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INSPEÇÃO post mortem bovinos Profa.: Elizabeth Sampaio Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Medicina Veterinária Disciplina: Inspeção de Carne e Produtos derivados É o exame realizado rotineiramente nos animais abatidos através da: • observação e apreciação de seus caracteres externos • abertura dos gânglios linfáticos correspondentes • além de cortes sobre o parênquima dos órgãos, quando necessário. Com objetivo de identificar lesões e doenças para garantir um produto final de qualidade, considerando, a saúde pública sobre qualquer outro interesse. Inspeção post mortem • A prática de inspeção post mortem em matadouros frigoríficos é realizada por agentes de inspeção que, ao detectarem lesões que possam tornar as carcaças impróprias para consumo humano, desviam estas para o DIF (Departamento de Inspeção Final), para análise do Inspetor (RIISPOA, 1997). • A inspeção post-mortem de rotina deve obedecer a seguinte seriação: 1. Observação dos caracteres sensoriais e físicos do sangue por ocasião da sangria e durante o exame de todos os órgãos; 2. Exame da cabeça, músculos mastigadores, língua, glândulas salivares e gânglios linfático correspondentes; 3. Exame da cavidade abdominal, órgãos e gânglios linfáticos correspondentes, exame da cavidade torácica, órgãos e gânglios linfáticos correspondentes; 4. Exame geral da carcaça, serosas e gânglios linfáticos cavitários, infra-musculares, superfíciais e profundos acessíveis, além da avaliação das condições de nutrição e engorda do animal. Inspeção post mortem Inspeção post-mortem Insensibilização de animais destinados ao abate Métodos Legais • Concussão cerebral • Insensibilização elétrica Métodos Ilegais • Choupa ou picada do bulbo Trabalho da IF durante a matança •Verificação Funcionamento dos chuveiros Quantidade de animais insensibilizados na área de vômito Eficiência da lavagem dos animais atordoados Verificação do tempo de sangria Verificação do funcionamento dos esterilizadores Verificação das operações em linha Controle nas operações de oclusão do esôfago Correção das operações de esfola Prevenção de acidente na evisceração, oclusão do reto e retirada do tubo digestivo Verificação da identificação correta cabeça/carcaça e marcação das peças destinadas ao DIF Verificação dos trabalhos da IF na linha de inspeção, condenação apropriada Verificação do uso correto dos carrinhos de produtos comestíveis e não comestíveis Verificação da eficiência da lavagem das meias carcaças Controle das carcaças destinadas ao aproveitamento condicional Atenção especial no caso de matança de emergência Controle da velocidade e do volume da matança Fluxograma do abate • Chegada bovinos seleção Currais observação matança Pedilúvio, banho coletivo e individual Box insesibilização Área suja: Área vômito Sangria Retirada dos chifres, mocotós manual Início esfola mecânica Numeração carcaças Oclusão reto Área limpa: Serragem esterno Oclusão esôfago • Evisceração Serragem coluna vertebral Lavagem cabeças Exame cabeça e língua Exame traquéia e pulmões Exame coração Exame fígado e vesícula biliar Exame linfonodos pré-escapulares Exame linfonodos pré-crurais Toalete carcaças carimbagem Exames DIF Exame dos linfonodos pré-crurais DIF Carcaça sequestrada Conserva SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO Marcação sistemática: Para identificação dos lotes, cabeça/carcaça de cada rês, com a finalidade de garantir segurança, o envio ao DIF da cabeça correspondente à carcaça. Marcação dos lotes ✓ identificação do lote feita na primeira meia carcaça da primeira rês, chapa metálica numerada tipo 5 presa paleta esquerda; ✓ identificação dos animais do lote feita duas metades (pleura e peito) lápis tinta ou etiqueta papel (n°anim/n°lote e data). Marcação cabeça-carcaça – feita lápis tinta por numeração seguida e crescente, série de 1 a 99 no ato da desarticulação cabeça côndilo occipital e na carcaça nas fases articulares ambos os carpos. Tipo 5 – Chapa de identificação ou separação de lote Numerada, aplicada na paleta esquerda da 1ª meia carcaça da rês inicial de cada lote Identificação por uso de chapas metálicas Tipo 4 – Chapa de identificação de carcaça de rês de Matança Especial (conserva) Numerada, substitui na sala de matança, com igual número a da inspeção ante-mortem é pendurada na região mediana da face externa esquerda da carcaça Tipo 3 – Chapa de identificação de carcaça de animais com lesões de febre aftosa Para ser pendurada na paleta esquerda na linha de carimbagem de carcaças. Tipo 2 – Chapa indicadora de causa de apreensão De cor vermelha e sem número são distribuídas em quantidades suficientes em todas as linhas de inspeção exceto na linha A de exame de cascos Tipo 1 – Chapa identificadora de vísceras - carcaças Em 4 séries numeradas de 1 a 30 para distribuição separadamente nas linhas de vísceras 1 jogo de 4 chapas é usado nas seguintes localizações: Chapinhas tipo 01 1a fixada intestino à altura pâncreas, linha “d” 2a presa seção veia porta, linha “e” 3a fixa-se pulmão esquerdo, linha “f” 4a identifica carcaça (1a ½ carcaça): paleta – lesão cabeça e/ou língua peito – vísceras torácicas parede abdominal – vísceras abdominais Casos cisticercose apenas duas chapinhas tipo 01 são usadas/animal, pois apenas carcaça e coração enviados p/ d.i.f. Linhas de Inspeção • Etapas do exame ➤ fase preparatória ➤ técnica de exame ➤ julgamento Linha A – exame pés ou mocotós fase preparatória: esfola (opcional) desarticulação mocotós memb. anteriores e posteriores articulações carpometacarpianas e traso-metatarsianas. Lavagem sob chuveiro exame: espaços peri-ungueais e inter-digitais lesões febre aftosa. julgamento: graxaria e carcaça correspondente identificada ñ exportação. Linha A – Exame das patas • Exame visual das patas, • Superfícies periungeais, • Espaços interdigitais, •Assegurar a identificação •As patas com lesões vesiculares e pododermatites vão para a graxaria e a carcaça para o DIF • Somente para exportação • Linha B – exame cabeça e língua Importante p/ diagnóstico cisticercose e adenites tuberculosas. fase preparatória: serragem chifres, esfola, liberação esôfago, separação traquéia pela região laringe, desarticulação cabeça altura articulação atlanto-occipital liberação língua pressa freio lingual. Numeração faces ósseas (atlas e occipital) e lavagem no lavador apropiado (jato água sob pressão). Linha B • exames: cabeça examinar visualmente todas partes, cavidade bucal, orifícios e os seios frontais; incisar longitudinalmente masseteres e pterigóides, e nos nodos parotidianos. língua examinar visualmente e fazer palpação; incisar linfonodos sub-maxilares, retrofaríngeos e sublinguais e extirpar tonsilas palatinas. julgamento: lesão identificada, colocação da chapinha cor vermelha, a peça e todos demais pertences identificadas com o mesmo n° através de séries de chapinhas metálicas seqüencialmente numeradas. Carcaça e vísceras desviados DIF - avaliação estado higiênico. • Linha C – cronologia dentária Linha facultativa – revelação idade animais abatidos • Linha D – exame trato gastrointestinal, baço, pâncreas, bexiga e útero. fase preparatória: realizado mesa fixa ou rolante. exames: visualizar e palpar os órgãos. esôfago após exame externoé revertido Baço e pâncreas se necessário pratica-se incisões cadeia linfonodos incisar gástricos e mesentéricos • Linha E – exame fígado e vesícula biliar. fase preparatória: após evisceração abdominal; deve ser lavado chuveiro água morna. exame:visualização e palpação toda superfície. Incisar linfonodo hepático, canais hepáticos superfíciais (fascíola) e biliar (estimar fluxo ou estase bile e aparência). • Linha F – exame coração, pulmões e traquéia. fase preparatória: evisceração torácica, deposição conjunto na mesa de exame e lavagem sob chuveiro. • exame: visualização e palpação coração: abre-se saco pericárdico o expõe, incisa ventrículo esquerdo margeando sulco inter-ventricular e o ventrículo direito (detecção cisticercos) traquéia e pulmões: abertura toda extensão traquéia até bifurcação brônquios. Pulmões apalpar ambos lobos e incisar linfonodos apicais, traquo-brônquico, esofágicos e mediatinais. • Linha G – exame rins fase preparatória: presos carcaças para manter identidade corresp.animal/corresp.local exame:visualização, palpação e incisão do linfonodo renal a supra renal Linha H – Lados externos e interno da parte caudal da carcaça e nodos linfáticos correspondentes exames: observação atenta todas superfícies ósseas e musculares expostas. Linfonodos pré-crural, inguinais superfícies, ilíacos e isquiáticos; poplíteos • Linha I – exame dos lados internos e externos da parte cranial da carcaça e dos linfonodos pré-escapulares e pré- peitorais. • Verificar o estado da pleura parietal e do diafragma • Pesquisar anormalidades nas articulações • Examinar o ligamento cervical exames: verifica ocorrência aderências entre pleuras visceral e parietal – comum afecções pulmonares • Linha J – carimbagem meias carcaças fase preparatória – inspeção completa e julgamento carcaça – prévia toalete, pesagem e banho morno sob pressão Carimbar as meias carcaças liberadas para o consumo no coxão, lombo, paleta e ponta de agulha, com tinta atóxica carimbo modelo 1 RIISPOA Linhas de Inspeção Carcaça p/ salga – assinaladas com um corte transversal músc.face post. antebraço, anterior perna e filé mingnon forma “x” carimbo modelo 11 RIISPOA Carcaça p/ conserva – corte profundo grandes massas musc.(coxão duro, patinho, coxão mole, lombo, filé mingnon) forma “c” mod.10 riispoa carcaça p/ graxaria – desfiguram-se massas musc. Principais lesões encontradas linhas inspeção • Linha A ➣ sequelas aftosa ➣ pododermatite • Linha B ➣ cisticercose ➣ actinomicose ➣ miosites ➣ glossites ➣ linfoadenites Principais lesões encontradas linhas inspeção • Linha D ➣ gastrites e enterites ➣ esofagostomose ➣ cisticerocse ➣ tuberculose ➣ contaminações • Linha E ➣ hepatites ➣ tuberculose ➣ cirrose ➣ hidatidose ➣ degeneração turva e gordurosa ➣ fasciolose ➣ teleangiectasia Principais lesões encontradas linhas inspeção • Linha F ➣ miocardites, pericardites e endocardites ➣ enfisema ➣ hidatidose ➣ cisticercose ➣ tuberculose ➣ atelectasia ➣ atrofia/hipertrofias ➣ hemorragias ➣ infarto ➣ congestão/bronquites ➣ aspiração sangue e conteúdo ruminal ➣ Pneumonia ➣ actinobaciolse Principais lesões encontradas linhas inspeção • Linha G ➣ nefrites ➣ cistos urinários ➣ isquemia ➣ infarto ➣ pielonefrites ➣ congestão ➣ pigmentos ➣ urolitos ➣ uronefrose Decisão Sanitária e Critérios no Exame Post-mortem Aprovação para o consumo • quando não existir qualquer indício de estado anormal significativo • quando as operações de abate foram efetuadas de acordo com as normas de higiene Decisão Sanitária e Critérios no Exame Post-mortem Reprovação para consumo • quando a inspeção constatar perigo para o manipulador, para o consumidor e para os outros animais • quando o teor em resíduos ultrapassar o recomendado pela legislação • quando houver alterações organolépticas • quando as condições determinadas para aproveitamento condicional não forma cumpridas As carcaças, partes e órgãos condenados ficam sob custódia da IF e são conduzidos à graxaria, em carros especiais, acompanhados por funcionários da IF. • Aproveitamento condicional: CONDIÇÃO? SE... Esterilização ou fusão pelo calor calor Tratamento pelo frio Salga Rebeneficiamento SE... O estabelecimento possuir instalações que permitam o aproveitamento indicado As carcaças recebem carimbos que identificam o seu destino. Ficam na Câmara de Sequestro por 24 h até ser dado destino determinado pela IF. • Aproveitamento ou rejeição parcial: – Remoção da porção afetada e aproveitamento da carcaça in natura. Critério de julgamento e destino • Abcessos e lesões supurativas – Lesão multipla generalizada: Rejeição total (graxaria) – Parte de carcaça contaminada com pús – rejeição Parcial (parte graxaria e restante para consumo “in natura”) – Abscesso localizado e circunscrito – Rejeição Parcial (idem ao anterior) – Abscessos em órgãos – Rejeição Parcial (órgãos para graxaria e a carcaça para o consumo “in natura”) – Adenites – Rejeição Parcial (a região de drenagem correspondente ao linfonodo lesado para graxaria e o restante para consumo “in natura”) – Anasarca – Rejeição Total, se generalizado (graxaria) • Actinomicose e Actinobacilose: – Carcaça e órgãos com lesões generalizadas – Regeição Total (graxaria) – Lesão localizada/circunscrita Rejeição Parcial (parte atingida para Graxaria e restante para consumo “in natuta”) – Lesão localizada na cabeça e língua – Rejeição Parcial (cabeça e língua para graxaria e o restante para consumo “in natura”) • Brucelose: – Carcaças com lesões extensas –Rejeição Total (graxaria) – Lesão localizada – Aproveitamento condicional (parte lesada para graxaria e o restante esterilização pelo calor) • Caquexia: Rejeição total (graxaria) • Carnes Repugnantes: Rejeição Total (graxaria) • Broncopneumonia verminótica: – Órgão – Condenação. • Coloração Anormal (carcaça): – Icterícia – Rejeição total (graxaria); – Adipoxantose – liberação para o consumo “in natura” Carbúnculo sintomático anaplasmose catarro maligno epizoótico septicemia hemorrágica hemoglobinúria bacilar dos bovinos septicemia piroplasmoses pioemia Rejeição Total • Contaminação por fezes : – Carcaças ou parte das carcaças que entrem em contato com fezes– Rejeição total – Carcaças ou parte de carcaça, ou órgãos que se contaminem com o piso- Rejeição Total • Desde que não seja possível uma limpeza completa O material contaminado pode ser destinado à esterilização pelo calor, a juízo da Inspeção Federal, tendo-se em vista a limpeza praticada. • Cisticercose: – Infestação intensa (mais de um cisto em uma área equivalente a palma da mão) – Rejeição Total (graxaria) – Infestação discreta – Aproveitamento Condicional(salga ou frio) • Cisticercose: – Um cisto calcificado – Rejeição parcial (lesão para graxaria e liberação para o consumo “in natuta”) – Vários cistos calcificados – Aproveitamento Condicional (salga ou conserva) – Infestação intensa de cisticercos calcificados – Rejeição Total (graxaria) • Cirrose Hepática: – Condenação do órgão • Contusão: – Generalizada – condenação – Localizada – aproveitamento condicional (salga, salsicharia ou conserva) depois de removidas as partes atingidas. • Distomatose (Fasciolose): – Órgão – condenação – Carcaça – condenação(quando houver caquexia consecutiva) • Equinococose (Hidatidose): – Órgão – condenação – Fígados com calcificada e bem circunscrita - aproveitamento condicional após remoção e condenação das partes atingidas. – Carcaça- condenação se houver caquexia • Tuberculose: – Casos de rejeição Total: • Lesões caseosas em órgãos torácicos e abdominais • Lesão miliar generalizada • Lesão calcificada generalizada • Lesões nos músculos, ossos e articulações • Tuberculose: – Casos de aproveitamento condicional (conserva): • Lesão caseosa localizada • Lesão calcificada em um linfonodo cervical e em um órgão de uma cavidade • Lesão calcificada em um linfonodo de um órgão da cavidade abdominal e em um órgão da torácica – Casos de Rejeição parcial: • Lesão calcificada de um linfonodo (linfonodo para graxaria com liberação da carcaça para consumo) • Evisceração retardada: – Entre 45 a 60 min. – Liberação para o consumo/Consumo “in natura” – Entre 60 a 90 min. – aproveitamento condicional/salga ou conserva – > 90 min. – Rejeição Total/Graxaria. • Mastite: – Órgão - condenação • Nefrite: – Órgãos - condenação • Uronefrose: – Órgãos - condenação • Cistos Urinários: – Órgãos - condenação • Isquemia: – Órgãos - condenação • Congestão e outras lesões renais: – Órgãos - condenação • Neoplasias: – Órgão – condenação – Carcaça: condenação Se o tumor no órgão tiver repercussão sobre o estado geral do animal, a carcaça é condenada.
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