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AULA 6 ANÁLISE ESTRATÉGICA DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO Prof. Renato da Costa dos Santos 02 CONVERSA INICIAL Você deve ter pensando, ao longo das aulas, sobre o significado da análise estratégica do ciclo de vida do produto, não é verdade? Analisar estrategicamente o ciclo de vida do produto significa que as empresas estão preocupadas com a produção e seus impactos ao meio ambiente. Nós, enquanto gestores, devemos estar atentos a todas as etapas pelas quais passam os produtos e suas funções na cadeia produtiva. Vamos apresentar como as empresas fazem para otimizar seus processos, reduzir seus custos, avaliar tecnologias, máquinas e equipamentos e buscar soluções para a melhoria da cadeia produtiva. Também aprenderemos nessa aula como é feita a análise dos impactos ambientais causados pelos produtos consumidos em sociedade. CONTEXTUALIZANDO Ao proceder à avaliação do ciclo de vida do produto, temos que buscar compreender como as empresas utilizam indicadores de desempenho e como avaliam o impacto causado pelos seus produtos na sociedade em geral. A responsabilidade social e ambiental das empresas é uma questão de bom senso e obrigação moral; logo, os profissionais precisam conhecer as melhores formas de produzir e ao mesmo tempo devem ser capazes de colaborar para que esses produtos não prejudiquem o meio ambiente. Identificar melhores estratégias e processos produtivos, promover melhorias internas e saber aplicar melhor os recursos disponíveis é o objetivo desse conteúdo. Imagine que você trabalha em uma indústria de eletrônicos e que, devido ao rápido avanço da tecnologia, seus produtos atingem o estágio da maturidade muito cedo. Nesse caso, o lançamento de novos produtos acaba sendo inevitável, com a finalidade de acompanhar as tendências; nesse caso, mais recursos precisam ser mobilizados para a produção. Que medidas poderiam ser tomadas para minimizar os impactos ao meio ambiente? E quanto à conscientização da sociedade no sentido de reduzir o consumo de produtos? TEMA 1 – ANÁLISE DE PORTFÓLIO Na década de 1980, a Boston Consulting Group (BCG) desenvolveu uma ferramenta para a análise de portfólio de um produto. A matriz BCG analisa o portfólio de produtos de uma empresa com base no crescimento e participação de 03 mercado e os classifica em quatro quadrantes: estrela, vaca leiteira, ponto de interrogação e abacaxi. Considerando esse contexto, Kotler (2000, p. 353) define que a "alta gerência deve decidir quanto reservar do orçamento para o desenvolvimento de produtos. Os resultados de P&D [pesquisa e desenvolvimento] são tão incertos que é difícil utilizar critérios normais de investimento". Com o acirramento da concorrência e as recentes mudanças de comportamento dos consumidores na grande maioria dos segmentos, investir ou não em novos produtos é uma decisão essencial para os gestores. Os produtos chamados de "estrelas" são aqueles que crescem mais que o mercado e tem alta participação relativa de mercado. Os produtos "vaca leiteira" são aqueles cujos lucros e cuja geração de caixa são altos dentro de um mercado em crescimento. Já os produtos "ponto de interrogação", que também são chamados de "criança problema", apresentam baixa participação de mercado e retornos baixos. E por fim, os produtos "abacaxis" que são aqueles que necessitam de investimentos para se recuperarem. A classificação apresentada relaciona-se à representação do posicionamento do produto e às unidades estratégicas de negócios. As empresas podem posicionar seus produtos na matriz BCG de acordo com suas particularidades. Elas obviamente darão preferência aos mercados de alto crescimento, o que pode parecer utopia para muitos. Na realidade, com o acirramento da competitividade, fica praticamente impossível ser líder em um segmento, restando apenas a possibilidade de participação, obtendo-se uma taxa pequena do mercado consumidor. Afinal, requer-se altos investimentos em tecnologia, matérias-primas, pessoas e estrutura física para ser bem-sucedido. Segundo Las Casas (2004, p. 176), "o ciclo de vida do produto será variável de acordo com o mercado considerado e dependerá do tempo de adoção dos consumidores como também da concorrência de novos produtos”. Sabemos que cada produto em particular tem um ciclo de vida – uns podem ser mais curtos e outros mais longos. Desse modo, um planejamento estratégico é fundamental para minimizar possíveis adversidades no meio do caminho. A figura a seguir apresenta a construção da matriz. 04 Figura 1 – Matriz BCG Fonte: Duarte, 2014. Podemos dizer, analisando a matriz, que é possível posicionar os produtos em relação a variáveis internas e externas. É preciso lembrar que o mercado muda constantemente de acordo com modas e tendências; diante disso, um produto também pode mudar de quadrante ao longo do tempo, pois não se tem controle total sobre a intensidade dessas mudanças. A matriz serve como um indicador, mas não pode ser considerada definitiva, pois as variáveis internas e externas estão sujeitas a alterações. A internet, as inovações tecnológicas e as redes sociais virtuais estão aí para provar que os consumidores estão cada vez mais atentos, informados e conscientes de seus interesses e necessidades. Algumas perguntas precisam ser feitas para quando fazemos a análise estratégica da empresa: quais são os mercados a serem explorados? Quais tecnologias, recursos humanos, estratégias de marketing e materiais são necessários? Quais recursos devem ser mobilizados? A partir dessas e outras perguntas, a empresa pode desenvolver novos projetos de produtos e adequá- los, sempre de acordo com a necessidade do mercado. De modo geral a análise de portfólio consiste em identificar, analisar e avaliar, quais são os projetos estratégicos que podem ser desenvolvidos pela empresa, por meio dos recursos disponíveis ou acessíveis pela empresa. A causa de muitos produtos não obterem sucesso e terem sua vida útil reduzida, é por conta da falta de um bom planejamento que contemple indicadores de desempenho. Esses indicadores de desempenho devem permitir a empresa poder avaliar cada etapa do ciclo de vida dos seus produtos e como eles se comportam 05 ao longo do tempo. Somente por meio de indicadores mensuráveis será possível entender quais são os verdadeiros interesses e desejos dos consumidores e assim propor soluções e melhorias. TEMA 2 – RETORNO DE INVESTIMENTO O retorno do investimento (ROI) é uma forma de medir o retorno potencial ou passado de um dado investimento. Serve para mostrar quanto alguém ganhou ou perdeu em relação ao dinheiro investido em tecnologia, equipamento ou uma campanha de marketing. Em relação a um produto ou serviço oferecido, o ROI é necessário para a tomada de decisões, sobretudo se a questão é dar ou não continuidade à produção e venda de um produto. O ROI é a medida mais frequentemente utilizada pelas maiores empresas, porque mostra se há ou não viabilidade econômica para um determinado investimento. Serve para toda e qualquer empresa em diferentes tipos de segmentos, conforme explica Kotler (2000, p. 540): "alguns intermediários dominam os avançados de informações e complexas ferramentas de marketing e avaliam o desempenho com base no retorno sobre o investimento, em vez de considerarem a margem de lucros". Ainda segundo Kotler (2000), dados de clientes feitos por empresas especializadas e o conjunto de esforços de comunicação integrada de marketing também podem ser medidos pelo ROI. Diante da competitividade dos setores e considerando a concorrência crescente, é preciso que os indicadores de desempenho sirvam para ajudar no processo de tomada de decisão estratégica das empresas. Quanto mais objetiva a forma de mensuração,melhor é para o processo de tomada de decisão. Os consumidores são submetidos diariamente a diferentes formas de publicidade e propaganda, o que influencia diretamente no processo de decisão de compra. Logo, as compras são sempre baseadas em diferentes variáveis, que podem ou não ser quantificadas. Cabe aos administradores escolher as melhores ferramentas e entender os resultados desse processo de decisão de compra, além de avaliar o desempenho e a lucratividade. É preciso refletir sobre as vantagens e desvantagens de dados investimento, considerando se haverá mais ou menos lucro, ou quanto queremos ganhar com nossos investimentos. ROI = (Ganho obtido – Investimento) / Investimento 06 Para que a metodologia do ROI seja eficaz, é importante lembrar que é necessário computar todo o investimento feito durante o processo, bem como todo o valor recebido. O resultado pode ser positivo ou negativo; no caso de ser positivo, os retornos superam os custos do investimento. Em caso negativo, os custos superam o retorno dos investimentos, o que é uma perda significativa, e faz com que o negócio seja pouco vantajoso. Por exemplo: Rogério fez um investimento no seu empreendimento de R$150.000,00. Ao final de 12 meses, contabilizou um retorno de R$166.000,00. Logo, de acordo com a fórmula para o cálculo do ROI, temos: ROI = (166.000 – 150.000) / 150.000 ROI= 10,66% No exemplo acima, o retorno foi de 10,66% sobre o valor investido no negócio. Sendo assim, podemos inferir que o empreendimento rendeu alguma coisa no período calculado, e dessa forma novas projeções ou investimentos poderão ser feitos para aumentar ainda mais o retorno. O que importa é que os gestores devem estar atentos aos investimentos feitos ao longo do seu planejamento e identificar se vale ou não a pena continuar com determinado empreendimento. É preciso muito cuidado para que as decisões não sejam precipitadas; acima de tudo, importa evitar que uma decisão seja pautadas em poucas informações. O ideal é que, com base nos números apresentados ao longo de um determinado período de tempo, haja uma base para a tomada de decisão. TEMA 3 – REVITALIZAÇÃO DE PRODUTOS Os produtos devem ser revitalizados quando já se encontram em fase de declínio. Ao proceder desse modo, as empresas buscam dar uma nova história para seus produtos ou serviços, a partir de alternativas capazes de alavancar um novo ciclo de vida. Podemos citar o exemplo do transporte ferroviário, mais especificamente do passeio de trem. Atualmente, poucas pessoas ainda procuram esse tipo de passeio. O que foi feito para mudar esse cenário? Nesse caso, começaram a ser servidos lanches durante o passeio, jantares com direito a pratos à la carte com vinhos, espumantes, entre outras coisas. Muitas empresas pecam muito ao acreditar que novos clientes terão interesse em experimentar o seu produto somente por se tratar de uma marca forte ou tradicional. Pelo contrário, quanto maior for a inovação e atratividade dos 07 produtos da concorrência, maior será a probabilidade do seu produto ou serviço cair no ostracismo. A melhor estratégia é acompanhar o ciclo de declínio de cada produto e fazer uma avaliação do que pode ou não pode ser feito para resgatar produtos em declínio. “Uma inovação se refere a qualquer produto, serviço ou ideias que seja percebido por alguém como novo. A ideia pode ter uma longa história, mas é uma inovação para a pessoa que a vê como novo” (Kotler, 2000, p. 377). Cabe lembrar que certos setores da economia podem ter mais possibilidades de inovação do que outros. Afinal, alguns produtos de determinados segmentos são mais fáceis de serem revitalizados ou reestilizados do que outros. A estratégia de revitalização de um produto deve levar em consideração o mercado consumidor, com suas preferências e necessidades. As empresas devem realizar pesquisas de opinião com seus consumidores, verificar quais as tendências e, por fim, criar a inovação que o público tanto espera. Um exemplo muito interessante de revitalização de um produto é o do chocolate Kit Kat da Nestlé, desenvolvido no Reino Unido. Ele fez muito sucesso durante a década de 1990 e posteriormente obteve uma queda significativa na preferência dos jovens e adolescentes, sobretudo pela inserção de novas marcas e produtos. A um certo ponto a empresa realizou uma pesquisa de opinião, constatando que o produto era considerado muito tradicional, velho, ultrapassado. Diante disso, um novo design foi criado e o mercado consumidor logo adotou o produto como um dos seus favoritos. É importante destacar que a revitalização de um produto, de acordo com Kotler (2000), é fruto das constantes mudanças de comportamento do mercado e em especial dos consumidores. Nesse sentido, é necessário retomar o brand equity (valor da marca percebido pelos clientes/consumidores), para que exerça influência na forma como o cliente pensa e age em relação a uma marca. Para tanto, são feitas pesquisas e desenvolvidos produtos para rastrear as tendências de mercado, as novas configurações familiares, além de modas, modismos e estilos diferentes. Afinal, os consumidores estão mais conscientes, bem informados e exigentes em seu processo de escolha. Portanto, estar em sintonia com esses comportamentos é fundamental para a empresa que deseja ser assertiva com seus produtos. Conforme Kotler (2000, p. 708), "em uma empresa bem equilibrada, o P&D e o marketing compartilham a responsabilidade pelas inovações bem-sucedidas orientadas para o mercado". O que deve ficar evidente é que, por meio de uma bem-feita pesquisa mercadológica, é possível identificar quais variáveis 08 influenciam as decisões dos consumidores. "A equipe de marketing deve assumir a responsabilidade não apenas pelas novas vendas, mas também pela identificação correta das necessidades e preferências dos clientes” (Kotler, 2000, p, 708). Com base nesse ponto de vista, entendemos que é fundamental coordenar as atividades entre P&D e o departamento de marketing das empresas em geral. TEMA 4 – DESCONTINUIDADE DE PRODUTOS Em se tratando de produtos com altas taxas de manutenção e baixo retorno financeiro, é necessário que a empresa se prepare para a sua descontinuidade. Em muitos casos, a receita não é suficiente para pagar as contas e o melhor a fazer é iniciar um plano de descontinuidade de produção e abastecimento, e posteriormente de assistência em relação a um produto. As forças externas que atuam sobre o produto são, em muitos casos, incontroláveis, o que faz com que a melhor opção seja "eliminar" o produto antes que seja tarde. De acordo com Rozenfeld et al. (2006), a descontinuidade de um produto pode se dar simultaneamente à sua produção em uma empresa. Isso acontece quando um planejamento prévio indica que determinado produto já não oferece mais rentabilidade suficiente, caso em que é necessário descontinuá-lo. Assim, não podemos esquecer que, no caso de o produto ter um público fiel, uma marca forte, ainda que não faça mais parte do gosto de muitas pessoas, a descontinuidade é a melhor alternativa. A partir disso, algumas medidas podem ser adotadas, como por exemplo: (i) diminuir os canais de distribuição para que o produto passe a ser menos visto; (ii) diminuir gradativamente a publicidade e a propaganda em torno do produto; (iii) introduzir no mercado uma nova linha ou um novo produto; e (iv) finalizar a assistência e o suporte do produto que está sendo retirado. Segundo Rozenfeld et al. (2006), é necessária ainda a aprovação da direção da empresa, que deve ter acesso aos indicadores econômicos que justificam a decisão de descontinuar o produto. As medidas apresentadas são emergenciais, com vistas a descontinuar um produto em atividade no mercado consumidor. Em geral, as empresas costumam reduzir seus canais de distribuição gradativamente,para passar a mensagem de que o produto estará sendo substituído por um novo. Assim, parece se tratar de uma substituição, mais do que de uma interrupção do produto. A complexidade da situação decorre do fato de que não é nada fácil analisar a situação e decidir 09 pela descontinuidade de um produto. Contudo, é preciso que a empresa esteja preparada para proceder à desmontagem da linha de produção e ainda manter a linha de peças de reposição, de modo a garantir a assistência técnica. No caso da prestação de assistência, é preciso ter muito cuidado para estabelecer um prazo viável para a finalização, por completo, do suporte ao produto. Um posicionamento claro quanto à descontinuidade da assistência, com divulgação nos mais diferentes meios de comunicação, minimizará problemas futuros. Os produtos que não têm mais aceitação no mercado, ou que são considerados economicamente inviáveis, provavelmente chegaram a esse ponto por conta de falta de atenção ao ciclo de vida; nesse caso, tornaram-se um problema que deve ser resolvido pela gestão. A maior dificuldade está nos custos com a sua retirada e no impacto à imagem da marca, como a própria falência ou o descrédito dos consumidores. Outra questão que deve ser muito bem trabalhada é o cuidado com o enfraquecimento da empresa ou com a perda de competitividade no setor. As pessoas costumam criar associações negativas com uma marca ou empresa que não obtém sucesso no mercado com um determinado produto, chegando ao ponto de descontinuá-lo. Cabe às empresas prepararem um modelo de acompanhamento e descontinuidade dos produtos, tendo cuidado com a imagem da(s) marca(s). Uma questão que deve ser levada em consideração, quando há, no processo, devolução dos produtos pelos clientes, é o passivo ambiental. A empresa tem que dar conta da legislação ambiental vigente, tendo que, em alguns casos, desmontar e reaproveitar as peças e componentes de um determinado produto. De forma geral, não é possível receber todos os produtos que foram produzidos e comercializados; nesse caso, é preciso estipular uma quantidade a ser recebida. Finalmente, a empresa precisa fazer uma análise crítica de todo o projeto, para que possa aprender com as lições e criar uma memória dos fatos e acontecimentos. TEMA 5 – IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES O maior desafio das empresas é saber exatamente onde encontrar oportunidades para seus produtos ou serviços. Esse desafio é diário, tendo em vista a quantidade de produtos e serviços disponíveis aos consumidores, além da concorrência cada vez maior nos mais diversos segmentos de mercado. Saber 010 identificar as oportunidades do mercado consumidor é essencial para uma tomada de decisão estratégica. Desse modo, buscar informações adequadas, de fontes seguras e confiáveis, é o primeiro passo para ser assertivo nesse processo. Afinal, a oportunidade pode estar logo ali a frente. Compete aos profissionais de marketing e gestores identificarem corretamente as oportunidades do mercado. Para tanto, eles precisam acompanhar as mudanças no comportamento de compra dos consumidores e as novas tendências. As novas configurações sociais, influenciadas pela mídia, pelas celebridades e demais pessoas com capacidade de influência, estão exigindo uma observação mais rigorosa dos profissionais de marketing. Segundo Kotler (2000, p. 329), uma "maior velocidade de inovação é essencial em uma época de redução dos ciclos de vida do produto. Concorrentes em muitos setores aprendem sobre novas tecnologias e oportunidades de negócios praticamente de maneira simultânea". As pessoas estão cada vez mais se preocupando com a saúde, a estética e a beleza; elas estão mudando hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e fazendo uso de produtos com o objetivo de cuidar melhor do seu corpo e mente. Em muitos casos, uma oportunidade de negócios pode estar bem mais perto do que imaginamos, como o fechamento de uma fábrica ou indústria, ou um produto que saiu de linha. Comprar pela internet é um exemplo prático de como a sociedade evoluiu, dando ênfase a aspectos como comodidade, flexibilidade e agilidade na hora de comprar. As vendas pela internet cresceram bastante nos últimos anos, comprovando que essa forma de comércio veio para ficar. As empresas precisam saber buscar informações no mercado para identificar uma oportunidade de negócio. Deve-se estar atento às novidades e as novas formas de interação social, como a internet e as redes sociais. O mais interessante é que os gestores saibam o que deve ser feito quando surge uma oportunidade e quais ações podem ser tomadas para se aproximar de clientes e consumidores. Em mercados onde é possível inovar, são maiores as chances de se montar um negócio, a partir da observação de concorrentes potenciais e do modo como eles agem. “As empresas, além de desenvolver novos negócios, precisam enxugar, colher ou mesmo abandonar negócios antigos, exauridos, de modo a liberar recurso e reduzir custos" (Kotler, 2000, p. 97). Em relação aos consumidores, é preciso monitorar hábitos, atitudes, críticas, reclamações e ideias, o que gostam e o que não querem mais ver ou usar. As empresas precisam criar vínculos emocionais com os seus clientes, 011 antecipando-se aos seus interesses e resolvendo problemas antes que cresçam demais. Uma empresa que pensa em se manter viva no mercado ou ainda em entrar em um novo nicho deve usar e abusar da pesquisa de mercado. De um modo geral, há sempre alguma coisa que pode ser feita para agregar valor aos produtos e serviços e atrair o público consumidor. “Uma oportunidade de marketing existe quando a empresa pode lucrar ao atender às necessidades dos consumidores de um determinado segmento” (Kotler, 2000, p. 98). De acordo com Kotler (2000, p. 100), "uma coisa é perceber oportunidades atraentes e outra é ter competência para ser bem-sucedido nessas oportunidades". Com base nisso, podemos facilmente compreender que as empresas que souberem mobilizar os seus recursos estratégicos e organizacionais antes dos seus concorrentes estarão em uma posição de vantagem competitiva. O dinamismo do ambiente, marcado por mudanças rápidas, faz com que o tempo seja cada vez mais curto, e assim a tomada de decisão precisa ser eficiente e eficaz. Encontrar novas oportunidades no mercado requer também alguns questionamentos de parte dos profissionais de marketing, conforme explica Kotler (2000, p. 101): “a grande pergunta é se o negócio deve se limitar às oportunidades para as quais tem os recursos necessários ou se deve examinar melhores oportunidades, para as quais pode precisar adquirir ou desenvolver maiores forças". Nesse sentido, o critério de decisão pode ser de um lado mais cauteloso e, de outro, um pouco mais arriscado, ou que levaria a empresa a buscar se desenvolver e aperfeiçoar os seus processos. Ao optar por adquirir ou desenvolver maiores forças, a empresa aprende e ganha experiência para enfrentar novos desafios. Com a evolução tecnológica, os mercados estão ainda mais movimentados, de modo que a análise do ambiente se tornou uma ferramenta essencial para a descoberta de novas oportunidades. Muitas vezes, as empresas desistem de um setor ou de um nicho de mercado para conter seus custos, ou fazem fusões e aquisições ou parcerias com outras empresas para entra em mercados mais restritos. A partir daí, surgem opções para outras empresas atenderem demandas reprimidas ou que não estão sendo devidamente atendidas. As empresas que estiverem mais atentas à movimentação do mercado em geral sobreviverão, ao passo que aquelas que não prestarem atenção às mudanças do ambiente terão que se contentar com uma pequena fatia do mercado. 012 FINALIZANDO Estudamos nesta aula diversos conceitos relacionados à análise de portfólio, identificação de oportunidades e tambéma forma como uma empresa pode descontinuar um produto qualquer. Aprendemos que os mercados estão seguindo as principais tendências dos consumidores, de acordo com seus hábitos de compra. Compreendemos também que aquelas empresas que souberem acompanhar essas mudanças certamente terão mais facilidade em adaptar-se e sobreviver no segmento em que atuam. Finalmente, abordamos a questão de que compete aos gestores saberem como e quando adotar uma determinada estratégia em função das mudanças ambientais e dos reflexos que essas mudanças podem trazer ao futuro da empresa. . 013 REFERÊNCIAS COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DUARTE, A. C. Marketing: O que é a Matriz BCG. 2014. Disponível em: <https://www.oficinadanet.com.br/post/12835-marketing-o-que-e-a-matriz-bcg>. Acesso em: 29 jan. 2018. KERIN, R. A. et al. Marketing. 8. ed. São Paulo: Mc-Graw-Hill, 2007. KOTLER, P. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ROZENFELD, H. et. al. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo, Saraiva, 2006.
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