical. Em razão dessas alterações ocorridas, passou a ser garantida estabilidade provisória ao empregado que tenha firmado contrato por prazo determinado, inclusive, em contrato de experiência. Assim, vejamos: a) Gestante "Súmula nº 244. Gestante. Estabilidade Provisória (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14/09/2012 Resolução Administrativa nº 185, de 14/09/2012 DeJT de 25, 26 e 27/09/2012) I O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringese aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado". b) Acidente do Trabalho "Súmula nº 378. Estabilidade provisória. Acidente de trabalho. Art. 118 da LEI nº 8.213/91 (inserido o item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14/09/2012 Resolução Administrativa nº 185, de 14/09/2012 DeJT de 25, 26 e 27/09/2012) I É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxíliodoença ao empregado acidentado. (exOJ nº 105 da SBDI1 inserida em 01.10.1997) II São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxíliodoença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte exOJ nº 230 da SBDI1 inserida em 20.06.2001) III O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91". c) Dirigente Sindical "Súmula Nº 369. Dirigente Sindical. Estabilidade Provisória (Redação Do Item I Alterada Na Sessão Do Tribunal Pleno Realizada Em 14/09/2012 Resolução Administrativa Nº 185, De 14/09/2012 DeJT De 25, 26 E 27/09/2012) I É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no Art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. Ii O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. Iii O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. Iv Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de avisoprévio, ainda que indenizado,não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação Das Leis Do Trabalho". 12. EMPREGADO DOMÉSTICO De acordo com a Lei Complementar nº 150/15, é facultada a contratação, por prazo determinado, do empregado doméstico: a) mediante contrato de experiência; b) para atender necessidades familiares de natureza transitória e para substituição temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso. No caso da alínea "b", a duração do contrato de trabalho é limitada ao término do evento que motivou a contratação, obedecido o limite 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 7 de 8 máximo de dois anos. Destacase, ainda, que o contrato de experiência não poderá exceder 90 dias, e poderá ser prorrogado uma vez, desde que a soma dos dois períodos não ultrapasse 90 dias. Exemplos: 45 + 45 = 90 dias 30 + 60 = 90 dias 60 + 30 = 90 dias Ressaltamos que, havendo continuidade do serviço no contrato de experiência que não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido ou que ultrapassar o período de 90 dias passará a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado. Durante a vigência dos contratos previstos nas alíneas "a" e "b" citadas anteriormente, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado é obrigado a pagarlhe, a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o termo do contrato. Importante frisar que, durante a vigência dos contratos previstos nas alíneas "a" e "b", o empregado não poderá se desligar do contrato sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. Assim, a indenização não poderá exceder aquela a que teria direito o empregado em idênticas condições. Além do exposto, durante a vigência dos contratos previstos nas citadas alíneas "a" e "b", não será exigido avisoprévio. 13. DANO CAUSADO PELO EMPREGADO O art. 462, caput, da CLT proíbe o empregador de efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, saldo quando resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Isto posto, salientamos que o empregador não pode efetuar desconto nos salários do empregado, exceto nas seguintes hipóteses: a) adiantamentos salariais (salários pagos antecipadamente); b) dispositivos de lei (obrigações conferidas ao empregador, tais como: contribuição previdenciária; contribuição sindical; Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); pensão alimentícia, desde que determinada a respectiva dedução pelo Poder Judiciário; não concessão de avisoprévio pelo empregado; antecipação da primeira parcela do 13º salário; dívida ou responsabilidade contraída pelo empregado com a Seguridade Social, desde que por ela requisitada; faltas legais ao serviço); c) contrato coletivo (aqueles estipulados em convenção ou acordo coletivo, por exemplo, a contribuição assistencial); d) danos causados pelo empregado (quando a possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado). Porém, para que seja realizado referido desconto, o empregador deverá observar os seguintes elementos, que garantam a licitude do desconto: autorização expressa do empregado; auferição de benefício pelo mesmo; inexistência de vícios da vontade, ou seja, coação pelo empregador. 14. PENALIDADES Nos termos da Portaria MTb nº 290/97, a infração às proibições constantes do Título IV da CLT (Acordo Individual do Trabalho) acarreta multa de valor igual a R$ 402,53, dobrada na reincidência. 13/11/2019 Arquivo gerado em 13/11/2019 Página 8 de 8
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