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CIRURGIA PEDIÁTRICA APENDICITE AGUDA Incidência mais frequente nos escolares até a maturidade. CAUSAS Obstrução da luz apendicular por fecalito (20%) ou hiperplasia linfoide intramural com proliferação bacteriana distal. A obstrução pode ocorrer por semente ou verme (Ascaris lumbricoides). Fases evolutivas do processo: 1. Edematosa 2. Flegmonosa 3. Gangrenosa 4. Perfurada 1 e 2 desenvolvem-se em 24-36h (apendicite inicial - não complicada). 3 e 4 ocorrem após 2 a 3 dias de história (apendicite em fase avançada - complicadas). DIAGNÓSTICO Fase inicial: tríade sintomática = DOR PERIUMBILICAL, FEBRE MODERADA E ANOREXIA. Dor migra para a fossa ilíaca direita. Febre é moderada (<38) - se eleva >38 quando há peritonite franca. Anorexia é um sintoma importante. Exame físico: fácies de sofrimento, postura sem mobilidade. Sinais clássicos de Blumberg (descompressão brusca dolorosa na FID) e Rovsing (compressão retrógrada na FI contralateral). Progressão do quadro: peritonite generalizada, febre aumentada, choque séptico - geralmente após 7 a 10 dias de história. 30% dos casos - apêndice tem apresentação pélvica e pode ocasionar sintomas urinários, como polaciúria. Coleções na escavação retouterina podem ocasionar diarreia. 5% dos casos - apêndice retrocecal: dor lateroposterior ou lombar. RN = excluir associação com Hirschsprung. EXAMES LABORATORIAIS Hemograma Leucocitose moderada (até 15.000/ml). Desvio a esquerda de neutrófilos. Proteína C reativa Aumentada. Pouco útil no diagnóstico. Ultrassonografia de abdome Apêndice não compressível, diâmetro anteroposterior menor ou igual a 7mm, líquido na cavidade peritoneal e hiperecogenicidade periapendicular. Radiografia simples de abdome Decúbito dorsal e ortostática. Há presença de íleo paralítico regional e alça sentinela na FID, escoliose análgica com concavidade à direita e apagamento das imagens do psoas e da linha pré-peritoneal à direita. Fecalito sugere apendicite aguda. Tomografia computadorizada de abdome Realizada como exceção. Excesso de irradiação. CONDUTA: Uso de antibióticos: prefere-se iniciar com Amicacina. Se pus na cavidade (fase flegmonosa) = adicionar Metronidazol. Se fase gangrenosa ou perfurada = Metronidazol + Amoxicilina com clavulananto. Permanecer com esquema até o paciente ficar afebril 24h - dar alta hospitalar sem atb domiciliar. Outros esquemas = Ceftriaxona + Metronidazol ou Cefotaxima. Apendicectomia: não é cirurgia de emergência. Cirurgia convencional (aberta) ou laparoscópica (CL): CL confere menor tempo de hospitalização, estética, facilidade da cirurgia em obesos porém maior custo. Ambos são adequados. Apendicectomia retardada: iniciar atb e operar 8 semanas após. Não há vantagens nesta proposta. Pós operatório: realimentar após recuperação clinica, geralmente 12h após cirurgia. Só utilizar sonda nasogástrica se vômitos biliosos. Mobilização precoce. COMPLICAÇÕES Abscesso na cicatriz: resolução por volta do 4 ou 5 dia de pós-op. Abscesso intraperitoneal: febre prolongada. Cedem com reformulação da antibioticoterapia. Íleo paralítico prolongado Fístula entérica Sepse Obstrução por bridas - tardia Infertilidade em meninas (sem conclusão definitiva).
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