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Revisao-Urgências

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1 
 
Projeto Apoio ao Desenvolvimento de Sistemas Regionais de Atenção 
Integrada à Saúde / Regiões de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos de organização de serviços de 
urgência: uma revisão da literatura 
 
 
 
 
 
Autor: 
Antonio Claudio de Oliveira 
 
 
 
São Paulo 
2014 
 
2 
Sumário 
 
1. Introdução .................................................................................................................... 3 
2. Objetivos ....................................................................................................................... 6 
2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 6 
2.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 7 
3. Finalidade ..................................................................................................................... 7 
4. Procedimentos metodológicos ..................................................................................... 7 
4.1 Critérios de inclusão................................................................................................ 7 
4.1 Tipos de estudo ....................................................................................................... 7 
4.2 Fenômenos de interesse ......................................................................................... 7 
4.3 Critérios de exclusão ........................................................................................... 7 
4.4 Estratégia de busca ................................................................................................. 7 
4.5 Bases de dados ........................................................................................................ 8 
4.6 Descritores ......................................................................................................... 8 
4.7 Estratégia de busca nas bases de dados ................................................................. 8 
4.8 Forma de descrição e análise dos dados ................................................................ 9 
5 Resultados ..................................................................................................................... 9 
6 Síntese e recomendações ............................................................................................ 64 
7 Referências bibliográficas ............................................................................................ 68 
Anexos ................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
8 Abreviaturas............................................................................71 
 
 
 
3 
1. Introdução 
 
Este trabalho congrega parcela de um projeto maior denominado “Apoio ao 
Desenvolvimento de Sistemas Regionais de Atenção Integrada a Saúde / Regiões de 
Saúde”, cujo objetivo geral é de potencializar um conjunto de capacidades estratégicas 
na gestão regional aplicada a gestores municipais e estaduais e promover o desenho 
de modelos integrados de serviços em redes. 
O objetivo foi identificar os modelos de organização de serviços de urgência 
nacionais e internacionais, para fomentar o debate sobre modelos adequados à 
realidade brasileira, como subsídio para o planejamento em saúde, orientados pela 
satisfação das necessidades sociais. 
Tradicionalmente trabalha-se em saúde com uma divisão entre doenças 
transmissíveis e doenças crônicas não transmissíveis. Essa tipologia é largamente 
utilizada, em especial pela epidemiologia, porém, ela não se presta para referenciar a 
organização dos sistemas de atenção à saúde. 
Do ponto de vista da resposta social aos problemas de saúde – o objeto dos 
sistemas de atenção à saúde – certas doenças transmissíveis, pelo longo período de 
seu curso natural, estão mais próximas da lógica de enfrentamento das doenças 
crônicas que das doenças transmissíveis de curso rápido. Por isso, tem sido 
considerada uma nova categorização, com base no conceito de condição de saúde, 
desenvolvida, inicialmente, por teóricos ligados aos modelos de atenção às condições 
crônicas (Von Korff et al, 1997; Holman, H. & Lorig, K. 2000), e depois acolhida pela 
Organização Mundial da Saúde (2003) como as condições agudas e as condições 
crônicas. 
Estas diferenças estão divididas por algumas variáveis, como tempo de duração 
da condição de saúde (breve ou longa) e a forma de enfrentamento pelo sistema de 
saúde, episódica reativa feita sobre a queixa principal ou se contínua proativa e 
realizada por meios de cuidados mais ou menos permanentes, elaborados 
conjuntamente pela equipe de saúde e pelas pessoas usuárias, além do modo de 
estrutura do sistema de atenção à saúde, fragmentado ou integrado. 
 
4 
As condições de doença aguda são caracterizadas principalmente pelo curto 
tempo de duração enquanto as condições crônicas pela característica definitiva e 
permanente. Enquanto as doenças consideradas agudas têm inicio repentino e de fácil 
diagnóstico as crônicas têm seu inicio e evolução lenta e causada por múltiplos 
problemas. 
Muitas condições agudas podem evoluir para condições crônicas. É o caso de 
certos traumas que deixam sequelas de longa duração, determinando algum tipo de 
incapacidade que exigirá cuidados, mais ou menos permanentes, do sistema de 
atenção à saúde. De outra forma, as condições crônicas podem apresentar períodos de 
agudização e, nesses momentos tópicos de transformação em eventos agudos, devem 
ser enfrentadas pelo sistema de atenção à saúde, na mesma lógica episódica e reativa 
das condições agudas. 
Os modelos de atenção às condições agudas prestam-se, também, à 
organização das respostas dos sistemas de atenção à saúde aos eventos agudos, 
decorrentes de agudizações das condições crônicas. 
O objetivo de um modelo de atenção às condições agudas é identificar, no 
menor tempo possível, com base em sinais de alerta, a gravidade de uma pessoa em 
situação de urgência e definir o ponto de atenção adequado para aquela situação, 
considerando-se, como variável crítica, o tempo de atenção requerido pelo risco 
classificado. Isso implica adotar um modelo de triagem de risco nas redes de atenção 
às urgências. 
O enfrentamento da organização do sistema de atenção à saúde, para 
responder às necessidades colocadas pelas condições agudas e pelos eventos agudos 
das condições crônicas, implica, na perspectiva das Redes de Atenção à Saúde, a 
construção de uma linguagem que permeie todo o sistema, estabelecendo o melhor 
local para a resposta a uma determinada situação. As experiências mundiais vêm 
mostrando que essa linguagem estrutura-se em diretrizes clínicas codificadas num 
sistema de classificação de risco, como base de uma rede de atenção às urgências 
(Cordeiro Júnior, 2008). 
 
5 
O Serviço Médico de Emergência (SEM) pode ser definido como “um Sistema 
Global que fornece os recursos humanos, instalações e equipamentos para uma 
efetiva e coordenada entrega oportuna de serviços de saúde e segurança às vítimas de 
doença súbita ou lesão. O Atendimento Pré-hospitalar (APH) pode ser definido como 
toda e qualquer assistência realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito 
hospitalar, com intuito de dar a melhor resposta à solicitação de ajuda ao usuário. Essa 
resposta pode variar de um simples conselho ou orientação médica até o envio de uma 
viatura de Suporte Básico ou Avançado ao local da ocorrência, visando a manutenção 
da vida e/ou a minimização das sequelas. 
Sistemas de cuidados de trauma pré-hospitalares não podem funcionar 
isoladamente. Devem ter seu planejamento integrado na saúde pública existente no 
país. São projetados para proporcionar aos cidadãos acesso rápido, seguro e eficaz 
para a saúde em momentos de necessidade urgente. Cada sistema deve ser definido 
levando-se emconsideração as necessidades locais, respeitando a cultura local, 
legislação, infraestrutura, capacidade do sistema de saúde, considerações econômicas 
e recursos administrativos. Serviços Médicos de Emergência em todo o mundo são 
divididos em dois modelos principais: (1) o modelo Franco-Alemão, no qual as 
ambulâncias são compostas com médicos e (2) o modelo anglo-americano, no qual as 
ambulâncias são compostas com paramédicos treinados em Suporte Básico de Vida 
(SBV), Suporte Avançado de Vida (SAV) e Suporte Intermediário de Vida (SIV). 
Em ambos os modelos, os esforços são feitos utilizando-se técnicas modernas, 
ferramentas e tecnologias para atingir a melhor qualidade possível no atendimento 
pré-hospitalar centrado no paciente. 
 Muitos países ao redor do mundo estão usando essas ideias para apoiar e 
melhorar seus serviços hospitalares e medicina de emergência. Muitas vezes, na 
maioria dos países, os compromissos são feitos a fim de prestar serviços pré-
hospitalares eficientes, permanecendo dentro dos orçamentos e da capacidade de 
infraestrutura existente. 
 
6 
Os Serviços de Emergência (SE) têm a missão de servir suas comunidades, 
fornecendo um diagnóstico rápido e tratamento para emergências médicas, bem como 
a reanimação e estabilização de pacientes com ferimentos graves e doenças. 
Os Departamentos de Emergência (DE) são formados por profissionais 
especialmente treinados, comprometidos com o atendimento de emergência. Eles 
trabalham 24 horas por dia, 365 dias por ano para tratar de quadros agudos que 
acometem o indivíduo. 
Enquanto alguns procuram o departamento de emergência como um mero 
acesso, é importante ressaltar que os médicos da emergência gerenciam a maioria dos 
problemas, internando entre 10 e 15% dos pacientes para tratamento hospitalar. 
Os Departamentos de Emergência (DE) estão sob crescente pressão devido à 
alta demanda de pacientes que procuram este local para resolver seus problemas 
agudos. 
A falta de recursos disponíveis para atender a demanda na emergência está 
levando a uma aglomeração de pacientes nos setores de emergência e bloqueando o 
acesso ao tratamento, resultando em uma espera prolongada por leito de internação 
para tratamento 
Pacientes agudos procuram por cuidados em hospital devido a uma 
necessidade urgente (com ou sem uma referência de seu médico) e, principalmente, 
quando uma necessidade é identificada. 
O imediatismo dos problemas que apresentam os pacientes agudos exige que 
eles sejam acomodados em unidades de tratamento, causando o adiamento do 
tratamento dos pacientes eletivos. 
2. Objetivos 
2.1 Objetivo geral 
Identificar os modelos de organização de serviços de urgência no contexto 
nacional e internacional. 
 
 
7 
2.2 Objetivos específicos 
Identificar os modelos de organização de serviços de emergência; 
 
3. Finalidade 
Fomentar o debate sobre modelos de serviços de urgência, adequados à 
realidade brasileira, como subsídio para o planejamento em saúde, orientados pela 
satisfação das necessidades sociais. 
 
4. Procedimentos metodológicos 
 Esta revisão é de caráter teórico com o objetivo de mapear a literatura sobre a 
temática. 
 
4.1 Critérios de inclusão 
4.1 Tipos de estudo 
Serão incluídos estudos teóricos, de opinião e da literatura cinzenta e escritos 
nos idiomas inglês, espanhol, francês ou português. 
 
4.2 Fenômenos de interesse 
 Serão os modelos de serviços de urgência, descritos na literatura. 
 
4.3 Critérios de exclusão 
Estudos que não descrevem o serviço de urgência 
 
4.4 Estratégia de busca 
A estratégia de busca dos artigos incluirá bases de dados e a literatura cinza 
(sites institucionais, manuais, legislações, entre outros). 
 
 
8 
4.5 Bases de dados 
A busca será realizada nas seguintes bases de dados: 
PubMed 
LILACS 
Banco de teses da CAPES 
 A literatura cinza também será consultada nas seguintes fontes: 
Sites institucionais/Sites governamentais (Canadá, Espanha, Inglaterra, Austrália e 
França) 
Google 
Google Scholar 
 
4.6 Descritores 
 Serão utilizados os seguintes descritores MeSh na estratégia de busca: 
 
Emergency department 
Health services needs and demand 
Delivery of health care 
Delivery of health care integrated 
 
4.7 Estratégia de busca nas bases de dados 
 
Quadro XXX – Descrição das estratégias de busca por base de dados. São Paulo, 2013. 
Bases de dados Estratégia 
PubMed 
(((("Delivery of Health Care, Integrated"[Mesh])) OR 
("Health Services Needs and Demand"[Mesh]))) AND 
(emergency department[Title]) 
LILACS 
emergência [Palavras do título] and modelo [Palavras do 
título] 
 
9 
Banco de teses da 
CAPES 
Critérios: Assunto = Serviço de emergência 
 
4.8 Forma de descrição e análise dos dados 
 Será construído um quadro analítico com a descrição de todos os modelos 
identificados. Outro quadro será desenvolvido a partir das classificações dos serviços. 
 
5 Resultados 
 
 Em relação à busca em literatura científica as referências não atenderam as 
necessidades da revisão, já que não descrevem os modelos de serviços de urgências 
hospitalares. Desta forma os resultados abaixo se referem a artigos encontrados nos 
diversos departamentos ministeriais de cada país além de manuais institucionais. 
 
Experiências e modelos de serviços de emergência do Canadá 
Referencias bibliográficas consultadas: 
 The future of emergency medicine in Canada: submission from CAEP to the 
Romanow Commission. Part 1 and 2 Canadian Association of Emergency 
Physicians Working Group on the Future of Emergency Medicine in Canada, 
2002. 
 Health Systems in Transition, Canada. European Observatory on Health System 
and Policies, 2005. 
 Commission on the Future of Health Care in Canada, 2002. 
 Waits for Emergency Department Care, Canadian Association of Emergency 
Physicians, 2012 
 
 
10 
O Canadá tem um sistema de saúde altamente descentralizado, com um 
modelo misto dos serviços de saúde pública e privada. As províncias têm jurisdição 
sobre a administração e a prestação de saúde pública. A remuneração dos médicos e 
taxas são negociadas com os governos provinciais. As unidades de saúde e 
organizações são credenciados, de forma voluntária através de uma organização não 
governamental. A maioria dos prestadores de serviços de saúde, incluindo médicos, 
enfermeiros, dentistas, quiropráticos e psicólogos, são contratados como profissionais 
autônomos nos termos da legislação provincial. 
As 13 províncias e territórios variam consideravelmente em termos de 
financiamento, administração, modos de entrega e serviços de saúde pública. 
Embora as províncias (e territórios) sejam os principais responsáveis pelos 
serviços de saúde, o governo federal tem jurisdição sobre prescrição de 
medicamentos, regulação e de segurança, bem como para o financiamento e 
administração de uma gama de benefícios e serviços de saúde para a população 
indígena (aborígenes) que não são incluídos em programas de saúde segurados 
provinciais e territoriais, bem como os serviços de saúde para os membros das forças 
armadas canadenses, policia montada canadense, veteranos e presos nas 
penitenciárias federais. 
Além disso, o governo federal também tem responsabilidades importantes nos 
domínios da saúde pública, pesquisa e coleta de dados em saúde. Através do uso do 
poder de compra na forma de transferências fiscais para as províncias e territórios, o 
governo federal mantém e reforça as dimensões nacionais dos hospitais e médicos, 
conforme definido nos termos da Lei da Saúde do Canadá de segurados. 
A principal fonte de financiamento de serviços de saúde é a tributação 
provincial, governos territoriais e federais, cerca de 70% do total das despesas. O 
restante vem de pacientes individuais na forma de pagamentos extras e seguro 
privado de saúde. 
 
11 
O serviço de atendimento pré-hospitalar é de responsabilidade de cada 
territórioou província. Normalmente o governo da província ou território é 
responsável pelas normas técnicas, legislação e fiscalização das diversas operadoras de 
serviço pré-hospitalar que podem ser do hospital, empresas privadas ou do município. 
O serviço pode ser do próprio município ou de outro serviço municipal como o corpo 
de bombeiros, e também pode se contratar essa responsabilidade de empresa 
particular. 
O Canadá tem o território bastante extenso, sendo de extrema importância o 
uso de helicópteros e aviões. Este serviço pode ser contratado de empresas 
particulares. 
O número de acionamento do serviço de emergência é o 911, estabelecido em 
todo território dos EUA e Canadá. 
 
Profissionais 
O serviço de atendimento pré-hospitalar trabalha exclusivamente com atuação 
de paramédicos. Algumas províncias são atendidas por paramédicos com qualificação 
para procedimentos avançados enquanto outras não possuem este tipo de 
profissional. Algumas províncias estão implantando o serviço de paramédicos com 
melhor qualificação. Parte do avanço no atendimento na melhora e aumento de 
capacitação dos paramédicos vem sendo aplicadas devido a demanda da população, 
aceitação por parte da classe médica e a estudos e resultados de ensaios clínicos. 
A formação do paramédico tem 3 categorias distintas de acordo com nível de 
conhecimento aplicado. São divididos em Primário, Avançado e Cuidados Críticos. 
Os paramédicos são certificados para administrarem medicamentos e 
executarem procedimentos, sob licença e supervisão médica à distância. O Ministério 
da Saúde estabelece um padrão mínimo de medicamentos que os paramédicos estão 
autorizados a fazer, porém os hospitais de base de supervisão podem acrescentar 
 
12 
medicamentos, assim como o padrão depende de acordo com o escopo da formação 
do paramédico. 
Classificação dos paramédicos: 
Paramédico de cuidados primários: aproximadamente 670 horas de 
treinamento. Nível de entrada de paramédicos. Possui treinamento para executar 
alguns procedimentos básicos (desfibrilação externa semi-automática, imobilização de 
fraturas e coluna, interpretação de eletrocardiograma de 12 derivações, dependendo 
da área onde atua) e administração de alguns medicamentos (epinefrina, anti-
histaminico, salbutamol, etc). Pode receber treinamento para alguns procedimentos 
invasivos dependendo da província onde exerce o trabalho. 
Paramédico de cuidados avançados: aproximadamente 1.220 horas de 
treinamento teórico e prático. Nível de profissional que está em alta demanda, mas 
nem todas as províncias possuem. Tem treinamento e capacitação para executar 
alguns procedimentos invasivos como a intubação orotraqueal, punção venosa, 
toracotomia por punção, administração de 20 medicamentos ou mais, dependendo da 
província, interpretação de ECG de 12 derivações, cardioversão química e avalições 
obstétricas. Algumas províncias tem o paramédico de cuidados avançados 
administrando fibrinolíticos em ambiente pré-hospitalar. 
Paramédico de cuidados intensivos: normalmente são profissionais que não 
atendem a chamado pelo 911, com exceção aos que atuam em pré-hospitalar aéreo 
(helicóptero). Em sua maioria atuam em ambulâncias UTI realizando o transporte de 
pacientes graves de uma unidade menor para uma unidade com maior capacidade de 
resolução. Muitas vezes atuam em parceria com enfermeiros ou fisioterapeutas 
durante o transporte. A utilização deste profissional evita que o hospital fique sem a 
força de trabalho de profissionais altamente treinados em seu quadro. Na prática são 
profissionais altamente treinados em equipamentos e situações de pacientes já 
estabilizados, não tendo experiência em atendimento inicial, como por exemplo 
 
13 
punção venosa periférica, contudo tem vasta experiência em manuseio de 
equipamentos de terapia intensiva. 
 
Os paramédicos e o serviço de ambulância no Canadá não estão mencionados 
na Lei de Saúde e não são, portanto um serviço coberto pelo seguro do indivíduo. 
Províncias podem optar por subsidiar parte do custo, normalmente apenas para 
pacientes que possuem o cartão de saúde provincial validado. O seguro saúde no 
Canadá é universal e de financiamento público, portanto de alguma maneira o serviço 
da ambulância é coberto. O grau de cobertura é variável de acordo com cada 
província, e pode ser complementado por uma das taxas parciais do serviço ou a partir 
de arrecadação de impostos de propriedade dos municípios locais que operam tais 
serviços. Quando o individuo paga pelo serviço, por exemplo, foi atendido pelo serviço 
fora de sua província, ele pode solicitar reembolso ao governo. Em algumas províncias 
existem taxas de uso de medicamentos que podem ser cobradas do individuo se se 
caracteriza uso indevido do serviço. Isto é estimulado para evitar uso abusivo do 
serviço de ambulância. 
Em abril de 2001 foi instituída pelo governo Canadense uma comissão 
intitulada Comissão sobre o futuro da Saúde no Canadá, com objetivo de investigar e 
empreender diálogo com os canadenses sobre o futuro do sistema de saúde pública no 
país e desenvolver recomendações para garantir a sustentabilidade em longo prazo, 
qualidade, universalidade e acessibilidade ao sistema de saúde para toda população. 
A Associação Canadense de Médicos de Emergência (CAEP) reconheceu a 
obrigação de tornar este diálogo público, para comunicar o estado atual da medicina 
de emergência, e para identificar os componentes necessários para alcançar a 
excelência no atendimento de emergência. 
 Ao longo dos anos, diversos hospitais foram fechados e leitos hospitalares 
diminuíram. A atenção aos cuidados dos pacientes agudos foi reduzida e as filas de 
espera por tratamento de especialistas e a falta de acesso ao hospital contribuíram 
para uma crise na área da saúde canadense. Houve um aumento significativo na 
 
14 
procura por tratamento em departamentos de emergência, causando lotação nestes 
setores hospitalares e falta de recursos. Departamentos de emergência superlotados, 
equipes desmotivadas, pacientes se deteriorando nos corredores hospitalares e 
médicos procurando outras especialidades. 
Após uma vasta avaliação da situação que se passava na saúde, especialmente 
nos departamentos de emergência, a Associação Canadense de Médicos da 
emergência (CAEP) e a Associação Nacional de Enfermeiros em Emergência propôs 
uma série de soluções. Os departamentos de emergência introduziram programas para 
pacientes com graves infecções e problemas sanguíneos. Expandiram técnicas de 
sedação para que procedimentos mais complexos fossem executados nos 
departamentos de emergência, não sendo necessário ocupar salas cirúrgicas. 
Desenvolveram unidades de curta permanência e diagnóstico e tratamento de 
problemas respiratórios (asma), overdose e emergência cardíacas. Todas estas ações 
diminuíram a necessidade de internação. Esses tipos de programas devem ser 
desenvolvidos e apresentam tendência ao crescimento. 
Ficou instituído que os departamentos de emergência atuem segundo regras, 
hábitos e sistemas para aumentar sua eficiência e desenvolver soluções ao invés de 
aguardarem soluções externas. Cuidar de mais pacientes no sistema significa uma 
estratégia organizada, encontrar caminhos de racionalização, eliminar redundâncias, 
expandir papéis da enfermagem, utilizar manobras como testes rápidos e aumentar as 
unidades de rápida permanência. 
 
Recomendações 
 
Os profissionais dos departamentos de emergência devem ter um local para 
trabalhar com macas disponíveis para tratar os pacientes. 
Os departamentos de emergência devem trabalhar com sistemas de 
informações que capturem dados demográficos dos pacientes, níveis de acuidade na 
triagem, apresentando queixas e diagnósticos. Eles devem oferecer os dados críticos 
do processo, incluindo tempos de espera para atendimento por enfermeiros e 
 
15 
médicos, bem como atrasos desde aadmissão até a transferência para unidade de 
internação. Devem gerar taxas de internação e utilização de recursos estratificados por 
profissional, e devem ser capazes de gerar relatórios para monitorar o desempenho do 
departamento. A medicina de emergência precisa de pesquisa especialmente na 
prestação de cuidados na emergência. 
 
Departamentos de emergência na zona rural 
 
Dada a sua composição geográfica, o Canadá enfrenta desafios únicos na 
distribuição de saúde à população. 
 Segundo a Sociedade de Médicos de Área Rural a geografia é um determinante 
para a saúde. Dados sobre as disparidades em saúde confirmam esta visão – a 
geografia é de fato um determinante de saúde. População das comunidades rurais e 
remotas tem um status de saúde menor que a população de áreas urbanas. O acesso à 
saúde pode ser um problema, não devido à distância, mas devido à luta que estas 
comunidades têm em atrair e manter profissionais de saúde, enfermeiros e médicos. 
Os departamentos de emergência em zona rural atendem aproximadamente 
30% da população canadense. É um componente vital para a vida destes cidadãos. 
Metade de todos os atendimentos de emergência no Canadá é realizado em 
departamentos de emergência em zona rural, (população menor que 15 mil 
habitantes) ou pequeno-urbana (população menor que 100 mil habitantes). Uma taxa 
de 70% dos casos de morte por trauma é ocorrida nestas áreas. A taxa de mortalidade 
de uma dada lesão traumática em zona rural é aproximadamente duas vezes maior 
que uma ferida semelhante em zona urbana. Um fato deve ser levado em 
consideração é que muitos canadenses morrem por causas cumulativas por efeito do 
clima, geografia e distância para os cuidados definitivos. Algumas mortes ocorrem 
devido à falta de perícia médica. Nos EUA dados mostram que 15% a 20% das mortes 
em zona rural são evitáveis, e que muitos destes pacientes morrem devido à falta de 
aderência aos protocolos de ressuscitação. 
 
16 
O departamento de emergência em zona rural tem geralmente recursos 
humanos e tecnológicos insuficientes para tratar de doenças agudas ou traumas. 
Enfermeiros não são treinados em reanimação e os departamentos muitas vezes não 
possuem recursos de diagnósticos e equipamentos padronizados. Estas áreas 
dependem fortemente do médico da família. No Canadá aproximadamente 6.000 
médicos praticam emergência, porém somente 1.000 são certificados como médicos 
especialistas em emergência. Os médicos da família não são adequadamente treinados 
em medicina de emergência. Na maioria das jurisdições no Canadá não há medicina de 
emergência. Além disso, em uma série de estudos revelaram que médicos graduados 
em medicina da família não se sentem confortáveis em ambiente de departamento de 
emergência. 
Dado o volume relativamente reduzido de pacientes criticamente enfermos, é 
extremamente difícil para médicos de famílias rurais manterem a competência no 
atendimento a emergência e desenvolver as habilidades de ressuscitação. 
Há dificuldades também quanto ao acesso de pacientes na rede secundária e 
terciária. Apesar de existirem muitos recursos modernos de comunicação, muitos 
médicos da família contam apenas com telefones para comunicação com os grandes 
centros. A capacidade dos grandes centros e grandes hospitais em ajudarem as zonas 
rurais é ameaçada pela falta de leitos e de especialistas. Os transportes inter-
hospitalares muitas vezes revelam-se pesadelos históricos. 
 
Recomendações para Medicina Rural 
 
Criação de iniciativas para recrutamento e retenção de profissionais nas zonas 
rurais devem ser agressivas. 
Os profissionais que atuam em zonas rurais devem ser apoiados por meio de 
melhoria na formação inicial e contínua. 
Instalação de equipamentos, recursos de diagnósticos e comunicação devem 
ser padronizadas e melhoradas para enfrentar os desafios únicos do ambiente rural. 
 
17 
Capacidade de transporte deve ser melhorado. O programa Alberta Shock 
Trauma Air Rescue Society (STARS) é modelo que deve ser expandido a nível nacional. 
Novos modelos regionalizados de atendimento a emergência devem ser 
estudados e desenvolvidos. 
As recomendações para gestão da área rural, remota e isolada deve ser 
instituída no Canadá e implantada a nível nacional. 
 
Cuidados em emergência pediátrica 
 
O atendimento às crianças em situações de emergência é uma área 
significativamente com poucos recursos. A maioria dos atendimentos é realizada por 
profissionais generalistas, médicos da família, pediatras e especialistas em medicina de 
emergência em departamentos não terciários de atendimento a emergência. Em 
centros de ensino o cuidado à criança é realizado por médicos de emergência 
pediátrica em parceria com pediatras subespecializados. Como resultado, o nível de 
atendimento de emergência para crianças é extremamente variável em todo o país. 
 
Recomendações no atendimento a emergências pediátricas 
 
Aumentar o financiamento para formação de médicos pediatras em 
emergência. 
Acesso mais fácil de educação, reciclagem e aprendizagem via internet. 
Escala de triagem canadense deve ser implantada em todo o território. 
Padrões mínimos de atendimento devem ser implantados em todos os serviços. 
 
Tempos de espera nos departamentos de emergência do Canadá 
 
Os canadenses fazem perto de 16 milhões de consultas nos serviços de 
emergência a cada ano, e mais de 1 milhão resultam em internação hospitalar. 
 
18 
A espera pelo tratamento é iniciada antes que as pessoas cheguem ao 
departamento de emergência e pode persistir quando eles estão sendo atendidos 
dentro da estrutura hospitalar. Estas longas esperas podem ser mais do que um 
inconveniente para os pacientes, podem ter efeitos adversos sobre os resultados. 
Pacientes esperam por um longo tempo nos departamentos de emergência, podem 
sofrer atrasos no tratamento da dor, podem expressar maior insatisfação e sair sem 
receberem tratamento. Do ponto de vista do sistema, o fluxo dos pacientes através do 
departamento de emergência também é um desafio. 
A espera nas emergências canadenses são mais longas do que em outros 
países. Uma comparação internacional em 11 países revelou que o Canadá tinha não 
só o maior percentual de pessoas com pelo menos uma visita ao departamento de 
emergência nos últimos dois anos (44%, 14 pontos percentuais a mais do que a 
média), mas também o maior percentual de espera para quatro horas ou mais, antes 
de ser tratado (31%, 19 pontos percentuais a mais do que a média). 
O uso adequado dos serviços de emergência por pacientes com condições 
crônicas tem recebido especial atenção uma vez que são responsáveis por grande 
parte dos atendimentos. Muitas das complicações associadas a condições crônicas, 
como insuficiência cardíaca congestiva obstrutiva crônica, doença pulmonar, etc, 
podem ser evitadas ou retardadas devido o atendimento em rede básica. Por esta 
razão a rede ambulatorial é de importância essencial na vida destes pacientes. 
Nos últimos anos, toda a jurisdição em todo o Canadá tem trabalhado para 
reduzir os tempos de espera nos departamentos de emergência. 
 
Existem muitas histórias de sucesso. Aqui estão alguns exemplos: 
 
Em Ontario a estratégia para diminuir o tempo de permanência nos 
departamentos de emergência foi implantada em 2008, e incluiu metas de 
desempenho claras e incentivos financeiros foram estipulados para hospitais que 
cumprissem estas metas. 
 
19 
Em maio de 2012, o tempo médio de espera nos departamentos de emergência 
tinha melhorado em até 14% a partir da linha de base de 2008, com 86% dos 
atendimentos ocorrendo dentro do tempo definido. 
Pagamento por desempenho existe para os hospitais que atingem metas de 
eficiência ou de médicos cujos pacientes atinjam metas de resultados de saúde. Esses 
incentivos vêm na forma de prémios de qualidade, tabelas de honorários de 
desempenho ou aumento de taxas dereembolso. 
Em 2007, Vancouver Coastal Health lançou um pagamento por modelo de 
desempenho que recompensou hospitais por cumprir as metas de tempo de 
permanência. Entre 2007 e 2008, as melhorias foram alcançadas em um número 
considerável de departamentos de emergência, variando de 13% a 24% de sucesso na 
diminuição de tempo de permanência. 
Em Nova Escócia, o programa de treinamento para paramédicos foi 
implementado envolvendo equipes de suporte avançado de vida. 
Os paramédicos foram treinados para atender as necessidades dos pacientes 
moradores em lar de idosos. 
Um paramédico permanecia de plantão sete dias por semana, apoiado pelo 
Serviço de Emergência de Saúde (EHS) sob uma supervisão médica. Após 67 semanas, 
961 chamadas foram registradas provenientes dos lares de idosos. Destes, 74% foram 
tratados no local, 23% tiveram transporte providenciado para minimizar o tempo de 
espera, e apenas 3% realizaram transferência imediata (casos urgentes). 
O sucesso do programa levou à criação de um quadro e avaliação para estender 
o programa. 
 
O Conselho de Qualidade em Saúde em Saskatchewan desenvolveu um modelo 
de simulação computacional que examinou uma reformulação de layout para 
departamentos de emergência. Este modelo investigou o impacto de uma área 
especial do departamento de emergência para pacientes menos críticos. Melhorias 
significativas foram observadas no tempo típico de pacientes chegando ao 
departamento de emergência para avaliação do médico e na porcentagem de 
 
20 
pacientes que deixaram o departamento de emergência antes de ser avaliado por um 
médico. A satisfação dos pacientes e profissionais também aumentou. 
Os Serviços de Saúde de Alberta realizaram um projeto de tratamento de 
emergência domiciliar para idosos, iniciado em 2010. Com locais pilotos em Edmonton, 
Calgary e Red Deer, o programa foi destinado a reduzir o número de atendimentos em 
emergências e internações hospitalares desnecessárias por idosos (que representavam 
até 20% de todas as visitas ao departamento de emergência). 
Idosos foram avaliados nos departamentos de emergência e tratados por uma 
equipe de emergência e atendimento domiciliar, junto com um coordenador de 
cuidados, e tiveram alta em segurança aos cuidados do lar e ou comunidade. Dentro 
de um ano de aplicação, 17% dos idosos estavam ligados aos programas de assistência 
domiciliar em sua comunidade para gerenciar melhor suas necessidades de saúde, e 
foram observadas reduções significativas em suas admissões agudas (até 50% em Red 
Deer, por exemplo), permitindo assim diminuição do número de pessoas a serem 
atendidas nos departamentos de emergência. 
Devido ao seu sucesso, a iniciativa foi ampliada para outras áreas (Fort 
McMurray, Ponoka, Wetaskiwin, Grande Prairie, e Medicine Hat, assim como outros 
locais em Edmonton) em outono de 2011. 
 
 
Experiências e modelos de serviços de emergência da Austrália 
 Health Systems in Transition, Australia, European Observatory on Health 
System and Policies, 2006 
 Emergency Medicine in Rural Australia, Rural Doctors Association of Australia 
Canberra October 2007 
 Emergency Department Models of Care, Ministry of Health, 2012 
 
O governo australiano tem um papel importante na formulação de políticas 
nacionais, mas geralmente financia, e não fornece os serviços de saúde. Os recursos do 
governo federal se aplicam ao regime nacional de seguro de saúde, o Medicare 
(anteriormente uma autoridade legal e agora um órgão do governo), benefícios 
farmacêuticos, fundos de hospitais públicos e programas de saúde da população (com 
 
21 
os estados / territórios); regulamenta grande parte do sistema de saúde, incluindo os 
seguros privados de saúde, produtos farmacêuticos e serviços médicos; e tem como 
principal financiamento e responsabilidade de regulamentação para serviços de 
cuidados residencial subsidiados pelo governo. 
Nos termos do Acordo Nacional de Reforma de Saúde, aprovado pelo Conselho 
de Governo da Austrália, em 2011, o papel do governo australiano foi reforçado em 
relação ao financiamento e governança de hospitais públicos e de cuidados primários. 
Os oito estados e territórios (por meio de seus departamentos de saúde) são 
autônomos na administração dos serviços de saúde sujeitos a acordos 
intergovernamentais e de financiamento. Eles são responsáveis por administrar os 
hospitais públicos e regular todos os hospitais e serviços de saúde comunitários. 
A Austrália passou 9,1% do seu PIB para cuidados em saúde em 2009. 
Medicare é financiado principalmente a partir de receitas fiscais em geral, 
incluindo os bens e serviços fiscais; das taxas de pacientes e outras fontes privadas; e 
de uma taxa de 1,5% sobre o lucro tributável, embora alguns indivíduos de baixa renda 
são isentos ou pagam uma taxa reduzida. Indivíduos e famílias em 2011-2012 com 
rendimentos mais elevados (AUS $ 80.000 e AUS $ 160,000 [ EUA $ 65.103 e 130.205 
dólares ] por ano, respectivamente) que não tivessem um seguro de hospital privado 
deveriam pagar uma sobretaxa de imposto Medicare, que é um 1% adicional sobre a 
renda tributável. 
 Medicare define o nível de reembolso, mas os médicos são livres de fixar os 
seus honorários. Os pacientes são reembolsados pelo Medicare. Para o exercício de 
2009-2010, o financiamento do governo australiano totalizou 69.9% do total em 
despesas com saúde, 43,6% pelo governo australiano e 26,3% pelos 
estados/territórios. Em 2007-2008, as receitas obtidas da imposição Medicare 
(incluindo o custo adicional) ascenderam a 18% das despesas de saúde total do 
governo federal. 
 
Serviços de emergência Austrália 
 
22 
Os Departamentos de Emergência na Austrália estão sob crescente pressão 
devido à alta demanda a falta de leitos disponíveis para internação. Esta falta de 
recursos disponíveis para atender as emergências está levando a uma aglomeração e 
bloqueando o acesso, resultando em prolongada espera por um leito hospitalar. 
Enquanto estão sendo feitos esforços no sentido de resolver esta questão, 
incluindo melhoria no aumento de leitos e do desenvolvimento de programas de 
prevenção, os Departamentos de Emergência devem continuar a melhorar a sua 
eficiência operacional. 
Uma forma de atender à demanda dos atendimentos de emergência é otimizar 
a capacidade de leitos hospitalares. 
O alvo de Departamento de Saúde Nacional quanto ao acesso à emergência 
visa melhorar o atendimento, reduzindo resultados negativos. Esta meta requer que os 
pacientes admitidos no departamento de emergência, sejam encaminhados para 
tratamento em uma unidade de internação, ou recebendo alta hospitalar dentro de 
quatro horas. 
 
As limitações dos processos no departamento de emergência incluem: 
 Quando processos de admissão não são simplificados, como por 
exemplo: a chegada do paciente na triagem, o registro, alocação em 
leito, avaliação feita por médico ou enfermeira, o paciente pode esperar 
longos períodos de espera entre cada um destes processos. 
 Quando um paciente é avaliado por um médico mais experiente só 
depois de ter sido atendido por um médico considerado júnior, leva a 
atrasos nas tomadas de decisão e início do tratamento. 
 Quando o paciente é acomodado em leito (cama) independente de sua 
condição na chegada ao departamento, isso pode levar a uso ineficiente 
de leitos hospitalares. 
 Quando há falta de leitos disponíveis no hospital, resultando em 
aglomeração no departamento de emergência com pacientes sem 
tratamento adequado ou sem espaço para os pacientes serem 
 
23 
atendidos. Tem-se como resultado o fato de pacientes serem atendidos 
fora do espaço clínico adequado. 
 Quando os processos de alta hospitalar não são simplificados resultam 
em atraso na liberação de leitos, portanto novos pacientes ficam 
aguardando para serem admitidos no departamento de emergência. 
 
Em 2006 como parte do programa de Redesenhode Serviços Clínicos para o 
Departamento de Saúde Nacional, um modelo de cuidados em emergência foi criado. 
Os modelos têm como objetivo proporcionar um fluxo ideal dos pacientes no 
departamento de emergência. Desde a publicação, tem havido aceitação generalizada 
destes modelos, embora de formas diferentes. Com crescentes pressões da carga de 
trabalho nos departamentos de emergência o Ministério da Saúde realizou uma 
revisão em 2011 para examinar a eficácia dos modelos existentes, e descobriu novos 
modelos. O objetivo desta revisão foi a construção de um conjunto padronizado de 
modelos de cuidado fornecendo acesso, qualidade e segurança ao paciente. 
O principio fundamental é que somente pacientes que necessitem de cuidados 
especializados que um departamento de emergência possa oferecer sejam atendidos 
neste local. Os pacientes que não requerem avaliação médica ou ressuscitação, mas 
exigem internação hospitalar, não sejam admitidos pelo Departamento de Emergência. 
O modelo descrito como ideal para pacientes em uma unidade de emergência 
destaca alguns conceitos básicos, levando em consideração o fluxo do paciente: 
- atender o paciente certo no local certo apoiado pelos recursos adequados, 
garantindo o fluxo dentro do setor de emergência; 
- avaliação precoce e um corredor para o modelo de cuidado apropriado no 
departamento de emergência e fora dele; 
- designar um especialista para avaliação e triagem dos pacientes; 
- uma abordagem em equipe do paciente; 
- garantir que as tarefas sejam executadas de forma mais eficiente minimizando 
duplicação de trabalho; 
 
24 
- coordenar a assistência entre especialistas e serviços de diagnóstico além de 
cuidados pós-alta; 
- implantar medidas de monitoramento e avaliação; 
- adesão aos modelos de atenção ao paciente. 
 
O modelo de cuidado propõe uma série de medidas separando por setores de 
atendimento no departamento de emergência, como: 
- triagem e registro; 
- reanimação e trauma; 
- cuidados complexos agudos, não ambulatoriais e alto risco; 
- avaliação precoce sênior e corredor de atendimento para o modelo de cuidado 
adequado; 
- cuidados para pacientes com menor gravidade, não ambulatoriais; 
- cuidados para pacientes não complexos, ambulatoriais; 
- unidades médicas de curta permanência e unidades de avaliação cirúrgica. 
 
Atendimento em áreas remotas 
A Austrália tem um território extenso e com populações em áreas distantes de 
grandes centros urbanos. 
Populações não metropolitanas apresentam taxas mais elevadas de morbidade 
e mortalidade. Estudos comprovaram que o transporte de um paciente traumatizado 
ao centro de trauma reduz índice de mortalidade e morbidade. No entanto nem 
sempre é possível este transporte em zonas rurais e afastadas de grandes centros. A 
“regra de ouro” no tratamento inicial do traumatizado, nem sempre é cumprida 
dentro desta situação, elevando o tempo de tratamento em mais que 60 minutos. 
Nestas situações o acesso ao cuidado de emergência é ministrado por médicos locais 
treinados em atendimento a emergência. 
Apesar de alguns defenderem o modelo ‘scoop and run’ (pegar e correr) no 
atendimento pré-hospitalar, para um centro de trauma, há de se avaliar que em áreas 
 
25 
rurais e remotas o atraso no transporte para realizar a ressuscitação adequada é 
essencial aumentando, assim, as chances de sobrevida. 
O Departamento de Saúde e Envelhecimento (DOHA) financiou em 2006 a 
Associação de Médicos Rurais da Austrália (RDAA) e o Colégio Australiano de Medicina 
Rural e Remota (ACRRM) um projeto para organizar o terceiro de uma série de 
simpósios nacionais. As apresentações de especialistas levaram para o trabalho em 
grupo onde todos os indivíduos envolvidos criaram um conjunto de dados que 
sintetizou um relatório resumido. Este material foi sintetizado em uma apresentação 
na Conferência Nacional de Saúde Rural e posteriormente, em um relatório de síntese 
para DOHA. 
Uma análise desses documentos e as apresentações de especialistas do 
simpósio identificou cinco áreas principais que devem ser analisadas e tratadas para as 
pessoas que vivem, trabalham e viajam em áreas rurais e remotas na Austrália e 
necessitam ter acesso a cuidados de emergência de qualidade. 
Estas áreas prioritárias são: abordagens de equipe, capacidade de locais, 
modelos adequados, financiamento e política. 
Além disso, o documento identifica problemas da força de trabalho e de 
formação relacionadas com as prioridades e faz as seguintes recomendações para 
atendê-los: 
Recomendação 1: financiamento para treinamento e desenvolvimento multidisciplinar 
aos profissionais que atendem as emergências nesses locais. 
Recomendação 2: o acesso a saúde rural deve ter padrões mínimos, incluindo 
cuidados de emergência, desenvolvidos para as comunidades. 
Recomendação 3: os distritos devem desenvolver serviço de emergência integrado a 
redes baseadas em prestação de cuidados de saúde local, complementada, quando 
necessário, por sistemas regionais e metropolitanas. 
 
26 
Recomendação 4: currículo integrado, contendo habilidades em atendimento à 
emergência projetado para a equipe local, desenvolvido pelas sociedades de classe 
médica e de enfermagem a aliados a faculdades de saúde. 
Recomendação 5: os itens relevantes para o atendimento a emergência rural devem 
ser ajustados para refletir os custos reais do cuidado e atender a melhores práticas. 
Recomendação 6: governo e organizações devem desenvolver uma estrutura nacional 
para os sistemas de gestão de emergência, incluindo formação básica, infra estrutura, 
comunicação e equipamentos que permitam uma aplicação flexível em um nível 
regional. 
A centralização de serviços de emergência deve estar disponível em todos os 
níveis de assistência para toda população rural em todos as localidades. 
Os serviços de emergência devem estar disponíveis para fornecer uma resposta 
o mais rapidamente possível. As comunidades rurais tem o direito ao melhores 
resultados relacionados ao tratamento, pois sem o acesso ao cuidado a mortalidade é 
multiplicada. 
 
Características de um fluxo ideal de departamento de emergência: 
 
As características de fluxo ideal dentro de um departamento de emergência fazem 
parte de uma abordagem centrada no paciente e gestão dos grupos de pacientes. Elas 
são destinadas a: 
 Reduzir os atrasos na avaliação do paciente ao inicio da avaliação médica 
sênior, rastreamento rápido e início do tratamento clínico; 
 Proporcionar o acesso ao tratamento o mais rápido através de: 
o Abordagem de uma equipe coordenada para assistência ao paciente; 
o Eliminar duplicação de processos; 
o Reduzir os períodos de espera não produtivos; 
 
27 
o Reduzir tempo total gasto no departamento de emergência; 
o Cuidados na padronização de protocolos para reduzir variações no 
atendimento, como por exemplo, dor no peito; 
o Fornecer múltiplas opções de modelo de cuidado para avaliar e tratar os 
pacientes; 
o Realinhar funções e recursos humanos para estabelecer modelos de 
cuidado; 
o Usar camas designadas para os pacientes que necessitam de um maior 
período de avaliação, investigação ou observação, antes de ser 
designado para outro setor ou alta para casa; 
o Assegurar que pacientes com lesões ou doenças menos graves tratadas 
sejam dispensados de forma eficiente. 
o Fornecer locais fora do departamento de emergência para pacientes 
que necessitam apenas de uma internação de curta duração; 
o Promoção de todo recurso hospitalar para apoiar o fluxo do paciente do 
departamento de emergência para as unidades de internação e retorno 
para a comunidade; 
o Melhorar a experiência vivida pelos pacientes durante o atendimento 
na emergência. 
 
Existem muitos pacientes que se apresentam em situações agudas, porém não 
necessitam de cuidados em departamento de emergência e podem ser beneficiados se 
forem encaminhados diretos a um serviçoalternativo, serviço especializado ou algum 
modelo de atenção. Estas referências podem ser feitas diretamente na triagem sob 
diretrizes apropriadas. 
 
Exemplos de grupo de pacientes e destinos de referência. 
■ Saúde Mental; 
■ Dental; 
■ Agressão sexual sem lesões; 
 
28 
■ Avaliação de gravidez precoce; 
■ Os cuidados paliativos; 
■ Avaliação de cuidados a idosos e reabilitação; 
■ Retorno para reavaliação de fratura. 
 
O modelo em questão propõe diretrizes com protocolos e tempos definidos 
para o atendimento dos pacientes, nos diversos setores do departamento de 
emergência desde a entrada do paciente até a definição de diagnóstico tratamento e 
encaminhamento para outra unidade de atenção ou retorno a comunidade. 
 
Triagem e registro 
 
 Triagem e registro simples para facilitar o acesso do paciente e não criar 
barreiras no atendimento mais profundo pelo médico. 
 Apenas as funções essenciais devem ocorrer na triagem para se encaminhar o 
paciente ao setor de avaliação e tratamento mais adequado o mais rápido possível 
sem perder tempo. O registro completo deve ser realizado à beira leito durante a 
avaliação clínica. O tempo gasto na triagem não deve exceder 5 minutos. Quanto mais 
breve o atendimento na triagem melhor para os pacientes que estão aguardando para 
serem avaliados e também reduz a carga de trabalho para a equipe e limita avaliações 
redundantes. 
 
Principais características de uma triagem organizada 
 Registro realizado por profissionais administrativos; 
 Triagem rápida, não excedendo 5 minutos; 
 Não realizar intervenções nos pacientes no setor de triagem, exceto 
primeiros socorros; 
 Evitar duplicação de processos, tais como colher história clínica 
detalhada (isto será feito na avaliação clinica); 
 
29 
 Facilitar o fluxo para o próximo local de atendimento, não ocupando 
macas e camas desnecessariamente; 
 Adotar abordagem flexível para triagem com planos de contingente em 
períodos de alto pico de atendimento. 
 
Indicadores e Monitoramento da triagem 
 Hora de início e fim da triagem; 
 Número de ocasiões em que foi acionado o plano de contingência 
devido a aumento de demanda no atendimento; 
 Tempo de atendimento médico após a triagem; 
 Queixas e eventos adversos; 
 Feedback dos pacientes e funcionários. 
 
Enfermeira com iniciativas clínicas, sala de espera 
 
 Após o paciente ter sido atendido pela triagem ele aguardará seu 
encaminhamento ao setor de avaliação e tratamento. Neste intervalo uma enfermeira 
sênior se encarrega de gerenciar este fluxo. Suas prioridades são: 
 Gerenciar o tempo estimado para atendimento de cada paciente, 
dentro da referência de triagem para garantir que permaneçam 
clinicamente seguros; 
 Fornecer comunicação permanente com o paciente; 
 Fazer o diagnóstico e realizar o tratamento em especial para gestão da 
dor; 
 Somente profissionais treinados e capacitados podem exercer esta 
função dentro da unidade de emergência. 
 
 Ao se manter uma enfermeira no setor de espera do departamento de 
emergência após a triagem, faz com que haja um ambiente seguro no que diz respeito 
a tratamento clínico. 
 
30 
 Além de proporcionar segurança ao paciente, outras abordagens são realizadas 
pelo profissional em questão, como a comunicação com pacientes e cuidadores, 
prestando educação sobre os problemas de saúde. 
A reavaliação é continua durante a espera pelo atendimento clínico, iniciando 
quando necessário o tratamento e direcionando o paciente para o setor mais indicado, 
assim como unidades externas se assim for apropriado e recomendado. 
 
Indicadores e monitoramento da sala de espera 
 Controle da dor; 
 Tempo de espera para tratamento de acordo com a categoria da triagem; 
 Tempo de analgesia para pacientes triados; 
 Eventos adversos; 
 Incidente de queixas; 
 Adequação de diagnóstico e taxa desnecessária ou inadequada de exames de 
imagens e patológicos; 
 Feedback de funcionários. 
 
Setor de ressuscitação (incluindo trauma) 
 
 O modelo de cuidado na ressuscitação é um conjunto de diretrizes que 
descrevem o processo clínico e preparo da equipe mais adequada para ser usado na 
reanimação de pacientes inclusive em casos de trauma. 
 Um modelo de cuidado na ressuscitação coordena de forma estratégica a 
gestão dos pacientes na reanimação. Ele permite alocar adequadamente recursos para 
prestar cuidados com qualidade e minimizar interrupções no atendimento dos outros 
setores do departamento de emergência. 
 O principal motivo para ter implantando um modelo de cuidado para 
ressuscitação é fornecer: 
 Abordagem da equipe coordenada para gerenciar pacientes que 
necessitam de reanimação; 
 
31 
 Um processo estruturado para pacientes de reanimação; 
 Comunicação normalizada entre equipe pré-hospitalar e equipe 
hospitalar; 
 Tempos adequados de resposta dos exames diagnósticos; 
 Alocação de recursos humanos que irá permitir a tomada de decisão dos 
profissionais mais experientes. 
 
Principais características da sala de ressuscitação 
 Estabelecer uma equipe de reanimação e trauma, definindo os papéis e 
responsabilidades dos líderes; 
 Estabelecer uma conduta na formação dos profissionais quanto a 
conhecimento e habilidades necessárias a fim de alcançar resultados de 
desempenho desejável com respostas oportunas e decisões de alta qualidade 
reduzindo riscos de segurança do paciente; 
 Utilizar diretrizes clínicas para melhorar a tomada de decisões na gestão do 
trauma/reanimação; 
 Uniformizar o processo de comunicação com os membros da equipe desde o 
pré-hospitalar até a entrada do paciente no departamento de emergência. 
 
Planejamento 
 Formalizar procedimentos de reanimação e trauma; 
 Desenvolver um plano de contingência para atendimento a vários pacientes ao 
mesmo tempo, para que não haja impacto nos outros setores do departamento 
de emergência; 
 Alinhar as diversas especialidades do hospital para agilizar o atendimento dos 
pacientes na reanimação (cirurgia geral, unidade de terapia intensiva, etc); 
 Alinhar serviços de diagnósticos para agilizar o atendimento na sala de 
reanimação, como banco de sangue, laboratório, equipe de transporte, etc. 
 
 
32 
Indicadores e monitoramento da sala de reanimação 
 Tempo de espera para tratamento por categoria da triagem 
 Resultado dos pacientes reanimados 
 Monitoramento de processos de alocação de recursos hospitalares e de apoio; 
 Reuniões sobre mortalidade e morbidade; 
 Ativação do time de resposta ao atendimento do trauma. 
 
Cuidados aos agudos 
 
 O modelo de cuidados aos pacientes agudos compõe um conjunto de princípios 
e processos que visam iniciar, avaliar, executar e transferir o atendimento de pacientes 
em fase agudas potencialmente instáveis e complexas. Estes pacientes necessitam: 
 Monitorização cardíaca; 
 Observação contínua; 
 Intervenções especializadas; 
 Maior nível de cuidados; 
 Plano de gestão mais abrangente. 
 
Um modelo de cuidados para pacientes agudos é essencial em departamentos de 
emergência para: 
 Ter foco no tratamento de pacientes em fase aguda; 
 Proporcionar acesso em tempo hábil; 
 Promover avaliação inicial por médico sênior, permitindo investigação e 
tratamento rápido, reduzindo duplicidade de processos; 
 Melhorar o tempo resposta para diagnósticos e avaliação de especialista; 
 Padronizar os processos e resultados. 
 
Principais características do setor de cuidados do paciente agudo 
 Avaliação por um médico sênior; 
 
33 
 Adoção de abordagem pela equipe; 
 Acesso rápido aos setores de apoio; 
 Coordenação de atendimento utilizando protocolos clínicos bem 
definidos, exemplo dor torácica, sepse, etc. 
 Promover a cultura de rever os pacientes regularmente avaliando o 
progresso do cuidado; 
 Padronização de atendimento do diagnóstico a tratamento até a alta 
hospitalar; 
 Ambienteclínico padronizado para cada leito, ou seja, cada leito está 
configurado e abastecido com materiais padronizados e organizados 
igualmente. 
 
Indicadores e monitoramento 
 Tempo de espera para tratamento por categoria de triagem; 
 Proporção de pacientes atendidos por médico sênior; 
 Duração total de permanência; 
 Tempo para transferência de cuidados; 
 Tempo de consulta com especialista; 
 Tempo de transferência para outra unidade de tratamento; 
 Resultados do atendimento; 
 Queixas e incidentes relatados. 
 
 
 
Avaliação precoce sênior 
 
A avaliação precoce sênior é um modelo flexível de atendimento que pode entrar 
em vigor nas situações de pico de demanda. O modelo de cuidado é um processo de 
avaliação e tratamento que incide sobre a determinação de diagnóstico precoce e 
 
34 
plano do manejo clínico. O componente importante do modelo é a zona de fluxo 
contínua, embora as funções mais eficazes com três componentes principais são: 
 Triagem e registro; 
 Zona de transição, a tomada de decisão clínica precoce feita por um médico 
sênior deve ser realizada em menos que 10 minutos. O coordenador desta área 
é enfermeiro sendo parte fundamental no processo. Responsável por manter a 
supervisão geral e administração geral garantindo o fluxo dos pacientes. 
 Zona de tratamento precoce, área multifuncional e flexível que pode ser 
utilizada da seguinte forma: 
o Área clínica na qual o plano de manejo do paciente pode ser 
implementado e concluído em 2 horas; 
o Área clínica na qual o manejo do paciente pode ser iniciado antes de ser 
transferido para outra área de tratamento; 
o Local de espera no qual os pacientes aguardam definição de tratamento 
dependendo de resultados de exames. 
 
Este não é um modelo autônomo, ele exige a integração de sistemas internos 
do departamento de emergência. Esta integração inclui “Fast Track”, setor de 
subagudos, e setores externos como, por exemplo, unidades de avaliação cirúrgicas e 
centro de atendimento a emergência psiquiátrica. É essencial atribuir um médico 
sênior para decisões de avaliação precoce e disposição para permitir que todos os 
pacientes sejam avaliados de forma segura. O modelo foi concebido para ser flexível e 
atender às necessidades dos departamentos de emergência individuais e diferentes 
tipos de apresentações de pacientes. O fluxo deve ser direcional em sentido único de 
pacientes sem retornar para a sala de espera. 
 
Indicadores e monitoramento 
 Tempo de espera para o tratamento por categoria triagem; 
 Média de Tempo de Internação de acordo com as categorias de triagem; 
 Tempo de transferência do cuidado; 
 
35 
 Indicadores clínicos, tais como o tempo de analgesia e o tempo de antibióticos; 
 A satisfação do paciente e as queixas; 
 “Feedback” dos profissionais; 
 Ocasiões em que o modelo é ativado. 
 
Zona de tratamento precoce 
 
A Zona de Tratamento Precoce é uma área clínica multifuncional e flexível que 
pode ser utilizado como: 
 A área clínica, na qual o plano de gestão de paciente pode ser implementado e 
concluído com o paciente, então, lançado dentro de 2 horas; 
 A área clínica, no qual o plano de manejo do paciente pode ser iniciado antes 
de se mudar para outra área na ED, por exemplo, na área aguda; 
 Uma área de espera para os pacientes internos ainda necessitando de 
observação antes da alta transferência ou alta, que estão à espera de 
resultados de exames; 
 Esta área é utilizada também para que os profissionais do setor de internação 
realizem as avalições pré-internação, porém não devem ser utilizadas como 
substituição aos leitos de tratamento ou de outros setores do hospital, caso 
estes ainda não estejam disponíveis. 
 
O fluxo unidirecional proporciona aos pacientes poder completar o tratamento 
inicial em vez de voltar para sala de espera a fim de aguardar o inicio do tratamento. 
Este processo também faz que os pacientes sintam que estão progredindo dentro de 
seu tratamento e não estão recuando. 
Principais características da área de tratamento precoce: 
 O tempo total de permanência neste setor não deve exceder 2 horas, sendo 
que o paciente deve ser alocado em outro setor em seguida, ou unidade de 
internação ou alta hospitalar; 
 
36 
 Os pacientes que necessitam de cuidados intensivos de enfermagem não são 
alocados neste setor. 
 
Indicadores a monitoramento 
 Tempo de espera para o tratamento por categoria triagem; 
 Tempo de permanência; 
 Tempo de permanência superior a 2 horas; 
 Resultado e incidentes com pacientes; 
 Satisfação e queixas dos pacientes; 
 Feedback dos profissionais. 
 
Fast Track 
 
“Fast Track” é uma área do departamento de emergência para tratar de 
pacientes deambulantes não complexos (que tenham um único problema sistêmico), 
pacientes que podem ser dispensados dentro do período de 2 horas. 
Utilizam-se critérios de inclusão ou exclusão na zona “Fast Track” após primeira 
avaliação na triagem. 
As zonas “Fast Track” visam aumentar o rendimento nos departamento de 
emergência pois: 
 Aceleram o atendimento de pacientes ambulatoriais com queixas menos 
urgentes (Al Darrab et al,2006; Considine et al 2010) 
 Desviam o atendimento de pacientes que preenchem critérios clínicos 
específicos através de um fluxo separado no departamento de emergência 
(Leraci et al, 2008); 
 É uma área composta por equipe exclusiva e sênior de enfermagem e médica 
(al Considine et 2010); 
 A equipe profissional sênior trabalha para otimizar o desempenho do sistema 
Fast Track tendo a capacidade de tomar decisões de tratamento (al Considine 
et 2010); 
 
37 
 A prestação de cuidados para condições e lesões específicas são direcionadas 
para outros setores. 
 
Principais características do Fast Track 
 
 Agiliza o fluxo dos pacientes menos urgentes / não complexos; 
 Usa uma equipe exclusiva (Leraci 2008); 
 O horário de funcionamento devem refletir os períodos de alta demanda 
(Considine et al 2010) - em alguns departamentos de emergência, a demanda 
pode ser suficiente para “Fast Track” operar por 24 horas, sete dias por 
semana; 
 Iniciar o tratamento mais cedo; 
 Os critérios de inclusão e exclusão são rigorosos e apoiados por protocolos; 
 Protocolos clínicos que promovem o início precoce dos cuidados de 
enfermagem; 
 Acesso rápido a imagem e exames clínicos apropriados; 
 Os pacientes com um único problema sistêmico que podem ser dispensados 
em menos de 2 horas; 
 Fácil acesso ao ambulatório de especialidade e serviços de referência na 
comunidade. 
 
Indicadores e monitoramento 
 
 Tempo de espera para o tratamento por categoria triagem; 
 O tempo total de permanência no departamento de emergência, objetivo final 
de 2 horas no máximo de permanência; 
 Programar sistemas de monitoramento do tempo de permanência de cada 
paciente; 
 Retornos não planejados em menos de 48 horas; 
 
38 
 Reclamações dos pacientes; 
 “Feedback” dos profissionais. 
 
Subagudos 
 
Modelo subagudo de cuidados é uma área designada para pacientes: 
 Com baixa necessidade de cuidados de enfermagem, sem necessidade de 
monitorização cardíaca, que não são acomodados em camas. 
 Podem ser de alta complexidade (com múltiplas morbidades), que consomem 
muitos recursos e exigem várias investigações ou procedimentos e não foram 
elegíveis para “Fast Track” ou atendimento de urgência, e ou; 
 São pacientes não deambulantes e necessitam de cuidados em uma cama para 
seu tratamento. 
Nota: 
É essencial que uma atenção especial seja dada à seleção destes pacientes para 
o modelo subagudo, pois devem ser de baixo risco, com sinais vitais estáveis dentro 
dos parâmetros normais e não necessitem de monitoração cardíaca. 
O modelo de tratamento subagudo é usado para tratar pacientes estáveis que 
não exigem observação intensiva. No entanto, eles não são adequados para áreasde 
ambulatório. Estes pacientes podem ter problemas médicos complexos, mas não 
apresentam doença que ameaça a vida de forma aguda. 
O tempo de permanência destes pacientes são geralmente superiores a 2 
horas, portanto inadequados para o “Fast Track” ou cuidados urgentes, uma vez que 
causariam gargalos no atendimento e atrapalhariam o fluxo nestas áreas. . 
 
Indicadores e monitoramento 
 Tempo de espera para o tratamento por categoria triagem 
 Tempo de permanência máxima de 4 horas, alvo nacional de tempo de 
permanência em departamento de emergência; 
 Tempo médio de permanência; 
 
39 
 Transferência de setor para outros cuidados; 
 Queixas e incidentes dos pacientes; 
 “Feedback” da equipe profissional 
 
Modelo 2:1:1 
 
Este modelo 2:1:1, é um processo que divide o atendimento no departamento de 
emergência em 4 horas para os pacientes admitidos, em 3 prazos gerenciáveis : 
 Até 2 horas para completar uma avaliação no departamento de emergência e 
começar o plano do tratamento clínico; 
 Até 1 hora para obter a consulta da equipe especializada e / ou internar o 
paciente em leito; 
 Até 1 hora para transferir o paciente para um leito hospitalar, outro hospital ou 
alta para casa. 
 
Nota: Os prazos designados neste modelo são como guia e não foi concebido para 
ser taxa limitante. Se o doente estiver pronto para a etapa seguinte do processo, mais 
cedo, por exemplo, se estiver pronto para transferência a uma unidade de internação 
dentro de uma hora de permanência, deve ser transferido, não sendo necessário 
aguardar 4 horas. 
O Colégio Australiano de Medicina de Emergência fornece protocolos de cuidados, 
orientando sobre as responsabilidades no tratamento dos pacientes assim como 
transferências ou altas hospitalares. 
 
Indicadores e monitoramento 
 Alvo Nacional de 4 horas de permanência no departamento de emergência; 
 Tempo de permanência; 
 Resultados dos pacientes; 
 Eventos adversos e queixas dos pacientes; 
 Feedback da equipe de profissionais. 
 
40 
 
 
Unidades de curta permanência 
 
Estas unidades se referem a setores localizados ao lado do departamento de 
emergência, que tem sido desenvolvida para o cuidado em curto prazo de 
permanência dos pacientes que necessitam de observação, avaliação de especialistas e 
com diagnóstico com tempo de permanência hospitalar menor que 24 horas. 
 O departamento de emergência deve ter políticas e protocolos claramente 
definidos para a gestão dos leitos. Esta gestão é feita por médicos e enfermeiros. 
Este setor deve ter um médico 24 horas e ser unidade a parte do departamento 
de emergência. 
Os critérios para a admissão neste setor irão variar entre instituições, mas deve ser 
consistente com os seguintes princípios: 
 Deve haver um objetivo focado para o período de observação; 
 Deve direcionar os pacientes com o apoio de diagnóstico ideal, que podem ser 
dispensados dentro de um período de 4-24 horas; 
 A gestão dos processos de diagnóstico deve ser clara, para minimizar o risco 
clínico para os pacientes; 
 O tamanho de cada setor será definido de acordo com as práticas locais e 
estratégias de gestão. 
 
 
Experiências e modelos de serviços de emergência da Inglaterra 
 
 Health Systems in Transition, United Kingdon, European Observatory on Health 
System and Policies, 2011. 
 Ambulatory Emergency Care The Middlesbrough Experience, NHS Institute for 
Innovation and Improvement, 2011. 
 
 
41 
A saúde pública na Inglaterra é essencialmente responsabilidade do 
Departamento de Saúde. 
As responsabilidades do Ministério da Saúde são: 
• Programas de proteção da saúde (por exemplo, imunização, vigilância das doenças 
infecciosas); 
• Programas de melhoria da saúde (por exemplo, redução do tabagismo); 
• Redução das desigualdades de saúde. 
Além disso, a melhoria da qualidade do serviço de saúde tem sido sugerida 
como um elemento-chave na saúde pública (Hunter, Marks & Smith 2007) e isso 
também é uma responsabilidade do Departamento de Saúde. 
O Departamento de Saúde não presta serviços, mas funciona através do 
Ministério da Saúde. Autoridades locais e atualmente a Agência de Proteção a Saúde, 
assim como outros departamentos do governo, setores privados e voluntários, 
reconhecem que a educação, emprego, status econômico, transporte, meio ambiente 
e habitação têm um impacto direto na saúde pública. 
Os serviços de saúde continuam predominantemente com financiamento 
público: em 2008, cerca de 83% das despesas foram derivadas de fontes públicas. 
Houve uma diminuição das despesas públicas em percentagem do total das despesas 
de saúde entre 1980 e 2000, de 89,4% para 79,3%. No entanto, durante o período de 
2000, a despesa pública quase dobrou, enquanto a despesa privada aumentou pouco 
mais de 50%, resultando em uma mudança na proporção dos gastos totais de volta 
para o setor público. Isto resultou do desejo do Governo Trabalhista para trazer os 
gastos no Reino Unido, como proporção do PIB, o mais perto com a média europeia. 
Em 2002, o Ministro das Finanças anunciou planos para um aumento sustentado das 
despesas, com 7,4% de crescimento real anual no Reino Unido sobre os cinco anos 
para 2007-2008, e de 7,5% na Inglaterra (HM Treasury 2002). Em 2002-2003, 19,1% 
das despesas do governo projetada no Reino Unido foi em cuidados de saúde (HM 
Treasury 2002). Em 2008-2009, este tinha aumentado para 22,3% (HM Treasury 2008), 
mas foi projetado para cair ligeiramente para 22,1% em 2010-2011 (HM Treasury 
2008). As despesas de cuidados de saúde têm crescido a mais do que o dobro da taxa 
 
42 
do PIB na maioria dos períodos desde 1973, com exceção dos períodos entre 1983 e 
1988, e 1993 e 1998. 
As despesas totais do governo no Reino Unido como uma proporção do 
PIB tem oscilado pouco nos últimos 40 anos, chegando a um ponto alto da 
47,3% entre 1980 e 1984, mas caindo para seu ponto mais baixo de 41,0% entre 1995 
e 1999. No entanto, durante o mesmo período, 
as despesas do governo com cuidados de saúde como proporção da despesa total do 
governo tem vindo a aumentar, de 9,6% no início de 1970 para 15,5% entre 2005 e 
2009. Assim, a despesa pública com saúde como proporção 
do PIB também tem aumentado ao longo do mesmo período, de 4,1% para 6,9%. 
 
Sistema de emergência Inglaterra 
 
Não há definição precisa de atendimento de emergência dentro do sistema do 
Ministério da Saúde na Inglaterra. Do ponto de vista do paciente, o sistema de 
cuidados de emergência na Inglaterra é entendido como, incluindo os serviços que 
estão em vigor, prontamente acessível e ter a capacidade de lidar com a maioria das 
necessidades de saúde urgentes de um indivíduo. 
Um indivíduo com um problema de saúde urgente tem a opção de entrar em 
contato com uma gama de diferentes serviços dentro do sistema formal de saúde, a 
partir de um médico clínico geral, um centro de pronto atendimento, uma unidade de 
ferimentos leves, um centro de atendimento de urgência, o “NHS Direct” (sistema de 
auxilio por telefone), um farmacêutico local, uma equipe de saúde mental local, ao 
departamento de atendimento de emergência ou ao serviço de ambulância, discando 
999. 
Alguns serviços estão disponíveis a qualquer momento e incluem serviços de 
ambulância, o departamento de emergência, “NHS Direct”, médico clínico geral que 
prestam serviços 24 horas, farmácias na comunidade, dos quais pelo menos um em 
uma área estará aberto 24/7. 
 
43 
Outros serviços estão disponíveis por um número limitado de horas, que variam 
dependendo do provedor e incluem as unidades de pequenas lesões, centros de 
pronto atendimento, centros de cuidados urgentes, médico clínico geral e a maioria 
das farmácias comunitárias. Os indivíduos podem resolver diferentemente seus 
problemas de saúde urgentes semelhantes, quando optarem por acessar os serviços 
de acordo com sua escolha. 
A disponibilizaçãoimediata de atendimento de emergência é um dos requisitos 
mais importantes de qualquer sistema de saúde. Por muitos anos, a prestação de 
serviços de emergência na Inglaterra, tem sido criticada por não cumprir as normas 
básicas de disponibilidade e tempo de espera em circunstâncias inadequadas. Muitas 
vezes, o Ministério da Saúde enfrentou surtos incontroláveis nas admissões de 
emergência, particularmente nos meses de inverno, há um aumento em atendimentos 
nos departamentos de emergência e aumento da demanda em serviços de 
ambulância; isso levou a atrasos inaceitáveis nos cuidados, e há evidências que isso 
continua a ser um problema (Ramesh 2010). 
 
O Plano do Departamento de Saúde de 2000 estabeleceu uma série de metas 
para melhorar o atendimento de emergência, e em 2001 o Ministério da Saúde definiu 
os seus planos em reforma de Pronto Atendimento. Os alvos incluíam: 
• para melhorar os tempos de resposta de ambulância, 75% das chamadas para 
as emergências com risco de vida tem um prazo de oito minutos para ser atendido; e 
• ninguém deve esperar mais de quatro horas em um departamento de 
emergência entre sua chegada e admissão hospitalar, transferência para outro 
hospital, sendo que o tempo médio aceitável de transferência é uma espera de 75 
minutos. 
Quase todos os serviços de saúde de emergência são fornecidos pelo Ministério 
da Saúde. Existem centros de atendimento de emergência privados, onde os pacientes 
podem ser atendidos imediatamente por um médico ou enfermeiro, uma ampla gama 
de testes de diagnóstico está disponível e os pacientes geralmente podem ser 
admitidos imediatamente como um paciente de emergência. 
 
44 
O setor privado também está envolvido na prestação de serviços de cuidados 
urgentes. Dados sobre atendimento privado não são disponíveis rotineiramente. 
Departamentos de emergência estão abertos 24/7 durante todo o ano, e 
atendem todos os tipos de emergência. Mas existem alguns departamentos de 
emergência com um único tipo de especialidade, como por exemplo, oftalmologia e 
odontologia. 
 
Experiência de um ambulatório de Atendimento de Emergência 
em Middlesbrough – Inglaterra 
 
Em 1998, o Hospital da Universidade James Cook já estava passando por 
desafios relativos aos cuidados de emergência que são comuns em todo o Sistema 
Nacional de Saúde. Havia uma crescente demanda no atendimento a emergências o 
que estava levando a uma escassez de leitos nos departamentos de emergência. 
A alta demanda nos departamentos de emergência estava conduzindo ao 
cancelamento de um número alto de cirurgias eletivas. 
Embora houvesse uma pressão significativa sobre todo o hospital, os 
funcionários foram também começando a perceber que alguns pacientes ficavam no 
hospital desnecessariamente. Por exemplo, no caso de trombose venosa profunda 
(TVP), o tempo médio de permanência era de nove dias, e durante esse tempo eles 
exigiam muito pouco da enfermagem e poderiam ser tratados em casa. 
Naquela época, Yasmin Scott foi recrutado para criar uma Unidade de 
Admissões Médicas. 
Tendo sido uma unidade “co-irmã” da Unidade Coronariana (UCO), este setor 
atendia os pacientes rapidamente, diagnosticava e tratava antes de enviá-los para 
casa, o mais depressa quanto possível. Yasmin começou a considerar que a abordagem 
utilizada na Unidade Coronariana, sendo o diagnóstico e tratamento rápido, poderia 
ser aplicada com sucesso dentro de uma emergência. 
Dois médicos, Dr. Mahir Hamad e Dr. Vincent Connolly começaram a tentar 
entender o porquê havia atrasos na dispensa dos pacientes que tinham sido admitidos 
 
45 
para tratamento de emergência. Eles chegaram à conclusão de que a principal razão 
era cultural. Havia 20 consultores que tiveram alguma contribuição para o 
atendimento de emergência, cada um com sua própria forma de trabalhar 
ligeiramente diferente um do outro. 
Havia uma preferência geral a admitir pacientes, em vez de arriscar e dispensá-
los precocemente, devido a algum risco percebido. Eles também encontraram atrasos 
em pacientes recebendo testes de diagnóstico de uma forma oportuna, e isso 
impactou sobre o processo de alta da emergência. 
O primeiro serviço desenvolvido foi o de estabelecer uma nova via para 
atendimento à trombose venosa profunda (TVP). Vincent tinha demonstrado 
anteriormente que os pacientes com TVP em um cenário de emergência poderiam ser 
tratados em regime ambulatorial. A via de TVP reforçou o conceito de que nem todos 
os pacientes precisavam ser admitidos, a fim de receber atendimento de emergência 
de alta qualidade. Então, quais foram os seus resultados em Middlesbrough? 
A equipe construiu novos protocolos de atendimento para acelerar o 
tratamento de pacientes com uma variedade de condições, incluindo trombose venosa 
profunda, embolia pulmonar e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A chave 
era gerir todos os riscos associados com o tratamento e alta de pacientes no mesmo 
dia, e, assim, acalmar a ansiedade dos médicos clínicos. Eles conseguiram com isso, 
garantir que o diagnóstico fosse feito de forma rápida e o tratamento apropriado 
iniciado brevemente. Os pacientes poderiam, então, ser enviados para casa com um 
plano de cuidados e se necessário, voltar ao hospital para receber a orientação de um 
consultor em uma clínica apropriada especializada para sua condição. 
Ao final de 1990, o Hospital James Cook tinha involuntariamente se tornado um 
pioneiro em um novo modelo de atendimento de emergência, que mais tarde viria a 
ser conhecido como Ambulatório. 
Hoje, a renomeada "Assistência Ambulatorial de Emergência da unidade", que 
fica ao lado do Departamento de Emergência, está aberta sete dias por semana, oito 
horas - nove horas em dias da semana e 08:00-08:00 nos fins de semana. A unidade 
trata uma média de 23 pacientes por dia. Em Janeiro de 2012, a unidade atendeu 469 
 
46 
dos 2.133 encaminhamentos de emergência para o hospital - cerca de 22% de todas as 
internações de emergência. Este é um número médio mensal. 
O número de atendimentos de forma ambulatorial tem crescido rapidamente. 
A unidade gere agora toda uma série de emergências médicas, incluindo a DPOC, 
insuficiência cardíaca, celulite, diabetes e sangramentos gastrointestinais de baixo 
risco. As equipes aplicam escores de risco clínicos para identificar quais condições 
podem ser tratadas de forma ambulatorial ao invés de tomar uma abordagem 
específica por cada indivíduo. Isto significa que uma grande gama de condições e co-
morbidades podem ser tratadas - uma importante mudança na abordagem que 
permitiu um aumento significativo no número de doentes tratados de forma 
ambulatorial. A unidade lida com transfusões de sangue e um número crescente de 
casos cirúrgicos. 
O modelo tradicional de medicina aguda envolve a admissão de pacientes para 
dentro do hospital para serem avaliados por um médico e facilitar a investigação e 
tratamento. O Pronto Atendimento Ambulatorial baseia-se na ideia de que o médico 
de emergências pode exercer as atividades em regime de ambulatório, desde que 
tenha os serviços de apoio adequados. Não existe uma regra única, e cada serviço 
precisa desenvolver seu próprio modelo de atendimento ambulatorial, com base no 
local e as circunstâncias das necessidades dos pacientes. 
 
 
Experiências e modelos de serviços de emergência da Espanha 
 Los servicios de emergência y urgencias médicas extrahospitalarias en España, 
2011 
 Health Systems in Transition, Spain, European Observatory on Health System 
and Policies, 2010. 
 
O modelo de serviço pré-hospitalar espanhol se configura como próximo ao 
denominado francês (medicalizado), diferente ao modelo norte-americano 
(paramédicos). Derivado em grande parte devido à evolução histórica tem 
características próprias que o diferenciam dos outros serviços europeus. O serviço de 
 
47 
atendimento pré-hospitalar é de responsabilidade

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