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Fone: (O XX 31) 3899.7000 Internet: www.cpt.com.br e-mail: vendasQcpt.com.br ESTUDE CORRETAMENTE O VIDEOCURSO E APRENDA MAIS Os Videocursos CPT são produzidos para fornecer o máximo de infor- mação num curto espaço de tempo. Grande parte das informações sao passa- das na forma de imagens. Fique atento d fala do locutor, valorize os depoimentos dos pesquisadores, técnicos e produlores e, principalmente, observe com o máximo de atenção os detalhes das imagens. Na maioria das vezes, o texto 6 apenas um complemento delas. Portanto, muitas informações não são faladas, mas transmitidas pelas imagens. Vamos, então, mostrar os passos para a utilização correta dos videos possibilitando um maior aprendizado: 1 "Assista todo o filme sem interrupção. Assim, você terá uma idéia clara dos objetivos dos tópicos abordados, do nível e da estratégia instrucional, do posicionamento dos técnicos e produtores envolvidos. Estima-se que, aqui, você absorverá de 30 a, no máximo, 50% das informações. 2" Agora, papel, Itipis e controle remoto do video na mão. Assista novamente o primeiro tópico abordado. Anote as frases que considerar impor- tante, transfira para o papel as tabelas, os gráficos, os desenhos, dimensões e anote, também, os dados citados textualmente. Use a tecla "pause" do controle para fazer isto. Analise cuidadosamente os dados anotados. 3"etorne a fita ao início do primeiro t6pico e assista novamente, só que agora você se deterá apenas as imagens; - observe as estruturas físicas, o material de que é feito, os detalhes construtivos etc.; - na construção ou operação de um equipamento, observe atentamente como é feito, analise a posição e os movimentos do operador; - mesmo que apresentados de relance, muitas peças e acessórios merecem ser observados detalhadamente, use o "pause" do seu controle remoto para isto. 4' A quarta etapa deverá ser reservada para uma discussão do primei- ro tópico. Desta forma, cada tópico do filme deverá ser analisado. Ao terminar, estima-se que você absorverá mais de 40 a 50% das informações. Lembre-se que não é aconselhável ultrapassar duas ho!as de estudo por dia. O filme de- mandou vários meses para sua elaboração. E possível que essa tecnologia que está sendo transmitida tenha demorado anos para ser liberada, portanto, é ne- cessário dedicar várias horas para que seja assimilada. OS MANUAIS Nos manuais, você encontrará informações complementares aos fil- mes: conteúdo e minutagem do filme; tabelas; gráficos; ilustrações; análise fi- nanceira; endereços Úteis; literatura indicada e consultada etc.; eles são interativos aos filmes e devem ser estudados minuciosamente. ; Teci i i~es de Processamenim de Peixes Técrrcas de Rcxessarner~to de Peixes 3 CPT -Centrc deProdvCòcs Trcnkas .................................................................................................. Apresentação . Ao adquirir um produto do CPT . Centro de Produções Técnicas . você tem em mãos informações e tecnologias. testadas e aprovadas por pesquisas em campo . Os Videocursos CPT são desenvolvidos em parceria com instituições de renome e com a coordenação técnica de especialistas. professores e pesquisadores do mais alto nível. trazendo segurança na implantação de seu empreendimento . Pelo videocurso "TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO DE PEIXES" dirigido pelo EngO . Agrônomo Fabrício Rossi. você estará recebendo informações da Dra . Elisabete Maria Macedo Viegas. doutora em Tecnologia de Alimentos (FEA/UNICAMP). professora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA). da USP - Campus de Pirassununga e professora da Pós-graduação do Centro de Aquicultura da UNESP . (CAUNESP) . Jaboticabal - SP . Contamos. também. com a participação especial da ProfWaria Luiza Rodrigues de Souza. professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá. especialista em curtimento de peles . É bom lembrar: por mais detalhadas que sejam as informações. não deixe de consultar profissionais tecnicamente habilitados na área . Sem dúvida. esse profissional contribuirá para que você atinja o pleno sucesso no seu futuro empreendimento . Atenção . Para sua segurança. verifique se o filme possui o selo de legalização e as etiquetas do CPT: A ausência do selo e das etiquetas. indica filme falsificado e o seu portador é um infrator . As informações podem estar alteradas . Comunique o fato ao SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE. Te1 . . (O XX 3 1) 3899 . 7000 . L ..-....... .... B 4 Técnicas de Pmcessamento de Peixes índice 1 . CONTEÚDO DO FILME E MINUTAGEM ................................. 07 ................. . 2 COMPOSIÇÃO QLI~MICA DA CARNE DE PEIXES 09 .......................................................... . 2.1 Proteina dos peixes 09 2.2. Lipídios 11 .............................................................................. ......................................... 3 . DETERIORAÇÁO EM PESCADOS 13 4 . CONSERVAÇÃO PELO FRIO ................................................ 15 ..................................................................... . 4.1 Refrigeração 16 .................................................................. 4.2. Congelamento 17 ......................................... 4.2.1 . Tipos de congeladores 17 .......................................................... 4.2.2. Glaseamento 18 ...................................................................................... . 5 SALGA 21 . ................................................................. 5.1 Tipos de Salga 22 ....... 5.2. Alterações que podem ocorrer no pescado salgado 25 ............................................... . 6 DEFUMAÇÁO DE PESCADOS 27 ....................... . 6.1 Composição e características da fumaça 29 .................................. 6.2. Etapas do processo da defumação 29 .................................................................... 6.2.1 . Limpeza 31 ......................................................... 6.2.2. Salmouragem 31 ............................................................... 6.2.3. Drenagem 32 .................................................... 6.2.4. Secagem parcial 32 ............................................................. 6.2.5. Defumação 33 6.2.6. Operação de acabamento ..................................... 33 6.2.7. Possibilidade de formação de substâncias . carcinogênicas ....................................................... 34 ...................................... . 7 APROVEITAMENTO DE RES~DUOS 35 ............................................................... . 7.1 Silagem de peixe 36 . . ......................................................... 7.1 1 Silagem ácida 36 ............................................... 7.1.2. Silagem fermentada 36 7.2. Polpa de peixe .................................................................. 37 7.3. Farinha de peixe ............................................................... 39 7.4. Curtimento de peles ......................................................... 41 ..................................................................... 7.4.1 . Esfola 44 ..........................................................7.4.2. Conservação 44 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Técnicas de Processamento de Peixes 5 7.4.3. Remolho .. .... .......... .... ................ . . . . ........... . . . . 45 7.4.4. Descarne ................................................................. 48 7.4.5. Caleiro ................................................................ 48 7.4.6. Desencalagem . . ... ... ..... . ... ... . .. . ... ... .. . .... .. . . . . . . . . . . . 49 i conteúdo do Filme .- ...- . 7.4.7. Purga ...................................................................... 49 e 7.4.8. Desengraxe ...................................................... 50 7.4.9. Píquel ...................................................................... 50 7.4.10. Curtimento ............................................................. 50 7.4.1'1 . Neutralização ........................................................ 51 7.4.12. Recurtimento, tingimento e engraxe . ...... ......... .. .... 51 7.4.1 3. Secagem .... ...... ...... . .. ..... ... . .. . .... .. ... . . . . . . . . . . . . 53 7.4.1 4. Amaciamento .......................................................... 53 7.4.1 5. Acabamento ........................................................... 53 8. ANEXO ................................................................................. 55 9. ENDEREÇOS ÚTEIS ........................................................... 61 10. LITERATIJRA CONSULTADA ............................................... 65 11. VIDEOCURSOS CPT ............................................................. 67 12. VIDEOCURSOS DA APRENDA FÁCIL EDITORA ................ 83 13. LIVROS DA APRENDA FÁCIL EDITORA ................................. .. 85 6 Tecnicas de Prucessarn~rito dc. Peixes Para acompanhamento dos assuntos abordados no filme, você deve zerar o "countet" (contador) do seu videocassete. no final das barras coloridas, assim. você localizará facilmente cada assunto abordado no filme. ABERTURA INTRODUÇÁO CONSERVAÇÃO PELO FRIO FILETAGEM SALGA DEFUMAÇÃO APROVEITAMENTO DE RES~DUOS SILAGEM ESFOLA CONSERVAÇAO REMOLHO DESCARNE CALEIRO DESENCALAGEM PURGA DESENGRAXE PIQUEL CURTIMENTO N EUTRALIZAÇAO RECURTIMENTO, TINGIMENTO E ENGRAXE AMACIAMENTO ACABAMENTO AGRADECIMENTOS e CREDITOS FINAIS CPT - Centro de Rcdu@=s Tecnicas ...... .... .. ............ ................ ....................... .. ., .,..... ...,..,.... .................................... CPT - Cniti o de m ç ò e s T O conhecimento da composição química da carne dos peixes é muito importante para poder avaliá-lo, em relação ao seu valor nutritivo. A maioria dos animais apresenta composição semelhante, quanto aos principais componentes químicos que são: água, proteínas e lipídios, que, juntos podem alcançar até 98% do peso total da carne. No entanto, pelo fato de os peixes viverem na água, algumas diferenças são observadas, quanto a composição de sua carne. O conteúdo dos componentes principais do corpo dos peixes pode variar, dependendo da espécie, do grau de maturação sexual e do estado nutritivo dos animais. As maiores variações podem ocorrer com a quantidade de água e lipídios, nos peixes gordurosos. 2.1. Proteína dos peixes As proteínas representam cerca de 2O0I0 da composiçáo química da carne dos peixes, valores próximos aos dos animais terrestres. 0 s músculos estão constituídos por vários grupos de proteínas, com propriedades bem diferentes. Elas são divididas em três grupos: proteínas miofibrilares, proteínas sarcoplasmáticas e proteínas conectivas. I 8 Técnicas de Processamento de Petxes Técnicas de Pmcessamento de Peixes 5 CPT- CI=I lon Pruduçòes T&uiims . . . ... . . ....,.,, .,. ...... . . .. ....,. . . . . . . . . . . . . , . . ,, . . . . . CPT - Cer iou de udu~oes T- . , . . , , , . , , . . . . . . . . , , , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......................................... ...... .......... As proteinas miofibrilares são formadas principalmente pela actina e miosina, responsáveis pela locomoção dos animais. A miosina e a actina se ligam quimicamente formando a actomiosina, quando ocorre a atração muscular. A actina e a miosina estão arranjadas em feixes chamados de miofibrilas, no interior de uma célula denominada fibra muscular. As fibras musculares são agrupadas em feixes que são susteritados por Lima estrutura de tecido conjuntivo. As proteínas sarcoplasmáticas são formadas pela mioglobina, que é responsável por estocar ox i~ên io no tecido muscular, e por diversas enzimas. A ligação de quatro moléculas de mioglobina leva a formação da hemoglobina, que é responsável pelo transporte do oxigênio através das células vermelhas do sangue. Os músculos que fazem movimentos contínuos necessitam de grande quantidade de oxigênio, por isso possuem elevado teor de mioglobina, sendo também rico em mitocôndrias. Em função do elevado teor de mioglobina, têm coloração vermelha, sendo denominados carne vermelha. Por outro lado, músculos, que requerem movimentos forçados, necessitam de energia rapidamente, e utilizam ATP, através da via glicolítica, por isso esses músculos têm menor teor de mioglobina. Estes são chamados de carne branca. Para se deslocarem na agua, os peixes necessitam de energia rapidamente. Por isso, têm maior quantidade de carne branca, quando comparados com a carne dos animais terrestres. As proteínas conectivas formam o tecido conjuntivo, sendo as principais o colágeno e a elastina. A função do tecido conjuntivo é de sustentar as fibras musculares, em estruturas capazes de manter essas fibras conectadas. Como os peixes rião necessitam de muito esforço para se deslocarem na agua, não há necessidade de um tecido conjuntivo forte e extenso. Assim, os peixes têm menor quantidade de colágeno, comparando-se com a carne de animais terrestres. Também, por esse motivo, a digestão da carne dos peixes é mais fácil que a da carne bovina. 2.2. Lipídios Os lipídios ou gorduras estão incluídos, junto com as proteínas, entre os principais componentes do organismo dos pescados. Embora estejam presentes em todos os tecidos, os lipídios estão concentrados principalmente na camada subcutânea dos mamíferos marinhos e peixes gordurosos, no fígado de peixes magros, alem de músculos e gonadas maduras de todas as espécies. Alguns peixes de agua doce ainda acumulam lipidios na cavidade abdominal, como o pacu, curimbatá e tambaqui. Dependendo da quantidade de gordura no músculo, os peixes podem ser classificados em magro e gordo. Em geral, os peixes de carne vermelha apresentam alta concentração de gordura muscular 0 s peixes de carne branca têm baixo conteúdo de lipídios musculares, em geral, abaixo de l0Io. O conteúdo de Iipídios e a composição em ácidos graxos, nos peixes, são diretamente influenciados pela seu "habitat", sua dieta alimentar, pelas estações do ano, pelo estado fisiológico do animal, etc. A composição em ácidos graxos das gorduras de peixes marinhos é muito mais complexa que a dos lipídios de animais e plantas terrestres. Peixes marinhos de aguas frias têm maior quantidade de acidos graxos poliinsaturados. do que peixes marinhos de aguas tropicais. A composiçáo dos lipídios de peixes de agua doce é intermediária entre a dos mamíferos terrestres e peixes de água salgada. Os peixes são fontes de acidos graxos poliinsaturados da série w-3 (ômega 3), que tem despertado interesse de diversos pesquisadores, pela sua ação benéfica contra as doenças cardiovasculares. Os principais ácidos graxos w3 presentes nos tecidos dos peixes são o EPI! (Ácido Eicosapentaenóico, C20:5) e o DHA (Ácido Docosahexãenóico, C22:6). Como os peixes de agua doce não têm teores elevados de acidos graxos w3, a aquicultura possibilita o aumento das concentrações desses ácidos por manipulação da dieta. É importantedestacar que, a fim de se obter um produto de boa qualidade, independente do processamento, o item mais importante a ser considerado é o estado de conservação (frescor) da matéria-prima. Devemos recordar que nenhum processamento irá melhorar a i condições de matéria-prima; no máximo será obtido um produto com as características de frescor igual a inicial. 3 Deterior .- .... - A industrialização ou processamento de pescados e uma atividade bastante complexa e como toda indústria de alimentos, deve ser rigorosa quanto aos aspectos de higiene e sanidade. Com o processamento ou industrialização, pretende-se prolongar a vida útil da matéria-prima. Logo após a morte, os pescados sofrem uma série de alterações físicas, químicas e microbiológicas, cujo estádio final é a sua completa deterioração. A natureza e a rapidez da deterioração dependem de vários fatores: tipo de pescado, condições do pescado após a captura e natureza e extensão da contaminação bacteriana. O primeiro fenômeno de alteração pela qual passam os pescados, após a morte, é o rigor mortis, seguido pela ação autolítica das enzimas musculares e ação dos microrganismos, que provocam profundas alterações químicas e físicas. O rigor mortis pode ser descrito como uma contração muscular temporariamente irreversível, pela formação do complexo permanente de actomiosina, sendo possível distinguir o fenômeno em três etapas: pré-rigor, rigor-mortis pelno e pós-rigor. A duração da fase de pré-rigor depende das reservas de A-rP e de glocogênio no momento da morte. O desenvolvimento do rigor-mortis e acompanhado pela degradação do ATP e produção de ácido Iático Técnicas de Processarnento de Peixes Técniros dr Procr.;sarricnto de Peixes I:{ CPT - Cer itrrl de Pi udu<;õcs T c c n ~ i s durante a glicólise anaeróbica, com concomitante queda do pH. Um período dilatado da fase de rigor-mortis é de grande importância para a conservação do pescado, pois a rigidez muscular impede a disseminação de enzimas e microrganismos. Após um período variável de rigidez, o músculo torna-se macio e recupera muitas das propriedades que tinha no pré-rigor. Autólise significa a autodigestão ou autodegradação muscular causada por enzirnas presentes tanto no músculo como nas vísceras. A autólise se processa pelas enzimas celulares, principalmente as catepsinas, devido ao abaixamento do pH muscular. Essa degradação facilita a invasão e o desenvolvimento bacteriano e promove o amolecimento da carne, produzindo mudanças indesejáveis de textura. O desenvolvimento bacteriano é, sem dúvida, um dos principais fatores que levam a deterioração dos pescados. Todos os animais aquáticos, seja de origem marinha ou de água doce, têm normalmente, sobre sua superfície externa, populações bacterianas relativamente grandes (1 O2 a 1 07/cm2). Os peixes vivos possuem ainda milhares de bactérias nas guelras e nos intestinos, porém, os tecidos e outros órgãos internos dos peixes são estéreis. As bactérias não conseguem penetrar na carne dos pescados vivos, devido as defesas naturais do organismo, que Ihes permite resistir a invasão. Com a morte do peixe, deixam de existir as defesas naturais, e mesmo a diminuição do pH, muito leve, não chega ao ataque das bactérias putrefativas. A maioria das bactérias apresenta atividades proteolíticas e lipoliticas, contribuindo para a desintegração dos tecidos, levando a uma série de reações bioquímicas indesejáveis com a conseqüente formação e acúmulo de substâncias de odor desagradável, repugnantes e tóxicas. I * . - - - - --- 4 ~onçerva~ã@Pelo~ Frio Os objetivos principais da preservação do pescado são: a) retardar as reações químicas; b) retardar as atividades enzimáticas; C) retardar e, ou inibir o crescimento e a atividade de microrganismos. A conservação pelo uso do frio é o principal e o mais simples processo de preservação. Quanto mais baixa for a temperatura do pescado, menor será a ação química, enzimática e o crescimento microbiano. A utilização de temperaturas baixas deve começar já no abate do pescado, submetendo-o a um choque térmico, com gelo fundente (água e gelo a 0°C). De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) (Ministério da Agricultura), encontra-se que: a) Pescado fresco: é o pescado dado ao consumo. sem ter sofrido qualquer processo de conservação a não ser a ação do gelo. b) Pescado resfriado: pescado resfriado com gelo e mantido a temperatura entre -0,5 e -2,0°C. 14 Tecniçcls de Pi-<~cessarrierit.o de Peixes ~ecnicas de Processarnento de Peixes 1 5 CPT - C e m de RoduçEes Técnicas.. .... .. .. .. . .. . .. .. .. . . . . . . . . . .. . . .. . .. . . . .. . . .. .. ... .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c) Pescado congelado: pescado que foi submetido a congelamento em temperaturas entre -25 a -30°C e mantido a pelo menos -1 8°C. 7 4.1. Refrigeração O principio da conservação dos pescado por refrigeração baseia-se na redução da temperatura do produto e manutenção do mesmo a temperaturas próximas de 0°C. Com o abaixamento da temperatura, a velocidade com que os agentes deterioradores atuam no pescado diminuem. O rigor mortis tarda para se iniciar e, dura mais quanto mais baixa for a temperatura em que o pescado é mantido. A ação deterioradora das bactérias é dificultada, enquanto o rigor mortis não terminar. Dessa forma, a refrigeração faz com que a deterioração causada por bactérias seja adiada. São três os métodos para conservação: a) utilização de gelo moído; b) água do mar refrigerada; e c) super resfriamento. A utilização de gelo moído é um meio quase ideal para a refrigeração e preservação do peixe fresco. No entanto, a moagem do gelo deve estar no grau correto de tamanho. Gelo muito grosseiro danificará mecanicamente o pescado, enquanto partículas mais finas formarão "pontes" durante a fusão, tornando o contato menos eficiente. O pescado de tamanho médio requer cerca de 1 hora, se o resfriamento com gelo for adequadamente realizado, de maneira a envolver o peixe de todos os lados. A quantidade de gelo depende da temperatura e do tempo de conservação desejada, podendo ser de 50 a 100% do peso do peixe. As condições de conservação em água do mar refrigerada são semelhantes as de água do mar refrigerada com gelo. A temperatura aproxima-se de O'C e a superf icie do peixe se mantém em contato com a água em qualquer caso. O "super-resfriamento" na realidade é uma congelação parcial do peixe. Ele tem sido utilizado com o objetivo de se conseguir 16 TBmices de Pmcessamento de Peixes temperaturas de armazenamento mais baixas. O inconveniente desse método é que ele causa algumas mudanças indesejáveis ao produto pela ação da congelação, como desnaturação de proteínas e perda de líquidos no descongelamento. 4.2. Congelamento É um processo que se baseia na chamada "cadeia de frio". que é efetuado basicamente em três etapas: a) diminuição da temperatura do pescado, com eliminação de calor; b) transformação de grande parte da água da carne do pescado em gelo; c) redução da temperatura do pescado. Com a utilização de baixas temperaturas , o desenvolvimento de bactérias torna-se paralisado, os processos enzimáticos e outros de depreciação da qualidade são reduzidos consideravelmente. Para se obter um produto de boa qualidade, é importante que a faixa de temperatura entre -1 a - 5 " ~ seja ultrapassada o mais rápido possível. Do ponto de vista da qualidade do produto, é esta faixa de temperatura que define a velocidade de congelação do pescado e não o tempo total de congelação. Os tipos de congelamento variam de acordo com a velocidade do processo em: rápido e lento. 4.2.1. Tipos de congeladores a) Congeladores de placas verticais ou horizontais: consta de um armário isolado, com diversas prateleiras (placas) que podem ser deslocadas por um sistema hidráulico,afim de prensar levemente os produtos colocados entre duas placas. O gás refrigerante circula na placa a - 35 ou - 4 0 " ~ . O produto a ser congelado pode ser embalado previamente, em caixas de papelão parafinado ou ainda em sacos de polietileno, sendo, neste caso, dispostos em forma de metal. 0 s produtos são congelados a -20°C entre 1,5 a 2,O horas. CPT CLI )t i ", r>( uL)L~@c~ TLU CPT - Cuiou rJc Pi ~ x l i q.&s Teu- b) Congeladores com ar forçado ou em túnel: o calor é Tabela 1 - Soluções usadas na etapa de glaseamento retirado pelo contato direto com ar ou Ilquidos resfriados, em movimento. Para tanto, exige o uso de potentes ventiladores para permitir que a temperatura do ar seja constante. O ar e resfriado entre -30 e -40°C. No conaelamento em túnel. os ~rodi i tos são 4 distribuídos em carrinhos dotados de uma série de bandejas que se deslocam no sentido transversal ou paralelo ao fluxo do ar. O tempo de congelamento é de 20 a 60 minutos, podendo este equipamento ser utilizado para peixes ou moluscos. c) Congeladores de imersão: nestes equipamentos, os pescados são imersos em uma solução de sal quase saturada e resfriada entre -1 5 e -20°C por meio de serpentinas dentro de tanques e ligadas a uma unidade refrigeradora externa. O pescado é distribuído em balaios de plástico rígido ou de aço inox, e então são irriersos na salmoura a -20°C. Como a operação é realizada em meio líquido, a velocidade de congelamento é alta, fornecendo produtos congelados individualmente. E ideal para peixes inteiros, em que a pele funciona Tabela 2 como uma barreira a penetração de sal. O custo é mais elevado que a de um túnel de congelação por ar. d) Congelamento criogênico: realiza-se através da aplicação de "sprays" de nitrogênio e gás-carbonico líquido, sobre os pescados. Esse método não pode ser aplicado em produtos espessos, pois há a possibilidade de rachaduras e deformações do produto, além de ser mais caro. 4.2.2. Glaseamento O glasearnerito consiste na aplicação de c;ma camada de gelo na superfície do produto, por imersão ou aspersão com água fria no produto já congelado. Objetivo: manter o produto hidratado durante a estocagem, além de diminuir o contato do oxigênio do ar com a carne. Peixes gordos. peixe da carne rosada, crustáceos Temperatura de estocagem e vida útil de pescados forma de filés 10 a 12 meses CPT - -o de ~ u ç õ e s Tem- CPT - Cn ibw de R-<+ões T ' ' A salga de pescados é uma das técnicas mais antigas de preservação, sendo praticada desde a pré-história. Alcançou seu máximo de utilização nos séculos XVIII e XIX, mas, com o desenvolvimento de outros métodos de conservação, ocorreu uma redução na produção de peixes salgados. O princípio básico do processo da salga é a remoção de água dos tecidos e a sua parcial substituição por sal, visando diminuir ou até mesmo impedir a decomposição do pescado, seja pela autólise, seja pela ação dos microorganismos. Dessa forma, obtém-se um produto com pequena atividade de água. A penetração do sal e a perda de água podem ser in.fluenciados por vários fatores, principalmente: a) Teor de gordura do pescado: a gordura atua como barreira tanto na penetração do sal como na remoção da água; dessa forma, o mecanismo de troca é bem mais lento em peixes gordurosos. A pele em peixes gordurosos também pode dificultar a penetração do sal. b) Tamanho ou espessura do pescado: é importante que a espessura dos filés seja reduzida, pois estes, como os peixes pequenos, são mais beneficiados pela penetração do sal. Em geral, existe uma relação inversa entre o tamanho ou espessura do peixe (ou. 20 Tbcnicas de Pmessamento de Peixes Técnicas de Pr~ocessarnrnto de Peixes ;'I filé) e a razão de penetração de sal no interior dos tecidos. Além disso, os peixes grandes e os filés espessos podem sofrer deterioração acentuada durante a salga. O ideal seria que os peixes ou filés destinados a salga não tivessem espessura superior a 2 crn. c) Temperatura: a temperatura em que se processa a salga do pescado tem influência na velocidade de penetração do sal nos músculos do peixe. Tem sido demonstrado que a velocidade é tanto maior quanto mais alta for a temperatura, dentro de certos limites, principalmente nos primeiros dias de salga. 5.1. Tipos de salga Existem dois métodos básicos para salgar peixes: o seco e o úmido. No Brasil, costumamos separar a salga úmida em dois procedimentos: a salga úmida em salmoura e a salga mista. Portanto, adotaremos três dominações: salga seca, salga úmida e salga mista. a) Salga seca Este é um processo no qual os peixes sao empilhados com sal seco (misturar sal fino e sal grosso, na proporção de 1 :1) entre as camadas. O peixe, depois de eviscerado, é lavado, espalmado, retirando-se ou não a cabeça, sendo em seguida colocado em pilhas bem arrumadas e homogêneas, entre camadas abundantes de sal. E importante que toda a superfície do peixe fique em contato com o sal. A salmoura natural que se forma durante o período de salga deve ser drenada, sendo o mais comum haver furos no recipiente em que os peixes foram colocados, e não é aproveitada. É importante que no alto da pilha seja colocado um peso para corriprimir as camadas, facilitando a eliminação da água muscular. A quantidade de sal a ser utilizada vai depender do tipo de produto que se quer produzir, variando de 10 a 40% de sal por peso de pescado (no vídeo foi usado 30%), variando de 2 a 20 dias. Esse tipo de salga é mais adequado para pescados magros como bacalhau, merluza, tilápia e dourado, sendo inadequado para peixes gordurosos como o pacu, o tambaqiii e a sardinha, pois o contato das gorduras com o oxigênio do ar durante o processo poderá ocasionar a rancificaçáo das mesmas. É recomendado também, efetuar-se o tombamento das pilhas de pescado e sal. Tombamento é o processo de se alternar as camadas inferiores com as mais superiores durante o tempo de salga, visando obter-se um produto mais homogeneamente curado. Posteriormente a salga, é efetuada a secagem em túneis de secagem, onde se controla a velocidade, a temperatura e a umidade relativa do ar circulante, ou simplesmente expondo-o a uma secagem natural ao vento. b) Salga úmida (em salmoura) Neste processo, a salmoura formada ou acrescentada deve permanecer no recipiente que contenha o peixe, garantindo a ausência do oxigênio do meio, protegendo desta forma, a gordura, do processo de oxidação. Esse é cim método muito usado, pois vários processos de conservação incluem a salga úmida como operação preparatória (enlatamento, defurnação, etc.). No processo de enlatamento de sardinhas, a imersão dos peixes em salmoura concentrada tem como objetivo remover o sangue remanescente e o muco da pele, conferindo-lhes um certo enrijecimento. Na salga úmida, a salmoura satiirada deve ser preparada, pesando-se 300 gramas de sal fino por litro de água. Deve-se preparar tantos litros de salmoura quantos forem necessários, baseando-se no peso dos peixes. Leva-se em conta que a salga será realizada na proporção de um para três, peixes: salmoura. c) Salga mista A salga mista é um processo combinado de salga seca inicial, seguida por salmoura saturada (salga em salmoura) que se formou L-J Tacr iicas de Pi .iicrtssai r icr ii.u ~ l c Peixe:, Técnicas de Pr-<~r;us:;ai 1 Ierlto de Pt:ixes ,'. I ' . I .... < Cr~'1L Cri i t i Y i r Ic i 3 . r xi i i ~ i r c ; 1 i,, .i ir:; i:; naturalmente com a saída da água do peixe. É também considerado um processo de salga seca sem drenagem. Os peixes são colocados entre camadas de sal, até o alto do recipiente, que deverá receber uma tampa, com um peso em cima, para prensar os peixes e garantir que a agua exsudada deles forme a salmoura necessária para cobrir todas as unidades. E o método mais empregado atualmente nas indústrias de salga, por não exigir recipientes especiais para o preparo da salmoura artificial de imersão. Apenasrecipientes, geralmente de alvenaria, são usados, empregando-se um sistema de pesos que garanta que todo o pescado perrnaneça ii-nerso na salmoura formada. A grande diferença que existe entre a salga em salmoura e a salga mista está na qualidade final do produto. O peixe salmourado mantém a forma original, possuindo maior teor de água, e, depois de removido o sal por imersão em água pura, o peixe pode ser utilizado na culinária como se fosse peixe fresco; ao contrário, a compressão da salga mista deixa o tecido do peixe mais seco, um pouco deformado e com maior dificuldade para se reidratar, não reproduzindo as condições do peixe fresco. 0 s produtos que após a salga ficarem com umidade acima de 50% devem ser submetidos a secagem, para garantir maior durabilidade e dispensar o uso de refrigeração durante a estocagem. Observação: o conhecimento sobre os teores de umidade de um produto de pescado deve ser realizado em laboratórios de análises, especí.ficos para esse fim, utilizando-se metodologia apropriada. (AOAC, 1 984)' Os produtos que serão secos devem antes ser prensados durante um ou dois dias. A agua que é eliminada na prensagem não constitui uma parcela apreciável, reduzindo apenas de 55 para 52% o teor de umidade. Porém, tem a grande vantagem de permitir uma estrutura fibrosa mais aberta (oca), que se traduz em uma desidratação bem mais rápida que nos peixes não-prensados. A secagem não deve exceder a 35OC, pois produzem-se alterações indesejáveis de suculência, ficando produtos duros que dão sensação de secura. O peixe seco até 40% de água é completamente estável por meses e até anos, se embalado convenientemente. emoção da cabeça, escamas e visceras e abertura do corpo, tipo borboleta ou espalmado. ) Embalagem direta em salmoura fresca a 209'0. Prensagem (umidade aprox. de 50";) I ----A-- , Embalagem em caixas de madeira e estocagem refrigerada (sardinha. corvina. meriuza) Se agem Peixe salgadop Embalagem em caixas de madeira e (umidade aprox. de 40% I estocagem a temperatura ambiente (cação, 5.2. Alterações que podem ocorrer no pescado salgado Apesar da ação preventiva do sal, a indústria da salga se defronta com uma série de problemas decorrentes da alteração de seus produtos. Entre eles, podemos citar: os de origem bacteriana, como tipo de salga utilizado e o grau de frescor da matéria-prima. Muitas bactérias podem reproduzir-se em meios com elevados teores de sais, principalmente cloreto de sódio. Diz-se, neste caso, que os microrganismos são chamados de halófilos. As alterações não microbiológicas dos peixes salgados são a oxidação de lipídios e o escurecimento. A primeira é catalisada pelos íons CI- e pela luz. Os peixes, mesmo que sejam magros tem lipídios de estrutura altamente insaturada. A cor marrom dos peixes velhos é formada por dois mecanismos: a reação de Maillard entre aminas e carbonilos e a reação de polimerização dos lipídios. Tecri~r-s dr Pi-ncrs~ar i ,?rito fie Prixes F; cPr - Cer ~ u u tie R r x i i i~ões 'I cuiica-;.. .................. .....,., ,,, .,, ,,... ........ ,,.. ,, . ,,... , , .. . . ! ! CPT - CCI ltro clil F'i \.I( i . , ~ ~ c s TEU -. Tabela 3 - Classificação dos peixes com base nos teores de sal e água dos produtos I Salgado "verde" (comercializado após salga mista) 6 Defumação de''Pe$cados - - - e 3 ,+p'G. ' I*, l ! A principal razão de se defumar alimentos era originalmente i conserva-lo e, assim, aumentar a vida-de-prateleira. Mas, com o 1 rápido desenvolvimento da estocayem frigor.ífica e as facilidades no / congelamento, a importância da defumaçáo como um método de i conservação tem diminuído. Atualmente, seu emprego se deve i principalmente aos efeitos atrativos que a fumaça confere aos 1 produtos (aroma. sabor e coloração típicos). A defumação baseia- se na desidratação parcial e deposição, nos pescados, de I s~bstâncias que agem como conservantes e aromatizantes. 1 permitindo, ainda, a formação da cor característica de produtos defumados. A ação conservadora da defumação deve-se aos efeitos combinados da salga, cocção, secagem e deposição de substâncias químicas bactericidas, presentes na fumaça e resultafites da combustão de determinadas madeiras duras, entre elas, o carvalho, a castanheira, a bétula, o mogno e vários tipos de nogueira. Devem ser evitadas as madeiras resinosas, como por exemplo, o pinho, por conterem alto teor de resinas, que podem conferir sabor desagradável ao produto defumado. O carvalho e o elmo são considerados excelentes formas de madeira de uso em defumação. Como na região sudeste a madeira predominante é o eucalipto, recomenda-se seu uso, dadas a boa qualidade e a facilidade de -'l'-.'--^-~'-l'l^.--.."'~. .--.--l""-..- ""..".._,-"l___I __ ,, _I"IIX* > ,--" -I.,d "& " o - - . , . , . ' ,&,,.,,,<-,.,,_,h.\,- CFT - Cenbnde R c d u e s T6crii C P i - Cmtr n r i e PIMkições 7 ~ h k a ~ obtenção. Além disso, confere ao produto defumado sabor, aroma e 6.1. Composição e características da fumaça cor (dourada) muito apreciados. A defumaçãÒ pode ser realizada a quente ou a frio, A fumaça da madeira é composta por mais de 400 compostos dependendo da temperatura da câmara de defumação. Considera- diferentes, porém nem todos ocorrem no peixe defumado, pois i se que a defumação é a frio quando a temperatura é mantida entre dependem da temperatura de combustão, alterações dos compostos 30 e 40°C, não podendo ultrapassar 55OC, pois o peixe pode começar formados e outros fatores que influem na composição da fumaça. a cozinhar. O tempo de duração do processo de defumação a frio é 0 s compostos químicos mais comuns encontrados na de um a quatro dias, e os produtos assim defumados têm longa fumaça são fenóis, alcoóis, aldeídos, cetonas, hidrocarbonetos e duração (até 14 dias sob refrigeração), mas devem ser cozidos antes carbonilas. São essas substâncias oraânicas que conferem ao de serem consumidos. No processo de defumação a quente, a intenção é cozinhar o peixe, assim como defumá-lo. O pescado é exposto inicialmente ao calor de 60nC, por um período de 1 h e 30 min. (1 a fase) geralmente originado da queima de madeira ou carvão. Deve-se ter, nessa fase, um cuidado especial para se evitar um cozimento excessivo da carne, com conseqüente eliminação de gordura, pois haveria prejuízo do aspecto do produto. Posteriormente, na 2"ase, a temperatura deve chegar a 1 0 0 ~ ~ , por 1 h e 30 min, podendo-se adicionar ao fogo folhas secas de eucalipto, goiabeira, ou casca de coco. A serragem já pode ser colocada aos poucos para produzir fumaça. A 3 fase tem início quando os peixes estiverem com a carne avermelhada e bem seca. O defumador deve, então, ser limpo e receber nova carga de serragem fina, por um período variável de 2 a 16 horas. Dessa forma, ocorre um cozimento e uma pasteurização do pescado, já que ele fica exposto a temperaturas que variam de 60 a 120°C. Os produtos defumados pelo processo a quente tem duração menor (de 3 a 10 dias) que os defumados a frio, mas podem ser consumidos sem necessidade de cozimento. A defumação é um processo indicado para peixes gordurosos, pois a gordura ajuda na deposição dos componentes aromáticos da fumaça. No entanto, peixes magros podem ser defumados, obtendo- se bons resultados. Entre as espécies de água doce, com possibilidades para a defur?iação, podemos citar: bagre, carpa, curimbatá, matrinxã, pacu, tambaqui e truta. - alimento defumado suas qualidades de sabor, aroma e cor característicos, e são provenientes da queima lenta de substâncias combustíveis da madeira, tais como celulose, lignina, hemicelulose pentosanas, ácidos tânicos, substâncias protéicas, resinas e terpenos. O teor de lignina da madeira irá influenciar na qualidade do produto final, uma vez que madeiras com elevada concentração de lignina (45%) levam a formação de grande quantidade de fenóis, que conferem sabor amargo ao produto defumado. Por isso, deve-seevitar a utilização de pinheiros. As madeiras duras, como o carvalho, devem ser preferidas, pois queimam mais lentamente. 6.2. Etapas do processo da defumação Seja para o processo de defumação a frio seja no processo a quente, as etapas envolvidas são as mesmas. O sucesso do processamento dependerá da qualidade e estado de frescor da matéria-prima, podendo-se utilizar pescado fresco, refrigerado ou congelado. A seguir é apresentado o fluxograma do processamento de peixe defurnado. Tecnicas de Pmcesçamento de Peixes Tecriira.; de Prnrr.;sai rierito de Peixes 1 PEIXE L-J LAVAGEM EM ÁGUA CORRENTE L I LAVAGEM EM ÁGUA CORRENTE (25% p/v por 30-45 min) - - -- - - - LAVAGEM EM ÁGUA CORRENTE I v 7 DRENAGEM SECAGEM PARCIAL (45°~/60 rnin) Figura 1 - Fluxograma das etapas da defumaçao de pescados. 6.2.1. Limpeza Primeiramente, os peixes são lavados em água corrente para retirada do muco e de outras impurezas que possam estar aderidas a eles. É enorme a variedade de preparações do pescado para a defumação. Após a lavagem, os peixes podem ser descamâdos ou não, abertos ventralmente com auxílio de uma faca ou tesoura e eviscerados. Nova lavagem em água corrente previne a contaminação da carne com material fecal. Os peixes pequenos não devem ser descabeçados. Os peixes médios ou grandes podem ser descabeçados e defumados na forma espalmada, ou, ainda, podem ser cortados em postas ou mantas. 6.2.2. Salmouragem Essa etapa é realizada para proporcionar sabor e consistência a carne de pescado. A salmouragem também favorece : a formação de uma película brilhante de proteínas na superfície do corte e, com a fumaça, toma a cor amarelo-dourada, alémde conferir um aroma peculiar e melhorar a aparência pela lixiviação do sangue. I A salmouragem pode ser feita por salga seca ou úmida, sendo que, na seca, podem-se adicionar outros ingredientes para se obter sabores desejáveis, enquanto na salga úmida, corantes, como o urucum. O método mais usado de salmouragem é por salga úmida, mas quando se deseja produtos com elevado teor de sal (5%), utiliza- se a salga seca. Em geral, o pescado que vai ser defumado deve alcançar 2% de NaCI em sua carne, valor que corresponde a preferência do consumidor, no que se refere ao "gosto de sal" do produto. Tanto a duração da salga, como a proporção pescado:sal ou a concentração da salmoura dependem da espécie e do tamanho dos peixes e de seu conteúdo de gordura. Na salga úmida, comumente, realiza-se a imersão dos peixes numa salmoura a 25% : na proporção de 2:1 de salmoura e peixe (volume /peso), por 45 minutos, em media. Peixes maiores podem ser filetados antes, para j facilitar a penetração de sal. Assim , para 1 kg de pescado, utilizam- se dois litros de água e 0,5 kg de sal. CPT -Cr i iti ndc P i - i x j u ~ i r s 1 ?-c! in--1. Após a salmouragem, os peixes devem ser lavados em água ;; corrente para a retirada do excesso de sal. 6.2.3. Drenagem Essa etapa é realizada com o objetivo de diminuir o excesso de água do pescado, para que a secagem seja mais rápida e uniforme. Empilha-se ou pendura-se o pescado em local arejado por aprnximadamente uma hora. 6.2.4. Secagem parcial A secagem do pescado antes da defumação é necessária, pois, se o pescado for defumado nessas condições, terá mau aspecto e coloração desuniforme. Tal fato acontece porque a umidade do pescado salgado se evaporará de sua superfície, no processo da defumação, causando o resfriamento do mesmo. Com isso, as substâncias orgânicas da fumaça se condensarão abundantemente na superfície do pescado, conferindo-lhe uma cor marrom-escura, nada agradável. Assim, para prevenir, é indispensável uma secagem, a qual permite a eliminação de certas quantidades de umidade (5 a 20%) e a formação de uma película pegajosa e lustrosa sobre a superfície de corte (proteínas coaguladas), favorecendo a formação de uma superfície brilhante durante o processo de defumação, o que constitui um dos critérios de qualidade e apresentação do produto acabado. Dessa forma, a secagem do pescado salgado pode ser feita pela exposição a uma corrente de ar ou mesmo a sua permanência na câmara de defumação levemente aquecida e sem geração de fumaça. Uma das formas de secagem na Indústria é a utilização de um secador de armário com circu!ação de ar, a uma temperatura de 40 a 50°C por cerca de 40 minutos. O tempo de secagem depende da temperatura e da umidade relativa do ar, dentro ' do defumador. Se a umidade relativa e a temperatura do ar dentro do I defumador forem altas, ocorre o enfraquecimento do tecido conectivo 1 do pescado, por causa da degradação térmica do colágeno Assim I sendo, os tecidos gelatinizados perdem a sua resistência mecânica I I :3 3 16i.1 iir:as cle ri., ir.risC;ni rir:, ito r i c i I - ' r , i~cs \I /I e se quebram. Com isso, o espeto utilizado para defumar o pescado tende a cortá-lo devido a ação do próprio peso. Quando a umidade relativa do defumador for mais baixa, a taxa de perda de umidade do pescado é mais elevada do que aquela, quando ocorre a degradação térmica do colágeno e, assim, o perigo de corte é mais reduzido. A secagem também pode ser feita ao sol, em varais ou casas protegidas com tela, ficando sob o sol por cerca de três horas. Concluído o período de secagem, a superfície do pescado salgado mostra-se seca e sua carne firme, estando em condições para o processo de defumação. Nessa etapa, o pescado bem desidratado apresenta o teor de umidade em torno de 8 a 12% e rendimento na faixa de 22 a 30% ein relação ao seu peso antes da secagem. 6.2.5. Defumação Após a secagem, os peixes são levados para a câmara de defumação, se eles ainda não estiverem lá (secagem), onde serão expostos à fumaça. O pescado deve ter máxima superfície de exposição a fumaça, podendo ser disposto dentro do defumador de várias maneiras: amarrados, espetados individualmente, espetados um a o lado do outro, em bandejas de tela, etc. É importante que as peças não se toquem, de modo que a defumação seja uniforme em toda a superfície do pescado. O tempo de permanência no defumador, bem como a temperatura máxima (65 a 120°C) a ser atingida depende da espécie, do tamanho, do teor de gordura do pescado e do efeito desejado (produto). Pode durar de uma a duas horas, ou por várias semanas, quando se tratar de um produto levemente ou fortemente defumado, respectivamente. 6.2.6. Operação de acabamento Após serem retirados do defumador, os peixes devem ser limpos em sua superfície, para retirar fuligem eventual. Se o pescado foi defumado a quente, deve ser resfriado a temperatura ambiente antes de ser embalado, para evitar o desenvolvimento de bolores na I : . , .;. ; ; ,"i, i , : . . . . ,,.. . superfície do mesmo. Ern seguida, os peixes inteiros, descabeçados, 1 . .. . . . . i . . . , . . .? -"., : . ; . . i r : ; . . . ' . . . . ,i<;,(;,.$; :+.*;+j?&<;;: i!$;.l:s:.: filetados ou em postas, podem ser embalados em bandejas de isopor i . . . . ..,.+.. x. r,s- !.C. ,,, ,,?c..." ..'vh.. e cobertos com um filme plástico. A conservação deve ser 1 ' 7 Aproveita me"t3j*d@j:ReSIdü& ... - .-. G ,A r.;z:;.?!.$>""..,v ,,; .-.. obrigatoriamente feita sob refrigeração, e seu prazo de validade, i , ~ . :.: , .,Ip,2: P:,,:+~.: . . . 1 : . :.;? . ,it,.*& .<..:.et!.if:;; . ;:- , 7 , ',,<.? ., nessas condições, é de uma semana. Na defumação a frio, os ' , . , 4!r&a. i . ' .$&'4 ' ' , T : 1 i . , ' . - , . ,;;;!!; ;.p; ,~~~J.J.ii:~.<.'~":~ i ; : : , . ' ,. _i .?., . .... produtos tem durabilidade maior: sete dias na temperatura ambiente , ' .;;-&;:, ..,$~,aw,-:*J:v$?g~. +:,. .i,.. ':'. > .--Ir., . " ..,.: %.,: . , ' , ,.> , . . g:. ' ,' e 14 dias sob refrigeração, e o defumado a quente é de três dias a . . .. h.1 I .? : ! . . - . . : -i ... . , . . : - ., temperatura ambiente e 10 dias sob refrigeração. Pescados . - I defumados a quente podem ser congelados e estocados a -30°c, . , ,;+, '.<*..,$, ,: ,. . " ... . . . . . ;,<: . . : .,...,., .. . - . . .. . , .'." ' .:.:, ' i,:.+.. por pelo menos seis meses oii mais quando embalados a vácuo. . , , . . . >..,. , . .:, .. ,.,-. ' * ? ' i >'. . . , . ' 1 < . . , . . , , . , , . ; f , . .. ; < . , , . . . . ,...,, .. , ! , , L 2 . : 6.2.7. Possibilidade de formação de substâncias carcinogênicas Quando se utilizam temperaturas acima de 250°C, ocorre a combustão da lignina, com formação de substâncias com características carcinogênicas, tais como o 3,4-benzopireno e o 1,2,5,6-fenatraceno. Pode-se evitar a formação dessas substâncias, umedecendo-se levemente a madeira a ser queimada, ou, ainda, regulando-se a entrada de oxigênio, pois, dessa forma, a madeira queima mais devagar e a temperatura também será menor. Temperaturas muito altas têm influência negativa sobre o valor biológico e a textura do produto, podendo prejudicar a qualidade do peixe defumado. Cerca de 40% da captura mundial de peixes é diretamente processada c imo farinha de peixe, destinada a nutrição animal, ao passo que os 60% restantes são comercializados como peixe fresco, congelado, enlatado ou curado. Esses processamentos rendem de 25 a 70% da niatéria-prima como produtos comestíveis. Como conseqüência, mais de dois terços da captura anual não estão sendo utilizados para consumo humano. Portanto, a utilização das sobras dos processamentos é um procedimento bastante importante, seja pelo fator econômico, como um meio de melhorar a economia do processamento, gerando novos produtos e receitas, como para minimizar o impacto negativo ao ambiente (poluição ambiental). O principal problema da utilização das sobras ou resíduos do processamento é como prevenir a deterioração desse rnaterial, quando ele não pode ser utilizado imediatamente. Algumas formas de aproveitamento de resíduos são: Silagem de peixe; Polpz de peixe; Farinlia de peixe; e Curtiyento de pele de peixe. Técnii.as c l c f~'i l i c . l : s s c l ( r I<;( ,( .L I I 11: Peir es T e ~ r iicòs de Pruc~:r;sariiei ito de Poixes I CPT - C c r i h cie Fi nducóes Trcriicas . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . .. ... . ,, .... . , . . . . ,.,. . . .. ... .. . . , , C;PI 1 I r r i t i ~ .i 16 . r ? r i y I, ir;i>r.-:Iisr> iir-)L-, .. . . . . . . . . . . . . .... . . .. . .. ... . 1 7.1. Silagern de peixe Tabela 4 - Produtos e suas proporções para silagem fermentada I A tecnologia da preparação da silagem tem-se apresentado como um método adequado para a preservação de resíduos de ' peixes. Estas também são consideradas como uma fonte alternativa de proteína de origem animal de boa qualidade na nutrição animal, principalmente nos países em desenvolvimento, onde as farinhas de peixe têm produção sazonal, de baixa qualidade nutricional e custo elevado. O processo é bastante simples, não requerendo máquinas ou equipamentos especiais. As silagens podem ser processadas de duas maneiras diferentes, uma por meio de digestão ácida (química) e a outra por fermentação anaeróbica (fermentada). Para a produção das silagens, os resíduos devem ser triturados em pedaços de aproximadamente 30mm. O processo de produção das silagens deve ocorrer em recipientes de plástico ou em recipientes metálicos, pintados com tintas anticorrosivas. 7.1 .I. Silagem ácida A silagem é feita através da adição dois ácidos: o ácido sulfúrico e o ácido fórmico, na proporção de 2% cada. E importante a homogeneização dos ácidos aos resíduos, que deve acontecer durante os sete primeiros dias, quando ocorre a estabilização do pH para aproximadamente três. O recipiente da silagem deve ficar com a mínima quantidade possível de ar, bem tampado. 7.1.2. Silagem fermentada A silagem fermentada é feita, adicionando-se aos resíduos de peixes moídos três produ!os: o Lactobacillus plantarum, que é o fermento, o melaço de cana-de-açúcar (fonte de carboidratos) e o ácido sórbico. 36 T6criiras de Proressamento de Peixes O ácido sórbico é adicionado como antifúngico, pois o pH e o teor de umidade dessas silagens são propícios para o crescimento desses microorganismos. A redução do pH ocorre pela produção do ácido Iático e pode chegar até o valor de 4,0, durante os sete primeiros dias de armazenamento, devendo a mistura toda ser bem homogeneizada nesse tempo. O recipiente da silagem deve ficar com a mínima quantidade possível de ar, bem tampado. Os recipientes onde são produzidas as silagens não devem ser preenchidos na sua totalidade, pois no processo de fermentação ocorre a formação de gases e aumento de volume, podendo extravasar para fora do recipiente. Após 30 dias, as silagens estão prontas para serem utilizadas em rações animais como suplemento protéico ou como fertilizante. Para esta última prática, necessita-se de uma neutralização do pH como por exemplo com calcários. 7.2. Polpa de peixe Uma alternativa para utilização de resíduos ou mesmo de peixes de baixo valor comercial, ou ainda aqueles que foram machucados durante a despesca ou transporte, é a polpa de peixe. A produção de polpa é um processo bastante utilizado no Japão e mais recentemente nos EUA. Envolve o uso de 'máquinas despolpadoras, também chamadas de "máquinas separadoras de carne e ossos". Basicamente, essas máquinas empregam ações de dilaceraçáo e compressão para remover a polpa que passa por um cilindro perfurado e sai da máquina em virtude da rotação do LI? - &I tvu de F+udu+s T e m a s ......... ..... ... . . . . ....... ...... ..... .... ......... ... ..........................IIIII .. ...... . . ... ... cilindro. A utilização de equipamentos separadores de carne/ espinhas permite uma recuperação de cerca de 10 a 20% sobre o peso do peixe inicial. No Japão, a polpa obtida por esse processo é então reestruturada, e artificialmente colorida para dar um aspecto de pescado de mais alto valor comercial, como lagosta, camarão, ou outro alimento marinho. Essa pasta, chamada surimi, é um material cru muito versátil, que pode então ser processado e transformado em alimentos marinhos. Esses produtos são conhecidos como Kamaboko. Uma grande vantagem na utilização da polpa de pescados é a maior flexibilidade de processamento, pois é possível controlar a textura, o sabor, o aroma e a estabilidade da mesma. Porém, maior cuidado deve ser dado a ela, pois a deterioração é bem mais rápida que a do peixe inteiro, principalmente por causa da destruição da estrutura do músculo durante o processo de separação mecânica. Além disso, pode haver, em tal processo, a inclusão na polpa de vários componentes indesejáveis, como sangue, fragmentos de espinhas, bem como a contaminação com os microorganismos presentes na superfície da matéria-prima. Os rendimentos da polpa são determinados por vários fatores, como a espécie (peso da cabeça, peso do corpo e espinhas), a origem e o tipo de sobras processadas, a quantidade de material cárneo que sobrou das operações de filetagem, ou de posteamento, etc. A variação do aproveitamento é grande, ficando entre 25 e 75% do peso do subproduto (sobras) utilizado. Tecniçds dc Processnri~er ito dc Peixes -- r Preparo da matéria-prima Lavagem ~ - -- - - .- - - . - i . . . . ~~ 7 I Estabilização I r- . . L Embalagem 1 I _- - -_ I - _ --- -- Congelamento - L 1 Empacotamenio -- _ _ I 1 Armazenarnento - I Figura 2 - Fluxograma de elaboraçao de polpa de pescado. 1 7.3. Farinha de peixe I As indústrias de processamento de pescado congelado, 1 enlatado ou curado, produzem a matéria-prima (resíduos) que será ! utilizada na fabricação de um produto conhecido como farinha de pescado, ou de peixe. Pode também ser utilizado o pescado inteiro sem valor comercial ou aqueles rejeitados pela inspeção sanitária no momento do desembarque. O princípio geral da produção da farinha de peixe e a remoção total ou parcial da água e do óleo da matéria-prima, seguida por uma moagempara transformá-la em pó. CPT C e r ihu de Rndi~çòcs 7 r 1 - i 1 ~ 3 s Matéria-prima ~ p iquidoLe prensa ] - - - 1 --- 1 L- [ a l e i -1 de cola ] . - --- -- - . - - - . . . . [ Evaporador 1 -. -. . . . - -- - 1 Secagem -- - Solúveis concentrados de pescado L Moagem 1 ----- C , ' ."..'''.'.''' 1 Embalagem 1 - -- 1 Cura 1 Figura 3 - Fluxograma do processamento da farinha de peixe. CFT - C r r iri c i Ic Pi ~xkiqi'es Tkaii- ...... ... .... ........ . . . ..... ........ .. . .... .. . . .. ,..... ... . . .......... 7.4. Curtimento de peles As peles são um subproduto do processamento dos peixes. E, hoje em dia, na sua grande maioria, são desperdiçadas pós- processamento, sendo descartadas. Isso ocorre devido a falta de conhecimento da possibilidade de sua utilização no curtimento e conseqüente má qualidade da matéria-prima. A pele propriamente dita é composta pela epiderme, derme e hipoderme. O desenho da flor da pele é caracterizado pelas lamélulas de inserção das escamas, formando mosaicos inimitáveis na pele de peixe de escama. É uma característica própria de cada espécie. O mercado de peles curtidas no Brasil é incipiente. Tabela 5 - Composição e estrutura da pele Os fatores determinantes sobre a qualidade da pele, são, principalmente: a espécie do peixe, em função da disposição das fibras colágenas; a idade, em função do peso do peixe; e a conservação, em função da pré determinação de sua utilização. 34% Fibrosas 1 % Globulares .- -. Agua Substância mineral Proteínas Lipídios Outras substâncias Os equipamentos necessários para o curtimento são: fulão, lâmina de descarne, balança, baldes e vasilhas plásticas, areômetro, termômetro e peagâmetro. O processamento para o curtimento de pele inicia-se pelo abate, podendo ou não passar pelo depósito. Em seguida acontece 61 % 1% 35% 2% 1% 40 Tecnicas de Pr ocessamento de Peixes Técnirns dr Pi-ores.;nt rirnto d~ PPIXRS 4 '1 'o~uauiessa3o~d o e~ed sepehiasuo3 oeu no uiajas salad se opuapod 'saxlad sop elojsa e a aieqe ou aiueuodwl .(p e~r-161 j) oluaweqem ap og5c?~ado c? 'o@ezt(eu!j eu a 'e$!p aJuauie!~do~d oluau1un3 ap og5e~ado e stodap 'e~!aq~~ ap op5e~ado e 7.4.1. Esfola os que utilizam o curtimento leve. Finalidade: Remover a pele dos peixes, devendo ser obedecidas A conservação com sal pode ser feita a seco ou com salmoragem determinadas orientações quanto as linhas de corte, evitando-se furos e salga, com salga e secagem ou com salga em fuláo. Pelo método e riscos. Quando a remoção é mal conduzida, deixa a pele com sem utilização do sal, pode ser realizado o congelamento, que é o formato inadequado, afetando seu aproveitamento, não apresentando mais comum, painel de secagem e a utilização de varais para a a mesma textura e qualidade em todas as partes. Resumidamente, secagem. Do curtimento leve, pode ser feito o "Wet Blue" e a a esfola consiste em: piquelagem. Observar as linhas de corte; Remover a pele; Retirar partes indesejáveis; Fazer o pré-descarne; Lavagem com água fria; Escorrer o excesso de água; Embalar em saco plástico; e Não expor ao sol. , 7.4.3. Remolho i a) Finalidade: Limpar, hidratar, extrair o material interfibrilar, facilitar o descarne e repor no menor espaço de tempo possível o teor de água. Em função do sistema de conservação, vão ser adicionados alguns produtos na etapa de remolho, podendo ser eles o sal tensoativo e um auxiliar de remolhagem. 7.4.2. Conservação Para se obter boa conservação das peles, é necessário que estas se contaminem o mínimo possível durante o abate e seu posterior transporte ao local para conservação. E recomendado que, na esfola, a pele dos animais seja colocada sobre plataformas adequadas para da espécie de pele, podendo ser submetida apenas a uma lavagem simples. L b) Operação de remolho: as condições de execução dependerão do tipo de conservação a que foram submetidas as peles. É usado o sal grosso (OBé = 3,0), tensoativo e bactericida. O A pele fresca pode ir diretamente para o início do processo / Remolho para peles frescas ou verdes: as peles devem ser de curtimento. mas. se necessário, pode ser feita a sua conservação. i processadas logo apbs a esfola, sem perda de tempo, devido aos que não se suje demais de sangue. i tempo de remolhagem varia de 30 minutos até 4 horas, em função ( processos autoliticos. Não apresentam dificuldades no remolho, Finalidade: Interromper todas as causas que favorecem a devido a quantidade de água de 60 a 7O0I0, devendo ser submetida a decomposição das peles, de modo a conservá-las nas melhores uma lavagem para retirar o sangue e a sujeira e favorecer a condições possiveis, até O momento do curtimento. Ela baseia-se 1 disso,ução das globulares, facilitando a separação das na desidratação, que visa impossibilitar o desenvolvimento de , fibras e o descame. bactérias e a ação enzimática (processos autolíticos da própria pele). . . . ~x istem basicamente três sistemas de conservação de os que utilizam sal; Remolho para peles salgadas: exigem um remolho mais os que não utilizam o sal; e prolongado em relação as peles frescas. A reidratação das peles 44 Tecr iicss de Pmcessan imito de Peixes Trcr~r-a<, rjr, P i - r r m s s n t r i r r ito de Prix-s <,I i-> CPT -Cur iL i r, iic F~udu+zsTeui~s . ........ . . . . . . ....... ........ ....... . . . . . . . ocorre com relativa facilidade, pois o sal existente nas peles forma uma salmoura que irá favorecer a remoção do material interfibrilar. No remolho para peles salgadas, não há necessidade de adição de sal. Remolho de Peles Secas: as peles conservadas por secagem são muito mais difíceis de remolhar, devido as fibras se colarem uma as outras, pelas substâncias interfibrilares dificultando a penetração da água, necessitando de um tratamento drástico. E interessante que as peles conservadas por secagem sejam submetidas a um pré-remolho estacionário por 12 a 24 horas. Um segundo pré-remolho pode ser feito em movimentação no fulão por uma hora. O passo seguinte seria o remolho propriamente dito, utilizando-se os todos produtos necessários ao remolho. Remolho para peles secas-salgadas: idem ao indicado para peles salgadas, devendo ser bem lavadas para eliminar o sal, e será necessário um tempo maior que o requerido para peles salgadas, levando-se ern consideração o grau de secagem. CPT - Ctritru cJc: Pi \,i i 11;òcs Ttjci w-. . .. . . . . . . ... ... . , ................................................ , Tabela 6 - Proporção peso de pele/volume de banho em fulão O ideal é que a rotação do fulão seja baixa na fase inicial. Para cada etapa é interessante a utilização de uma rotação específica (Tabela 7). As peles, após a restauração do conteúdo de água, ficarão mais flexíveis e resistirão melhor as ações mecânicas subseqüentes. 1 Peles frescas Peles salgadas Peles secas Ao final da etapa, deve-se esgotar o fulão e lavar as peles em água corrente. 1 00-200% 100-300% 600-800°/o Tabela 7 - Velocidade de rotação do fulão rias diferentes etapas do processamento. reações químicas. Remolho 4 4 4 8 - 10 Recurtimento 8 - 14 re~ri icas de Pi-uc:t.s-ai r iei >ti> dc Peixes Téc~i~ceis [ic P ~ Y ,L.c:,!,c,t tc:f->rc~ CIL~ PL:I. C:> L) -7 7.4.5. Caleiro i Finalidade: Remover as escamas, o sistema epidérmico, proporcionar o intumescimento osmótico da pele, fazendo com que haja um intumescimento das fibras e, consequentemente, a abertura dessa, de todo sistema de fibras colágenas e a remoção do material interfibrilar. Produtos: - água: o volume do banho deve ser de 200 a 300% de água, devendo ser evitadas temperaturas superiores a 30°C. O ideal é que esta temperatura esteja entre 18 a 25°C. - cal: 2 a 4% referido ao peso da pele. - sulfeto de sódio: 2 a 3% sobre o peso da pele. CPT - C e m de Produções Temicas 7.4.4. Descarne Finalidade: Remover toda a hipoderme, ou seja, removera Além do sulfeto e da cal, pode-se utilizar, também nessa etapa, um tensoativo, na proporção de 0,1 a 0,5% referido ao peso da pele. Sua finalidade consiste em facilitar a penetração e distribuição uniforme dos agentes do caleiro. pH: 11,5 a 12,5. Tempo da etapa: 120 minutos ou mais, dependendo da espécie de peixe. ( musculatura aderida à pele. O banco de descarne é indicado para remoção do material 1 aderido ao carnal, a hipoderme. I Esse equipamento consta de uma lâmina de aço inoxidável, I com fio cortante, porém não muito afiada, afixada em um banco comum, servindo este de suporte e acento para o operador. Esse banco pode ser substituído por uma bancada de madeira com a superfície inclinada para o apoio das peles e uma colher para remoção da musculatura (vide video). 1 , Após o caleiro, a pele fica bem entumescida e translúcida, espessa e volumosa. Ao final da etapa, deve-se esgotar o fulão e lavar as peles, de modo a retirar o máximo da cal adicionada ao caleiro. 7.4.6. Desencalagem Finalidade: Remoção de :odas as substâncias alcalinas adicionadas na fase de caleiro. Produtos: Nesta etapa, deve-se utilizar ácidos, sais ou produtos especiais, que facilitar50 a remoção dos produtos adicionados no caleiro. - Água: o volume de água deve ser de 100% do peso das peles; - Desencalante: deve ser usado na proporção de 2 a 5% sobre o peso das peles. pH: volta a valores próximos a 7 3 , entre 5,O a 8,5, o que determina o desintumescimento da pele. Importante saber qual produto será utilizado na purga e em qual pH ele terá melhor ação. Sabendo-se isso, finaliza-se a etapa de desencalagem com este valor de pH. O controle pode ser feito aplicando indicador de fenolftaleína no corte feito em um pedaço da pele, cuja reação deve ser incolor. Tempo da etapa: pode variar entre 20 a 60 minutos. Ao final da etapa, deve-se esgotar o fulão e lavar as peles. 7.4.7. Purga Finalidade: Tratar as peles com enzimas proteolíticas que proporcionam a limpeza da estrutura fibrosa, que, consequentemente, ocorre devido a digestão dessas enzimas sobre toda a estrutura da pele. Produtos: - Água: 1 0O0/0, sendo que a temperatura deve estar entre 30 a 40°C. - Enzimas proteolíticas: 0,1 a 1 %, em função do tipo de produto comercial. pH: varia de 7,5 - 8,5. Tempo da etapa: 30 minutos. Ao final da etapa, deve-se esgotar o fulão e lavar as peles. 7.4.8. Desengraxe Finalidade: Remover as gorduras da pele. Produtos: - Querosene: 0,5 a 10%; - Água: 100% de água a 25°C; - Tensoativo: 0,5%. Tempo da etapa: 60 minutos. Ao final da etapa, deve-se esgotar o fulao e lavar as peles. 7.4.9. Píquel Finalidade: Acidificar as fibras colágenas, preparando-as para o recebimento do curtente. Produtos: - Cloreto de sódio: 6 a 1 O(60 g de sal/L de água), sendo que esta solução deve ter uma concentração mínima de 6 OBé. A verificação dessa concentração pode ser feita com o areôrnetro, no início da piquelagem. - Água: 100% de água a 25°C. - Ácido: 2,5% a 3% de ácido fórmico ou 0,7% de ácido sulfúrico. Para verificar a penetração do ácido na pele podemos utilizar um indicador ácido-base, como o verde de bromocresol. pH: deve ficar entre 2,O a 4,O. Tempo da etapa: 10 minutos no cloreto de sódio + 50 minutos na solução total 7.4.1 0. Curtimento Finalidade: Transformar as peles num material estável e imputrescivel, proporcionando algumas características importantes, tais como maciez, elasticidade e resistência ao rasgamento. Produtos: De modo geral, o curtimento é efetuado no mesmo banho do píquel. Primeira etapa: Absorção e penetração do curtente. O curtente mais utilizado é o cromo: 8% Segunda etapa: Basificação - 1,5 a 2,S0/o de bicarbonato de sódio para atingir o pH ideal para a etapa. pH: deve ser elevado até 3,8 - 4,0, gradualmente. Portanto, o bicarbonato deve ser adicionado fracionadamente, em três ou quatro vezes, a cada 10 ou 15 minutos. Tempo da etapa: no rnínimo de 60 minutos para a primeira etapa. Quando a reação se completa, o couro é considerado curtido, resistindo a ação da água fervente. Após a etapa de curtimento, as peles curtidas, consideradas couro, devem ficar em repouso por 12 a 24 horas para complerr~entação das reações (ligação cromo ao colágeno). Para isso, deve-se evitar a secagem do couro. Decorrido esse tempo, elas devem ser submetidas a fase de neutralização. 7.4.11. Neutralização Finalidade: Remover os ácidos livres do couro através do uso de produtos suaves. Produtos: - Água: 100%. - 0,7% a 1 ,O% de basificante (bicarbonato de sódio, formiato de sódio ou acetato de sódio) de forma a elevar o pH (indicado para a etapa). pH: eleva-se de pH de 3,8 a 4,O para 4,6 a 5,2. Tempo da etapa: 60 minutos. i Ao final da etapa, deve-se esgotar o fulão e lavar as peles I para remoção do excesso de sais da superfície do couro. i I i 7.4.12. Recurtimento, tingimento e engraxe Finalidade: No recurtimento, os couros são submetidos a ação de novos agentes curtentes, para complementação do curtimento, e proporcionar características adequadas, tais como: encorpamento do couro, amaciamento, mais elasticidade. ! Teciiicas de Proce-;oar ricrito dr, Peixes .. . .. 5 1 I I Ti.':, iicdt; cic Pi t,c.L:bLidr I IC:~ I ~ . L I c )C: I"L:IAUS O tingimento tem por finalidade fornecer uma cor a esses couros processados, curtidos. O engraxe visa a lubrificação das fibras colágenas, evitando o aglutinamento das mesmas, durante o processo de secagem. Proporciona maciez ao couro. a) Recurtimento Produtos: - Água: 60%. - Curtente: 4% de taninos vegetais e sintéticos ou uso do próprio cromo. Tempo da etapa: 30 minutos. No mesmo banho de recurtimento, faz-se o tingimento. b) Tingimento O tingimento, com corantes ácidos, envolve duas fases, sendo a primeira de difusão ou penetração e a segunda de fixação do corante na fibra. Produtos: - 3% de corante (penetração). A adição do corante deve ser feita com cuidado, para evitar manchas. - Ácido fórmico: 0,5 a 1 ,O% (fixação) Tempo da etapa: penetração = 60 minutos + fixação = 20 minutos c) Engraxe Produtos: - Água: 60%, aquecida a 60°C. - Óleo: 8% - 60 minutos - Ácido fórmico: 0,5% a 1 (fixação do engraxe) - 20 minutos - Bactericida e fungicida: 0,01 a 1 ,0O0/0 (em função do produto comercial) Tempo da etapa: 60 minutos + 20 minutos (fixação) Ao final da etapa, deve-se esgotar o fulão e lavar as peles. 52 Tecnicas de Pmcessemento de Peixes 7.4.13. Secagem A secagem deve ser realizada a sombra. 7.4.1 4. Amaciamento O amaciamento pode ser feito no banco de descarne, através da fricção das mesmas pelo lado carnal, para não ferir a flor da pele. É uma etapa importante para dar qualidade as peles. AS vezes, devido a secagem excessiva, torna-se necessário umedecer um pouco a pele, para, posteriormente, fazer o amaciamento. O amaciamento pode também ser feito com o auxílio de uma colher (lado carnal). 7.4.1 5. Acabamento O acabamento deve ser feito com aplicação de resinas e lacas. No entanto, no Brasil, o couro de peixe é principalmente comercializado na forma de semi-acabado, ou seja, não recebe a camada de resinas-lacas sobre a superfície (flor do couro). A pele, após o curtimento, pode apresentar uma série de defeitos, que podem ser originados em diferentes etapas: Originados durante a vida, tais como riscos, cortes e peso de abate; Causados durante a esfola, como por exerriplo: cortes inadequadas no couro, furos, riscos e rasgos na pele; Originados na conservação por salga, tais como carnal meloso e manchas vermelhas; Originados na armazenagem, sendo o principal a perfuração da pele por traças; E, finalmente, defeitos produzidos durante o processamento tais como: desencalagem superficial, tempo inadequado nas etapas, decomposição de graxa sobre o carnal e a flor, secagem em excesso, manchas de penetração do corante. Tecriiras de Proc~ssaniento de Peixes c, - ' Tecnicas de Pmçessamenv1de Peixes (Alguns aspectos relacionados a Legislação do processamento de pescados) RESOLUÇAO SAA 24, de 01 de agosto de 1994 CAP~TULO VIII DOS ESTABELECIMENTOS DESTINADOS A PESCADO Artigo 162 - Os estabelecimentos destinados ao pescado e seus derivados classificam-se em: 1 - Entreposto de pescado: é aquele dotado de dependências e instalações adequadas ao recebimento, manipulação, frigorificação, distribuição e comércio do pescado, podendo contar com dependências anexas para industrialização, devendo, nesse caso, atender as exigências fixadas para as fábricas de conserva de pescado. 2 - Fábricas de conservas de pescado: são aquelas dotadas de dependências, instalações e equipamentos adequados ao recebimento e industrialização do pescado, por qualquer forma, com aproveitamento integral de subprodutos não-comestíveis. Tecriicas de Pmcessamento de Peixes 5 5 Artigo 163 - Os estabelecimentos de pescado e derivados, para poderem funcionar, deverão observar, alem das normas contidas nos Capítulos I e II, as seguintes condições que Ihes são próprias: 1 - Nos estabelecimentos que possuem cais ou trapiche para atracação de barcos pesqueiros; 1 .I - possuir cobertura adequada nos locais reservados a descarga dos barcos para que o pescado não seja exposto a ação da luz direta do sol e da ação secante dos ventos; 1.2 - as áreas de descarga dos barcos deverão ser fisicamente delimitadas para impedir a entrada de cães, gatos e outros animais estranhos; 1.3 - possuir instalações e equipamentos adequados a operação de descarga dos barcos, de modo a acelerar sua realização e evitar a contaminação e o trato inadequado do pescado; 1.4 - possuir instalações e equipamentos adequados a lavagem do pescado, com cloração da água em níveis exigidos; 1.5 - possuir vestiários e sanitários privativos para a tripulação dos barcos; 1.6 - possuir instalações e equipamentos adequados para a higienização e sanitização dos barcos, bem como dos equipamentos utilizados na operação de descarga; 1.7 - o pescado, após ser lavado, deverá ser colocado em recipiente de material adequado, construido de forma que possibilitem sua fácil higienização e resfriamento do pescado; 1.8 - o gelo utilizado para manter o pescado resfriado deverá ser de procedência controlada e em qualidade suficiente de maneira a mante-lo em condições para transporte. 2 - Nos estabelecimentos que recebem, manipulam e comercializam pescado fresco elou se dediquem a sua industrialização, para consumo humano, sob qualquer forma: 2.1 - dispor de dependências, instalações e equipamentos para a recepção, seleção, inspeção, industrialização e expedição do pescado, compatíveis com suas finalidades; 2.2 - possuir instalações para o fabrico e armazenamento do gelo, podendo essa exigência, apenas no que tange a fabricação, ser dispensada em regiões onde exista facilidade para aquisição de gelo, 56 Técnicas de Pmcesserrienic de Peixes de comprovada qualidade sanitária; 2.3 - dispor de separação física adequada entre as áreas de recebimento de matéria-prima e aquelas destinadas a manipulação e acondicionamento dos produtos finais; 2.4 - dispor de equipamento adequado a hipercloração da água de I lavagem do pescado e da limpeza e higienização das instalações, equipamentos e utensílios; 2.5 - dispor de instalação e equipamentos adequados a coleta e ao transporte de resíduos de pescado, resultantes de processamento i industrial, para o exterior das áreas de manipulação de comestíveis ' devendo ser depositados em locais protegidos contra roedores, I insetos e contra a exposição em temperatura elevada; 2.6 - dispor de instalações e equipamentos para o aproveitamento adequado de resíduos de pescado, resultantes do processamento industrial, visando a sua transformação em subprodutos não- corriestíveis, podendo ser dispensado no caso de encaminhamento dos resíduos a outros estabelecimentos apropriados; 2.7 - dispor e câmara de espera para o armazenamento do excesso de pescado fresco, que não possa ser manipulado ou comercializado de imediato; 2.8 - dispor de equipamentos adequados a lavagem e higienização de caixas recipientes, grelhas, bandejas e outros utensílios usados ' para acondicionamento e transporte de pescado e seus produtos; 1 2.9 - dispor. nos estabelecimentos que elaboram produtos 1 congelados. de instalações frigoríficas independentes para 1 congelamento e estocagem do produto final; 2.10 - dispor, nos casos de elaboração de produtos curados de pescado, de câmaras frias em número mínimo e dimensões necessárias a sua estocagem, permitindo-se seu encaminhamento a estabelecimentos dotados de instalações frigoríficas adequadas ao armazenamento; 1 2.11 - dispor, nos casos de elaboração de produtos curados do 1 pescado, de depósitos de sal; 2.1 2 - dispor, quando necessário, de laboratório para controle de qualidade de seus produtos; 2.13 - dispor, nos estabelecimentos que elaboram produtos em CPT - CMtm de R u%qòes T- ... . . . ........ ............................... ...................................................................... conserva, de equipamento adequado e de eficiência aprovada; 3 - Os estabelecimentos destinados a estocagem de pescado frigorificado, devem dispor de câmaras frigoríficas adequadas ao armazenamento dos produtos aos quais se destina. 4 - Os estabelecimentos, destinados a fabricação de subprodiitos não-comestíveis de pescado devem: 4.1 - localizar-se, preferentemente, afastados do perímetro urbano; 4.2 - dispor de separação física adequada entre as áreas de produção e pós-secagem, para aqueles que elaborem farinha de pescado; 4.3 - dispor de instalações e equipamentos para a desodorização de gases, resultantes de suas atividades industriais. PESCADO Hequisitos básicos para a elaboração da pesca de qualidade aceilável. a - Matéria-prima b - Água (quantidade e qualidade) c - Layout d - Equipamentos e - Programa de higiene (dependencias, instalações, equipamentos, operários) f - Controle de qualidade (da indústria) g - Inspeção (governo) LAYOUT E FLUXOGRAMA OPERACIONAL 1 - Definição: É o melhor posicionamento obtido das dependências, instalaçoes e equipamentos que propicie condições para a elaboração de urn produto, sem estrangulamento e pontos de contaminação cruzada que possam prejudicar a qualidade almejada. . . J t j Tecnicas de PI o ~ r s s ~ . i i ~ r ~ L O dr. Peixes 2 - Objetivos básicos: a) Gerar facilidades para elaboração dos produtos, de acordo com fluxograma operacional, evitarido perdas de matérias primas e produtos. b) Evitar pontos de contaminação cruzada que possam prejudicar a qualidade dos produtos. 3 - O que um inspetor deve conhecer para sugerir um layout. a) Produto a ser obtido b) Fluxograma operacional do produto c) Equipamentos necessários 4 - Fluxograma operacional O fluxograma operacional deve ser idealizado, de modo que todas as operações se sucedam, sem atraso nem paradas desnecessárias, numa seqüência contínua e que o pescado passe rápido e uniformemente de uma fase operacional a outra. Tccnicas de Pro~essainerlto de Peixes I AREA DE RECEPÇAO 6-SALADEEMBALAGEM 2 CAMARA DE ESPERA 7. DEP~SITODE EMBALAGEM 3 . S I L O ~ O DE USO DIARIO 4 SALAO DE ELABORAÇAO COM 8 - CAMARA DE ESTOCAGEM GABINETE DE HIGIENIZAÇAO 9 - ANTECAMARAPARA 5 - TUNEL DE CONGELAMENTO EXPEDIÇAODO PRODUTO EIOU ARMARIO CONGELADOR E PLACAS TINAL Figura 5 - Sugestão de um lay-out operacional voltado para a elaboração de produtos pesqueiros congelados. Frl TAcriicas de Prncessamento de Peixes c ATENÇÃO - Em virtude das ampliações constantes do nosso sistema telefônico, os números de telefones existentes nestes endereços podem ser alterados. Ao perceber mudança do número do telefone, solicite apoio ao sistema "Auxílio a Lista", pois os nomes e endereços, normalmente, continuam os mesmos. I CPT - Centro de Produções Técnicasi Rua José de Almeida Ramos, 37 - Ramos Caixa
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