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Equilíbrio e Quedas Daniela Fonseca silva Nathalia ribeiro xavier Equilíbrio Definição O equilíbrio pode ser definido, basicamente, como a habilidade de manter o centro de massa corporal dentro da base de sustentação. Dentro desse contexto, o corpo deve ser capaz de adquirir e controlar determinadas posturas para atingir um objetivo, com capacidade de se deslocar com rapidez e precisão, de forma multidirecional, com coordenação, segurança e ajustado frente às perturbações externas. O que compõe o equilíbrio Manter o equilíbrio corporal requer a interação de uma série de informações provenientes de três sistemas: o vestibular (baseado nas forças gravitacionais), o somatossensorial (informações relacionadas ao contato e posição do corpo, incluindo os receptores cutâneos, receptores musculares, tendões, ligamentos, articulações que informam sobre a posição dos membros e do corpo) e o visual(informações sobre o ambiente e a localização, direção e a velocidade do movimento do indivíduo). Relação com o envelhecimento Com o envelhecimento, o corpo humano passa por um período de transformações e degradações funcionais, que geram a perda de algumas capacidades físicas, tais como o equilíbrio. O envelhecimento compromete a habilidade do sistema nervoso central em realizar o processamento dos sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal, bem como diminui a capacidade de modificações dos reflexos adaptativos. Esses processos degenerativos são responsáveis pela ocorrência de vertigem e/ou tontura (presbivertigem) e de desequilíbrio (presbiataxia) na população geriátrica. Relação com o envelhecimento Um dos principais fatores que limitam hoje a vida do idoso é o desequilíbrio. Em 80% dos casos não pode ser atribuído a uma causa específica, mas sim a um comprometimento do sistema de equilíbrio como um todo. Em mais da metade dos casos o desequilíbrio tem origem entre os 65 e os 75 anos. Uma falha em qualquer um dos sistemas envolvidos, individualmente ou em conjunto, pode causar e quedas Quedas Definição Queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a estabilidade. Incidência A estimativa da incidência de quedas por faixa etária é de 28% a 35% nos idosos com mais de 65 anos e 32% a 42% naqueles com mais de 75 anos. Alguns estudos prospectivos indicam que 30% a 60% da população da comunidade com mais de 65 anos cai anualmente e metade apresenta quedas múltiplas. Aproximadamente 40% a 60% destes episódios levam a algum tipo de lesão, sendo 30% a 50% de menor gravidade, 5% a 6% injúrias mais graves (não incluindo fraturas) e 5% de fraturas. Destas, as mais comuns são as vertebrais, em fêmur, úmero, rádio distal e costelas. Um estudo nacional evidenciou a seguinte incidência bruta de fraturas do fêmur em pessoas com 70 anos ou mais: mulheres - 90,2/10.000 e homens - 25,4/10.000. 7 Incidência Os que já sofreram uma queda apresentam risco mais elevado para cair, entre 60% e 70% no ano subsequente. Os idosos mais saudáveis caem menos, cerca de 15% em um ano, comparativamente aos asilados, cujo porcentual sobe até 50%. Entre 20% e 30% dos caidores (idosos com mais de duas quedas por ano) que sofreram alguma lesão apresentarão redução da mobilidade, da independência, e aumento do risco de morte prematura. Trauma é a quinta causa de mortalidade na faixa etária maior que 65 anos, sendo a queda responsável por 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos2 (D). Quase metade das mortes segue-se a uma fratura de fêmur. CONSEQUÊNCIAS O temor de novas quedas é tão prevalente quanto as mesmas, ocorrendo em 30% a 73% dos idosos. A perda de confiança na capacidade de deambular com segurança pode resultar em piora do declínio funcional, depressão, baixa autoestima e isolamento social. Após a queda, o idoso pode restringir sua atividade por temor, pela dor, ou pela própria incapacidade funcional. A reabilitação pós-queda pode ser demorada, e, no caso de imobilidade prolongada, leva a complicações como tromboembolismo venoso, úlceras de pressão e incontinência urinária. Tornando-se dependente, a vítima da queda pode demandar mais tempo do seu cuidador, acarretando problemas sociais. Os caidores estão mais propensos a requererem institucionalização. FATORES DE RISCO A estabilidade do corpo depende da recepção adequada de informações de componentes sensoriais, cognitivos, integrativos centrais (principalmente cerebelo) e musculoesqueléticos, de forma altamente integrada. O efeito cumulativo de alterações relacionadas a idade, doenças e meio ambiente inadequado parecem predispor à queda. Os fatores podem ser classificados em três categorias: intrínsecos, extrínsecos e comportamental. Fatores de risco Intrínsecos Extrínsecos Comportamental História prévia de quedas A participação dos fatores de risco ambientais pode alcançar, conforme o estudo, até 50% das quedas entre os idosos da comunidade. Dentre tais fatores podemos citar: iluminação inadequada, superfícies escorregadias, tapetes soltos ou com dobras, degraus altos ou estreitos, obstáculos no caminho (móveis baixos, pequenos objetos, fios), roupas e sapatos inadequados, Aparentemente, as pessoas mais inativas e as mais ativas são as que têm maior risco de cair, possivelmente pela fragilidade das primeiras e pelo grau de exposição ao risco das demais. Na avaliação dos fatores de risco, portanto, deve-se incluir na anamnese perguntas específicas para identificar possíveis maus tratos. Idade Sexo – Feminino Medicamentos Condição clínica Distúrbio de marcha e equilíbrio Sedentarismo Estado psicológico Escala de Berg A escala de equilíbrio de Berg esta diretamente relacionada a outros testes de equilíbrio e mobilidade, apresentando uma confiabilidade de teste re-teste de 98%. Outra particularidade dessa escala é a relação não-linear entre a pontuação e o risco de queda correspondente. Os escores variam de 0 a 56 e, quanto maior o escore, melhor o equilíbrio do sujeito avaliado. Assim, cada ponto a menos na escala corresponde a um aumento do risco de quedas; entre os escores 56 a 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 a 4% no risco de quedas; entre 54 e 46, a um aumento de 6 a 8% de chances, sendo que abaixo de 36 pontos o risco de quedas é de quase 100%. Escala de Berg Tratamento e Objetivo Otimização Medicamentosa Há uma associação bem estabelecida entre o uso de psicoativos e quedas, sendo os antidepressivos, os ansiolíticos, os neurolépticos e os hipnóticos os mais envolvidos. A suspensão desses medicamentos reduz o risco de quedas, embora essa redução possa ser comprometida pela frequente reutilização dos fármacos pelos indivíduos. Correção dos Fatores de Risco Extrínsecos As evidências atuais revelam que a intervenção sobre esses fatores, quando realizada por profissional especializado, pode prevenir quedas em idosos com história prévia. A utilização de barras de apoio e a adaptação adequada do ambiente é essencial para a prevenção de traumas e quedas. Exercício Físico A implementação de um programa de exercícios físicos que melhore a força muscular e o equilíbrio, orientado de forma individualizada por profissional capacitado, é capaz de reduzir o risco de quedas. Esse tipo de intervenção também se revelou eficaz na prevenção de lesões provocadas por quedas em idosas institucionalizadas e em idosos mais frágeis, com déficit de força muscular e de equilíbrio. Exercícios EM PÉ: 1. alongamento de quadríceps, isquiotibiais, tríceps sural, adutores, peitorais, de modo individual, na parede. 2. controle seletivo de joelho (unipodal): duas séries de 15 repetições para cada membro inferior, com bastão apoiado à frente, sem e com rotação de tronco contralateral ao apoio do membro inferior, de modo individual. 3. exercícios de coordenação que utiliza número de passos, mudançade direção e atividade de marcha com circuito e obstáculos. 4. em duplas: segurar e passar uma bolinha de tênis, com o pé, sendo dez repetições para cada pé. 5. em duplas: um de costas para o outro, passar a bola com a mão, com rotação de tronco associada à elevação do membro inferior homolateral à rotação, sendo dez passagens para cada lado. Exercícios PASSAGEM DE POSTURA: em pé para semi-ajoelhado, com um colchonete à frente, realizando a passagem cinco vezes para cada membro inferior de apoio. EM GATO: 1. elevar um membro superior, depois inferior e alternando-os, realizando dez repetições para cada um dos membros de apoio. 2. elevar um membro inferior e um superior, contralaterais, e tocá-los ao retorno, realizando dez repetições para cada um dos membros de apoio. Exercícios SENTADO: sobre plano instável 1. paciente sentado na bola de Bobath, com apoio bipodal e unipodal e abdução de 90º de ombros, sustentar o membro inferior elevado por dez segundos e, então, inverter o membro de apoio. 2. paciente sentado na bola com apoio bipodal: flexão anterior de tronco e extensão segurando uma bola pequena nas mãos; 3. paciente sentado na bola com apoio bipodal: flexão anterior de tronco e extensão, associados à rotação, segurando uma bola pequena nas mãos; 4. paciente sentado na bola com apoio unipodal, realizar rotação de tronco contralateral ao membro inferior de apoio, segurando uma bola pequena nas mãos, por dez repetições para cada lado. .MsftOfcThm_Accent1_Fill { fill:#B71E42; } .MsftOfcThm_Accent1_Fill { fill:#5AD0B8; } .MsftOfcThm_Accent1_Fill { fill:#5AD0B8; } .MsftOfcThm_Accent1_Stroke { stroke:#5AD0B8; } .MsftOfcThm_Accent1_Fill { fill:#5AD0B8; } .MsftOfcThm_Accent1_Stroke { stroke:#5AD0B8; } .MsftOfcThm_Accent1_Fill { fill:#5AD0B8; } .MsftOfcThm_Accent1_Stroke { stroke:#5AD0B8; } .MsftOfcThm_Accent1_Fill { fill:#5AD0B8; }
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