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AULA 5 ANÁLISE ESTRATÉGICA DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO Prof. Renato da Costa dos Santos 02 CONVERSA INICIAL A partir de agora, vamos estudar as principais características da fase de declínio de um produto. Vamos compreender como os gestores atuam no desenvolvimento de estratégias capazes de retirar ou diminuir a produção de certos produtos sem comprometer a sua marca e imagem. O objetivo desta rota é apresentar os principais conceitos e estratégias da fase do declínio, e em que momentos as intervenções dos gestores e profissionais de marketing devem ser feitas para garantir a reputação das empresas em seus respectivos setores de atuação. CONTEXTUALIZANDO Nesta aula, iremos refletir sobre o modo como empresários, profissionais de marketing e gestores articulam estratégias para retirar ou diminuir a produção de um produto que se encontra na fase de declínio. Todos os produtos apresentam um ciclo de vida, sendo uns mais curtos e outros um pouco mais longos. Entretanto, a fase do declínio é a mais difícil e complicada, pois envolve decisões criativas e inovadoras para recuperar o produto e criar novas demandas. Vamos conhecer as principais alternativas que podem ser adotadas para gerar demanda e estimular os consumidores a comprar; as ações de promoção e marketing que podem ser elaboradas; o mix de comunicação de marketing a ser adotado; e a política de preços adotada pelas empresas. Imagine você na condição de gestor de uma empresa que possui um produto em fase de declínio. Quais medidas você tomaria para reduzir a distribuição e fabricação desse produto? Quais ações de marketing podem ser desenvolvidas para que o produto saia do mercado sem afetar a marca e sua imagem? TEMA 1 – PREMISSAS NA FASE DE DECLÍNIO A fase do declínio de um produto é a mais difícil para qualquer empresa. Nesse estágio, as vendas já não são mais as mesmas e muitos produtos já foram retirados do mercado, em decorrente da falta de perspectiva de vendas. Só restam três possíveis situações a serem adotadas pelas empresas: manter o produto no mercado, abandonar o produto ou descontinuar a produção. "O profissional de marketing deve analisar as causas do declínio e determinar se a demanda poderá ser reestimulada com novos mercados-alvo, com mudanças na 03 característica do produto ou com comunicação mais eficazes" (Kotler, 2000, p. 28). Nesse contexto, "a tarefa do marketing é reverter o declínio da demanda por meio do marketing criativo” (Kotler, 2000, p. 28). Compete aos profissionais de marketing discutirem se devem ou não aguardar por uma mudança no mercado ou no comportamento de compra dos consumidores. O mais difícil nesse processo de declínio de um produto é o fato de que a empresa tem responsabilidade social e ambiental com o mercado. Na dimensão social, significa que o seu processo produtivo não só entrega um produto ao mercado, mas também emprega pessoas. Com o declínio de um produto, a linha de produção da empresa é diretamente afetada, levando à paralisação de setores e à perda de empregos, o que impacta diretamente a cadeia de abastecimento do produto. Muita atenção deve ser dada à sua imagem, tendo em vista que as pessoas podem fazer associações negativas quando há a saída de um produto do mercado, especialmente se for sem aviso prévio ou sem justificativa. Para que esse processo aconteça da melhor forma, é fundamental identificar o momento certo para fazer a intervenção. Ou seja, é importante identificar exatamente em que momento o produto não tem mais aceitação por parte do público, nem consegue trazer resultados satisfatórios para a empresa. “As vendas declinam por inúmeras razões, entre elas progressos tecnológicos, mudanças nos gostos do consumidor e grande concorrência nacional e estrangeira” (Kotler, 2000, p. 335). Os profissionais de marketing devem acompanhar as tendências de mercado para se antecipar a um possível declínio do produto. No entanto, ameaças externas à empresa, como questões políticas, econômicas e sociais, concorrência, impostos, entre outras, podem influenciar diretamente o declínio de um produto. Em relação ao posicionamento das empresas na fase de declínio do produto, Kotler (2000, p. 335) explica que "elas podem optar por segmentos de mercado menores e canais comerciais mais fracos. Elas podem ainda cortar o orçamento destinado a promoções e reduzir seus preços". Na verdade, caberá aos gestores decidirem se devem ou não se desfazer do negócio ou, simplesmente, se devem fazer investimentos ou preparar a empresa para a retirada imediata do produto do mercado. Muitas das decisões empresariais têm a ver com estilo, moda e modismo. O estilo está relacionado com o modo de expressão, enquanto a moda é um estilo aceito e popular. O modismo diz 04 respeito a uma moda que chega e passa muito rapidamente, com aceitação limitada. TEMA 2 – ESTRATÉGIAS DE PRODUTO NA FASE DE DECLÍNIO O produto em fase de declínio já atingiu o máximo de seu potencial. O que dizer de produtos como o fax? O walkman da Sony? O telefone de discar e a fita cassete? E o que dizer do velho e conhecido disquete de computador? São produtos cujo ciclo foi interrompido por falta de uso – tornaram-se obsoletos pela falta de tecnologia e inovação, e pelo entendimento dos concorrentes quanto às verdadeiras necessidades dos clientes. Caso a empresa opte por manter, abandonar ou descontinuar o produto, é preciso agir com cautela. Para manter um produto, ela deverá fazer um esforço muito grande, com investimentos significativos em tecnologia, design, publicidade e propaganda. Isso exige grandes quantias de dinheiro e há o risco de o tiro sair pela culatra. Essa decisão gira em torno da possibilidade de recuperar espaço entre os próprios clientes que sempre foram fiéis à marca. Dependendo do histórico do produto ao longo do tempo e da imagem consolidada no mercado, alguns investimentos poderão ser feitos no sentido de garantir uma saída silenciosa e gradativa, em paralelo com a inserção de um novo produto. No caso de a empresa optar por abandonar um produto, deverá ter consciência de que esse processo não deve ser feito no curto prazo, para não comprometer sua imagem. No caso de descontinuidade, o processo deverá ser gradativo, tendo um produto como pano de fundo ou uma ação de grande vulto que possa dar por encerrada a sua participação no mercado. Esse apelo emocional pode servir para atrair a atenção dos consumidores de forma positiva, causando certa comoção no mercado pelo encerramento das atividades daquele produto. Nesse momento, é preciso muita responsabilidade com a imagem institucional da empresa, mesmo que o produto já não seja mais de preferência das pessoas e esteja em queda livre. Trata-se de uma realidade que atinge várias empresas em diferentes segmentos. Quando um gestor se depara com um produto em queda, algumas questões devem ser levadas em conta, como por exemplo a atratividade do setor em que atua. Segundo Kotler (2000, p. 336) "uma empresa que está em um setor atraente e tem força competitiva deve considerar a possibilidade de aumentar seus investimentos". Conforme a força 05 da empresa em um determinado setor e a atratividade relacionada, é possível criar uma estratégia própria. Em alguns casos, os gestores podem priorizar a agregação de valor ao produto original, oferecendo novos benefícios aos clientes e consumidores. Outra preocupação relacionada ao declínio de um produto é o modo de lidar com os canais de distribuição. Encerrar o abastecimento dos canais de distribuição de um produto é uma tarefa complicada. Os parceiros de um canal exercem uma função única e estratégica, pois estocam, armazenam e distribuem produtos no atacado e no varejo. Essa relação é fortalecida quando o produto tem boa aceitação e quando os intermediários realizam suas funçõescom eficiência e eficácia, de modo a garantir a entrega do produto ao consumidor final. A redução do fornecimento de um produto deve ser gradativa e controlada, para que a sensação de falta não seja evidente e para que os clientes não tenham a sensação de que a empresa está passando por problemas. Segundo Kotler (2000, p. 337) "quando uma empresa decide abrir mão de um produto, ela tem de tomar muitas decisões". O autor explica ainda que, se um produto tem uma boa reputação no mercado, uma das ações dos seus proprietários pode ser de vendê-lo a outra empresa. Outra ação possível é focar nos clientes e consumidores que mais dão retorno, reduzindo as operações. Em relação ao produto, especificamente, muitas empresas optam por estender o vínculo entre empresa, produto e cliente, fazendo com que as pessoas mantenham o sentimento de usabilidade. Isso significa que, com a substituição de um produto por outro, os compradores continuem a buscar os atributos e tenham as suas expectativas superadas quando da inserção de novas características e funções. Essa estratégia visa trabalhar aspectos cognitivos das pessoas, os quais estão relacionados à utilização de determinados produtos. Dessa maneira, é possível criar associações entre as melhores experiências dos clientes com tais produtos e os seus respectivos substitutos. TEMA 3 – ESTRATÉGIA DE PREÇO NA FASE DE DECLÍNIO O preço praticado na fase de declínio de um produto deve ser baixo, tendo em vista que a demanda é fraca ou quase inexistente. A ideia é reduzir o 06 estoque do produto o quanto antes para evitar ainda mais desgaste da imagem e da marca. "A promoção de vendas pode ser utilizada para obter efeitos de curto prazo, como chamar mais atenção para o lançamento de produtos ou aumentar vendas em declínio” (Kotler, 2000, p. 585). Nesse sentido, a prática de preços com produtos em declínio deve levar em conta a quantidade e a disponibilidade no mercado, além dos nichos dispostos a adquiri-lo. As próprias empresas podem optar por estabelecer um prazo para os seus produtos em atividade. Isso implica foco em inovação e criatividade nos departamentos, com ênfase especial no marketing. O fato é que os preços acompanham a queda da demanda, ao menos que alguma agregação de valor significativa possa fazer com que os clientes decidam pagar mais por isso. Os clientes se sentem dispostos a pagar mais por um produto quando percebem benefícios que vão além do tradicional. Do contrário, o preço tem que se manter baixo, de modo a compensar a perda de espaço no mercado. Podemos concluir que a prática de preços baixos é a tática mais utilizada no caso de produtos em fase do declínio. Os clientes fazem escolhas de acordo com experiências de compra, indicações de amigos, informações recebidas etc. Nesse sentido, a redução gradativa do preço é a ação mais interessante a ser adotada pelos gestores, pois gera bons resultados se praticada com cautela. Em datas festivas ou comemorativas, é comum vermos certos produtos com preços mais baixos do que o normal – em se tratando de um produto em declínio, isso fica ainda mais evidente. O fato é que persuadir o cliente a comprar um produto que já não atende mais as expectativas é algo difícil e requer a utilização de ferramentas de promoção de vendas. "A promoção de vendas consiste em um conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, a maioria de curto prazo, projetadas para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos” (Kotler, 2000, p. 616). Entretanto, a busca nessa fase é pela redução dos investimentos ao mínimo possível, para tentar recuperar o caixa dos prejuízos acumulados, o que coloca em dúvida, por exemplo, novas possibilidades de promoção e divulgação. A maioria das empresas, quando identifica que seu produto está na fase de declínio, tem de lidar com uma queda brusca de lucratividade; ao mesmo tempo, vê de perto a diminuição da concorrência. Assim, o que mais se vê, na prática, são descontos pontuais, em comum acordo com os parceiros da cadeia de abastecimento. Para os consumidores, é positivo adquirir produtos por preços 07 mais acessíveis, ainda mais em tempos de crise econômica social, quando as pessoas estão mais retraídas e menos favoráveis ao consumo. Os grandes varejistas, como supermercados e alguns atacadistas, combinam descontos com base na quantidade de produtos vendidos; assim, conseguem reduzir seus estoques mais rapidamente. Conforme Kotler (2000, p. 336). “ao lidar com produtos que estão envelhecendo, uma empresa tem pela frente uma série de tarefas a serem realizadas e decisões a serem tomadas”. Parte dessas decisões consiste em saber identificar quais produtos estão ou poderão estar em declínio. Pesquisas mercadológicas podem servir para se antecipar aos problemas e para prever possíveis modificações ou o lançamento de novos produtos. TEMA 4 – ESTRATÉGIA DE PRAÇA NA FASE DE DECLÍNIO Em se tratando de produtos na fase de declínio, é chegada a hora de decidir como reduzir a distribuição física do produto em seus diferentes pontos de venda. Um das possibilidades é começar pela identificação daqueles que possuem menor movimentação ou quase nenhuma operação. Quando tratamos da escolha de um canal de distribuição, alguns aspectos devem ser levados em conta – é necessário fazer uma avaliação apurada dos sistemas de distribuição. Essa avaliação pode partir de algumas perguntas: Quais os canais de distribuição alternativos? Quais são as tendências? Que canais estão se tornando mais importantes? Que novos canais surgiram ou tendem a surgir? Quem tem o poder no canal e como isso pode mudar? (Aaker, 2012, p. 81). Quando um produto atingiu o estágio de morte ou declínio, é inevitável o encerramento de alguma das parcerias ou a redução de muitas delas. A empresa pode optar por ficar apenas com grupos menores e com canais comerciais mais fracos (Kotler, 2000). As fábricas de vinhos são um exemplo atual de mudança significativa na estratégia de praça. Antes, os vinhos eram vendidos somente em lojas especializadas, e geralmente a preços altos. Nos últimos tempos, passaram a ser vendidos em supermercados e lojas de conveniência. Obviamente que os vinhos mais clássicos, mais nobres, e também os chamados reserva, continuam sendo vendidos somente em casas especializadas para manter a marca, o padrão e a clientela que é amante de vinho. Contudo, aqueles vinhos menos sofisticados e de baixo valor agregado já são encontrados com frequência em 08 outros estabelecimentos. Dessa forma, verifica-se uma abertura maior de possibilidades quanto ao acesso dos consumidores; aqueles que não apreciam tanto o produto ou que não conhecem muito sobre o assunto podem estreitar essa relação, encontrando opções variadas para consumo. A figura a seguir ilustra um canal de distribuição que exemplifica os caminhos que podem ser percorridos por um produto até chegar às mãos do consumidor final. Há várias alternativas para o canal de distribuição de um produto qualquer. Um produto em fase de crescimento tem a sua procura aumentada significativamente, sendo necessário abastecer o maior número possível de canais de distribuição para que não haja faltas nas gôndolas. A escolha de um canal de distribuição requer planejamento; uma das estratégias mais conhecidas é a segmentação por produto, quando a empresa opta por concentrar seus esforços em um determinado negócio que lhe dê benefícios e que agilize as operações (Kotler, 2000). Nesse caso, a preferência por esse tipo de estratégia está relacionada à força que o produto exerce no mercado. “As empresas podem extrair vantagens competitivas da maneira como projetam a cobertura, a especialidade e o desempenho de seus canais de distribuição” (Kotler, 2000, p. 318). Assim, a imagem de qualidade de um produto está atrelada,entre outras coisas, à sua distribuição física, que vai ajudar a compor o custo beneficio da sua aquisição pelos clientes. O grande desafio para as empresas é dar conta do abastecimento dos canais de distribuição, por sua cobertura e pela necessidade de investimentos ao longo do tempo. Isso também contribui significativamente para que os gestores acabem por reduzir o fornecimento em determinadas regiões e, em consequência, retirar aos poucos os produtos que não dão retorno. Obviamente, é necessário um fluxo de informação bastante eficiente para que os parceiros do canal tenham ciência das decisões que serão tomadas em relação aos produtos. Por outro lado, de acordo com Kotler (2000, p. 436), "muitas empresas estão hoje lançando opções de marca, que são linhas de marca específicas fornecidas para varejistas ou canais de distribuição específicos". Essa opção por marcas próprias leva em conta a busca por ampliação de canais de distribuição e o alcance de novos clientes. Infelizmente, na grande maioria dos casos, elas acabam sendo superadas pelas marcas mais tradicionais, que têm mais procura e interesse dos consumidores. A estratégia de lançar marcas próprias é comum em grandes varejistas, como os supermercados. Eles buscam com isso 09 economizar na comunicação de marketing, pois o produto se encontra no mesmo ponto de venda e ainda ganha em credibilidade. O cenário é: as empresas passam a maior parte do tempo buscando atrair clientes e consumidores por meio da publicidade, da propaganda e de demais ações de marketing. Em um dado momento, se veem forçadas a retirar um produto ou encerrar a sua produção, por conta da falta de necessidade ou de interesse das pessoas. Todo o trabalho de longo prazo que foi feito para o convencimento das pessoas acaba tendo que ser desfeito por conta de erros na avaliação de um produto ou no seu desempenho ao longo do tempo. É preciso um controle efetivo em cada etapa do ciclo de vida, bem como correções pontuais em caso quando necessário, para prolongar o tempo de vida de um produto ao máximo. TEMA 5 – ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO NA FASE DE DECLÍNIO As promoções feitas na fase de declínio visam, em sua maioria, vender os produtos mais rapidamente para tirá-lo de circulação, devido à sua baixa procura. O momento agora é realizar promoções pontuais para queimar estoques ou ainda facilitar a compra dos produtos. Por outro lado, deve se dar atenção ao excesso ou à repetição dessas promoções, para que não prejudiquem a imagem e a marca da empresa. “A demanda pelos produtos disponíveis começará a cair e o mercado entra em um estágio de declínio. Ou o nível de necessidade da sociedade declina ou uma nova tecnologia substitui a antiga" (Kotler, 2000, p. 341). O desafio é saber promover um produto mesmo em fase de decadência e consequente morte ou extinção. Alguns profissionais de marketing aconselham os gestores de uma empresa a negociar a marca ou uma determinada linha de produtos com outras empresas de maior capital e condições de promoção de investimento. Os mercados evoluem, o que requer novas tecnologias, necessidades, desejos e inovações. Nesse sentido, quem conseguir mobilizar seus recursos e atender a essas e outras condições conseguirá sobreviver mais tempo. Diante disso, compete aos gestores e profissionais monitorarem constantemente essas evoluções e mudanças para que, no momento certo, possam dar as respostas que o mercado espera. Uma das estratégias utilizadas por algumas empresas que possuem produtos em fase de declínio é tentar reposicioná-lo por meio de promoções e 010 campanhas, para mudar o conceito e a percepção dos consumidores sobre o produto em questão. Isso exige muita criatividade e perspicácia dos profissionais de marketing, para compreender adequadamente as etapas de decisão de compra dos consumidores e como eles reagem a determinadas situações. A partir daí, será possível identificar quais características são mais ou menos influenciadoras do que outras, e se a combinação de várias ações de marketing pode surtir resultados. Qual a melhor estratégia de promoção? Tudo começa pela análise dos canais de distribuição do produto e se eles estão ou não aptos a atender à demanda estimulada pela promoção. Nesse momento, os gerentes de varejo procuram colocar os produtos em evidência, de acordo com os pedidos dos representantes de cada marca. No caso de um produto em declínio, os representantes, junto com os varejistas, fazem promoções em determinados períodos do ano para promover produtos e liquidar os estoques, sem que os clientes percebam que há alguma relação com a sua extinção definitiva. Podemos exemplificar, por exemplo, com três possibilidades de desconto: grandes descontos, cinquenta por cento de desconto ou ainda ofertas especiais. Para além desses exemplos, e de acordo com a realidade do mercado, é possível que as empresas se utilizem de diferentes ferramentas de promoção. Podem haver, por exemplo, campanhas com cupons, amostras grátis, propaganda e publicidade no sentido mais normativo, concursos, sorteios, participações ao vivo com consumidores, merchandising ou ainda promoção de visitações, para aproximar ainda mais o público alvo da empresa. Entretanto, na fase do declínio a melhor forma é ser sutil e inserir aos poucos diferentes tipos de ferramentas, ou uma combinação delas, para dar conta das vendas e baixa nos estoques. Durante o ano, os varejistas podem aproveitar muito bem os eventos festivos e promover ainda mais os produtos e as marcas. Essa sem dúvida é uma grande oportunidade para que produtos em fase de declínio sejam colocados à venda, com maiores possibilidades de saída, ainda mais em se tratando de datas especiais, quando as pessoas estão mais sensíveis e dispostas a gastar dinheiro. Lembrando, é claro, que a integração da comunicação de marketing é o diferencial para que as vendas atinjam as expectativas. 011 FINALIZANDO Durante a aula de hoje, apresentamos os principais conceitos do ciclo de vida dos produtos, mais especificamente na fase de declínio. Aprendemos que, nessa fase, a tomada de decisão é difícil, tendo em vista que todo um esforço feito ao longo dos anos para a promoção e venda de um produto termina com a sua retirada do mercado. Vimos também que muitos profissionais de marketing e gestores de empresas optam por reduzir preços, promover os produtos nos canais de distribuição, reduzir a demanda ou a fabricação dos produtos ou simplesmente retirá-los do mercado. Os conteúdos aprendidos nos ensinam a saber identificar produtos fracos ou com baixa demanda e ainda decidir de que forma lidar com essas situações. Por meio de pesquisa de mercado, vimos que é possível também prever modificações em produtos, inovações e melhorias, com a finalidade de prolongar a vida do produto no mercado. Compreendemos ainda que, em muitos casos, a falta de atenção com os produtos e a sua evolução ao longo do tempo são fatores que podem culminar na perda de espaço e na participação da empresa em um determinado mercado. Quanto mais rapidamente as empresas se adaptarem às mudanças, e quanto melhor for a alocação de recursos, maior a probabilidade de manutenção de produtos no mercado, e consequentemente maiores as chances de alcançar os resultados pretendidos. 012 REFERÊNCIAS COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. KERIN, R. A. et al. Marketing. 8. ed. São Paulo: Mc-Graw-Hill, 2007. KOTLER, P. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. KOTLER. P.; ARMSTRONG, K. G. Princípios de marketing.12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 8. ed., São Paulo: Atlas, 2009.