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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------3
2 DESENVOLVIMENTO ----------------------------------------------------------------------------4
3 CONCLUSAO ------------------ --------------------------------------------------------------------10
4 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS --------------------------------------------------------11
1 INTRODUÇÃO
O Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO) foi lançado em 2012 com o objetivo de oferecer mais condições de acesso escolar para estudantes moradores em áreas rurais sem que eles deixem a propriedade para estudar nas áreas urbanas. Para isto a proposta do Ministério da Educação (MEC-Brasil) é oferecer apoio técnico e financeiro aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios para implementar políticas específicas para a educação do campo, visando à ampliação do acesso e a qualificação da oferta da educação básica e superior. 
A pesquisa, que tem por título “PRONACAMPO: a proposta de formação de professores do campo, buscando compreender as diretrizes e as formas de ação do Programa Nacional de Educação do Campo- PRONACAMPO, bem como seus limites e potencialidades para a formação dos professores do campo.
2 DESENVOLVIMENTO
Considera-se que a Educação rural conceitualmente como a conhecemos, surgiu, no Brasil, por volta de 1917, quando a migração rural-urbana passou a ser vista como um problema, sendo assim, utilizada como um dos instrumentos para contê-la.
Apesar de todas as deliberações e discussões a respeito da Educação Rural, as propostas do ensino rural eram as seguintes: “Uma escola única igualmente para área urbana e rural, com relação a incentivos e direitos; ensino diferenciado, com assuntos especificamente ligados à classe rural”. (BRASIL, 2001).
Pesquisas apontam que, tratada como uma espécie de resíduo do sistema educacional brasileiro, a escola do meio rural tem problemas, como:
_falta de infraestrutura necessária e de docentes qualificados,
_falta de apoio a iniciativas de renovação pedagógicas, currículo e calendário escolar;
_insuficiência e precariedade das instalações físicas da maioria das escolas; 
_dificuldades de acesso dos professores e alunos às escolas;
_ falta de conhecimento especializado sobre políticas de educação básica para o meio rural.
_ baixo desempenho escolar dos alunos e elevadas taxas de distorção idade-série;
Em um universo de 76.229 mil escolas rurais no país, 508 – a maioria delas no Norte e Nordeste – ainda sofrem com falta de energia e saneamento, segundo o levantamento Escolas Esquecidas, divulgado pelo Instituto CNA.
Há também problemas quanto à formação dos professores: 30% dos profissionais que atuam no campo não têm Ensino Superior, informa o Ministério da Educação (MEC) grande maioria dessas escolas faziam com que as professoras/es da zona rural fossem moradoras/es da região, e que a educação ficasse segmentada, tendo de um lado os profissionais e alunos urbanos e de outro os profissionais da zona rural e os alunos “do sítio”. As licenciaturas em Educação do campo são uma medida para acabar com a falta de preparação desses profissionais na área da educação, a prioridade é formar quem já atua nas escolas rurais. Hoje no Brasil há mais de 60 universidades que têm um trabalho bastante rico, profundo e comprometido com a temática.
Os dados e informações constantes dos estudos e diagnósticos produzidos nos últimos anos pelo Ministério da Educação confirmam as análises produzidas pelos movimentos sociais, os desafios para uma oferta de educação de qualidade para as populações identificadas com o campo foram discutidos e sistematizados na I e na II Conferência Nacional por uma Educação do Campo, realizadas em 1997 e em 2004.
O documento final da II Conferência foi muito importante, apresentou as seguintes demandas:
_ Universalização do acesso à Educação Básica de qualidade para a população brasileira que trabalha e vive no e do campo, por meio de uma política pública permanente que inclua como ações básicas: o fim do fechamento arbitrário de escolas no campo; a construção de escolas no campo que sejam do campo; a construção de alternativas pedagógicas que viabilizem, com qualidade, a existência de escolas de educação fundamental e de ensino médio no próprio campo; a oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) adequada à realidade do campo; políticas para a elaboração de currículos e para escolha e distribuição de material didático-pedagógico, que levem em conta a identidade cultural dos povos do campo;
_ Valorização e formação específica de educadoras e educadores do campo por meio de uma política pública permanente;
_Respeito à especificidade da Educação do Campo e à diversidade de seus sujeitos;
_ Ampliação do acesso e permanência da população do campo à Educação Superior, entre outros.
A criação, em 2004, no âmbito do Ministério da Educação, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, à qual está vinculada a Coordenação Geral de Educação do Campo, significa a inclusão na estrutura estatal federal de uma instância responsável, especificamente, pelo atendimento dessa demanda a partir do reconhecimento de suas necessidades e singularidades. 
Para se conceber uma educação a partir do campo e para o campo, é necessário mobilizar e colocar em cheque ideias e conceitos há muito estabelecidos pelo senso comum, é preciso desconstruir paradigmas, preconceitos e injustiças, a fim de reverter às desigualdades educacionais, historicamente construídas, entre campo e cidade.
 O objetivo não é, de maneira alguma, fixar as pessoas onde estão. Apesar disso, um dos princípios é garantir a elas o direito de acesso ao conhecimento sobre o local onde vivem, que garante sua sobrevivência social e material, além dos saberes universais, para que decidam se querem ficar ali ou, caso contrário, tenham condições de viver na cidade.
Observa-se ainda que os alunos oriundos da zona rural, ao ingressarem em escolas urbanas eram discriminados e vítimas de desconfiança, insegurança e pré-conceitos. 
Em muitos lugares a escola do campo é atendida por professores com visão de mundo urbano, muitas vezes deslocada das necessidades e das questões do trabalho no campo, alheia a um projeto de desenvolvimento, alienada dos interesses dos camponeses, dos assalariados do campo, enfim, do conjunto de trabalhadores de seus movimentos e organizações, estimuladora do abandono do campo por apresentar o urbano como superior, moderno e atraente, e em muitos casos contribuindo para sua própria destruição. 
Com vistas a diminuir esses impactos, e na tentativa de igualar a educação, perceberam-se a necessidade de tratar a educação rural com maior atenção, criando mecanismos que permitissem qualificar e motivar professores, pais e alunos que vivem no campo.
A necessidade de mudança do paradigma da educação rural para o da educação do campo se dá não só pela análise crítica da escola rural como também das propostas desenvolvimentistas para o campo, em geral centradas no agronegócio e na exploração indiscriminada dos recursos naturais. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), por exemplo, é um dos projetos agregados que necessita ser revisto, os cursos do Pronatec não estão adequados à proposta da agricultura camponesa. Eles foram pensados segundo a lógica das grandes monoculturas, quando deveriam estar ligados à sustentabilidade e à agroecologia.
Os conceitos relacionados à sustentabilidade e à diversidade complementam a educação do campo ao preconizarem novas relações entre as pessoas e a natureza e entre os seres humanos e os demais seres dos ecossistemas.
O PRONACAMPO foi instituído pela Portaria nº 86, no dia 1 de fevereiro do ano de 2013, definindo as ações para implantação da política de educação do campo, já prevista no Decreto nº 7.352, de 04 de novembro de 2010. Constituía-se “ [...] de um conjunto de ações voltadas ao acesso e a permanência na escola, à aprendizageme à valorização do universo cultural das populações do campo. ” (MEC, 2012 p. 2). Sendo assim, o PRONACAMPO propõe articular um conjunto de medidas para melhoria do ensino do campo ou no campo, articulação das políticas de formação dos professores, produção de material didático e recuperação de infraestrutura na educação do campo.
O Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), lançado pelo governo federal, em 2012 tem um olhar diferenciado do campo, tendo em vista a necessidade de ampliar o número de matrículas, promover o desenvolvimento das escolas para melhorar o aprendizado, a escola tem de dialogar com a identidade das pessoas, ao fazer isso, há um fortalecimento daquele território onde a escola está inserida e um incentivo para que o estudante permaneça na escola, atualmente, mais de três milhões de estudantes estão matriculados em unidade de ensino das áreas rurais do país.
Como diz a secretária de educação continuada, alfabetização, diversidade e inclusão do MEC, Macaé Evaristo, PNLD-Campo é uma inovação, “Eles recebiam as obras antes, mas eram as mesmas coleções destinadas às escolas urbanas”. Sabe-se que o livro didático imprime ideologias que podem não se adequar as diferentes realidades existentes de escola para escola, podemos entender o livro como um símbolo de soberania nacional sendo um dos principais meios de disseminação da língua, cultura e valores das classes dirigentes.
As especificidades culturais de cada região brasileira, por exemplo, deveriam ser levadas em consideração durante a produção do material, que por vezes mostra-se inflexível e inadequado aos vários contextos em que os alunos estão inseridos, nessa perspectiva de atender as demandas do povo que surge a proposta de um material específico para as escolas do campo, até o ano de 2015 era previsto que todas as escolas brasileiras recebessem o mesmo livro didático, porém, no ano de 2016 foi instituído que as escolas localizadas nas áreas rurais receberiam um material didático diferenciado, sendo esse previsto pelo Programa Nacional do Livro Didático para o Campo.
Desde a discussão inicial até a criação do PNLD foram anos de reajustes de programas que atendessem as reais necessidades da criação de um material que pudesse ser utilizado em sala de aula com o intuito de colaborar no processo de aprendizagem por parte dos alunos – dentro e fora de sala de aula – além de auxiliar o professor no desenvolvimento e aplicação do conteúdo escolar prevista pela Base Nacional Curricular Comum.
A partir das significativas demandas advindas principalmente de movimentos sociais que defendem o ensino no campo, surgiu a proposta da criação e implementação do Plano Nacional do Livro Didático modalidade Campo que tem como objetivo:
[...] considerar as especificidades do contexto social, econômico, cultural, político,
ambiental, de gênero, geracional, de raça e etnia dos Povos do Campo, como referência 
para a elaboração de livros didáticos para os anos iniciais do ensino fundamental 
(seriado e não seriado), de escolas do campo, das redes públicas de ensino. Com esse 
objetivo, o PNLD Campo se inscreve como uma política pública de reconhecimento da 
Educação do Campo como matriz referencial para pensar o Campo e seus Sujeitos, como 
contexto gerador de conteúdo, textos, temas, atividades, propostas pedagógicas, 
ilustrações, e organização curricular do livro didático. (BRASIL, 2012, p. 8).
 A criação de um material específico para as escolas compreendidas no espaço rural dos municípios brasileiros, uma reformulação no ensino oferecido nas escolas rurais, bem como das metodologias aplicadas as mesmas, O livro didático específico para o campo, como já retratado anteriormente no texto, possui como valor fundamental transmitir os sentidos de valorização do sujeito do campo, assim como seu cotidiano dotado de características específicas. Sendo assim, sujeitos da História e agentes da transformação social, tomando consciência do seu papel como partícipes dos destinos a coletividade, tendo como meta a construção de um espaço no qual as relações entre os indivíduos produzam uma sociedade mais justa e harmônica.
Esse programa possui um papel fortalecedor do ensino no/do campo, no qual se responsabiliza pela criação e posterior distribuição de livros didáticos para as escolas localizadas nas áreas rurais dos diversos municípios brasileiros.
A partir da adoção desse novo material didático específico para o campo busca-se, principalmente, a promoção de uma reformulação na aprendizagem, tornando-a ainda mais próxima da realidade das vivências dos alunos, na qual os inspire no estabelecimento de percepções que permitam interpretar o mundo que os cerca e refletir sobre ele de maneira mais significativa.
O conteúdo presente no livro didático não pode ser considerado a única e absoluta verdade existente. O uso do material didático não anula a necessidade de consultar outros materiais; na verdade, o livro deve ser um amparo durante a produção das aulas, pelos professores, bem como uma das muitas opções existentes de consulta para os alunos, que devem, constantemente, ser instigados a buscar conhecimento em outras fontes que fujam ao tradicional livro.
[...] mesmo diante das transformações metodológicas implantadas a partir dos avanços 
tecnológicos, vivenciados na atualidade, o livro escolar continua a ser o material didático 
mais utilizado nas salas de aula do Brasil. Podemos mesmo afirmar que o histórico do livro 
didático vem ao longo dos anos entrelaçado com a história das próprias disciplinas 
escolares. (PINA, 2009, p. 19).
Por acreditar que “não existe saber mais ou saber menos, há saberes diferentes”, conforme ensinou o educador e patrono da educação brasileira Paulo Freire
CONCLUSAO:
Como visto , há vários fatores importantes que implicam na obtenção de um bom resultado no processo de ensino e aprendizagem dos educandos nas escolas do/no campo: a formação dos professores, a estrutura escolar, a disponibilidade de materiais didáticos que auxiliem no ensino, entre outros. Sendo o livro didático para as escolas do campo a materialização de uma demanda dos militantes por um ensino justo e de qualidade para todos, cabe compreender de que forma os conteúdos vem sendo tratados pela política pública, que tem como objetivo a valorização dessa realidade multidiversa dotada de representações particulares.
O ensino deve inspirar o educando a assumir a identificação de protagonista das relações exercidas direta e indiretamente do espaço geográfico onde se insere. A educação do campo surge como uma forma de ensino que favorece as significâncias do meio dos sujeitos (re) existentes no campo trazendo para as discussões escolares as especificidades encontradas no meio dos educandos e o livro didático, nesse contexto, é o material mais presente no contexto escolar, aliada torna-se uma educação de emancipação, promotora de uma ascensão social, além dos dados quantitativos, das memorizações e reprodução dos conteúdos previstos para o ano letivo dos educandos. Além da compreensão, o educando deve ser capaz de criticar e questionar tudo que o cerca.
REFERÊNCIAS
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13214-documento-orientador-do-pronacampo-pdf&Itemid=30192
http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/bib_guia_pnld_campo%202013.pdf
http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/trabalhoinfantil/noticia/quais-os-desafios-da-educacao-do-campo-a-professora-eliene-novaes-rocha-da-unb-detalha-as-dificuldades-e-perspectivas-da-area-rural/
https://novaescola.org.br/conteudo/970/entrevista-com-monica-molina-especialista-em-educacao-do-campo
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 gisiani ribeiro mendes
“Educação de campo: formação docente e curriculo. ”
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gisiani ribeiro mendes
“Educaçãode campo: formação docente e curriculo. ”
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