Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BIOQUIMICA DOS ALIMENTOS CARBOIDRATOS AULA 3 P R O F ° M S C . E D G A R D F R E I T A S D O U T O R A N D O E M B I O T E C N O L O G I A D E R E C U R S O S N A T U R A I S – U F B A / R E N O R B I O M E S T R E E M C I Ê N C I A S D O S A L I M E N T O S – U F B A E N G E N H E I R O D E A L I M E N T O S - U E S B INTRODUÇÃO ❑ Carboidratos abrangem uma dos maiores grupos de compostos orgânicos encontrados na natureza; ❑ Os carboidratos constituem mais de 90% da matéria seca das plantas; ❑ Os carboidratos são componentes frequentes dos alimentos, podendo tanto ser componentes naturais como adicionados como ingredientes; ❑ Eles são encontrados em diversos produtos, sendo consumidos em grande quantidade; ❑ A presentam muitas estruturas moleculares, tamanhos e configurações diferentes, com varias propriedades físicas e químicas, diferindo, ainda, em seus efeitos fisiológicos no corpo humano. INTRODUÇÃO ►Outras denominações: - Hidratos de carbono - Glicídios, glucídios ou glícides - Açúcares. ►Ocorrência e funções gerais: São amplamente distribuídos nas plantas e nos animais, onde desempenham funções estruturais e metabólicas. INTRODUÇÃO Definição: fórmula básica CHO na proporção 1:2:1 (CH2O)n Ex.: Glicose C6H12O6, (CH2O)6, C6(H2O)6 “Hidratos de carbono” Polihidroxialdeídos ou poliidroxicetonas CLASSIFICAÇÃO - (quanto ao número de monômeros) ❑ Os carboidratos são classificados em mono, oligo e polissacarídeos. ; ❑Monossacarídeos são compostos que não podem ser hidrolisados a compostos mais simples, e como exemplo podemos citar a glucose e a frutose; ❑ Oligossacarídeos, os carboidratos de cuja hidrólise total resultem até dez unidades de monossacarídeos, como por exemplo a sacarose que é um dissacarídeo; ❑ Polímeros de alto peso molecular, formados por um grande número de monossacarídeos, são denominados polissacarídeos CLASSIFICAÇÃO - (quanto ao número de monômeros) ►Monossacarídeos ◦ Açúcares Fundamentais (não necessitam de qualquer alteração para serem absorvidos) ◦ Propriedades: solúveis em água e insolúveis em solventes orgânicos brancos e cristalinos maioria com saber doce estão ligados à produção energética. CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos O nome genérico do monossacarídeo é dado baseado no número de carbonos mais a terminação “ose”. ◦ 03 carbonos – trioses ◦ 04 carbonos – tetroses ◦ 05 carbonos – pentoses ◦ 06 carbonos – hexoses ◦ 07 carbonos – heptoses Podem ser classificados ainda como aldoses ou cetoses. CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos ✓ Todos os monossacarídeos, exceto a dihidroxiacetona, contêm um ou mais C assimétricos (quiral), ocorrendo então em formas isoméricas. n centros quirais equivalem a 2n estereisômeros Aldoexoses, 4 centros quirais >> 24=16 estereoisômeros CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos Os monossacarídeos apresentam isomeria óptica; Desvia a luz polarizada para a Direita DESTRÓGIRO Desvia a luz polarizada para a Esquerda LEVÓGIRO CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos - EPÍMEROS CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos - CICLIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos – OS MAIS IMPORTANTES ◦ Glicose ou dextrose: é a forma de açúcar que circula no sangue e se oxida para fornecer energia. No metabolismo humano, todos os tipos de açúcar se transformam em glicose. É encontrada no milho, na uva e em outras frutas e vegetais. ◦ Frutose ou Levulose: é o açúcar das frutas. ◦ Galactose: faz parte da lactose , o açúcar do leite. CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos – OXIDAÇÃO ❑ A oxidação do açúcar fornece energia para a realização dos processos vitais dos organismos; ❑ A oxidação (completa) fornece CO2 e H2O; ❑ Cada grama fornece aproximadamente 4 kcal, independente da fonte; ❑ O oposto desta oxidação é o que ocorre na fotossíntese. CLASSIFICAÇÃO ► Monossacarídeos – OXIDAÇÃO PROPRIEDADES E REAÇÕES PROPRIEDADES E REAÇÕES ❑ Sendo a D-glucose e a D-frutose respectivamente a aldose e a cetose mais abundantes na natureza, usaremos como exemplos típicos para as reações de monossacarídeos; ❑ Açúcares são geralmente sólidos cristalinos, incolores e têm sabor doce; ❑ São compostos naturais, com sabor doce, mais conhecidos, e entre eles a sacarose é talvez o adoçante mais antigo a ser utilizado e relatado; ❑ São facilmente solúveis em água, e suas soluções são oticamente ativas. PROPRIEDADES E REAÇÕES ❑ Reduzem facilmente soluções alcalinas de Cu 2+ a Cu 1+ (reação de Fehling) e soluções amoniacais de Ag+ à prata metálica (reação de Tollens); ❑ São reduzidos com amálgama de sódio em meio fracamente ácido ou hidreto de boro e sódio ou ainda com hidrogênio sob pressão em presença de níquel de Raney, a poliois; ❑ Oxidação com oxidantes brandos, como água de bromo leva à formação de ácidos glicônicos; ❑ Cetose não reagem com oxidantes brandos, mas em presença de oxidantes enérgicos sofrem rompimento da cadeia com formação de dois ácidos dicarboxílicos. REAÇÃO DE REDUÇÃO REAÇÕES COM AMINAS ❑Monossacarídeos reagem com hidroxilamina e aminas, com formação, de oximas e iminas (base de Shiff); ❑ Entretanto, a não ser em condições de reação muito especiais, a base de Schiff formada não é estável, sofrendo um rearranjo catalisado por ácido-base, denominado rearranjo de Amadori. REAÇÕES COM AMINAS ❑ As cetoses sofrem rearranjo semelhante, transformando-se por reação com aminas em 2-desoxiaminoaldoses, e neste caso o rearranjo é denominado rearranjo de Heyns. ❑ Esses rearranjos são de extrema importância para a tecnologia dos alimentos, uma vez que essas reações também acontecem entre os açúcares redutores e os aminoácidos ou as proteínas existentes nos alimentos. ❑ Os compostos formados a partir dos rearranjos de Amadori e Heyns dão início a uma série de reações que conduzem finalmente à formação de compostos escuros denominados melanoidinas importantes na produção de cor em alimentos. ❑ Alguns dos intermediários formados nessas reações são responsáveis pela formação de aromas. ❑ É a reação de escurecimento não enzimático, denominada reação de Maillard CLASSIFICAÇÃO REAÇÃO COM FENIL-HIDRAZINA ❑ Açúcares são compostos dificilmente obtidos puros na forma cristalina, e seus pontos de fusão, na maioria das vezes, não são bem definidos. ❑ Em 1884 Emil Fischer introduziu a fenil-hidrazina como meio de identificação desses compostos, uma vez que as osazonas formadas são compostos bem cristalizados e em geral de forma cristalina bem definida; ❑ A formação de osazonas é útil, não só na identificação de carboidratos, mas também na determinação da configuração desses compostos, uma vez que açúcares que diferem apenas na configuração dos dois primeiros átomos de carbono dão origem a osazonas idênticas; ❑ A reação com fenil-hidrazina é útil na transformação de aldoses em cetoses com o mesmo número de átomos de carbono na cadeia REAÇÃO COM PERIODATO ❑ Reação com periodato tem grande importância na confirmação da estrutura de carboidratos; ❑ Os produtos formados podem ser facilmente determinados quantitativamente por titulação do ácido fórmico ou pela reação do formaldeído com dimedona que leva à formação de um composto sólido, bem cristalizado AÇÃO DE ÁCIDOS ❑ Açúcares, quando aquecidos em soluções ácidas mesmo diluídas, sofrem desidratação, por um mecanismo que envolve enolização e eliminação alílica (B-eliminação) com formação de um furaldeido como produto final. AÇÃO DE ÁLCALIS ❑ Em 1895, foi observado que soluções fracamente alcalinas de D- glucose continham depois de algum tempo D -manose e D-frutose em equilíbrio com o açúcar original; METILAÇÃO E ACETILAÇÃO ❑ Os grupos hidroxílicos dos carboidratos podem ser facilmente metilados ou acetilados pelos métodos usuais de alquilação e acilação. ❑ Estas reações são de grande importância na determinação do tamanho do anel de monossacarídeona forma cíclica e consequentemente também na determinação da estrutura química de oligo e polissacarídios. METILAÇÃO OU ALQUILAÇÃO METILAÇÃO OU ALQUILAÇÃO ACETILAÇÃO ACETILAÇÃO NOMENCLATURA DOS MONOSSACARIDEOS ❑ A nomenclatura dos monossacarídeos na forma cíclica é feita substituindo a sílaba “SE” do nome do açúcar na forma acíclica, pela terminação piranose ou furanose; ❑ As letras gregas α e β devem sempre preceder o nome do açúcar, indicando a configuração do carbono anomérico. GLICOSÍDEOS A reação de açúcares com álcoois, catalisada por ácidos, como visto anteriormente se dá de maneira diversa da reação de formação de acetais GLICOSÍDEOS No caso dos açúcares a reação se dá na proporção de 1:1 (açúcar:álcool) com formação, por um mecanismo de substituição nucleofílica, de dois compostos anômeros. Me α-D –glucopiranose→ Me-α-D-glucopiranosídeo Me-β-D-glucopiranosídeo GLICOSÍDEOS Pertencem aos glicosídeos compostos importantes em alimentos como taninos e flavonoides, nos quais a aglicona é sempre um composto fenólico. REAÇÕES DE MONOSSACARÍDEOS ❑ Todas as moléculas de carboidratos possuem hidroxilas livres para reagir; ❑ Os monossacarídeos simples e muitas outras moléculas de carboidratos de baixa massa molecular também possuem grupos carbonila disponíveis para reação; ❑ A formação de anéis piranosídicos e furanosídicos e glicosídeos já foi descrita. OXIDAÇÃO A ÁCIDO ALDÔNICO E A ALDOLACTONA ❑ As aldoses são facilmente oxidáveis a ácidos aldônicos pela oxidação do grupo aldeído a um grupo carboxil /carboxilato. Essa reação costuma ser usada para a determinação quantitativa dos açúcares. ❑ A oxidação da D-glicose→ ácido D-glicônico; ❑ Constituinte natural de suco de frutas e do mel; ❑ Acidulante de alimentos de grande qualidade por conferir acidificação lenta e sabor suave; ❑ Usado em carnes e produtos lácteos e, particularmente, em massas refrigeradas como fermento químico OXIDAÇÃO A ÁCIDO ALDÔNICO E A ALDOLACTONA OXIDAÇÃO A ÁCIDO ALDÔNICO E A ALDOLACTONA REDUÇÃO DOS GRUPOS CARBONILA ❑ A hidrogenação é a adição de hidrogênio a uma ligação dupla; ❑ D-glicose + H2 → D-glicitol = sorbitol; ❑ Bastante difundido na natureza, estando principalmente nas algas e frutas. Presente em pequenas quantidades nos alimentos. A presenta metade do poder adoçante da sacarose, sendo vendido como xarope e em cristais, e usado como umectante, ou seja, uma substância que permite a manutenção/retenção de umidade nos produtos. H-H+ → REDUÇÃO DOS GRUPOS CARBONILA ❑ D-manose + H2 → D-manitol; ❑ Comercialmente obtido junto ao sorbitol pela hidrogenólise da sacarose. Ele é o produto da hidrogenação da D-frutose. Diferente do sorbitol, não é umectante. Em vez disso, ele cristaliza com facilidade, sendo apenas moderadamente solúvel e usado como cobertura não adesiva em doces. H-H REDUÇÃO DOS GRUPOS CARBONILA ❑ D-xilose + H→ D-Xilitol; ❑ Seus cristais apresentam calor bastante negativo em soluções; ❑ O comportamento endotérmico da solução cristalina de xilitol produz uma sensação de refrescância na boca. ❑ Essa refrescância faz do xilitol um ingrediente preferencial em balas de menta e gomas de mascar sem açúcar. Seu poder adoçante é semelhante a sacarose. O xilitol não é cariogênico, pois não é metabolizado pela flora bacteriana da boca que produz a placa dentária. ÁCIDOS URÔNICOS ❑ O átomo de carbono terminal de uma unidade monossacarídica de um oligo ou polissacarídeo pode ocorrer sob a forma oxidada (ácido carboxílico); ❑ A aldo-hexose com C-6, sob a forma de grupo ácido-carboxílico, é chamada de ácido urônico; ❑ O ácido D-galacturônico é o principal componente da pectina Acido Galacturônico ÉSTERES DE GRUPO HIDROXILA ❑ Acetatos, semi-ésteres de succinato e outros esteres de ácidos carbixílicos de carboidratos ocorrem na natureza. Eles são especialmente encontrados como componentes de polissacarídeos. Ex: amido da batata, amido do milho. ❑ Emulsificantes ETÉRES DO GRUPO HIDROXILA ❑ Não são tão comuns na natureza como os ésteres. Entretanto, os polissacarídeos são eterificados comercialmente para apresentarem propriedades modificadas e mais utéis; ❑ São exemplos de produtos, o metil, o sódio carboximetil, o hidroxipropiléter de celulose e hidroxipopil éteres de amido. ❑ Emulsificantes e detergentes não iônicos ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ O escurecimento de alimentos sob aquecimento ou durante a estocagem se deve a reações químicas entre o açúcar redutor, principalmente a D-glicose, e um grupo amina primário. Reação de Maillard; ❑ Tipo de escurecimento mais rápido, catalisado por enzimas, o qual costuma ser observado em frutas e vegetais recém-cortados, como no caso maçã e batata ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ No processamento ou armazenamento, a reação de Maillard e a caramelização são as principais. ✓ Desejável: ◦ Panificação: Pães, biscoitos, bolos ◦ Carnes assadas e cerveja escura ◦ Amendoim e café torrados ◦ Caramelo ✓ Indesejável: ◦ Leite em pó ◦ Suco de Frutas ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ Para evitar o escurecimento enzimático pode-se utilizar: ✓ O calor –a enzima é sensível ao calor acima de 50 °C e completamente destruída a 80 °C; ✓ Exclusão ou remoção dos substratos (oxigênio e compostos fenólicos); ✓ Sulfito –pode agravar alergias em asmáticos; ✓ Problemas de corrosão e aparecimento de sabor estranho pode ocorrer, se utilizado em excesso ✓ Ácido cítrico, ácido ascórbico e ácido málico –redução de pH ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ REAÇÃO DE MAILLARD ✓ Reação que ocorre entre um açúcar redutor quando em solução aquosa, a quente, com um aminoácido produzindo coloração amarela e depois marrom; ✓ No alimento essa reação vai depender da presença do açúcar redutor que dará o grupamento carbonila C=O, vindo de um aldeído ou de uma cetona ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ REAÇÃO DE MAILLARD ✓ No leite reagem as proteínas caseína, lactoalbumina e lactoglobulina e o açúcar lactose; ✓ Nas carnes e nos peixes reagem a mioglobulina, a miosina e a actina e como fonte de carbonilas, as gorduras; ✓ Em alimentos preparados com açúcar ou amido onde se adiciona o leite, como os produtos de confeitaria, é comum ocorrer este tipo de escurecimento ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ REAÇÃO DE MAILLARD ❖ A reação ocorre preferencialmente em meio alcalino com 3 etapas distintas. ✓ 1ª É necessário a abertura do anel do açúcar (açúcar redutor), que condensa-se com o aminoácido. ✓ A ação do calor e a presença de água aceleram a reação. ✓ O composto se desidrata e forma a base de Schiff, insaturada e instável. ✓ O rearranjamento para a forma cíclica é imediato, mais estável devido a formação da ligação hemi-acetálica. ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ REAÇÃO DE MAILLARD ✓ 2ª Ocorre o rearranjamento de Amadori que é a reação chave para o escurecimento; ✓Ocorre a entrada e saída de um H+, inicialmente formando o catiônico da base de Schiff (capaz de doar prótons); ✓ É a forma ceto (cetoseamina), mais estável e que encerra a 2ª etapa. ✓ Esta etapa é catalisada pelos aminoácidos presentes. Catálise ácido-base ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ REAÇÃO DE MAILLARD ✓ 3ª Há liberação de CO2 que aparece devido a degradação dos aminoácidos a aldeídos - Degradação de Strecker. ✓ Consta de 2 caminhos: →A) A partir do produto da 2ª etapa a substância sofre fissão, formando redutonas incolores ou substâncias marrons. ✓ As Redutonas constituem o grupamento mais reativo que se forma na reação dando aroma de caramelo; ✓Além de ser a fonte de escurecimento na forma de dehidrorredutona (escurecimento oxidativo); ✓ Pode-se formar também o isomaltol e o maltol, este tem aroma de caramelo e é realçador de sabor ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ REAÇÃO DE MAILLARD →B) partindo da cetoseamina, chega-se ao hidroximetilfurfural – HMF. ✓ O HMF reage com os compostos iniciais, polimeriza-se em outros chegando às melanoidinas; ✓ Também formam-seas redutonas, que junto com o HMF levam ao escurecimento e aroma característicos da reação de "Maillard". ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ REAÇÃO DE MAILLARD ✓ A reação de maillard tem sido implicada na formação de acrilamina, em muitos alimentos que foram submetidos a altas temperaturas, durante processos ou preparações; ✓ Níveis de acrilamida têm si do observados em diversos alimentos que foram elaborados por fritura, panificação, assados ou outros processos que utilizem altas temperaturas (>120ºC); ✓ Ela é conhecida por ser neurotóxica, sendo, provavelmente, um fraco carcinogênio para seres humanos; ✓ Branqueamneto, maceração em água, modificação dos reagentes, adição de substratos competidores e incorporação de sais, são utilizados para redução dos níveis de acrilamida nos alimentos. ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ CARAMELIZAÇÃO ❑ Utiliza-se sacarose para produzir o caramelo em preparo caseiro de caldas para pudins. ✓ A sacarose pura, aquecida diretamente, funde a 160°C (derrete) torna-se amarela e depois marrom claro; ✓ Neste ponto se adiciona água, por exemplo, para preparo de caldas, ou leite para preparo de leite caramelizado; ✓ Houve portanto alteração na cor, aroma, sabor e textura em relação à sacarose pura ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ CARAMELIZAÇÃO ✓ Os açúcares se fragmentam termicamente pela remoção de água, seguido de reações de isomerizações e polimerizações. •Reação é catalisada por H+ e OH- •A reação é autocatalisada pois a água formada acelera a reação. ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ CARAMELIZAÇÃO ✓ Durante todo o tempo da reação ocorrem desidratações e hidrólises, chegando ao final com predominância de: ◦ Ácidos: Acético e o fórmico ; ◦ Aldeídos: formaldeído e o hidroximetilfurfural - HMF. ✓ Estes são compostos responsáveis pelo aroma, porque são voláteis e pela cor, porque são ativos, recombinam-se e formam o polímero que é um pigmento chamado melanoidina . ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ CARAMELIZAÇÃO ✓ Com aquecimento a 200ºC a degradação da sacarose se faz por desintegração, com formação de espuma e pigmento, em 3 estágios de formação da cor: –caramelanas (C24H36O16), –caramelenas (C36H50O25) –caramelinas (C125H188O80). ✓ Ao final, os produtos de degradação se recombinam e formam o caramelo. ✓ Se o aquecimento continuar, haverá a carbonização ou queima . ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ OXIDAÇÃO DE ACIDO ASCÓRBICO ✓ Este tipo de escurecimento ocorre numa situação particular. ✓ O alimento deve conter ácido ascórbico e ser suficientemente ácido na faixa de pH 2,0 a 3,5; ✓ Geralmente ocorre em sucos de frutas como o limão, laranjas e pomelos; ✓ O ácido ascórbico possui 1 grupo carbonila, ele deve passar a ácido dehidroascórbico no início da reação que contém 3 grupos carbonilas; ✓ Esta substância recebe 2 H e chega ao ácido 2 ceto, 3 ceto hexurônico que perde 2 moléculas de água e 1 de CO2 chegando ao furfural ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ OXIDAÇÃO DE ACIDO ASCÓRBICO ✓ O aparecimento do furfural já indica a tendência à polimerização e formação das melanoidinas com escurecimento; ✓ Este furfural é um aldeído muito ativo, poderá combinar-se com grupos amino e chegar à reação de "Maillard", mas neste caso, esta reação é típica de meio alcalino, portanto não poderá ocorrer em sucos, mas pode aparecer em repolhos desidratados ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ OXIDAÇÃO DE ACIDO ASCÓRBICO ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ OXIDAÇÃO DE ACIDO ASCÓRBICO ✓ O ácido ascórbico e seus derivados, utilizados isoladamente ou em combinação com ácido cítrico, são muito empregados na prevenção do escurecimento oxidativo em sucos, antes da pasteurização; ✓ A centrifugação e a filtração eliminam a possibilidade de escurecimento; ✓ O produto final, embalado com o mínimo de espaço livre, mantém- se inalterado por diversas semanas em condições de refrigeração ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ CONTROLE DO ESCURECIMENTO ✓ Pode-se intensificar ou evitar as reações. ▪ Podem ocorrer concomitantemente em um alimento desde que haja condição de favorecimento delas ou de predominância de uma sobre a outra; ▪Os fatores para ocorrência ou controle são: –Temperatura –Umidade –pH ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ TEMPERATURA ✓ Sempre com o aumento da temperatura, as reações podem se iniciar ou serem intensificadas; ✓ Às vezes, o próprio aumento da temperatura pode fazer com que os componentes ou primeiros produtos interajam por outros mecanismos que vão inibir a reação: Caramelização Reação de Maillard Formaldeido AAs ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ UMIDADE ✓ A água cataliza as reações; ✓ Há produção de água na própria reação, tornando-a autocatalizada; ✓ No leite em pó armazenado a 40°C em ambiente que permita a variação da atividade de água (Aw): Leite em pó Aw < 0,4 (Não ocorre escurecimento) Aw = 0,6 (Escurecimento mais intenso) Aw > 0,7 (Não ocorre escurecimento) ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ UMIDADE ✓ Tem-se utilizado a adição de açúcar para diminuir a Aw dos alimentos, com isso aumenta-se o risco de modificar indesejavelmente a cor; ✓ Em solução aquosa o escurecimento é primariamente devido à caramelização, mas no estado seco alcalino prevalece "Maillard". ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO ❑ pH ✓ O efeito do pH na caramelização é intenso: –Em meio ácido: pH 3,5 a 7 –Em meio alcalino: pH 7 a 10 ✓ A reação de "Maillard" é auto inibidora. A perda dos amino grupos dos aminoácidos leva à sobra dos grupos ácidos. Abaixo de pH 6,0 a reação é desfavorecida. –Ocorre a partir de pH 7,0 ✓ A oxidação do Ác. Ascórbico ocorre mais intensamente na faixa de 2,0 a 3,5 BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ OLIGOSSACARIDEOS ✓ Poucos são os oligossacarídeos de ocorrência natural. A maioria é produzida por hidrólise de polissacarídeos em unidades menores. ◦ Maltose ◦ Lactose ◦ Sacarose ◦ Ciclo dextrinas BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ OLIGOSSACARIDEOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ OLIGOSSACARIDEOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS ✓ São macromoléculas naturais ocorrendo em quase todos os organismos vivos onde exercem várias funções. ✓ São formados pela condensação de monossacarídeos ou seus derivados, uni dos entre si por ligações glicosídicas. ✓ São substâncias de alto peso molecular. ✓ Podem ser de cadeia linear, rami ficada e, raramente cíclica. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS ✓ Os polissacarídios de menor peso molecular são na sua maioria mais solúveis em água, e a solubilidade diminui não só com o aumento de peso molecular, mas também com a menor ou maior facilidade com que as moléculas desses compostos se associam uma as outras; ✓ Os polissacarídios mais insolúveis são os encontrados nas paredes celulares e sua função nos vegetais é a de reforçar a estrutura dos vegetais, razão pela qual são denominados polissacarídios estruturais BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS ✓ São classificados em homoglicanas e heteroglicanas, quando formados respectivamente por uma única espécie de monossacarídio ou por monossacarídios diferentes; ✓ Na natureza esses polímeros têm diversas funções: ◦ estrutura de paredes celulares de vegetais (celulose, hemi celulose, pectina) ou de animais (quitina, mucopolissacarídios); ◦ são reservas metabólicas de plantas (amido, dextranas e frutanas) e de animais (glicogênio); ◦ agem como substâncias protetoras de plantas, devido à sua capacidade de reter grandes quantidades de água. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS – FUNÇÕES NOS ALIMENTOS ✓ Apresentam propriedades de reter água, formando soluções coloidais e controlando desse modo a atividade de água de um sistema. ✓ Gomas, coloides hidrofílicos, mucilagens, ou ainda polissacarídeos solúveis em água, são algumas designações dadas a essas substâncias que têm a capacidade de formar com água géis ou soluções viscosas, isto é, têm a função de agentes espessantes ou gelificantes, estabilizantesde emulsões. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS – GELATINIZAÇÃO E RETROGRADAÇÃO DO AMIDO ✓ Quando grãos de amido são suspensos em água e a temperatura é aumentada gradualmente, nada acontece até atingir a chamada temperatura de gelatinização. ✓Nesta temperatura, as ligações de hidrogênio mais fracas entre as cadeias de amilose e de amilopectina são rompidas e os grãos de amido nessas regiões começam a intumescer e formar soluções consideravelmente viscosas; ✓ Quando soluções de amido são resfriadas, haverá a formação de géis ou de precipitados microcristalinos, dependendo da concentração das soluções e da velocidade do resfriamento. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS – GELATINIZAÇÃO E RETROGRADAÇÃO DO AMIDO ✓Soluções concentradas e resfriadas rapidamente tendem a formar géis, enquanto soluções mais diluídas, deixadas em repouso, tendem a precipitar. ✓ Esse fenômeno, conhecido como retrogradação do amido, é acelerado pelo congelamento de suas soluções aquosas; ✓ As ramificações da amilopectina , impedem ou dificultam a aproximação dessas cadeias, o que faz com que a amilopectina permaneça em solução BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS – GELATINIZAÇÃO DO AMIDO BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ POLISSACARIDEOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ FUNÇÃO DE AMIDO EM ALIMENTOS ✓ Amidos não modificados são usados principalmente para: ◦ Viscosidade; ◦ Formar géis; ◦ Estabilizante; ◦ Umectante. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ AMIDOS MODIFICADOS ✓ Os amidos modificados são obtidos a partir do amido para atender às necessidades específicas da indústria de alimentos. Eles são obtidos por meio de processos químicos ou de modificações genéticas; ✓ Amidos pré-gelatinizados; ✓ Dextrinas; ✓ Amidos oxidados; ✓ Amidos com ligação cruzadas; ✓ Amidos esterificados BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ AMIDOS MODIFICADOS ✓Amidos pré-gelatinizados; → São os amidos modificados mais simples. → São amidos pré-cozi dos e secos, dando produtos que dispersam facilmente em água com agitação, dando suspensões estáveis. → Podem ser usados sem necessidades de cozimento, como em pós para pudins e “mousses”. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ AMIDOS MODIFICADOS ✓ Dextrinas → São compostos com estrutura química semelhante ao amido, porém de peso molecular menor. → São formadas por aqueci mento do amido por diferentes tempos e temperaturas podendo variar de 80ºC a 220ºC, em presença ou não de catalisadores; → As dextrinas são mais solúveis em água do que os amidos, dando soluções menos viscosas. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ AMIDOS MODIFICADOS ✓ Amidos oxidados → A oxidação branda de amidos, por exemplo com hipoclorito de sódio, leva á formação de compostos nos quais algumas hidroxilas são oxidadas a carbonilas ou carboxilas; → Devido ao fato de os grupos carbonilicos e carboxílicos serem mais volumosos do que os hidroxílicos, esses grupos tendem a manter as cadeias de amilose separadas, evitando assim a retrogradação do amido; → Durante a oxidação, pode ocorrer degradação do amido, levando à formação de amidos de menor peso molecular e viscosidade mais baixa BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ AMIDOS MODIFICADOS ✓Amidos com ligação cruzadas → Compostos como, epicloridina, anidrido succínico, anidrido adípico, são capazes de unir duas cadeias de amilose, reagindo com as hidroxilas, formando ligações cruzadas; → A maioria dos amidos modificados, são de ligações cruzadas, que conferem ao amido propriedades como estabilidade à agitação, resistência a temperaturas altas e à ação de ácidos. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ AMIDOS MODIFICADOS ✓ Amidos esterificados e eterificados →Os amidos sofrem reações típicas de álcoois e éter e ester; →Objetiva uma menor temperatura de gelatinização; maior absorção de água e menor tendência de gelificação e retrogradação; →Produção de pastas resistentes a vários ciclos de congelamento e descongelamento; →Geralmente são usados em bolos pudins instantâneos, recheios, coberturas e em alimentos congelados. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ REAÇÕES QUIMICAS DOS CARBOIDRATOS ❖ REAÇÃO DE HIDRÓLISE ✓ Pode ser química ou enzimática; ✓ É influenciada por vários fatores como pH, temperatura, configuração anomérica (α é mais suscetível), forma e tamanho do anel (piranosídicas são mais estáveis que as furanosídicas). BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ REAÇÕES QUIMICAS DOS CARBOIDRATOS ❖ REAÇÃO DE HIDRÓLISE BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ REAÇÕES QUIMICAS DOS CARBOIDRATOS ❖MUTARROTAÇÃO ✓ É a primeira e mais simples reação que ocorre nos açúcares e consiste na abertura do anel; ✓ Todos os mono e oligossacarídeos sofrem mutarrotação; ✓ Consiste na mudança gradativa da rotação óptica até alcançar um ângulo de equilíbrio entre os compostos cíclicos alfa e beta. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ REAÇÕES QUIMICAS DOS CARBOIDRATOS ❖ DESIDRATAÇÃO ✓ Por meio de uma sequência de reações de desidratação: ▪ As pentoses formam o 2-furaldeído (furfural); ▪As hexoses o 5-hidroximeti l-2-furaldeído (HMF); ▪Essa reação ocorre em meio ácido sob aquecimento; ▪O furfural é volátil, enquanto o hidroxi-metil-furfural não, além de ser menos estável BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS PROPRIEDADES FUNCIONAIS DOS CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ SOLUBILIDADE ✓ Todos os açúcares são solúveis em água fria; ✓ A solubilidade de mono e dissacarídeos em água aumenta com o aumento de temperatura; ✓ A frutose é o açúcar mais solúvel e a lactose o menos solúvel; ✓ Uma variação brusca de temperatura pode supersaturar a solução de açúcar e provocar cristalização; ✓ Isso pode levar a erros no preparo de doces, como rapaduras e doce de leite em barra, pois o açúcar é adicionado na mistura ainda quente (solubilidade maior), podendo o doce, ao esfriar, estar supersaturado, o que levará à cristalização BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ PRESSÃO OSMÓTICA ✓ Está relacionada com o açúcar em solução; ✓ O aumento da concentração de açúcar aumenta o tempo de conservação devido aumento da Pressão Osmótica –pressão aplicada para prevenir a perda de água; ✓Quanto maior a PO, menor a atividade de água e menor a quantidade de água disponível para microrganismo. BIOQUÍMICA DOS CARBOIDRATOS ❑ UMECTÂNCIA. ✓ É a capacidade de retenção de umidade –maciez Ex: essa propriedade permite um tempo de armazenamento maior ao bolo, que demora mais para endurecer. ✓ É a capacidade de retenção de umidade que aumenta; ✓ O açúcar rouba a água ligada; por isso ao se adicionar açúcar ao bolo, convém aumentar o teor de líquidos (leite e ovos).
Compartilhar