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AULA 10 E 11 RECURSOS PRATICA TRABALHISTA

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PRÁTICA SIMULADA II - CCJ0046 
Semana Aula: 10 
RECURSOS - TEORIA GERAL DOS RECURSOS TRABALHISTAS. 
 
Tema 
Teoria Geral dos Recursos Trabalhistas 
 
Palavras-chave 
RECURSOS - TEORIA GERAL - RECURSO ORDINÁRIO 
 
Objetivos 
Reconhecer a base constitucional dos recursos (princípio da ampla defesa e contraditório, duplo grau e os recursos de 
competência originária, por exemplo arts. 102 e 105 da CF); - Conhecer conceitos, regras e institutos vinculados aos 
recursos; - Identificar os requisitos de admissibilidade ( gerais e específicos); - Reconhecer as diferenças apresentadas pelo 
Novo Código de Processo Civil quanto aos recursos , bem como a finalidade das mudanças normativas. 
 
 
Estrutura de Conteúdo 
1. Recursos: 
 1.1. Conceito 
 1.2. Princípios 
 1.3. Juízo de Admissibilidade 
 1.4. Juízo de Mérito 
 1.5. Efeitos 
 1.6. Teoria da Causa Madura 
 2. Espécies de Recursos : 
 2.1. Recurso Ordinário 
 2.2. Recurso de Revista 
 2.3. Embargos de Declaração 
 2.4. Embargos Infringentes 
 2.5. Agravo de Petição 
 2.6. Agravo de Instrumento 
 2.7. Agravo Regimental 
 2.8. Recurso Extraordinário 
 2.9. Pedido de Revisão de Valor de Alçada 
 2.10.Reclamação Correicional 
3. Do Recurso Ordinário 
 3.1. Hipótese de cabimento e breves observações 
 3.2. Prazo Forma 
 
 
Estratégias de Aprendizagem 
Conteúdo esquemático dessa aula: 
1.1. Conceito 
1.2. Princípios: 
a) Duplo Grau de Jurisdição 
b) Unirrecorribilidade 
c) Fungibilidade 
d) Voluntariedade 
e) Princípio da proibição da reformatio in pejus 
f) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias 
g) Taxatividade 
1.3. Juízo de admissibilidade: 
 1.3.1. Requisitos de admissibilidade 
a) Intrínsecos ou subjetivos 
b) Extrínsecos ou objetivos 
 
1.4. Juízo de Mérito 
1.5. Efeitos 
a) Devolutivo 
b) Suspensivo 
c) Translativo 
d) Obstativo 
e) Substitutivo 
1.6. Teoria da Causa Madura 
2.Espécies de Recurso 
3. Do Recurso Ordinário 
 O recurso Ordinário tem semelhanças com a apelação no Processo Civil e se encontra previsto no artigo 895 da CLT: 
 Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: (Vide Lei 5.584, de 1970) 
 I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; 
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua 
competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos 
dissídios coletivos. 
 
Aplicação: articulação teoria e prática 
1.RECURSOS 
 1.1. Conceito: é a provocação do reexame de determinada decisão pela autoridade hierarquicamente superior, em 
regra, ou pela própria autoridade prolatora da decisão, objetivando a reforma ou modificação do julgado, ou seja, é o 
remédio processual concedido às partes ou terceiro, objetivando que a decisão judicial impugnada seja submetida a 
novo julgamento. 
Obs: Recursos são assim chamados os que se podem exercitar dentro do processo em que surgiu a decisão impugnada; 
diferem das ações impugnativas autônomas, cujo exercício, em regra, pressupõe a irrecorribilidade da decisão, ou 
seja, o seu trânsito em julgado (ex.,ação rescisória). 
1.2. Princípios: podem ser elencados os seguintes princípios recursais: 
a) Duplo Grau de Jurisdição: 
A CRFB não o prevê, mas diversos autores o posicionam como um corolário do devido processo legal, do 
contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, LV, da CRFB) 
b) Unirrecorribilidade: só existe um recurso cabível para cada decisão, ou seja, só se admite um recurso para 
vergastar a decisão. 
c) Fungibilidade: permite-se o aproveitamento de recurso erroneamente nominado, como se fosse o que deveria ser 
interposto, atendendo-se ao principio da finalidade ou simplicidade do processo. Porém há que se advertir que para a 
aplicação do principio em comento se deve verificar a existência de três fatores cumulativos: i)inexistir erro grosseiro; 
ii)tem que haver dúvida plausível quanto ao recurso cabível; iii)o recurso erroneamente interposto deve obedecer o 
prazo do recurso cabível. 
d) Voluntariedade: os recursos, em regra, são voluntários encerrando manifestação do principio dispositivo. 
e) Princípio da proibição da reformatio in pejus ? é vedado ao tribunal, no julgamento de um recurso, proferir 
decisão mais desfavorável ao recorrente, do que aquela recorrida 
 f) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: as decisões interlocutórias são irrecorríveis, somente se 
permitindo a apreciação de seu merecimento em recurso da decisão definitiva, artigo 893, §1º, da CLT. 
As decisões interlocutórias são aquelas que resolvem questões incidentais (deferimento 
ou indeferimento de contradita de testemunhas; de requerimento de juntada de “documento 
novo”; de pedido de adiamento da audiência; de concessão de tutela provisória de urgência 
ou medida liminar etc.). 
 
 g) Taxatividade: Só é admissível recurso que a lei preveja, ou seja, só cabe recurso que esteja devidamente previsto 
em lei, com a sua hipótese de cabimento. 
1.3. Juízo de admissibilidade: verificação das condições impostas pela lei para que se possa apreciar o conteúdo da 
postulação. Com o resultado positivo, o recurso é admissível. Quando o órgão a que compete julgar o recurso o declara 
inadmissível, diz-se que ele não conhece do recurso. O juízo de admissibilidade é preliminar ao de mérito. 
1.3.1. Requisitos de admissibilidade: Os Juízos de admissibilidade podem ser classificados como: a) Intrínsecos ou 
subjetivos: Capacidade, Legitimidade, Interesse; b) Extrínsecos ou objetivos: são aqueles que dizem respeito aos 
aspectos de forma dos recursos, tais como tempestividade, preparo, regularidade formal, cabimento, regularidade de 
representação. 
1.4. Juízo de Mérito: após a preliminar da admissibilidade, cumpre apreciar a matéria impugnada para acolhê-la, 
caso fundada, ou rejeitá-la, caso infundada. O objeto do juízo de mérito é o próprio conteúdo da impugnação à decisão 
recorrida. Pode ocorrer error in iudicando =>> reforma da decisão em razão da má apreciação da questão de direito 
ou da questão de fato, ou de ambas. Pode ocorrer error in procedendo =>> invalidação da decisão por vício de 
atividade 
1.5. Efeitos : podem ser destacados os seguintes efeitos dos recursos: 
a) Devolutivo: os recursos, ordinariamente, são dotados apenas de efeito devolutivo, e este nos indica que a matéria 
impugnada é devolvida ao conhecimento do órgão jurisdicional. 
b) Suspensivo: No processo laboral, em regra, os recursos não são dotados de efeito suspensivo, esse efeito impede 
a produção de todo e qualquer efeito da sentença até o julgamento do recurso, por exemplo, artigo 1012 do CPC/15 
 c) Translativo: Em relação às questões de ordem pública, as quais devem ser conhecidas de oficio, não se opera a 
preclusão, podendo o juiz ou tribunal decidir tais questões ainda que não constem das razões recursais ou das 
contrarrazões, gerando o denominado efeito translativo dos recursos, conforme o disposto no artigo 1.013, §1º, do 
CPC/15; 
d) Obstativo: Todo recurso impede a formação da coisa julgada, obstando-a a partir da sua interposição. 
e) Substitutivo: o Julgamento realizado pelo órgão de superior instância, sempre que abordar o mérito, substituirá a 
decisão recorrida, conforme o disposto no artigo 1008 do CPC/15. 
1.6. Teoria da Causa Madura: importante destaque deve ser dado acerca da possibilidade de aplicação da chamada 
teoria da causa madura no âmbito laboral. Tal teoria está prevista no artigo 1.013, §3º do CPC/15. 
 Art. 1.013 CPC/15: A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matériaimpugnada. § 3 o Se o processo 
estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: 
 I - reformar sentença fundada no art. 485; 
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; 
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; 
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
2.Espécies de Recurso: 
No processo trabalhista existe a possibilidade de serem interpostos dez recursos, quais sejam: 
2.1. Recurso Ordinário previsto na CLT, Art. 893 e 895 e Arts. 328 e 329 do Regimento Interno do Tribunal Superior 
do Trabalho 
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: 
 
I - embargos; 
II - recurso ordinário; 
III- recurso de revista; 
IV- agravo. 
 
Art. 895 - Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
 
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) 
dias; e 
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos 
de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios 
individuais, quer nos dissídios coletivos. 
§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: 
 
II - Será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo 
máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, 
sem revisor; 
 
III - Terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este 
entender necessário o parecer, com registro na certidão; 
IV - Terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo 
e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios 
fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. 
 
§ 2º - Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos 
ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. 
 
2.2. Recurso de Revista regulado na CLT, Arts. 893 e 896, na Lei nº 7.701/88, Art. 5º, "a" e Art. 331 do Regimento 
Interno do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
2.3. Embargos de Declaração: art. 897-A CLT 
 
2.4. Embargos- art. 894 CLT. 
 
Art. 894 - No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) 
dias: 
 
I - de decisão não unânime de julgamento que: 
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a 
competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as 
sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; 
e 
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas 
pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação 
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo 
Tribunal Federal 
2.5. Agravo de Petição delineado nos Arts. 893 e 897, "a", § § 1º e 3º CLT 
 
2.6. Agravo de Instrumento regulado no Arts. 893 e 897, "b", § § 2º e 4º da CLT e Instrução Normativa TST nº 6 de 
08/06/96 
 
2.7. Agravo Regimental previsto na Lei nº 7.701/88 Arts. 3º e 5º e nos Regimentos do Tribunal Superior (art. 338) e 
Tribunais Regionais do Trabalho. 
 
2.8. Recurso Extraordinário Regulado na Constituição Federal no artigo 102, III. 
 
2.9. Pedido de Revisão de Valor de Alçada criado pela Lei nº 5.584/70, Art. 2º. 
 
2.10.Reclamação Correicional mencionada no artigo 709 da CLT e gizada nos Arts. 682, XI e 709, II da CLT, no 
Art. 13, do Regimento Interno da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho e nos Regimentos dos Tribunais 
Regionais do Trabalho. 
14-05-2019 
3. Do Recurso Ordinário 
3.1. Hipótese de cabimento e breves observações O recurso Ordinário tem cabimento para o Tribunal Regional contra 
decisões terminativas ou definitivas do feito, em processo de conhecimento, das Varas do trabalho. O recurso 
Ordinário tem semelhanças com a apelação no Processo Civil e se encontra previsto no artigo 895 da CLT: 
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: (Vide Lei 5.584, de 1970) I - das decisões definitivas ou 
terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais 
Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer 
nos dissídios coletivos. 
 É o recurso clássico e de larga utilização no cotidiano forense, pois visa impugnar as decisões terminativas ou 
definitivas proferidas pelos órgãos de primeiro grau de jurisdição. 
O recorrente pode limitar o alcance da devolutividade, desde que indique expressamente os pontos que 
pretende recorrer, sendo então recurso parcial, o que determina o trânsito em julgado do restante da sentença. Quando 
o recurso Ordinário for interposto de decisão de Regional, face a dissídio coletivo, ou ação rescisória, ou mandado de 
segurança devido a dissídio coletivo, a competência para julgar o recurso Ordinário é, em última Instância, da Seção 
Especializada de dissídio Coletivo do TST. Quando o recurso Ordinário for interposto de decisão do Regional face 
dissídio individual de sua competência originária (ação rescisória e mandado de segurança), a competência para julgar 
o Ordinário é, em última Instância, da Seção Especializada em Dissídios Individuais. Assim, o juiz Presidente do 
Regional exerce o juízo de admissibilidade "a quo" e o Ministro Relator o juízo de admissibilidade "ad quem". No 
Dissídio Individual o efeito em que o recurso Ordinário é recebido será sempre o devolutivo e no dissídio coletivo, 
conforme a observação feita anteriormente, o Art. 7º, § 2º, da Lei nº 7.701/88, que prevê a faculdade do Presidente 
do Tribunal Superior do Trabalho emprestar efeito suspensivo a recurso Ordinário interposto de decisão proferida 
pela Seção Normativa dos Tribunais Regionais do Trabalho, que terá validade pelo prazo improrrogável de 120 dias, 
contados da publicação do Acórdão - Art. 9º, Lei nº 7.701/88. Cabe reproduzir a observação feita anteriormente. A 
Lei nº 4.725/65, § 3º, Art. 6º concedia efeito suspensivo ao recurso Ordinário em dissídio coletivo. Posteriormente 
foi revogada pela Lei nº 7.788/89, Art. 7º, passando a viger que não mais caberia efeito suspensivo ao recurso 
Ordinário em dissídio coletivo. Mais tarde, o Art. 7º da Lei nº 7.788/89 foi revogado pelo Artigo 14 da Lei nº 
8.030/90.Contudo, face a impossibilidade de REPRISTINAÇÃO, o recurso Ordinário em dissídio coletivo não teve 
readquirido o seu efeito suspensivo. Interessante esclarecer que a Medida Provisória nº 1.488 - 18, de 29/11/96, que 
dispõe sobre medidas complementares ao Plano Real e dá outras providências, e que vem sendo reeditada a cada mês, 
desde a implantação do retrocitado plano, prevê no Artigo 14 que o recurso interposto de decisão normativa da Justiça 
do Trabalho terá efeito suspensivo, na medida e extensão conferidas em despacho do Presidente do Tribunal Superior 
do Trabalho. Assim, passa a viger a regra de que o recurso interposto de sentença normativa terá efeito suspensivo, 
além do devolutivo. 
3.2. Prazo O prazo para interposição de Recurso Ordinário é de 8 dias. 
3.3. Forma A interposição dos recursos, via de regra, faz-se em uma única peça processual, a qual poder dividida em 
duas partes: 
· Folha de Rosto ou Peça de Interposição: endereçada ao juiz prolator da decisão, que realizará o primeiro juízo de 
admissibilidade e formará o contraditório. 
· Razões de Recurso: endereçada ao juízo que irá reexaminar o mérito do recurso, também conhecido como juízo ad 
quem 
 3.3.1. Folho de Rosto ou Peça de Interposição: A peça de interposição deveráconter os seguintes elementos: 
3.3.1.1 - Endereçamento ao Juízo Competente A petição de interposição deve ser direcionada ao juízo prolator da 
decisão, exemplo: 
Exemplo: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 5ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE 
JANEIRO 
3.3.1.2- Identificação do Processo Além do endereçamento ao juízo onde foi decidida em primeira instância a 
demanda, a peça de interposição deverá conter o número de registro do processo junto ao órgão jurisdicional, ou seja, 
após o endereçamento ao juízo competente deve o Recorrente indicar a que processo se refere àquela contestação. 
Exemplo: 
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 5ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO 
 (5 linhas) 
Processo nº XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
3.3.1.3. Identificação das Partes Tal como ocorre com as petições deve se indicar quem está peticionando e contra 
quem é peticionado. Exemplo: Nome do recorrente, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com (nome 
do recorrido), vem, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional sito 
à ____________, 
3.3.1.4. Indicação do tipo de recurso Deve-se indicar o fundamento do recurso e seu tipo, exemplo: 
 Nome do recorrente, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com (nome do recorrido), vem, 
à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional sito à ____________, 
tempestivamente, com fundamento na alíena “a” do artigo 895 da CLT, e inconformado com a sentença proferida, 
interpor 
RECURSO ORDINÁRIO 
para o Egrégio Tribunal Regional da___Região, de acordo com as razões anexas 
3.3.1.5. Indicação da presença de pressupostos extrínsecos Deve ser demonstrada a presença dos pressupostos 
extrínsecos tais como preparo e tempestividade. Exemplo: Junta, neste ato, a guia DARF comprovando o 
recolhimento das custas processuais e o comprovante do depósito recursal 
3.3.1.6. Pedido de Remessa ao juízo ad quem Deve ser realizado o pedido de remessa ao órgão competente para a 
apreciação do recurso, em seu mérito. Exemplo: 
Após as formalidades de praxe, requer sejam os autos remetidos ao Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região, 
para apreciação das anexas Razões. 
3.3.1.7. Parte Autenticativa: 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
Local, data 
 Nome do Advogado OAB nº 
 
3.3.2. Razões de Recurso Nas razões de Recurso deverá constar os seguintes elementos: 
3.3.2.1. Endereçamento ao Juízo ad quem As razões de Recurso são dirigidas ao órgão que irá examinar o recurso. 
Exemplo: 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___ REGIÃO 
3.3.2.2. Identificação das Partes e da Origem Exemplo: 
Recorrente: Nome do recorrente 
Recorrido: Nome do Recorrido 
Processo nº XXXXXXXXXX 
Origem: __Vara do Trabalho de __________ 
3.3.2.3. Razões Recursais Introdutórias Deve-se realizar uma breve introdução do inconformismo, dando início às 
efetivas razões do recorrente, sugere-se a seguinte redação: 
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO 
Eméritos Julgadores, 
Douto Relator 
Não merece prosperar a decisão proferida pelo juízo a quo, na qual... (copiar parte da decisão recorrida que 
fundamenta a insatisfação) 
3.3.2.4. Razões Recursais Propriamente ditas. Após o breve relato do porquê do recurso, deve-se lançar mão dos 
fundamentos do recurso, tal como o faz quando da contestação ou mesmo da petição inicial, indicando as razões da 
reforma ou anulação da sentença, a depender se o error foi em iudicando ou procedendo. OBS: como se pode constatar, 
o recurso ordinário tem por objetivo a reforma da sentença, no todo ou em parte. por isso, há que analisar com 
profundidade a prova dos autos, ressaltando os pontos favoráveis ao recorrente, inclusive utilizando-se de acórdãos 
que abordem questões semelhantes e, eventualmente, podendo citar, também, autores, assinalando as respectivas 
obras. 
3.3.2.5. Requerimentos Tal como ocorre em todas as peças processuais, deve-se, ao final, realizar o pedido daquilo 
que se requer. No caso dos recursos a Reforma ou Invalidação da decisão. Exemplo: 
Diante de todo o exposto, requer a reforma do julgado para.... (pretensão do recurso) 
3.3.2.6. Parte Autenticativa 
Termos em que, P.Deferimento. Local 
PRÁTICA SIMULADA II - CCJ0046 
Semana Aula: 11 
RECURSOS EM ESPÉCIE 
 
Tema 
DO RECURSO ORDINÁRIO 
 
Palavras-chave 
RECURSO ORDINÁRIO - CABIMENTO - ELABORAÇÃO 
 
Objetivos 
O aluno deve estar apto a identificar os pressupostos recursais trabalhistas, a existência do duplo juízo de 
admissibilidade, o momento e a estrutura dos recursos, em especial, do Recurso Ordinário, articulando os 
conhecimentos técnicos e teóricos adquiridos nas disciplinas de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, no 
momento da elaboração de sua peça processual. 
Estrutura de Conteúdo 
1.Recurso Ordinário: 
1.1. Prazo de interposição. 
1.2.Competência. 
1.3. Peça de Interposição. 
1.4. Requisitos de admissibilidade. 
1.5. Efeitos. 
1.6. Peça das Razões. 
1.7. Exposição de fato e de direito. 
1.8. Pedido de nova decisão 
 
Estratégias de Aprendizagem 
RECURSO ORDINÁRIO 
Peça de interposição endereçada para a ___VARA DO TRABALHO DE_______ 
Recorrente: JOÃO BOBÃO 
Recorrido: BOM CAMINHÃO S.A. 
Peça das razões 
Exposição de fato e de direito: artigo 2º da CLT, artigo 468 da CLT e Artigo 7º da CRFB 
Pedido de nova decisão: 
Requer que o recurso seja conhecido e ao final de provimento para reformar a sentença proferida pelo MM magistrado 
 
 
Aplicação: articulação teoria e prática 
XXI EXAME OAB 
Paulo foi empregado da microempresa Tudo Limpo Ltda. de 22/02/15 a 15/03/16. Trabalhava como auxiliar de 
serviços gerais, atuando na limpeza de parte da pista de um aeroporto de pequeno porte. Durante todo o contrato, 
prestou serviços na Aeroduto ? Empresa Pública de Gerenciamento de Aeroportos. Ao ser dispensado e receber as 
verbas rescisórias, ajuizou reclamação trabalhista em face da empregadora e da tomadora dos serviços, pretendendo 
adicional de insalubridade porque trabalhava em local de barulho, bem como a incidência de correção monetária sobre 
o valor dos salários, vez que recebia sempre até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. Logo, tendo mudado 
o mês de competência, deveria haver a correção monetária, dado o momento, na época, de inflação galopante. A ação 
foi distribuída para a 99ª Vara de Trabalho de Salvador. No dia da audiência, a primeira ré, empregadora, fez-se 
representar pelo seu contador, assistido por advogado. A segunda ré, por preposto empregado e advogado. Foram 
entregues defesas e prova documental, sendo que, pela segunda ré, foi juntada toda a documentação relacionada à 
fiscalização do contrato entre as rés, o qual ainda se encontra em vigor, bem como exames médicos de rotina 
realizados nos empregados, inclusive o autor, os quais não demonstravam nenhuma alteração de saúde ao longo de 
todo o contrato, além dos recibos do autor de fornecimento de EPI para audição. Superada a possibilidade de acordo, 
o juiz indeferiu os requerimentos da segunda ré para a produção de provas testemunhal e pericial, consignando 
em ata os protestos da segunda ré, pois visava, com isso, comprovar que o EPI eliminava a insalubridade. O 
processo seguiu concluso para a sentença, a qual decretou a revelia e confissão da primeira ré por não estar 
representada regularmente. Julgou procedentes os pedidos de pagamento de adicional de insalubridade em grau 
máximo, bem como de incidência de correção monetária sobre o valor do salário mensal pago após a virada do mês? 
Outrossim, condenou a segunda ré, subsidiariamente, em todos os pedidos, fundamentando a procedência na revelia 
e confissão da 1ª ré. 
 
Avaliação 
Gabarito Comentado O(A) examinando(a) deverá apresentar um Recurso Ordinário, elaborando a petição de 
interposição e as razões recursais. 
Deverá indicar as partes, citar o Art. 895,inciso I, da CLT e indicar o recolhimento das custas e o depósito recursal. 
Deverá ser arguída preliminar por cerceamento de defesa, em razão do indeferimento da prova testemunhal, conforme 
o Art. 5º, inciso LV, da CRFB/88. 
Deverá ser arguída preliminar por cerceamento de defesa, em razão do indeferimento da prova pericial. 
Deverá ser sustentado que não houve a revelia da 1ª ré, pois, tratando-se de microempresa, a representação foi correta, 
nos termos da Súmula 377 do TST. 
 
Deverá ser sustentado que, tratando-se de empresa pública que fiscalizou a íntegra do contrato, não há que se falar 
em responsabilidade subsidiária, nos termos da Súmula 331, inciso V, do TST. 
Deverá ser sustentada a reforma do julgado quanto ao adicional de insalubridade, pois o trabalho, nas condições do 
autor, teve a insalubridade neutralizada pelo EPI fornecido, nos termos da Súmula 80 do TST. 
Deverá ser sustentado que o juiz não pode fixar o grau de insalubridade mesmo na revelia, conforme o Art. 195, § 2º, 
da CLT, que exige perícia. 
Deverá ser sustentada a reforma da sentença quanto à incidência de correção monetária, nos termos da Súmula 381 
do TST. 
Encerramento.

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