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Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Aluna: Carolina Faber. 1 Amálgama-> Material restaurador composto por mercúrio líquido à temperatura ambiente, misturado a uma liga metálica composta por prata, estanho e cobre gerando uma reação que chamamos de amalgamação que envolve a dissolução da camada superficial das partículas da liga pelo mercúrio, formando duas novas fases: a fase gama, correspondente à liga não reagida com o mercúrio, e fase gama 1 e 2 correspondentes à matriz formada pela reação do mercúrio com a prata e o estanho, respectivamente. Assim, podemos concluir que nem todas as partículas da liga reagem com o mercúrio. A fase gama 2, além de menos resistente é mais propensa à corrosão e portanto, é natural que haja a preocupação em reduzi-la ou elimina-la. Reação de amalgamação: Ag3 Sn + Hg -> Ag3 Sn + Ag2 Hg2 + Sn8 Hg (fase gama) -> (gama) + (gama 1) + (gama 2) Classificação das ligas metálicas: as principais classificações são quanto ao teor de cobre e o formato das partículas. Teor de cobre: · Ligas convencionais: Com baixo de teor de cobre, são compostas por proporções variadas de prata, estanho e zinco. A reação de amalgamação resulta na formação indesejável de gama 2, acarretando em uma série de desvantagens ao material, como o aumento da susceptibilidade à corrosão, diminuição da resistência e aumento do creep ou escoamento (deformação sobre pressão). · Liga com alto teor de cobre: adicionou-se partículas esféricas com alto teor de cobre na forma de eutético Ag 2 Cu2 às ligas convencionais. A fase gama 2 continua ocorrendo, porém após algumas horas, ocorre uma reação entre o eutético e a fase gama 2, devido a alta afinidade entre cobre e estanho. Com esta segunda reação, foma-se Cu6 Sn5 e mais fase gama 1, ambas mais resistentes que a fase gama 2. · Liga de fase única: Nestas ligas, a prata, o cobre e o estanho encontran-se em diferentes posições na estrutura de cada partícula: a parta fica mais na periferia, o estanho no centro e o cobre mais intermediário. Assim, o mercúrio reage preferencialmente com a prata, formando gama 1. O mercúrio então reage com o estanho e a presença de cobre (embora não tenha afinidade com mercúrio) colabora para redução-eliminação da fase gama 2. Tamanho das partículas: · Partículas finas: Apesar de facilitarem a escultura e possuírem acabamento final melhor, necessitam de muito mercúrio para reação de amalgamação e consequentemente, apresentam maior formação das fases gama 1 e 2. Com isso, temos restaurações com propriedades mecânicas inferiores. · Partículas médias: São as partículas preferíveis, pois são um meio termo entre as partículas finas e grossas e suas respectivas desvantagens. · Partículas grossas: a escultura é dificultada, uma vez que as partículas são facilmente deslocadas da superfície durante a cristalização, resultando em superfícies porosas e difíceis de polir. Forma das partículas: · Limalha: formato irregular, que exige mais mercúrio para reação de amalgamação. Também necessitam de mais pressão durante a condensação, requerendo condensadores com diâmetros menores. · Esférica: A quantidade de mercúrio necessária para reação de amalgamação é menor, uma vez que há melhor justaposição entre as partículas. Apresentam menos resistência à condensação, necessitando condensadores maiores. Resultam em esculturas mais lisas. Amalgamação/trituração: Esta etapa é responsável pela mistura do pó ao líquido, resultando numa massa plástica. O tempo de amalgamação depende da liga utilizada e da velocidade do amalgamador, quanto maior o tempo de amalgamação, maiores a plasticidade e o tempo de trabalho do amalgama produzido. Condensação: Após a inserção do amalgama na cavidade, realizamos a condensação com o objetivo de compactar e adaptar o material às paredes da cavidade, minimizar as porosidades internas e reduzir o conteúdo de mercúrio, pois a medida que condensamos o mercúrio aflora à superfície e é removido. A etapa de condensação é seguida de brunidura pré-escultura, realizada com brunidor grande e esférico, que tende a melhorar a adaptação do material às margens do preparo cavitário. Escultura: Diretamente relacionado com a velocidade da cristalização do amalgama, pois é necessário que o material apresente alguma resistência para começar a escultura. A escultura deve respeitar a oclusão e as individualidades anatômicas dos dentes, porém deve ser mais rasa possível nas regiões de sulcos, melhorando a resistência da restauração à fratura. Após a escultura, a superfície deve ser brunida, melhorando a adaptação do material às margens da cavidade, deixando a superfície mais lisa e reduzindo a porosidade e quantidade de mercúrio residual das bordas da restauração. Acabamento e polimento: Só devem ser realizados em uma sessão posterior à sessão no qual a restauração foi confeccionada, pois é quando a cristalização atingiu um grau elevado. O acabamento e polimento tem como objetivo: 1. Corrigir a oclusão, eliminando as interferências 2. Refinar a escultura 3. Reduzir a aspereza, diminuindo à retenção de placa 4. Regularizar as bordas da restauração, eliminando irregularidades que dificultam a higienização e favorecem o acumulo de placa 5. Aumentar a resistência à corrosão, graças a remoção da camada superficial que contem muito mercúrio residual e maior quantidade de gama 1 e 2. Vantagens do amalgama: Capacidade de autosselamento das margens, graças a deposição de produtos de corrosão na interface, colaborando para redução dos índices de infiltrações marginais e lesões de cáries secundárias. Limitações do amalgama: Não possui adesividade à estrutura dentária e necessita de pelo menos 1,5 mm de espessura para apresentar boa resitência à fratura, requerendo preparos cavitários mais invasivos e amplos em relação aos preparos realizados para restauração em resina composta.
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