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Fermentação em Estado Sólido Profa. Celidarque da Silva Dias 1 Definição segundo A. Durand, 2003 “É um Processo que se refere a cultura de microorganismos sobre ou dentro de partículas em uma matriz sólida.” 2 Histórico Mais antigo que o próprio homem; Não se tem precisão do início de sua prática; Em 1936 produção de ácido cítrico. Houve negligenciamento desse processo durante a Segunda Guerra Mundial - opção pelos processos submersos de fermentação, para agilizar a produção de penicilina. 3 Generalidades: Fermentações ao acaso (ocorrem naturalmente) Laranjas com camadas verdes ou negras: Pão embolorado: Sapato ou bolsas mofadas: 4 Sinônimos da Fermentação em Estado sólido (FES) Fermentação em Substrato Sólido (FSS); Fermentação em Meio Semi-sólido (FMS*); Fermentação Semi-sólida. 5 Condições de escolha do microorganismo para FES Microorganismo em estado natural, ou culturas puras, pois possuem maior capacidade de crescimento em condições de baixos níveis de água. 6 Microorganismos utilizados para FES Rhizopus, Trichoderma, Penicillium, Aspergillus (enriquecimento protéico de alimentos e produção de enzimas); Mucor ou Rhizopus na produção de renina; Penicillium na produção de penicilina; 7 Microorganismos utilizados para FES Fusarium ou Giberella na obtenção do ácido giberélico; Bacillus thuringiensis (esporos) na produção de bioinseticidas (piretróides) e alfa-amilase; Zymomonas mobilis ou leveduras tropicais na produção de álcool. 8 Classificação da FES 1. PRINCIPAL: A fonte de nutrientes é a própria matriz sólida; Ou 1. SECUNDÁRIA: Quando o MICROORGANISMO ESTÁ ADERIDO A MATRIZ SÓLIDA INERTE que irá absorver o meio de cultura líquido. 9 EXPLICAÇÃO No processo de reprodução de leveduras em MEIO SEMI-SÓLIDO a fonte de nutriente pode ser: A própria matriz sólida; OU A Levedura pode está aderida a matriz sólida inerte que irá absorver o meio de cultura líquido. 10 Exemplos de Fermentação secundária Produção de esporos de Aspergilus niger em sabugo de milho umedecido com sacarose para produção de ácido cítrico; Bagaço da cana umedecido com melaço para produção de álcool etílico; No estudo de cinética de fermentação na FES usa-se argila (inerte) que não exerce influência sobre o consumo do substrato. 11 Características do cultivo Semi-sólido para reprodução de leveduras Técnica com baixos teores de água; Pode-se empregar materias primas diversas, inclusive subprodutos industrias. 12 Matéria prima (Substrato) Sintético: solução de glicose, sacarose; Natural: resíduos agroindustriais e de baixo valor comercial (melaço), pode haver a necessidade de correção com compostos nitrogenados ex: uréia, amônia, caseína, triptona, água de maceração de milho (como fatores de crescimento). 13 Cereais moídos, farinha de soja, água de milho (licor de milho macerado); Extrato de levedura, peptonas, resíduos de destilação, hidróxido de amônia, fosfato dipotássico, fosfato monopotássico, uréia, ácido lático ou clorídrico, polpa de citros e bagaço de maça. 14 Matérias-primas (naturais) Matérias-primas (naturais) Celulose, esterco de animal para produção de compostos orgânicos; Farelo e palha de trigo, bagaço de vegetais (cana de açucar, laranja); Espiga de milho, entre outros. 15 Reatores Escala laboratorial-reatores de vidro Erlenmayers; Frascos de Fernbach (útil na produção de esporos); Garrafas de cultura. Em escala industrial: Bandejas (com fundo intacto ou vazado); Tambores horizontais e verticais; Esteiras rolantes. 16 Escala Laboratorial 17 Frascos de Fernbach Garrafas de cultura. Escala industrial 18 Os reatores industriais possuem fundo intacto ou em tela, ou perfurações que permitem a entrada de ar circulante e úmido e a inoculação é realizada através dessa borrifação junto com o ar. e 19 Nos tambores horizontais o substrato é esterilizado diretamente no tambor, contém um eixo central que realiza a rotação horizontal, tem o custo mais elevado para o volume de material produzido, e na qualidade do micélio produzido; 20 21 Características do substrato como matriz sólida Porosidade FAVORECE a absorção de água, facilitando o transporte de enzimas e metabólitos por entre o meio e os microorganismos. 22 Características do substrato como matriz sólida Tamanho da partícula: Quanto menor o tamanho maior a área superficial maior a transformação- dever ter granulometria própria para permitir a circulação do ar e dissipação do gás produzido, que se uma vez ineficiente prejudicará o processo. 23 Conforme diminui o tamanho das partículas, aumenta a quantidade de gás carbônico produzido, assim como diminui o tempo em que o processo atinge o máximo de produção de CO2. P. ex. Partícula da farelo de trigo (diâmetros 425-500 m ); Farinha de milho (diâmetros 500-600 m ). 24 Processos de pré-tratamento do substrato Esmagamento, quebra, moagem e peneitamento-granulometria; Suprir nutrientes e corrigir pH; Hidrólise de celulose; Umidificação; Vaporização (Inchamento do substrato); 25 Processos de pré-tratamento do substrato Adição de agentes sequestrantes (retirada de íons metálicos); Esterilização pelo calor (pode ocorrer modificações nas características do substrato, nutricionais e de textura). Pode-se evitar esse tratamento na produção de álcool ou penicilina, ou pela adição de grandes quantidades de inóculo. 26 Controles do processo Umidade; Atividade da água; Temperatura; pH; Aeração; Agitação; Estimativa e características de crescimento; Determinação das proteínas (método indireto); Análise das proteínas por IV Medida dos gases por analisadores de gases (CO2 e O2) 27 Vantagens da FES Contato direto micro-organismo/substrato aumentando a taxa reacional; Substrato simples; Usa-se alta concentração de inóculo por isso elimina contaminantes; Simula condições naturais; Menor volume de reatores. 28 Vantagens da FES Altos teores de inóculo com relação com baixa [ ] de água desfavorece contaminantes; Condições de crescimento próxima ao natural, levando a maiores teores; Produto final mais concentrado, havendo a possibilidade já ocorrer o processo de secagem e embalagem; Processo simples, espaço de estocagem menor; Rendimento maior que a fermentação submersa. 29 Desvantagens da FES Dificuldade de dissipar o calor produzido e os gases gerados, aumentando a T e baixando rendimento, mais heterogeneidade no processo; Se for necessário agitação o gasto de energia é bem maior que no processo submerso; Dificuldade de controle dos parâmetros de T, umidade, pH, aeração e crescimento; Literatura reduzida. 30 Aplicaçao industrial Produção de álcool etílico (S. cerevisiae, Schwanniomyces catelli, Zymomonas mobilis); De ácidos orgânicos (Láctico e giberélico, cítrico); Produção de antibióticos (penicilina-bagaço da cana c/sol.glicosada - P. chrysogenum e Farelo de trigo-Bacillus subtilis); Produção de biopesticidas (o próprio microorganismo); De esporos; Enriquecimento protéico; Produção de enzimas (Fitase, alfa-amilase,pectinase, celulase, enzimas proteolíticas) Alimentos orientais; 31 Exemplos de alimentos obtidos por FES China: Produção de molho de soja (1.000 a.C.); Queijo Roquefort (100 d.C.); PRINCIPAL UTILIZAÇÃO: Produção de enzimas microbianas. Principal país-Japão32 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.queijosnobrasil.com.br/images/roquefort.jpg&imgrefurl=http://www.queijosnobrasil.com.br/queijo_conservar.htm&h=167&w=250&sz=13&hl=pt-BR&start=7&um=1&tbnid=P-TuMQti8i0pmM:&tbnh=74&tbnw=111&prev=/images%3Fq%3Dqueijo%2Broquefort%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN 33 Meio de cultura a base de farelo de trigo umedecido, esterilizado com vapor Resfriamento e inoculação com esporos de Aspergillus Mistura e colocação em bandejas ou tambores rotativos Incubação a 20-45oC por 1 a 7 dias Secagem e moagem da cultura Extração da enzima com água ou solução tampão Farelo enzimático Extrato enzimático SEQUÊNCIA TÍPICA DE UM PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ENZIMAS EM MEIO SÓLIDO
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