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TREINAMENTO (MULTI)FUNCIONAL

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Apresentação
1
“Faça com amor o seu traba-
lho, o seu aluno vai sentir”
– Mauro Guiselini
Autores
Prof. Drd. Mauro Guiselini
Prof. Ft. Rafael Guiselini
Editor
Prof. Drd. Mauro Guiselini
Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa
Treinamento MultiFuncional
Fundamentos Teóricos
&
Exercícios Práticos
São Paulo
2016
2
Prof. Drd. Mauro Guiselini
Mestre em Educação Física pela USP. Doutorando em Ciências do Movimen-
to Humano - UNIMEP
“Fitness Specialist for Older Adults”, “Biomechanic of Resistance Training” e 
“Personal Education II” no The Cooper Institute, Dallas (EUA);
 Aperfeiçoamento em “Functional Training” pelo National Strenght Condition 
Association. Diretor do Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa.
 Professor da Faculdade de Educação Física da UniFMU.
 Autor de 29livros, 3 EBOOKS e 16 dvds sobre educação física infantil, ginásti-
ca aeróbica, treinamento multifuncional, exercício, saúde & bem-estar 
Colaborador do Programa BEM-ESTAR da Rede Globo. Diretor do CTM - 
Centro de Treinamento MultiFuncional
Criador da AMF- Avaliação MultiFuncional e do TMF - Treinamento MultiFunci-
onal 
Ministra cursos sobre exercício, saúde & bem-estar, treinamento multifuncio-
nal, avaliação multifuncional, no Brasil, América do Sul, Portugal 
iii
Prof. Ft. Rafael Guiselini
Bacharel em Fisioterapia e Licenciado e Bacharel em Educação Física pela 
FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas
Especialização no Método Pilates pela METACORPUS.
Fisioterapeuta e Personal Trainer, responsável pelo Centro de Aptidão Física 
do Instituto Mauro Guiselini.
Autor de 3 DVDs sobre Treinamento MultiFuncional - Tri-set.
Criador da AMF- Avaliação MultiFuncional e do TMF - Treinamento MultiFun-
cional.
Prof. Colaborador do CTM - Centro de Treinamento MultiFuncional.
Ministra cursos sobre exercício, saúde & bem-estar, treinamento multifuncio-
nal e avaliação multifuncional, no Brasil.
iv
Copywrite © 2016 Mauro Guiselini
Primeira Publicação 2016
Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca 
Central da Universidade Estadual de Londrina 
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) 
Prefixo Editorial: 60261
Este livro pode ser adquirido para educação, ou uso promocional. Para mais 
informações, contate o Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa
www.institutomauroguiselini.com.br
Embora toda precaução tenha sido tomada na preparação deste livro, a edito-
ra e os autores não assumem nenhuma responsabilidade por erros ou omis-
sões, ou por danos resultantes da utilização das informações aqui contidas.
v
G967t, Guiselini, Mauro 
	 Treinamento multifuncional [livro eletrônico] : 
	 fundamentos teóricos & exercícios práticos / autor [e] editor: Mauro Gui 
	 selini, Rafael Guiselini – 	 São Paulo : Lazer & Sport, 2016. 
	 l Livro digital : il.
	 Inclui bibliografia.
 Disponível em: http://iaepetel.com.br/portal/ 
ISBN 978-85-60261-04-8 
1. Treinamento multifuncional. 2. Treinamento. 3. Exercícios físicos. 4. Exercí-
cios multifuncionais. 
I. Título. 
CDU 796.091.2
http://www.institutomauroguiselini.com.br
http://www.institutomauroguiselini.com.br
http://iaepetel.com.br/portal/
http://iaepetel.com.br/portal/
Uma viagem no tempo e no espaço!
Máquinas computadorizadas que você acopla o seu smartphone para passar 
email, controlar o facebook, ver o seu treino, memorizar os resultados, em 
TVs com telas de LCD é possível assistir, ao vivo, o noticiário, show ou filme 
de sua preferência, são algumas da mais recentes inovações tecnológicas 
nas academias e centros de treinamento de alto rendimento que, disputam o 
espaço com os velhos e antigos equipamentos de treinamento:barras fixas, 
barras e anilhas para LPO, caixas de saltos, bolas de medicinebol com areia, 
kettlebell, entre outros acessórios.
No capitulo 2 mostramos a volta ao passado, o que foi feito nos anos 5o’, 
60’, que está de volta, com força total, quem não se lembra do medicinebol, 
muito utilizado nas aulas de educação física, ginástica nas academias e no 
treinamento esportivo da escola alemã.
As tendências tem sido motivo de estudos do ACSM - Colégio Americano de 
Medicina do Esporte que, a cada ano, apresenta as modalidades de exercí-
cios que serão mais praticadas - o HIIT- hight intensity interval training, BodY 
Work - treinamento com o peso corporal, são as principias modalidades. No 
capitulo 3 fazemos uma analise sobre essas tendências, incluindo o treina-
mento com bases instáveis, os novos espaços de treinamento e a importân-
cia da avaliação prévia para prescrever exercícios multifuncionais.
As mudanças continuam, o profissional de educação física precisa estar mui-
to atento para ajudar seus alunos atingirem seus resultados portanto é funda-
vi
mental conhecer os objetivos dos ingressantes; no capitulo 5 apresentamos 
as pesquisas que mostram o que os alunos desejam, as mudanças nas salas 
de musculação e nas aulas coletivas. Apresentamos os conceitos de Treina-
mento e, em especial, o Treinamento MultiFuncional, as suas características 
enfatizando as diferenças entre treinar para a forma e para a função.
Prescrever o treinamento requer o conhecimento da palavra “prescrição” - uti-
lizada em outras áreas da saúde, prescrever exercícios depende da perfeita 
compreensão entre objetivos e necessidades. No capitulo 6 abordamos ques-
tões importantes como considerar as necessidades dos alunos, as novas re-
comendações para a escolha dos exercícios e a importância da avaliação 
multifuncional.
Treinar o CORE é muito mais do que “simplesmente realizar centenas de 
exercícios abdominais tradicionais - curl up”. No capitulo 7 explicamos o con-
ceito do CORE, sua importância e sugerimos uma série de exercícios consi-
derando os resultados obtidos nos testes de avaliação.
Você vai conhecer, no capitulo 8, as principais habilidades motoras multifun-
cionais utilizadas no Continuum do treinamento multifuncional; uma organiza-
ção metodológica que orienta a escolha de exercícios considerados “menos 
funcionais - os isolados, e os mais funcionais - os globais. Finaliza mostran-
do as características e a aplicação do treinamento multifuncional nos progra-
mas de aptidão física para a promoção da saúde, bem-estar, estética e per-
formance.
vii
Agradecimentos
Ao prof. João Scorsato (in memorium), meu professor de educação física no 
Instituto Hellen Keller - Adamantina que, em 1967, me convidou para ajuda-
lo a ensinar basquetebol para as crianças, acredito que ali despertou e nas-
ceu a minha paixão para ensinar.
Ao Prof. Dr. José Medalha, meu professor de basquetebol na Escola de Edu-
cação Física da USP. Em 1969 me convidou para jogar basquetebol na equi-
pe juvenil do CAP - Club Athético Paulistano e, na seqüência, em 1970, para 
trabalhar na escolinha de basquetebol do mesmo Club.
Ao Prof. Dr. Idílio Oliveira Alcantara Abade (in memorium), meu Prof. de Edu-
cação Física Infantil da Escola de Educação Física da USP. Em 1971 levei 
meus alunos, de 4 a 6 anos, de uma escola de educação infantil, como tare-
fa acadêmica da disciplina. O resultado foi fantástico, ao terminar a minha 
aula o prof. Idílio disse: gostei muito, você tem muito talento, ao terminar o 
curso, se assim desejar, virá trabalhar comigo, preciso de um assistente...! 
Graças a esse convite, com 21 anos ingressei, como auxiliar de ensino, na 
Escola de Educação Física da USP.
Com muito carinho aos meus alunos que frequentaram as aulas no Centro 
de Integração do Corpo e depois Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pes-
quisa - durante 16 anos tive a oportunidade de aplicar os fundamentos cientí-
viii
ficos e vivências práticas, berço do nascimento do Treinamento MultiFuncio-
nal e da Avaliação MultiFuncional.
A todos os alunos, com os quais eu tive o privilégio de conviver ao longo 
dos 48 anos de docência nas escolas de educação infantil, ensino fundamen-
tal e médio, academias, clubes, universidades, cursos de extensão, congres-
sos,encontros científicos, pelo constante incentivo.
Ao meu amigo Giovanni Ferreira...o grande incentivador para a criação do 
Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa e da tvguiselini1, canal do 
youtube
Para Fabio Mazzoneto, presidente do Grupo Phorte, Luiz Henrique Rodri-
gues e Rodrigo Chan, de empresa WELLNESS, por concretizarem meu so-
nho, a criação do CTM- Centro de Treinamento MultiFuncional
Dna. Tereza, minha mãe que, aos 91 anos continua envolvida com a vida, 
com muita fé e determinação, que exemplo a ser seguido.
Lia Pedroso, minha esposa e Prof. Ft. Rafael Guiselini, meu filho...
 A esta dupla fantástica, por estarem sempre ao meu lado nessa longa jorna-
da de ensinar, aprender, ensinar... incansáveis companheiros. 
 Aos mestres inspiradores........!
ix
Sumário
Capitulo 1 
 Apresentação............................................................................................. 01 
Capitulo 2 
Passado, Presente...Futuro....................................................................... 17 
Capitulo 3 
O presente: tendências.............................................................................. 34
Capitulo 4
Treinamento MultiFuncional: conceitos........................................................60
Capítulo 5 
Habilidades Motoras MultiFuncionais........................................................ 116
Capitulo 6 
Orientações para montar o programa....................................................... 162
Capitulo 7
Prescrição de Treinamento....................................................................... 181
Capitulo 8
Treinamento do CORE.............................................................................. 215 
Referências Bibliográficas......................................................................... 297
x
Prefácio !
Um dia, não me lembro a data, hà mais de cinco anos, conversando com 
meu amigo Giovanni Ferreira, brilhante pedagogo, sobre tendências, inova-
ções, tecnologias, entre outros assuntos relacionados à educação e, especifi-
camente educação física, ele me perguntou:
“Prof. Mauro, você conhece a estória do arqueiro? 
Qual, Giovanni? Está se a referindo a estória do famoso Hobin Wood, defen-
sor dos fracos e oprimidos na Inglaterra, essa conheço bem, assisti todos os 
filmes, respondi prontamente.
Caro Prof. Mauro, estou me referindo ao conceito do arqueiro e sua relação 
com a nossa conversa, estamos falando de sucessos no passado, analise 
das atuais metodologias de ensino, inclusive o EAD - uma ferramenta educa-
cional que está se desenvolvendo rapidamente, e fazendo projetos para o fu-
turo, um exercício de criatividade. Explico o conceito do arqueiro - para que a 
flecha alcance o ponto mais longe possível, atinja o alvo, ele deve esticar a 
corda o máximo possível, o seu cotovelo vai lá atras, o mais distante possí-
vel do tronco para criar uma grande tensão na corda, quanto mais longe o co-
tovelo, for mais para trás, mais longe - para frente, irá a flecha !
Sim Giovanni, quando criança brincava muito com arco e flecha, adorava fil-
mes de cowboy e , fiz muitos arcos e flechas em Adamantina, brincava nos 
terrenos baldios, com mato alto, sei bem o que está dizendo.
xi
Prof. Mauro, o que estou querendo dizer com está estória é que para conse-
guirmos bons resultados no futuro, escolher técnicas que possivelmente irão 
dar certo, é muito importante voltarmos ao passado, muito longe...distante, e 
vermos o que deu certo, que funcionou...e também o que não foi bem, as 
nossas chances de sucesso são muito grandes, assim como o arqueiro que 
para atirar a flecha muito longe coloca o seu cotovelo muito atrás”.
Meus amigos,escrever este E-BOOK - Treinamento MultiFuncional, resultado 
de 48 anos de trabalho prático, estudos, pesquisas, viagens ao exterior foi 
um exercício muito interessante, realmente fantástico pois me fez voltar aos 
anos 70‘, quando muito jovem, comecei a dar aulas de educação física e en-
sinar basquetebol para crianças e, na seqüência aulas de ginástica masculi-
na e feminina no Circulo Militar.
Correr 12 minutos no anel superior do ginásio do circulo militar, monitorar a 
freqüência cardíaca dos alunos, anotar e elaborar gráficos no papel milime-
trado, foram os primeiros passos para tornar o meu trabalho “mais científico”- 
os alunos adoravam receber os gráficos com os resultados...tudo sem com-
putador, monitor de freqüência cardíaca, Iphone e IPads que fotografam, fil-
mam, memorizam as informações, tudo muito rápido e fácil.
No inicio do livro, nos primeiros capítulos faço uma revisão, uma viagem no 
tempo/espaço para mostrar, aos jovens profissionais de hoje, os exercícios, 
técnicas e métodos de treinamento que fizeram sucesso no século XVII/XIX 
como, por exemplo o Kettlebell utilizado pelo exército russo.
xii
O Método Pilates, criado pelo incrível lutador, ginasta, massagista, entre ou-
tras habilidades, está mais vivo do que nunca, criado ha mais de 100 anos 
por Joseph Pilates, um profissional com uma visão holística, fantástica, muito 
além do tempo, é largamente praticado nas academias, clubes, centros es-
portivos, clínicas em todo o mundo. É uma das modalidades de exercícios 
que mais cresceu nos últimos 10 anos; motivo de interesse por parte da co-
munidade científica, tem gerado centenas de trabalhos acadêmicos, que bus-
cam explicar a eficácia do método...pergunto: será que um método que está 
ha mais de 1 século sendo praticado é motivo de dúvidas? 
Os exercícios calistênicos, praticados nas décadas de 40 e 50, seguramente 
os mais velhos vão se lembrar, eram os conteúdos das aulas de ginástica - 
abdominais, flexões de braços no solo, flexões de braços na barra, saltos 
nas caixas de madeira, “salto ganguru” (saltos sucessivos, em afastamento 
antero-posterio), burpee, jump jack (polichinelo). Esses exercícios são utiliza-
dos como conteúdos das modernas aulas de alta intensidade, que utilizam o 
peso do corpo e acessórios simples - body work hight intensity, cross fit, ta-
bata, HIIT - hight intensity interval training, HICT- hight intensity circuit trai-
ning.
Sim, é o que você está lendo...não é miragem ! Os métodos clássicos de trei-
namento, sucesso nos anos 50 - Circuit Training e Interval Training, utilizados 
pelos atletas de alto rendimento - Emyl Zatopeck foi um dos primeiros a trei-
nar usando o interval training, em pleno século XXI, são os preferidos dos alu-
xiii
nos que pretendem resultados rápidos, tanto para a melhoria da capacidade 
funcional aeróbia como mudanças na composição corporal.
Os abdominais tradicionais, aqueles recomendados para fortalecer os múscu-
los que dão a tão desejada aparência “tanquinho, barriga zerada, livre das 
indesejáveis gorduras da região abdominal” - sucesso nos anos 50’, recomen-
dados inclusive para o tratamento de dores na coluna (hoje sabemos que 
não é verdade), continuam sendo praticados porém com o excelente auxilio 
dos exercícios para o CORE - região do corpo composta de 29 pares de 
músculos, realizados em diferentes posições, com auxil io de 
acessórios...evoluímos, não ficamos presos ao passado.
Motivo de muita discussão, controvérsias, o treinamento funcional - novo mé-
todo de treinamento, novo tipo de exercício, não tem nada de novo, é sim-
plesmente a aplicação do princípio da especificidade - sempre aplicado no 
treinamento esportivo, é um treinamento circense, são algumas questões 
que tem sido discutidas entre os profissionais de educação física e fisiotera-
peutas. 
A sua eficácia é comprovada e aceita por muitos profissionais e para outros 
não, realmente é um tema bastante polemico muito embora seja muito gran-
de os trabalhos científicos publicados demonstram a sua validade e importân-
cia para pessoas comuns e atletas.
Neste vai e vem do “antigo e do novo, da aplicação dos acessórios, exercí-
cios e métodos que fizeramsucesso no passado, um aspecto que merece 
xiv
atenção é o novo olhar sobre a avaliação física. Os testes clássicos utiliza-
dos para mediar e avaliar aspectos quantitativos do exercício tem sido, não 
eliminados na sua totalidade, em muitos casos precedidos pro testes qualitati-
vos - os testes funcionais. É uma nova tendência, ou seja, antes de avaliar o 
número de abdominais, de flexões de braços, quantos quilos consegue levan-
tar, os especialistas recomendam que se faça uma avaliação qualitativa. Ana-
lisar a maneira pela qual o aluno se movimenta - se o padrão de movimento 
está correto, se existe déficits de movimento, se a mobilidade, a estabilidade, 
a coordenação motora e a consciência corporal estão suficientemente desen-
volvidas, isto é, avaliar se os alunos tem condições de realizar exercícios 
com cargas adicionais.
Treinar o corpo de forma isolada ou global é também motivo de muita discus-
são e controvérsia; no entanto recomendamos que seja aplicado o conti-
nuum do treinamento multifuncional - uma organização metodológica desen-
volvida no Instituto Mauro Guiselini, pelos Prof. Ms. Mauro Guiselini e Prof. 
Ft. Rafael Guiselini, que recomenda a Aplicação da Avaliação MultiFuncional 
para identificar os objetivos e necessidades dos alunos para, à partir dos re-
sultados, elaborar um programa de treinamento multifuncional que seja efi-
caz, que cuida do aluno para que tenha sucesso!
Prof. Drd. Mauro Guiselini
São Paulo, janeiro de 2016 
xv
xvi
Passado...Presente...
Futuro...!
2
“Estar atento ao passado é 
ser capaz de perceber o 
que pode ser no futuro”
– Mauro Guiselini
Estamos voltando às origens, ao passado!
Nos últimos anos foram incluídos nos Programas de Aptidão Física, em parti-
cular aqueles elaborados para pessoas interessadas na prática do exercício 
físico relacionado à promoção da Saúde e Bem-Estar, Estética e Desempe-
nho, as modalidades de exercícios Yoga, Pilates e mais recentemente o Trei-
namento Funcional e o Treinamento do CORE.
É interessante lembrar que, o que acontece hoje, com toda a evolução cientí-
fica, as adaptações preconizadas pelo moderno treinamento esportivo já 
acontecia, de forma muito similar, com o treinamento praticado empiricamen-
te, intuitivamente pelos nossos antepassados, eles aperfeiçoavam as habili-
dades motoras funcionais cotidianas necessárias à sua sobrevivência e ao 
mesmo tempo desenvolviam as capacidades biomotoras... Realmente esta-
mos voltando ao passado, repetindo o mesmo princípio, obviamente com 
uma sólida fundamentação científica.
Um exemplo é o Método Pilates, desenvolvido há mais de 100 anos é, sem 
dúvida um dos programas de maior sucesso em todo o mundo. 
Muitos estudos científicos têm sido realizados para explicar, justificar e até 
mesmo comprovar os benefícios dos mais de 600 exercícios propostos pelo 
método, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos, os mesmos criados 
por Joseph Pilates porém construídos com matériais especiais, de acordo 
com as novas tecnologias. Presente nas academias, clubes, estúdios especi-
alizados, o método tem grande aceitação sendo, inclusive recomendado pe-
18
los médicos, fisioterapeutas e profissionais de educação física tanto para a 
melhoria da aptidão física como para a prevenção e recuperação de lesões.
Foto 1 e 2 : Método Pilates
As academias que, tradicionalmente eram construídas contendo salas de gi-
nástica, musculação, piscina e quadras poliesportivas, estão passando por 
um processo de mudança na estrutura básica, salas construídas especial-
mente para a prática da Yoga, alongamento e relaxamento (sala zen), Treina-
mento Funcional &CORE, Treinamento Suspenso (TRX) e Estudio de Pilates. 
São os novos espaços especialmente estruturados para atender as mais re-
centes tendências do mercado e interesse dos alunos.
O medicinebol, um acessório muito utilizado no treinamento esportivo, há 
mais de 50 anos, confeccionado em couro com areia - de vários quilos, atual-
mente feito com material sintético, com “pegada” e corda, propicia a realiza-
ção de uma grande quantidade de exercícios inclusive os arremessos 
19
contra o solo, parede, rotações do tronco, entre outros. 
Fotos 3, 4, 5 e 6: Treinamento com medicinebol: passado e presente
20
Uma excelente alternativa para treinar a força e a potência muscular, o medi-
cinebol é também utilizado nas estações do treinamento em circuito, nos 
exercícios para o fortalecimento do CORE, para o desenvolvimento da esta-
bilidade, com sobrecargas desestabilizadoras. Combinado com movimentos 
de braços e pernas ajuda a aumentar a agilidade e potência.
 O Kettlebell foi desenvolvido na Rús-
sia nos anos 1700s. O exército Soviéti-
co utilizava como parte do treinamen-
to físico no século 20 e tem sido utiliza-
do como esporte competitivo na Rús-
sia e Europa desde 1940. Similar a 
uma bola de 
canhão com 
alça, a litera-
tura sugere 
que a ori-
gem do trei-
namento com Kettlebell foi marcada nos séculos 
XVIII e XIX por atletas da modalidade “homem 
mais forte”, como Eugene Sandow e Geroge 
Hackenschimidt. 
Muito utilizado atualmente, o Kettlebell pode ser 
usado como um complemento para uma rotina normal de musculação ou 
21
como uma única atividade de um treino, inclusive como aula em grupo. Ho-
mens e mulheres são beneficiados uma vez que o treinamento propicia o au-
mento da força e da massa muscular incluindo braços, pernas, costas abdo-
me e glúteos.
Foto 7. Seqüência de exercícios com Kettlebell
No final da década de 60’ o médico americano Dr. Keneth Cooper ,publicou 
o livro AEROBICS (1968), resultados de estudos e pesquisas sobre os efei-
tos dos exercícios aeróbios tanto para a prevenção e tratamento de proble-
mas cardiovasculares. 
22
Fotos 8,9 e 10: Dr. Keneth Cooper
Por volta de 1970, aconteceu o "jogging boom" baseado na teoria do médi-
co norte-americano Kenneth Cooper que difundiu seu famoso "Teste de Coo-
per", a partir de então, a prática da modalidade cresceu de maneira sem pre-
cedentes na história…hoje são milhares de corredores em todo o mundo !
Fotos 11 e 12: Pista de “Cooper” em São Paulo
23
1969 Aerobic Dance
Uma combinação de dança e condicionamento físico, com foco no desenvol-
vimento da resistência aeróbia, a modalidade de exercício criada pela profes-
sora de dança Jacki Sorensen’s se tornou a grande sensação nas academi-
as americanas e depois em todo o mundo
Fotos 13 e 14: Aerobic Dance 
1982...Jane Fonda lan-
ça o programa 
WORKOUT, se tornan-
do a embaixadora do 
exercício físico em 
todo o mundo.
24
Bem, não podemos esquecer da “Vovó Ginástica Aeróbica”, a principal mo-
dalidade de exercícios em grupo das academias, praticada por homens e 
mulheres, ao som de músicas alegres estilo dance músic dos anos 80, mobi-
lizaram milhares de pessoas estimuladas pelos benefícios dos exercícios ae-
róbicos recomendados pelo Dr. Keneth Cooper.
Praticada nas academias, par-
ques e praias, a Ginástica Aeró-
bica foi considerada o maior fe-
nômeno sócio cultural no mun-
do, nenhuma forma de exercício 
em grupo mobilizou, em tão pou-
co tempo o número de pratican-
tes. No Brasil introduzida pelo 
Prof. Ms. Mauro Guiselini, na 
Academia RUNNER –SP, se tornou a principal modalidade de exercício das 
academias do Brasil. 
O carisma dos professores, associ-
ado aos exercícios simples, de 
alta intensidade, ao som de músi-
cas alegres fizeram da Ginástica 
Aeróbica a modalidade preferida 
para treinar a resistência cardior-
respiratória, principalmente para 
25
os adeptos da ginástica em grupo. Intensidade, simplicidade, eficiência e ale-
gria eram os principias fatores de sucesso para homens e mulheres que trei-
nam juntos. 
Os princípios da Ginástica Aeróbica – música, movimento, alegria, desenvol-
vimento da capacidade aeróbica, principais fatores do sucesso serviram de 
inspiração para os criadores das novas modalidades de exercícios aeróbios 
– STEP e Hidroginástica.O STEP class foi criado pela professora norte americana Gin Miller por volta 
de 1989. Depois de uma lesão no joelho, após a consulta com um médico 
ortopedista, foi recomendado que ela fortalecesse os músculos que supor-
tam o joelho e , para tanto, utilizando uma caixote de leite, desenvolveu en-
tão uma série de exercícios - subidas e descidas sobre a caixa. Essa seqüên-
cia de exercícios foi a base para a criação das aulas de STEP.
Fotos 15 e 16: Step Class
26
A ginástica coletiva teve um grande impulso com a chegada no Brasil, cerca 
de 30 anos atrás, da Hidroginástica, no inicio conhecida por vários nomes: 
Aquaginástica, Aquaeróbica, Ginástica Aquática, entre outros nomes. O 
nome que se fixou foi Hidroginástica, palavra que vem do grego, significa 
“ginástica na água”. 
Em função dos inúmeros benefícios - melhora o condicionamento físico ge-
ral, auxilia na correção postural e equilíbrio, auxilia o retorno venoso; auxilia 
no relaxamento, aumenta a auto-confiança e a possibilidade de ser prática 
por indivíduos de diferentes idades e nível de condicionamento físico, inclu-
sive atletas, a Hidroginástica continua sendo uma das modalidades de gi-
nástica coletiva mais praticadas nos programas de exercícios para a promo-
ção da saúde & bem-estar, estética e performance.
Fotos 17 e 16: Hidroginástica
Atualmente existem muitas variações da hidroginástica, como ritmos, intensi-
dades diferentes e adaptações de outras atividades para a perna, como o 
jump-hidrosjump, o spinning-hidrobike ou ciclismo aquático, o triatlhon – 
27
com o circuito de bicicleta, jump e hidroginástica, entre muitas outras modali-
dades que podem utilizar a água e seus efeitos sobre o impacto de ativida-
des desportivas.
A combinação mágica – música, movimento, alegria, eficiência, simplicida-
de, carisma dos professores, o segredo do sucesso das aulas de ginástica 
aeróbica dos anos 80’, aparecem com muita força na ZUMBA, uma modali-
dade de exercício coletivo de sucesso mundial. 
Fundada em 2001, a Zumba Fitness é uma marca global de estilo de vida, 
que combina fitness, entretenimento e cultura com uma empolgante sensa-
ção de dança-fitness! Nossas Zumba® "fitness-parties" mistura ritmos mun-
diais de altíssimo astral com uma coreografia fácil de seguir, para um exercí-
cio de todo o corpo, que parece com uma comemoração. Atualmente prati-
cada em 185 países, por mais de 14.000.000 pessoas em 140.000 locais. 
(http://www.zumba.com/pt-BR/about). 
28
http://www.zumba.com/pt-BR/about
http://www.zumba.com/pt-BR/about
Os Acessórios
Nos anos 50’ e 60’ bastões de madeira, banco sueco, medicinebol de couro 
com areia, corda, maças, halteres de madeira, espaldar, bandas de borracha 
(de câmara de ar de bicicleta), pneus, barras e anilhas, halteres, caixas de 
madeira, corda elástica, eram os principais acessórios utilizados nas aulas 
coletivas.
Atualmente os professores dispõe, para elaborar suas aulas personalizadas 
ou coletivas, de uma grande quantidade de acessórios: fit ball, balance 
disc, banda elástica, Bosu, overball, foam roller (rolo), escada de solo, plata-
formas de saltos, barreiras, cones, cordas medicine Ball, ketllebell, TRX en-
tre outros
Ilustração 1: Acessórios 
29
Os Equipamentos
Os equipamentos FUNCTIONAL TRAINER, SYNRGY 360 e KINESIS PERSO-
NAL (Ilust. 2), fabricados pelas empresas KEISER, LIfeFitness e Tecnogym, 
respectivamente, são exemplos das mudanças tanto nos conceitos bem 
como nas estratégias utilizadas no treinamento. Estas máquinas possibilitam 
a realização de uma grande quantidade de exercícios funcionais, diferentes 
daqueles realizados nos equipamentos tradicionais. 
No SYNRG 360 , 
composto de esta-
ções integradas, é 
possível treinar o cor-
po todo por meio 
das habilidades mo-
toras funcionais, tais 
como correr, saltar, 
puxar, empurrar, aga-
char, avançar, esca-
lar, arremessar, simu-
lar movimentos de lutas (chutes e socos) que, com auxilio de bandas elásti-
cas, cordas, escada de agilidade, jump board, escada horizontal, cabos, me-
dicinebol, é possível criar uma grande variedade de treinos.
30
As “maquinas funcionais” propiciam a realização de exercícios nos três pla-
nos - sagital, frontal e horizontal, tornando o treinamento mais variado e 
mais específico, muito mais próximo as situações reais cotidianas e esporti-
vas.
Fotos 17, 18, 19 e 20: Equipamentos funcionais
Atualmente o “antigo e o novo”convivem juntos...!
31
 Equipamentos e acessórios utilizados nos anos 20 hoje, revitalizados, são 
usados nos “modernos centros de treinamento”
Foto 21. New York Sports Club, 1927, com 4 sets de argolas no fundo e vári-
os kettlebells e medicinebol. 
Foto 22. Centro de Treinamento do Michael Boyle – Boston, 2012
32
A CAGE é um equipamento multifuncional que propicia a realização de inú-
meros exercícios isolados em cadeia, com os acessórios móveis - platafor-
ma, barra paralela, manoplas e barras, além da estrutura básica.
33
O Presente: tendências
3
“Não seja o primeiro a usar 
as novidades, mas não 
seja o último”
– Mauro Guiselini
O Exercício Físico
Fig. 1 Exercício Físico e as denominações.
Por definição, exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada 
e repetitiva, que tem como objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais 
componentes da aptidão física (Carspensen et al, 1985).
O exercício objetiva o desenvolvimento da aptidão física, das habilidades 
motoras ou reabilitação orgânico-funcional (Nahas, 2001). Eles incluem, ge-
ralmente, atividades de níveis moderados ou intensos, tanto de natureza di-
nâmica quanto estática.
Nos programas de Educação Física Escolar, o exercício físico é o principal 
meio para o desenvolvimento global da criança, como componente das au-
las de educação física é identificado como: ginástica, jogos, esportes, lutas, 
artes marciais e dança (fig.1).
35
Exercício)
Físico)Ginás/ca)
Jogos)
Esportes)) Lutas)
Artes)
Marciais)
Dança)
O exercício multifuncional é uma ação motora voluntária, planejada, com-
posta de movimentos mono/multiplanares, mono/multiarculares, repetida sis-
tematicamente com objetivos relacionados à promoção da saúde & bem-
estar, estética e desempenho. (Guiselini, 2014)
Fotos. Exercícios multifuncionais
Podem ser utilizados para melhorar o desempenho nas atividades cotidia-
nas, de lazer ou performance.(Guiselini, 2014)
Nos anos 80’ e 90’ o termo “ginástica” era utilizado para identificar diferen-
tes aulas, com objetivos específicos - ginástica localizada e aeróbica.
36
Musculação, ginástica aeróbica, ginástica localizada, Step, hidroginástica, 
dança, corrida, jump, foram as modalidades de exercícios mais praticadas 
nas academias, clubes, centros esportivos, nas últimas décadas. Spinning, 
Body System ( programas sistematizados) surgiram na seqüência, aumentan-
do as possibilidades de treinamento.
37
GINÁSTICA)LOCALIZADA)M
U
S
C
U
L
A
Ç
Ã
O*
HIDROGINÁSTICA)ST
E
P*
J
U
M
P*
RITMOS)
GINÁSTICA)AERÓBICA)
DANÇA)
BODY)SYSTEM)
JAZZ)
FIT)PRO)
SPINNING) CORRIDA)
As Tendências...elas mudam ! 2015
O ACSM-Colégio Americano de Medicina do Esporte (2015) anualmente pu-
blica as tendências mundiais do mercado do Fitness. Veja, a seguir, as ten-
dência para 2015. 
38
1.Treinamento	
  com	
  o	
  peso	
  corporal
2.Treinamento	
  intervalado	
  de	
  alta	
  intensidade
3.Profissionais	
  experientes,	
  cer9ficados	
  e	
  com	
  formação
4.Treinamento	
  de	
  força
5.Treinamento	
  personalizado
6.Exercício	
  e	
  emagrecimento
7.Yoga
8.Exercício	
  para	
  pessoas	
  idosas
9.Treinamento	
  funcional
10.Treinamento	
  personalizado	
  em	
  pequenos	
  grupos
Alta intensidade, alto gasto calórico, exercícios globais utilizando o peso do 
próprio corpo, levantamento de peso olímpico, acessórios rústicos (pneu de 
trator, corda de navio), caixas de saltos, barras paralelas e argolas, sacos de 
areia, correntes, entre outros “artefatos”, fazem parte dos programas de trei-
namento que prometem, e cumprem, resultadosa curto prazo não importan-
do, é claro, as consequências. Emagrecimento, definição muscular, alto ren-
dimento, são os principiais resultados obtidos pelos programas identificados 
pela sigla HIIT – Hight Intense Interval Training.
As pesquisas são muito claras e objetivas com relação aos benefícios das 
modalidades de exercícios e respectivos programas de treinamento realiza-
dos com alta intensidade. O método de treinamento, muito utilizado no es-
porte de alto rendimento, o Treinamento Intervalado ( interval training) foi re-
descoberto pelos especialistas em fitness, é a principal estratégia metodoló-
gica usada nas propostas Treinamento de Alta Intensidade - HIT ( Hight Inten-
sity Training).
Com a diminuição do tempo e o desejo de alcançar resultados rápidos os 
programas que prometem altos gastos calóricos em curto espaço de tempo 
ganham popularidade nos programas de fitness.
39
Corrida, saltos, agachamentos, flexões de braços, burpee (nome dado ao 
exercício que combina agachamento com flexão de braços e saltos, todos 
realizados em sequencia), são alguns dos principais exercícios, realizados 
com o peso do próprio corpo, que fazem parte de vários programas, entre 
eles o TABATA TRAINING (http://tabatatraining.org/?p=18 ). O programa pro-
pões 8 repetições de 20 segundos de exercício (alta intensidade) com inter-
valo de recuperação de 10 segundos, totalizando 4 minutos.
Em especial o Treinamento Intervalado 
de Alta Intensidade, popularmente conhecido 
pela sigla HIIT, tem sido considerado como o 
treino mais popular do momento, principalmen-
te por que é considerado o melhor método 
para mobilizar a gordura como fonte de ener-
gia. 
O treino consiste em realizar um exercício com 
intensidade máxima durante um curto tempo 
pré-determinado (1 a 2 minutos, por exemplo), intercalando o mesmo exercí-
40
http://tabatatraining.org/?p=18
http://tabatatraining.org/?p=18
cio ou outro com intensidade baixa( por 2 a 3 minutos), descanso ativo, tota-
lizando 30 minutos, entre exercícios e pausas.
Um programa de treina-
mento que tem desperta-
do o interesse de milhares 
de pessoas em diferente 
países do mundo, inclusi-
ve no Brasil, é o CrossFit. 
Testado e aprovado por 
atletas de elite, das Forças Armadas Especiais Americanas, e mais de 
30.000 praticantes de todo o mundo é assim definido, segundo a empresa 
CROSSFITSP. 
Nosso programa de treinamento é baseado em exercícios funcionais, em 
alta intensidade, constantemente variados proporcionando ótimos resulta-
dos em um curto período de tempo.  Nossos exercícios possuem um alto pa-
drão de recrutamento motor. Eles trabalham o corpo todo em todo o momen-
to, são multiarticulares, e produzem um nível de contração que se desloca 
do centro para as extremidades do corpo. São movimentos naturais e segu-
ros, e o mais importante para nós, eles possuem a capacidade de mover al-
t a s c a r g a s p o r l o n g a d i s t â n c i a d e f o r m a r á p i d a 
(http://www.crossfitsp.com.br/crossfit.php)
41
http://www.crossfitsp.com.br/crossfit.php
http://www.crossfitsp.com.br/crossfit.php
O programa CROSSFIT para alcançar, na totalidade, a aptidão física e a ma-
ximização da resposta neuroendócrina, utiliza três grandes alicerces dos 
exercícios físicos, de acordo com seus criadores. São eles:
 Exercícios Cíclicos: (correr, pedalar, nadar, remar); Exercícios Ginásticos: 
(Ex. saltos, barras, flexões, parada de mão, rolamentos, etc.); Exercícios 
com Pesos: (LPO, Power Lifit, Kettlebell Training, entre outros)
CrossFit é o principal programa de treinamento de força e condicionamento 
físico usado em muitas academias de polícia, grupos de operações táticas 
(como SWAT), unidades de operações especiais do exército americano 
(como os US Marines), por campeões de artes marciais e centenas de ou-
tros atletas de elite e profissionais pelo mundo, assim como por mães, avós, 
crianças e até mesmo pessoas com necessidades especiais.Nosso progra-
ma proporciona um tipo de condicionamento físico que por definição é am-
plo, geral e inclusivo; ou seja, nossa especialidade é não sermos especializa-
dos. http://www.crossfitbrasil.com.br/blog/o-que-e-crossfit/.
42
http://www.crossfitbrasil.com.br/blog/o-que-e-crossfit/
http://www.crossfitbrasil.com.br/blog/o-que-e-crossfit/
O Treino mais popular do momento
43
Menor&tempo&
Aumenta&o&metabolismo&
Coração&saudável&
“Queima”&mais&calorias&e&
gordura&após&o&treino&
Qualquer&hora&em&qualquer&
lugar&
Diminuir&gordura&e&não&
músculo&
Para os alunos que não estão interessados em mudanças na composição 
corporal, alta performance, treinamentos intensos as modalidades conheci-
das como Body & Mind tem uma grande aceitação.
A técnicas de alongamento, relaxamento, meditação, Yoga, Pilates, massa-
gem e Tai Chi Chuam, são modalidades de exercícios que trabalham com a 
“energia mais sutil” onde o principal objetivo é trabalhar o corpo de forma 
global, integrada, uma abordagem holística, com foco na consciência corpo-
ral, controle da respiração, descontração muscular e relaxamento. Segundo 
pesquisa realizada pelo ACSM's Health & Fitness Journal. 17(6):10-20, No-
vember/December 2014, a YOGA aparece em 7o. lugar entre as modalida-
des que serão mais praticadas no ano de 2015.
44
Muitas academias de ginástica tem as denominadas “Salas Zen” – espaços 
construídos com uma arquitetura específica, combinando piso, iluminação, 
cores, equipamentos e acessórios para a prática de técnicas desenvolvidas 
para trabalhar o corpo de forma global, sem a preocupação de desenvolver 
aspectos ener-
gé t icos ma is 
densos – au-
mento da mas-
sa muscular e 
diminuição da 
gordura.
Diminuição do estresse, equilíbrio corpo & mente, relaxamento , são os prin-
cipais objetivos das técnicas body & mind.
45
O Treinamento sobre Superfícies Instáveis
Grande parte dos exercícios realizados sobre superfícies instáveis, com 
auxilio da bola suíça, disco e pranchas de equilíbrio ou mesmo exercí-
cios realizados em posições não usuais nas atividades cotidianas ou es-
portivas aparecem como estratégias das “novas propostas de treinamen-
to funcional ”.
Neste aspecto particular, quanto a utilização de exercícios em superfí-
cies instáveis, diversos especialistas são unanimes em afirmar que este 
procedimento é parte integrante do treinamento funcional, da fisioterapia 
e que deve ser aplicado em momento oportuno e de acordo com critéri-
os metodológicos, respeitando a capacidade funcional do aluno, não de 
forma aleatória, simplesmente para tornar o treinamento mais desafiador.
Discute-se a eficiência de exercícios realizados sobre superfícies instá-
veis e a sua transferência para a melhoria de determinadas capacidades 
46
biomotoras, no caso específico a força muscular, e para aperfeiçoar a 
execução de determinadas habilidades motoras, em especial aquelas 
que requerem equilíbrio e estabilidade. Na realidade é um tema que está 
em discussão, inúmeras pesquisas tem procurado mostrar a eficiência 
ou não para aumentar a força muscular, ganho de massa muscular , velo-
cidade de execução e precisão dos movimentos.
Treinar a estabilidade e o equilíbrio sobre superfícies instáveis tem sido 
muito utilizado na fisioterapia e, mais recentemente, no treinamento 
funcional com o propósito de melhorar as respectivas capacidades bio-
motoras, para aqueles que sofreram lesões – com finalidades fisioterápi-
cas, para pessoas comuns que iniciam um programa de treinamento e 
para atletas praticantes de modalidades que requerem muito equilíbrio e 
estabilidade, como por exemplo, skate, surf, hockey sobre patins e habili-
dades circenses.
47
É recomendado desenvolver o equilíbrio e a estabilidade na primeira fase 
do treinamento que, associados a coordenação motora global, consciên-
cia corporal, ajuste postural e mobilidade, sirvam de base para o aprendi-
zado de habilidades motoras mais complexas e desenvolvimento das ca-
pacidades biomotoras força dinâmica, força hipertrófica e potencia.
Praticantes de Skate,Surf, Hockey no Gelo, Patinação Artística estão, 
constantemente, trabalhando com o equilíbrio dinâmico, sobre uma base 
sólida porém com movimentos que requerem estabilidade dinâmica.
48
O treinamento com alterações da superfície de apoio incluindo a diminui-
ção da base de apoio, a estabilidade da superfície -estável para instável, 
do movimento estático para o dinâmico, é uma excelente alternativa 
para estimular a propriocepção. No entanto é interessante ressaltar que 
a propriocepção – um conjunto de reações que resultam num input neu-
ral cumulativo ao sistema nervoso central (SNC) e mecanoreceptores nas 
articulações, ligamentos, músculos, tendões e pele, é treinada por meio 
de uma grande quantidade de exercícios.
O treinamento proprioceptivo é baseado em exercícios para melhora da 
sensação de movimentos originados das articulações, músculos, ten-
dões e ligamentos que são enviados, por meio de vias, ao sistema ner-
voso central , de modo consciente ou inconsciente, exercendo, portanto, 
influências no tônus muscular, na coordenação para a execução dos mo-
vimentos, nos reflexos musculares, estabilidade articular e equilíbrio pos-
tural.
49
Isto significa que, de forma clara e objetiva, em termos práticos, todo o 
treinamento que causa desequilíbrio no corpo – em situações estáticas e 
dinâmicas, de forma organizada provoca uma resposta do sistema nervo-
so central gerando a estabilidade funcional.
Um exemplo deste “ajuste postural” é quando pisamos numa superfície 
irregular, os proprioceptores detectam essa mudança e enviam, muito ra-
pidamente – mecanismo reflexo, informações para o cérebro onde são 
processadas; o cérebro, então elabora a resposta envolvendo os compo-
nentes articulares e musculares para fazerem os reajustes à nova situa-
ção para retomar o equilíbrio – esta resposta é conhecida como controle 
neuromuscular. 
Como, por exemplo, realizar uma 
abdução horizontal, com apoio no 
balance disc, é uma alternativa me-
todológica para desenvolver a esta-
bilidade e o equilíbrio, acionando o 
reflexo de resposta a inclinação. 
Quanto mais treinar o corpo em si-
tuações de “instabilidade” a capaci-
dade para retomar o equilíbrio é 
desenvolvida, portanto, a inclusão 
de “acessórios” que propiciam a criação de bases instáveis devem obe-
50
decer um critério metodológico e, acima de tudo, estar relacionado com 
um objetivo específico, de acordo com a necessidade do aluno. 
 Os acessórios rolo e bola suíça tem sido utilizados no treinamento multi-
funcional para o desenvolvimento da estabilização, foça estática e dinâ-
mica dos músculos do CORE. Propiciam o aumento da instabilidade, no 
sentido latero-lateral (rolo) e em várias direções (bola). Quando os alunos 
já conseguem realizar os exercícios, com relativa facilidade, nas bases 
estáveis , recomenda-se a inclusão dos acessórios. 
Estas alternativas metodológicas - modificação da superfície de apoio e 
respectiva inclusão de acessórios e combinação de movimentos estáti-
cos e dinâmicos, com o objetivo de “melhorar a propriocepção – confor-
me opinião dos seus proponentes, devem ser aplicadas nas diferentes 
fases do treinamento, de acordo com ordem lógica ou mesmo metodoló-
gicas, uma vez que esses exercícios, muitas vezes extremamente com-
51
plexos, rotulados como “funcional”, são aplicados de forma aleatória, 
não respondem as perguntas básicas: porque fazer, para quem, quando 
e como !
É importante salientar que muitas pessoas não são capazes de ficar em 
equilíbrio, sobre um dos pés ou mesmo na posição ventral, em quatro 
apoios, perdem a estabilidade ! Para esses alunos é recomendado reali-
zar esses exercícios, de forma estática e depois dinâmica para, em segui-
da, progredir para a inclusão de bases instáveis. Esta é uma sequencia 
lógica, neurológica e pedagógica.
Durante 14 anos, no Instituto Mauro Guiselini, cuidamos do aluno André 
Higino que, em função de uma patologia na coluna lombar, incluímos os 
exercícios sobre superfícies instáveis. Durante a fase do treinamento - es-
tabilização e força estática, foi fundamental para, na sequencia o desen-
volvimento da força dinâmica e hipertrófica.
52
Os novos espaços de treinamento
As novas salas de musculação, até bem pouco tempo, repletas de ma-
quinas "monoplanares e monoarticulares", aparelhos computadorizados 
- esteiras, bicicletas, cross trainers, com possibilidades de se conectar 
com os Iphones, com telas de plasma e memória para armazenar o trei-
namento, 
tem ao seu lado aparelhos muito simples que possibilitam a realização 
de exercícios globais - muito parecidos com as atividades cotidianas e 
esportivas. 
53
Este ambiente de treinamento que propicia uma situação muito similar o 
mundo real de movimento, é o recomendado pelos adeptos do treina-
mento funcional.
Os aparelhos simples que permitem a realização de exercício básicos - 
denominados de funcionais são realizados com auxilio de acessórios 
muito antigos (revitalizados) - o velho e reinventado medicinebol (hoje ele 
pula), o jurássico Kettlebell, a banda elástica (nova versão da antiga câ-
mara de bicicleta utilizada nas aulas de ginástica dos anos 50)e ,sem 
contar, as cordas de amarrar navio. 
Os métodos clássicos de treinamento - Interval Training e Circuit Trai-
ning, são facilmente adaptados nesses “novos espaços de treinamento”, 
com foco na alta intensidade.
54
As gaiolas, compostos de torres, escadas e pontos de ancoragem permi-
tem a volta do treinamento em grupo, utilizando como método de treina-
mento o antigo e eficiente Circuit Training. 
Barras, argolas, caixas de saltos, barreiras, pneus de trator, martelos, me-
dicinebol com areia, sacos de areia, entre outros acessórios são , fre-
quentemente utilizados para montar as aulas de treinamento de alta in-
tensidade.
55
As Tendências para 2016
Anualmente, o ACSM - AMERICAN COLLEGE of SPORTS MEDICINE pu-
blica as tendência para o ano corrente, com base nas informações obti-
das nas entrevistas realizadas com especialistas em Fitness & Wellness.
56
57
1 Tecnologia - acessórios
2 Treinamento com o peso do corpo
3 Treinamento Intervalado de alta Intensidade - HIIT
4 Treinamento de Força
5 Treinamento Personalizado
7 Treinamento Funcional
8 Treinamento para Idosos
9 Exercício para Perda de Peso
10 Yoga
11 Treinamento Personalizado para Grupos
12 Promoção da Saúde no Local de Trabalho
13 Coaching em Bem-Estar ( wellness coaching)
14 Atividades ao Ar Livre
15 Treinamento Específico para Esportes
16 Exercícios para Flexibilidade e Mobilidade com o rolo
17 Aplicativos para smartphones
18 Treinamento em Circuito
19 Treinamento do CORE
20 Avaliação de Resultados
Aulas em Grupo Modalidades de Exercícios
As pessoas adoram se exercitar com a música, uma excelente alternati-
va para aumentar a liberação das beta endorfinas ! Constantemente o 
profissional de fitness, que ministra aulas em grupo, para atender às ne-
cessidades de um mercado em crescimento, busca diferentes alternati-
vas? Quais modalidades, equipamentos e tendências, motivam as as 
pessoas de varias idades, em media de 25 a 60 anos, a correr, saltar, le-
vantar, puxar, empurrar, sorrir... A organização internacional IDEA, em 
2016, entrevistou 15 profissionais experts em modalidades em grupo, 
para veririfar a s mais praticadas nos últimos 3 anos. 
58
Crescimento das Modalidades de Exercícios 
nos últimos 3 anos
Aqui estão as modalidades de exercícios em gru-
po, mais populares dos últimos 3 anos, de acor-
do com 15 profissionais de fitness da indústria gru-
po de fitness condicionamento atlético. As aulas listadas não estão em 
ordem de preferência.
aulas de condicionamento 
físico na barra
treinamento com o peso 
corporal
treinamento em circuito
aula temática - CORE
treinamento intervalado 
de alta intensidade - HIIT
ciclismo indoor
treinamento focado em força 
aulas virtuais
yoga e outras classes de mente-corpo
Zumba® e aulas inspiradas em dança
59
Treinamento Multifuncional 
Conceito4
“Um dos fatores de sucesso 
é variar o treino, surpreen-
da seu aluno”
– Mauro Guiselini
Conceito de Treinamento
Treinamento, de acordo com Barbanti (2005) é todo programa pedagógico 
de exercícios que objetiva melhorar as habilidades e aumentar as capacida-
des energéticas do indivíduo para uma determinada atividade.
Treinamento, para Gomes (2009) pode ser entendido como a repetição siste-
mática de ações musculares dirigidas, com fenômenos de adaptação 
funcional e morfológica, visando à melhora do rendimento.
Segundo Lopes et al (2010), alguns autores de treinamento esportivo tam-
bém classificam e dividem as adaptações em funcionais ( referentes ao incre-
mento das capacidades biomotoras) e morfológicas (referentes à alterações 
na composição corporal, que no conjunto, denomina-se adaptações morfo-
funcionais
Fig. 1 Treinamento: adaptações funcionais e morfológicas
61
Fig. 2 Ênfase adaptativa relacionada ao estímulo aplicado, seja neural, morfo-
lógico ou funcional (Lopes et al, 2010)
Foto 1 e 2 Adaptação neuromuscular: foco na mobilidade e estabilidade
62
Conceitos: Treinamento Funcional e MultiFuncional
O Treinamento Funcional é um método de treinamento, uma nova forma de 
treinamento ou uma estratégia metodológica que utiliza os princípios do trei-
namento esportivo para alcançar seus objetivos?
Para vários autores especialistas no assunto, existe um consenso comum so-
bre Treinamento Funcional, ou seja, é elaborado para treinar as habilidades 
motoras funcionais (movimento) necessárias para as atividades cotidianas e/
ou esportivas, diferente dos exercícios de isolamento que treinam o múscu-
lo; treinar o músculo é diferente de treinar o movimento. Check, 2000; Ru-
benstein, 2005; Clarck et AL, 2008; Boyle,2004; Santana, 2006, Guiseli-
ni,2010.
Apesar da concordância de diversos autores, o conceito de treinamento 
funcional ainda é motivo de muita controvérsia, principalmente pela escolha 
dos exercícios e sua aplicação para alunos com diferentes objetivos, capaci-
dade funcional e habilidades motoras. O nível de desenvolvimento de deter-
minadas capacidades biomotoras funcionais, principalmente a mobilidade, 
estabilidade, consciência corporal e coordenação motora global são decisi-
vas para a aplicação do treinamento funcional. Recomendamos, para tanto, 
a aplicação de testes multifuncionais para avaliar estas capaci
Vamos conhecer o conceito de duas palavras que são utilizadas pelos espe-
cialistas dos assunto: funcional e multifuncional.
63
O significado das palavras “Funcional e MultiFuncional”
Funcional 1. Capaz de operar ou funcionar 2. Tendo ou servindo a um propó-
sito utilitário; capaz de servir ao propósito para o qual foi projetado (Webs-
ter’s Encyclopedic Unabridged Dicionary of the English Linguage)
Funcional 2. adj. cuja execução ou fabricação se procura atender, antes de 
tudo, à função, ao fim prático (Michaellis) 
O significado das palavras “MultiFuncional”
Multifuncional 1. adj. Que realiza sozinho várias funções (p. ex., um apare-
lho).
64
MultiFuncional 2.adj. Que tem ou realiza múl-
tiplas funções; POLIVALENTE (Dicionário Aule-
te) [F.: multi + funcional.]
MultiFuncional 3. adj. Que tem várias fun-
ções ou utilidades diferentes. (web dicionário
Treinamento Funcional
Motivo de muita controvérsia entre os profis-
sionais de educação física, já praticada há muitos anos pelos fisiotera-
peutas, com a finalidade de reabilitação, o treinamento funcional aplica-
do no treinamento esportivo e nos programas de condicionamento físico 
já acontece a cerca de 10 anos no nosso país. Nos EUA o precursor do 
treinamento funcional, há cerca de 30 anos, Gary Gray tem publicado inú-
meros trabalhos sobre o assunto.
A definição do que é treinamento funcional é muito discutida, de certa 
forma controvertida, pois, na literatura especializada, encontramos dife-
rentes conceitos. É composta de duas palavras combinadas, porém, 
cada uma delas, tem um significado próprio. 
São centenas de vídeos publicados na internet (youtube), artigos em re-
vistas consideradas “não científicas”, cursos de extensão universitária, 
de capacitação profissional e de pós-graduação sobre Treinamento 
65
Funcional & CORE, conteúdos e cursos que tem despertado grande inte-
resse entre os Fisioterapeutas e Profissionais de Educação Física que 
atuam como Personal Trainer, Preparador Físico, entre outros profissio-
nais da área da saúde.
Apesar de inúmeras publicações científicas a respeito do tema em ques-
tão, parece não existir um consenso comum entre os profissionais envol-
vidos, observamos uma grande divergência, não só nos aspectos concei-
tuais, mas principalmente com relação aos exercícios práticos disponí-
veis, em especial aqueles que aparecem em diversos sites como os do 
Grande parte dos exercícios realizados sobre superfícies instáveis, com 
auxílio da bola suíça, disco de equilíbrio, pranchas de equilíbrio ou mes-
mo exercícios realizados em posições não usuais nas atividades cotidia-
nas ou esportivas aparecem como sendo estratégias de treinamento 
funcional. Essa alternativas são aplicadas, muitas vezes, em diferentes fa-
ses do treinamento, sem uma ordem lógica ou mesmo metodológica, 
são sugestões de exercícios, muitas vezes intensos e complexos, todos 
rotulados como “funcional”....sim, para quem e porquê? 
De acordo com vários autores especialistas no assunto, o Treinamento 
Funcional é elaborado para treinar o movimento necessário para as ativi-
dades cotidianas e/ou esportivas, diferente dos exercícios de isolamento 
que treinam o músculo; treinar o músculo é diferente de treinar o movi-
66
mento. Check, 2000; Rubenstein, 2005; Clarck et AL, 2008; Boyle,2004; 
Santana, 2006, Guiselini,2010.
Entre os profissionais interessados no tema são frequentes algumas 
questões, entre elas se o treinamento funcional é diferente do treinamen-
to tradicional, quais exercícios são utilizados, se a prescrição segue os 
mesmos princípios, enfim qual é a grande diferença?
É bem provável que muitos profissionais, muito embora estejam “utilizan-
do o treinamento funcional como estratégia de ensino”, não se recordam 
ou mesmo não levam com consideração o conceito e os princípios de 
treinamento; é muito importante conhecê-los e saber como aplicá-los 
uma vez que é sobre esse conceito e princípios que o treinamento 
funcional é estruturado. 
O Treinamento Funcional, para inúmeros profissionais, não apresenta 
nada de novo, é simplesmente uma forma de trabalho muito parecida 
com outras já, hà muito tempo, utilizadas no treinamento esportivo.
Apresentamos, a seguir, o conceito de treinamento funcional, de acordo 
com diferentes especialistas. 
De acordo com Vives (2005) treinamento funcional é um treinamento que 
melhora a estrutura do corpo ou movimento. Se esse movimento é meca-
nicamente simples (subir escada carregando uma cesta de roupa ) ou 
67
complexo (fazer uma bandeja evitando a marcação), estamos sempre trei-
nando para a função ideal do corpo. O treinamento deve considerar a 
sua aplicação, ou seja, se o foco é nas atividades cotidianas ou esporti-
vas, para a melhoria da performance.
Fotos 3, 4 e 5. Atividades cotidianas, esportivas e de condicionamento.
Para Boyle (2010), o treinamento funcional é melhor descrito como um 
continuo de exercícios que ensina os atletas a controlar “peso corporal” 
(em relação à força da gravidade) em todos os planos de movimento.
 É um treino com propósito, ou seja, é apresentado como um treinamen-
to generalizado, que pode ser aplicado para todos os esportes. O técni-
co usa o peso do corpo como resistência, aproveita a ação da força da 
gravidade e escolhe posições que tem significado, específicas para as 
necessidades de cada modalidade esportiva.
68
Foto 6. Prancha lateral com abdução do quadril com resistência
Para Gambetta (2012) o treinamento funcional envolve mais do que traba-
lhar numa superfície instável usando bolas de estabilidade ou outros 
acessórios similares, os movimentosutilizados são multiplanares e mul-
tiarticulares.
Dos Remédios (2010) menciona que o treinamento funcional se refere so-
mente àquelas habilidades motoras utilizadas para melhorar o funciona-
mento do seu corpo no dia a dia, por meio do programa de treinamento. 
Sem exageros, sem trejeitos, sem truques – apenas exercícios eficientes.
A maioria dos jogos, esportes, lutas, segundo Radcliffe (2007), são dispu-
tadas na vertical, em pé, com movimentos de flexão, extensão e rotação 
em várias direções. Treinar esses movimentos só ajudará a melhorar o 
desempenho nas diferentes atividades cotidianas e esportivas, além de 
mantê-lo saudável. A capacidade de mover-se, com mobilidade e estabi-
69
lidade, serve para mantê-lo no caminho certo para o sucesso; o treina-
mento funcional vai te mostrar o caminho. 
Esta definição simples, de certa forma, no entanto é complexa a sua 
aplicação, pois não é uma questão do que é ou não funcional; é apenas 
um entendimento de quão funcional um exercício ou movimento é relati-
vo ao objetivo do treinamento. Se um atleta está trabalhando para melho-
rar a força para a corrida, e os exercícios que ele está fazendo envolvem 
posições sentadas ou em decúbitos, então eles não são muito funcio-
nais em relação ao objetivo de melhorar a força para a corrida. (Gam-
betta, 2012)
Fotos 7 e 8 Habilidades Motoras Multifuncionais - remada
Minha definição para testes e treinamento funcional não me limita aos 
exercícios “frufru” (floreados), que muitos treinadores consideram ser trei-
namento funcional. Eu concordo plenamente com os treinadores de for-
ça que não gostam do lado “leve” de treinamento funcional. Demonstrei 
70
em múltiplas ocasiões que os pitchers e os quarterbacks das equipes co-
legiais e níveis profissionais podem obter mais ganhos funcionais através 
do dead lift e suas variações do que com uma rotação externa e interna 
de ombros com uma banda elástica. 
Fotos 9 e 10 Dead Lifit na preparação do atleta de baseball - pitcher
Não estou dizendo que uma é melhor do que a outra, o que digo é que 
eles tiveram um treinamento com o dead lift por que eles necessitavam 
uma integridade mais forte no padrão de movimento. Se a avaliação mos-
trasse que eles precisavam mais trabalho de punho eles teriam recebido 
treinamento com a banda elástica. (Cook, 2011)
Minha definição de função não se limita a certas formas de equipamen-
to. Ela simplesmente define um déficit funcional e oferece um tratamen-
to, seguido pelo reteste para verificar se o déficit ainda está presente. 
71
Se o déficit ainda está presente após meu trabalho para modifica-lo, 
meus resultados não foram funcionais. (Cook, 2011).
Charles Staleys (2005) descreve treinamento funcional, em seu livro Mus-
cle Logic como “exercícios realizados com vários acessórios tais como 
bolas de exercícios (bola suíça), rolos, pranchas e tábuas de equilíbrio, 
desenhados para criar um ambiente mais desafiador com o propósito de 
envolver mais os pequenos músculos estabilizadores profundos”. O Trei-
namento Funcional defende o propósito que o maior envolvimento dos 
músculos estabilizadores é a chave para melhorar o desempenho e o re-
sultado global do treinamento. 
Fotos 11 e 12 Treinamento com Kettlebell: base instável x estável
72
Para Boyle (2011) treinamento funcional e treinamento em superfície ins-
tável não são sinônimos. Treinamento em superfície instável é um dos as-
pecto do amplo processo a que se resume o treinamento funcional. Infe-
lizmente esse treinamento em superfície instável se tornou tão sinônimo 
de treinamento funcional que muitos o consideram um único e o mesmo.
Treinamento funcional não é tanto sobre os acessórios usados pelos fisio-
terapeutas em reabilitação, mas sobre o conhecimento que os fisiotera-
peutas ganharam sobre como as lesões ocorre. É aí que as pessoas se 
confundem: não é sobre acessórios é sobre conhecimento. O treinamen-
to funcional dirige o foco para que os exercícios incorporem os múscu-
los estabilizadores por que é isto que os fisioterapeutas relatam como 
fonte de lesão (Boyle, 2011).
O treinamento funcional é um termo que pode 
ser interpretado de forma errada por que todo 
movimento é funcional, a distinção deve ser 
focando na funcionalidade das habilidades 
motoras funcionais ou “drill – desafio” (termo 
utilizado no esporte, segundo Gambetta, 
2012), no caso específico daquelas relaciona-
dos ao esporte.
73
Segundo a NSAM (2006) todo padrão de movimento funcional envolve 
desaceleração, estabilização e aceleração o qual ocorre em cada articula-
ção na cadeia cinética e em três planos de movimento.
De acordo com os diversos autores citados, observamos que o conceito 
de treinamento funcional apresenta uma grande abrangência, ou seja: 
•	 Numa abordagem voltada para a avaliação dos padrões de movimen-
to e identificação das disfunções e, à partir daí, prescrever exercícios 
para compensar os déficits de movimento; 
•	 Como um treinamento que utiliza acessórios e que enfatiza a realiza-
ção de exercícios sobre uma superfície instável para aumentar a partici-
pação dos músculos profundos; 
• A utilização de exercícios multiplanares e multiarticulares, diferentes 
dos exercícios de isolamento, realizados em situações e posições simi-
lares aquelas realizadas nos jogos, esportes, atividades cotidianas, lu-
tas, artes marciais e dança.
É bem provável que muitos profissionais, muito embora estejam “utilizan-
do o treinamento funcional como estratégia de ensino”, não levam em 
consideração o conceito e os princípios de treinamento; é muito impor-
tante conhecê-los e saber como aplicá-los uma vez que é sobre esse 
conceito e princípios que o treinamento funcional é estruturado.
74
Por que o termo Treinamento MultiFuncional
Realmente é um assunto muito interessante e, ao mesmo tempo, motivo 
de muita discussão e, por que não de controvérsia adotar esse ou aque-
le nome para determinada atividade. Muitos especialistas não concor-
dam com o nome treinamento funcional, são de opinião que é mais uma 
“moda, um nome para algo que é muito antigo, os exercícios apresenta-
dos não são novos, já eram utilizados nos programas de treinamento tra-
dicionais – agachar, levantamento de peso olímpico, saltos, enfim não 
existe nada de novo.
É uma opinião que deve ser respeitada, no entanto, atualmente existe 
uma explicação teórica, adaptações metodológicas que, de certa forma 
justificam a utilização dessa nomenclatura.
Se analisarmos o conceito da palavra multifuncional - adj. que tem vá-
rias funções ou utilidades diferentes (web dicionário), e transferindo 
para a nossa área, por analogia, podemos considerar que determinados 
exercícios e mesmos músculos podem, portanto, serem considerados 
como multifuncionais.
Segundo Richardson et al (2004) a sustentação de peso contra a ação 
da gravidade nas posturas de trabalho flexionadas está intimamente rela-
cionada à função muscular antigravitacional, ao exercício em cadeia fe-
chada e ao controle motor em alça fechada (closed loop), apoiando-se 
75
fortemente no feedback sensorial. Esse é o domínio dos músculos anti-
gravitacionais (monoarticulares e locais). Contudo, o movimento em ca-
deia aberta com ausência de sustentação de peso e indícios de cargas 
gravitacionais (feedback sensorial) é o campo de ação dos músculos 
multiarticulares – multifuncionais.
Coerente com os fundamentos acima identificados, entendemos que 
muitos exercícios, principalmente aqueles multiarticulares e, em muitos 
casos, também multiplanares, podem ser considerados como “exercí-
cios multifuncionais” sendo, por sua vez, utilizados como meios do Trei-
namento MultiFuncional (Guiselini, 2013).
Quando surge algo novo no mercado é importante saber os 
fundamentos...os conceitos, as evidências científicas.
76
Esta é uma pergunta que sempre os alunos fazem, se é mais um nome 
de algo que já existe no mercado, uma moda, enfim, porque o nome Mul-
tiFuncional ?
A resposta não é muito simples, dependendo do nível decompreensão a 
respeito do ser humano, da sua complexidade, da integração das várias 
dimensões fica mais fácil entender o porque ! No entanto, a maioria dos 
programas de treinamento, em particular o funcional, muito atual, exce-
lente, deixa de priorizar algumas capacidades biomotoras que considera-
mos importante, como por exemplo, a consciência da respiração, des-
contração muscular e relaxamento. Exercícios expressivos com música e 
técnicas de soltura também não são utilizadas nos programas tradicio-
nais. 
77
O Treinamento MultiFuncional considera o ser humano de forma inte-
gral.
A abordagem holística não é nova, muito enfatizada nos anos 60’, mais 
recentemente as academias e personal trainers tem incluído, nos seus 
programas, exercícios e técnicas denominadas body & mind - Yoga, Pila-
tes, Tai-Chi, Massagem, entre outras., com o objetivo de desenvolver ou-
tras capacidades biomotoras além das tradicionais.
78
Os conceito de Wellness Coaching e Health Coaching, coerentes com a 
tendências da industria do fitness, são elaborados considerando as vári-
as dimensões do Bem-Estar e a importância do estilo de vida saudável - 
exercício físico, alimentação saudável e controle do estresse.
O que é Bem-Estar
Sentir-se Bem !
É uma sensação pessoal, pois reflete o que você sente em relação a fa-
tos, pessoas, situações, conquistas, posição social, nível intelectual, ao 
próprio corpo, enfim a própria forma de viver (Guiselini,2016)
Inúmeros estudos tem demonstrado como o exercício físico é um meio 
educativo privilegiado, uma das poucas...talvez a única alternativa que 
consegue, ao mesmo tempo propiciar benefícios para as 5 dimensões 
do bem-estar. A melhoria da aptidão física relacionada à promoção da sa-
79
Bem-Estar é Sentir-se Bem
É estar em equilíbrio físico, emocional, mental social e espiritu-
al - com alegria ! 
É buscar e encontrar a paz, harmonia e felicidade. (Guiselini, 
2016)
úde e bem-estar é, já ha algum tempo, um dos principais objetivos a se-
rem desenvolvidos pelos profissionais da área da saúde , particularmen-
te os da Educação Física . Na medicina tornou-se comum a recomenda-
ção da prática regular do exercício físico na prevenção e tratamento de 
inúmeras doenças. A Academy of Medical Royal Colleges, em fevereiro 
de 2015, publicou um documento intitulado Exercício: a cura milagrosa e 
o papel do médico na sua promoção. Objetivo da publicação, de acordo 
com o Prof. Dame Sue Bailey, membro titular da referida instituição, é 
propiciar aos médicos ferramentas que os ajudará a promover exercícios 
para os pacientes. Uma das referencias da publicação explica como e 
quanto a atividade física é valiosa como uma medida preventiva contra 
uma grande quantidade de doenças. 
80
O Treinamento MultiFuncional é o resultado de mais de 40 anos, anos de 
estudos, pesquisas e aplicação prática, aplicando nas minhas aulas cole-
tivas no Circulo Militar, nos anos 70’, depois nas Academias RUNNER e 
Cia. Athlética nos anos 90”. Na sequencia, no Centro de Integração do 
Corpo, cuidando individualmente e em pequenos grupos, alunos de 14 a 
90 anos, durante 12 anos, iniciei a aplicação das técnicas complementa-
res. Os exercícios respiratórios, toque suave (descontração miofascial) e 
técnicas de relaxamento, completaram os 7 Grupos de Exercícios que 
compõe a proposta do Treinamento MultiFuncional - Exercícios Expressi-
vos com Música, Exercícios com Máquinas e Aparelhos, Exercícios com 
Peso do Corpo e Acessórios, Alongamento Suave, Exercícios Respiratóri-
os, Toque Suave e Relaxamento.
81
 
Anos atrás, na Escola d Jockey, 
meus alunos de 4 anos participa-
vam das aulas de Educação Físi-
ca . Cor re r, sa l ta r, puxar, 
rolar...habilidades básicas reali-
zadas em forma de “circuit trai-
ning..”. Estava nascendo a mi-
nha proposta metodológica, as 
primeiras experiências para ela-
borar o Treinamento MultiFuncio-
nal de hoje.
82
Dança
 Estética
 Lutas
Esportes
Atividades
 Cotidianas
Artes Marciais
Mundo Real de Movimento
83
Um programa pedagógico de exercícios multifuncionais (isola-
dos e em cadeia cinética) para o desenvolvimento de capaci-
dades biomotoras e aprendizagem/aperfeiçoamento de habi-
lidades motoras multifuncionais, utilizadas no mundo real de 
movimento; como objetivos para a promoção da súde & bem-
estar, estética e desempenho (Guiselini, 2016)
Fig. 3 Componentes do Treinamento MultiFuncional (Guiselini, 2016)
 Programa Treinamento Multifuncional 
O programa de Treinamento MultiFuncional é elaborado considerando os 
objetivos dos alunos, resultados obtidos na AMF-Avaliação MultiFuncio-
nal e respectivos déficits de movimento. Essas informações são funda-
mentais para a escolha dos exercícios multifuncionais, métodos de treina-
AVALIAÇÃO 
MULTIFUNCIONAL 
HABILIDADES 
MOTORAS GLOBAIS 
CORE 
ADM 
TREINAMENTO 
MULTIFUNCIONAL 
ADAPTAÇÕES 
MORFOLÓGICAS 
COMPOSIÇÃO)
CORPORAL)
FUNCIONAIS 
CAPACIDADES 
BIOMOTORAS 
SAUDE & BEM-ESTAR 
CAPACIDADES 
BIOMOTORAS 
ESTÉTICA 
DESEMPENHO 
APRENDIZAGEM 
HABILIDADES 
MOTORAS 
FUNCIONAIS 
COTIDIANAS 
ESPORTIVAS 
84
Componentes de Treinamento MultiFuncional
mento e respectivas avaliações de controle. Dependendo do resultado 
da AMF, são incluídos os “exercícios multifuncionais educativos comple-
mentares”, na primeira fase da aula, para ajudar a corrigir a execução 
das habilidades motoras globais, CORE e amplitude de movimento - défi-
cits de movimento. As capacidades biomotoras mobilidade/flexibilida-
de, estabilidade/equilíbrio, consciência corporal, coordenação motora 
global e ajuste postural são prioritárias no inicio do treinamento, principal-
mente para alunos considerados iniciantes ou que apresentam déficits 
de movimento.
Fig. 4 Treinamento MultiFuncional: Avaliação MultiFuncional e Prescrição 
de Treinamento (GUISELINI, 2016)
85
Avaliação))
Mul,Funcional)
Prescrição)de)
Treinamento)
Métodos)de)
Treinamento)
Exercícios)
Mul,Funcionais)
Capacidades)
Biomotoras)
Necessidades)
Obje,vos)
A abordagem metodológica, muito simples e objetiva, adotada no Treina-
mento Multifuncional, como resultado dos estudos e principalmente das 
experiências práticas vivenciados ao longo dos anos, é elaborar o progra-
ma considerando os três aspectos identificados na fig. 5 
Fig. 5 Alongar, Fortalecer & Relaxar (GUSELINI, 2016)
Esta é uma orientação metodológica, ou seja, o professor tem três aspec-
tos que considero fundamentais para o sucesso do programa - identifi-
car quais músculos estão enfraquecidos, quais estão encurtados e os 
pontos de maior tensão muscular. Por meio da Avaliação MultiFuncional, 
entrevista e outros procedimentos disponíveis, é possível obter informa-
ções precisas para a prescrição de exercícios. O Treinamento MultiFunci-
onal utiliza os exercícios multifuncionais, como principal meio, que serão 
estudados em capitulo específico.
86
O que é transferido
É muito comum os profissionais de educação física - perso-
nal trainers, professores de aulas coletivas, preparadores físi-
cos, perguntarem se as capacidades biomotoras e as habilidades motoras 
são realmente transferidas para o mundo real de movimento - atividades coti-
dianas e recreacionais, esportes, lutas, artes marciais, dança. Se o treina-
mento multifuncional ajuda a melhorar a performance nessas situações. 
No treinamento esportivo o princípio da especificidade explica muito bem 
está situação, tendo como base a aprendizagem motora - transferência proa-
tiva positiva.
Quanto maior 
for o número de elementos idênticos entre duas habilidades moto-
ras, maior serão as possibilidades de transferência, porém é importante res-
saltar a relação entre capacidades e habilidades: se você quer ser bom na 
corrida, o melhor caminho é treinar corrida, aprender a técnica - em nada 
adianta pedalar, em ambas as situações a resistência cardiorrespiratória 
será beneficiada, porém as habilidades não - correr e pedalar são habilida-
des diferentes.
Quantomaior a similaridade entre as habilidades motoras 
multifuncionais praticadas, maior será a transferência 
para a nova situação. 
Ocorre a transferência proativa positiva 
87
Fotos 13 e 14 Arrumar a cama e Stiff: ocorre a transferência?
Os dois exemplos acima mostram uma situação muito interessante: a dona 
de casa, para arrumar a cama, faz uma flexão de tronco e quadril várias ve-
zes, de forma dinâmica e, por alguns momentos mantém a posição “estáti-
ca”, solicitando a ação dos músculos eretores da coluna e posteriores da 
coxa. Um bom exercício para fortalecer os músculos responsáveis pela tare-
fa “doméstica - arrumar a cama”, é o stiff que, tecnicamente são diferentes.
Fica claro que este é o principio 
básico que norteia o Treinamento 
MultiFuncional:!
Treinar de forma similar o mais 
parecido possível com os movimentos 
que se pretende melhorar...!
Isto é o mesmo que dizer que o 
treinamento deve ser específico 
(GUISELINI, 2011)!
!
TREINAMENTO)
FUNCIONAL)
MUNDO)REAL)
TRANSFERENCIA)
ESPECIFICIDADE)
88
Forma ou Função: você decide
Treinar o músculo de forma isolada ou em cadeia cinética, é motivo de mui-
ta discussão e controvérsia, pois ambas as técnicas são importantes, depen-
de tanto do objetivo como as reais necessidades e interesses.
Os exercícios que são menos funcionais são isolados, como por exemplo, a 
mesa flexora e extensora; estes exercícios são um fim em si mesmo, isto é, 
para o fortalecimento dos músculos anteriores e posteriores da coxa. O 
avanço, que é realizado em pé, que pode ser feito com muitas variações, é 
muito mais funcional se comparado com a mesa flexora pois, conforme o 
conceito discutido, o corpo funciona por meio de um sistema em cadeia ci-
nética, global, se movendo desde as unhas dos dedos dos pés até as unhas 
dos dedos das mãos. (Gambetta, 2012, Guiselini, 2012)
Fotos 15 e 16 Exercício Isolado (cadeira extensora) e Exercício em Cadeia 
Cinética (avanço)
89
Treinamento com pesos, com isolamento muscular, é muito praticado por 
pessoas interessadas em construir músculos fortes, bem delineados, aumen-
tar a massa muscular e simetria, com objetivos estéticos. Este é o principal 
objetivo para muitos que desejam mudar a aparência física, o foco é na for-
ma, ou seja, dar ao músculo maior definição ou hipertrofia. 
Na recuperação de alguns tipos de lesões dos joelhos, fortalecimento dos 
músculos estabilizadores da escápula (manguito rotator), estabilizadores do 
core, frequentemente é recomendado o exercício localizado com séries e re-
petições específicas, nesse caso o isolamento muscular é utilizado primeiro.
Na prática, as atividades esportivas e cotidianas são compostas de do movi-
mentos globais, multiarticulares e multiplanares. O desenvolvimento das ca-
90
pacidades biomotoras coordenação motoras, mobilidade, estabilidade, for-
ça e, especificamente, no caso dos esportes, a velocidade, agilidade e po-
tência são fundamentais para o sucesso. 
O objetivo do treinamento não é só mudar a forma do corpo, mais músculos 
e menos gordura, mas também como aumentar a capacidade do corpo se 
movimentar bem; o foco é na função - aprendizagem/aperfeiçoamento de ha-
bilidades motoras e desenvolvimento de capacidades biomotoras . Neste 
caso função significa melhorar a habilidade motora funcional utilizada na prá-
tica esportiva ou cotidiana, como por exemplo, correr, saltar, agachar, avan-
çar, empurrar, puxar, saltar, entre outras.
Habilidade 
Saltar
Capacidades Biomotoras
Equilibrio
Estabilidade
Força Dinâmica
91
Tendo em vista essas duas situações mencionadas os especialistas concor-
dam que o profissional de educação física, ao elaborar um programa de trei-
namento pode então, escolher exercícios que “treinam o músculo ou aque-
les que treinam o movimento (habilidade motora funcional) ”. Estabelecer 
uma diferença entre “músculo e movimento”, sob o ponto de vista prático 
não existe, os proponentes levantam a questão relativa aos exercícios isola-
dos ou globais e sua similaridade com o mundo real de movimento.
Fotos 17 e 18 - Músculo e Movimento
Sob o ponto de vista fisiológico e biomecânico, músculo e movimento cami-
nham juntos, ou seja, o movimento é resultante da contração muscular que, 
por sua vez, movimenta os segmentos ou o corpo como um todo. Os adep-
tos do treinamento funcional caracterizam o treinamento funcional como um 
treinamento que melhora as habilidades motoras funcionais, aquelas que se-
rão utilizados nas atividades cotidianas ou esportivas.
92
Isto significa que o profissional, para elaborar um programa de treinamento 
multifuncional, deve ter muito claro qual é “o mundo real de movimento” do 
seu aluno/cliente, no caso do Personal Trainer, ou do atleta quando no espor-
te de alto rendimento.
Muitas atividades de condicionamento físico, esportes e recreação, realiza-
das por idosos, jovens, donas de casa ou atletas tem os mesmos padrões 
básicos de movimento. O agachamento, por exemplo, é realizado por todos, 
em diferentes situações e intensidade, no entanto, a habilidade motora “aga-
char é realizada de acordo com um padrão básico de movimento, o cérebro 
recebe a informação do padrão de movimento a ser elaborado e cria uma co-
ordenação entre os músculos necessários para tal tarefa, isto é chamado de 
programa motor.
Isto significa que o Agachamento é realizado para “melhorar a forma de aga-
char”, com mais controle e precisão e, ao mesmo tempo, fortalecer os mús-
culos da cadeia cinética envolvida para a sua realização; força de resistência 
muscular, mobilidade, estabilidade, coordenação motora e consciência cor-
poral são as principais capacidades desenvolvidas durante o treinamento.
Este é o ponto fundamental que deve ser compreendido pelos profissionais, 
ou seja, a diferença entre forma e função; os exercícios de isolamento mus-
cular, muito embora exista um programa motor, como por exemplo, para rea-
lizar a rosca direta, não tem como objetivo o padrão básico de movimento 
global e sim no aprendizado do movimento (exercício) que prioriza o fortaleci-
93
mento dos músculos flexores do cotovelo. Você conhece alguma atividade 
cotidiana, de lazer ou esportiva que você faz o movimento de “rosca dire-
ta”...? Seguramente não, é um exercício isolado de flexão e extensão de co-
tovelos, dois movimentos básicos da articulação do cotovelo que são realiza-
dos em muitas atividades cotidianas esportivas, porém de forma integrada, 
em cadeia cinética.
Em todo treinamento, e também no multifuncional, durante a prática, sem-
pre ocorre a aprendizagem/aperfeiçoamento das habilidades motoras (bási-
ca ou específica) e, simultaneamente, o desenvolvimento das capacidades 
biomotoras prioritárias, tendo em vista os objetivos específicos pré-determi-
nados pelo profissional em comum acordo com as necessidades dos prati-
cantes. Para maior compreensão, caso não esteja claro os conceitos cita-
dos, recomendo a leitura dos conceitos básicos de aprendizagem motora e 
desenvolvimento das capacidades biomotoras.
94
Um pouco das minhas experiências práticas, com crianças em idade pré-es-
colar e escolar. de 4 a 10 anos, nas escolas de Educação Infantil: Escola do 
Jockey, Escola Móbile e Escola de aplicação da USP. Correr, Saltar, Equili-
brar, CORE....o que fiz nesta época está mais atual do que nunca !
95
1973 1973
1973 1973
1979
1982 1983 1982
1983
Treinamento MultiFuncional 
INDIVIDUALIZADOPERSONALIZADO GRUPO
O Treinamento MultiFuncional pode ser utilizado no Treinamento Personali-
zado - PT, Individualizado - na sala de musculação e nas Aulas Coleti-
vas - em grupo. 
Como visto no capitulo 6, a aplicação do Treinamento MultiFuncional consi-
dera os resultados obtidos no Sistema Avaliação MultiFuncional - SAMF, 
que, por meio da aplicação dos Testes Multifuncionais: habilidades motoras 
funcionais básicas, CORE e amplitude de movimento, identifica os déficits 
de movimento. Uma vez identificado os déficits de movimento, recomenda-
se a prescrição os Exercícios MultiFuncionais

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