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Tomas de aquino

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Na área do conhecimento, para Tomás de Aquino existem duas formas para se conceber o conhecimento, assim nos diz: "De um modo, quando a razão por si mesmo atinge o conhecimento que não possuía, o que se chama de descoberta; e, de outro, quando recebe ajuda de fora, este modo se chama ensino".
De acordo com seu pensamento, Tomás alude que o conhecimento por uma descoberta se dá no momento em que a razão, por si mesma, aplica princípios universais e evidentes a determinadas matérias para parti-la daí tirar as conclusões particulares. Já o conhecimento por parte do ensino, acontece quando esse processo natural da razão, a saber – de passar de princípios universais para as conclusões particulares, isso ocorre mediante a ajuda de um intermediário, que, no caso, é o professor. Assim, esse professor, através de sinais e de outros instrumentos de auxílio, provoca ao aluno e o faz chegar a conhecer o que antes desconhecia.
Neste sentido, Tomás admite que o professor é a causa do conhecimento pelo aluno, não obstante ao conhecimento propriamente dito, enquanto ocorre através do exercício da razão do próprio aluno, tem pela causa a mesma razão.
Aquino coloca o aprendizado como uma faceta humana, pois, para ele, é o próprio homem quem conhece e ensina, assim ele relata: pressupõe um perfeito ato de conhecimento no professor; daí que seja necessário que o mestre ou quem ensina possua de modo explícito e perfeito o conhecimento cuja aquisição quer causar no aluno pelo ensino. Então, somente aquele que tem o conhecimento em ato, o mestre ou o professor, é quem esta em condições de desenvolver o potencial em seus alunos, assim, para Tomás, é imprescindível que o professor se prepare e tenha o domínio de seu conteúdo, a fim de que possa, com eficácia, ensinar seus alunos. Já o professor ensina precisamente por que tem o conhecimento em ato.
Na maneira de ensinar, Tomás encontra duas matérias importantes frente a sua metodologia: o conteúdo em que se trata o ensino e a pessoa a quem o ensino é ministrado, pois, deduz que, quando à primeira, o principio do ensino é a vida contemplativa. É a admiração do sujeito, quando em contato com determinado aspecto da realidade, e o processo de abstração do intelecto que se sucede de tal admiração, a significam a apreensão do conteúdo. Em outras palavras, o princípio do ensino é filosofar. Quanto a segunda matéria, que o ensino se dirige a outrem, se deduz que sua finalidade é a vida ativa.
A importância de Tomás de Aquino frente a educação está no âmbito de sua Antropologia Filosófica, ocorre nele uma efetiva superação do dualismo Platônico (corpo e alma) que era a doutrina dominante no período. Segundo alguns adeptos desse dualismo, a intelecção humana só seria atingida, em cada caso que ocorresse, que houvesse uma iluminação imediata com Deus, já a revolucionária antropologia tomista, embora não negue a iluminação divina, nos revela que esta iluminação procede da própria natureza do ser criado. É o homem que, dotado dessa luz natural, conhece e faz conhecer, por si mesmo, todas as coisas. Para Tomás, o corpo e o sentidos são os caminhos necessários para que haja qualquer tipo de conhecimento, inclusive o verdadeiro, e é através dos sentidos em que o homem pode chegar ao inteligível, assim nos demonstra, que é através dos sinais sensíveis que o professor começa a levar o aluno a fazer a sua própria intelecção.
Assim, para Aquino, para se extrair das coisas sua essência, é necessário transformar em ato algo em que elas têm em potência, ele distingue o que chama de inteligência ativa em contemplação a uma inteligência passiva, com a qual cada um pode formar os próprios conceitos, a idéia, transportada para a educação, introduz um princípio pedagógico moderno e revolucionário para seu tempo, o de que o conhecimento é construído pelo estudante e não simplesmente transmitido pelo professor. Contudo,Tomás de Aquino lega uma filosofia cuja característica principal é a abertura para o conhecimento e para o aluno, cada ser humano, segundo ele, tem uma essência em particular, à espera de ser desenvolvida, e os instrumentos fundamentais para isso são a razão e a prudência, esse, para Aquino, era o caminho para a felicidade e também para a conduta eticamente correta.
Com sua teoria do conhecimento, que convoca a vontade e a iniciativa de cada um na direção do aperfeiçoamento, Tomás de Aquino legou a educação, sobretudo a idéia de autodisciplina; foi essa a marca do ensino cristão, que alcançaria sua máxima eficiência, em termos de doutrinação, com os jesuítas, já no século XVI.Embora a obra de Aquino apontasse para o auto-aprendizado, a idéia não foi abraçada pelas rígidas hierarquias da Igreja Católica; no período em que o filósofo viveu, a religião seguia sendo a principal fonte de instrução, como em toda a Idade Média. Sobreviviam as escolas monásticas em mosteiros afastados da cidade, que inicialmente visavam a formação de monges, mas depois também de leigos das classes proprietárias; com o surgimento da economia mercantil nas cidades, aparecem também as escolas episcopais, urbanas, destinadas a formar o clero secular (aquele que participava da vida social) e leigos. Assim as cidades ganharam importâncias e novas escolas foram surgindo na época. Tomás de Aquino ressaltou o valor da razão humana e de conhecer com ela funciona, a começar pela importância de ordenar para entender, eis umas de suas frases:
"A sabedoria é a maior perfeição da razão e sua principal função é perceber a ordem nas coisas"
"O mestre provoca conhecimento ao fazer operar a razão natural do discípulo".
"Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber o que deve crer, saber o que deve desejar
Morte imprevista Quando Tomás de Aquino tinha cinqüenta e três anos, a 7 de março de 1274, foi surpreendido pela morte no mosteiro cisterciense de Fossanova. Estava a caminho de Liãoonde,por ordem do Papa Gregório X, iria participar do Concílio de Lião..Depois de algum tempo enfermo e num estado de profundo silêncio e contemplação, colocandoum ponto final numa intensa atividade literária, a ponto de haver deixado algumas o-brasinacabadas acabou falecendo.Ainda no leito de morte encontrou forças para falar aos mongessobre o livro da Bíblia denominado Cântico dos Cânticos .Ele entrou para a História com o títulode Doutor Angélico, dada a culminância espiritual que atingiu e a perfeição de sua existência. 9
Conta-se que certa ocasião, diante de um Crucifixo, Tomás ouviu de Jesus estas palavras: “Bemescrevestes sobre mim, Tomás, que prêmio quereis”? Respondeu ele: “Nada senão a Ti mesmo,Senhor”. Prestes a morrer pronunciou estas palavras, após receber a Eucaristia: “De ti, Senhor, meveio o preço da redenção da minha alma! Todos os meus estudos, vigílias e trabalhos foram porteuamor”.Conta-se que naquele dia 7 de março de 1274 Alberto Magno que se achava emColônia, na Alemanha, com lágrimas nos olhos comunicou aos frades: “O irmão Tomás deAquino, meu filho em Cristo, luz da Igreja, morreu. Deus acaba de me revelar isto”. Teve,portanto, a longa distância a percepção do falecimento de seu discípulo exemplar. Morreu três dias depois, após ter recebido o Corpo do Senhor, ou seja, na quarta-feira, 7demarço, nas primeiras horas da manhã em Fossanova ( mosteiro entre Nápoles e Roma) onde haviase recolhido ao ficar doente durante nova viagem a Roma.O corpo de Tomás de Aquino repousa na Catedral de Tolosa, na França. Foi declarado Santo peloPapa João XXII que o canonizou em 1323. Paulo V em 1567 o declarou Doutor da Igreja e LeãoXIII o proclamou em 1879 padroeiro de todas as escolas católicas. Venera-se sua memória a 28 dejaneiro, dia em que seu corpo foi transladado para Tolosa, em 1369 e menos de meio séculodepois de sua morte já era considerado santo oficialmente. Os restos mortais de São Tomás de Aquino estão depositados numa urna colocada sob o altar, localizado no centro da nave na Igreja dos Jacobinos. Uma nave dividida em duas partes assimétricas separadas por sete colunas de 22 metros de altura dispostas em fila, constituindoa mais alta colunata gótica que se conhece e evocando a infra- estrutura de um circo antigo. “"...A ninguém te mostres muito íntimo, pois familiaridade excessiva gera desprezo..."São Tomás de Aquino. 10

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