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Escada Ponteana

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Validade invalidade dos contratos. Escada Ponteana 
 
Introdução 
O contrato constitui um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. os elementos constitutivos dos 
contratos são os mesmo elementos constitutivos dos negócios jurídicos em geral. Como elucida 
Flávio Tartuce o contrato apresenta elementos naturais que o identificam e o diferenciam de 
outros negócios, por exemplo, o preço, um elemento natural da compra e venda, aluguel. Esses 
elementos também podem ser essenciais. 
O jurista Pontes de Miranda criou a teoria da Escada Ponteana ou Escada Pontiana, na qual ele 
concebe a estrutura do negócio jurídico analisando seus elementos constitutivos. O negócio 
jurídico, na visão de Pontes de Miranda, é dividido em: 
• Plano da existência. 
• Plano da validade. 
• Plano da eficácia. 
 
Planos da existência 
No plano da existência estão pressupostos para um negócio jurídico, isto é, seus elementos 
mínimos, fáticos, dentro dos elementos essenciais do negócio jurídico. De acordo com Flávio 
Tartuce há apenas substantivos, sem adjetivo, ou seja, sem qualquer qualificação, formam um 
suporte fático. Os substantivos são o agente, vontade, objeto, forma. Na falta de algum desses 
o negócio se torna inexistente. São elementos constitutivos: 
a) manifestação de vontade; 
b) agente emissor da vontade; 
c) objeto; 
d) forma 
 
Plano da Validade 
No segundo plano, da validade, há qualificação, os substantivos são adjetivados, ou seja, o 
agente capaz; vontade livre, sem vícios objeto lícito, possível, determinado ou determinável e 
forma prescrita e não defesa em lei. Os elementos de validade estão expressos no art. 104 do 
CC/02. Assim, qualificando os elementos constitutivos (existenciais), pode-se apresentar o 
seguinte quadro esquemático dos pressupostos gerais de validade do negócio jurídico: 
a) manifestação de vontade livre e de boa-fé; 
b) agente emissor da vontade capaz e legitimado para o negócio; 
c) objeto lícito, possível e determinado (ou determinável); 
d) forma adequada (livre ou legalmente prescrita). 
 O negócio jurídico que não presenta tais elementos de validade, é nulo de pleno direito, ou 
seja, nulidade absoluta. O negócio também pode ser anulável, por exemplo, aquele com agente 
relativamente incapaz ou acometido de algum vício. 
 
Plano da Eficácia 
No plano da eficácia, ultimo plano, estão os elementos relacionados com as consequências do 
negócio jurídico. A suspensão e a resolução de direitos e deveres relativos ao contrato, caso da 
condição, do termo, do encargo, das regras relacionadas com o inadimplemento, dos juros, da 
multa ou cláusula penal, das perdas e danos, da resolução, da resilição, do registro imobiliário 
e da tradição. Ou seja, questões relativas às consequências e aos efeitos gerados pelo negócio 
em relação às partes e em relação a terceiros. 
 
A Escada Ponteana 
A Escada Ponteana elucida que o plano seguinte não pode existir sem o anterior, ou seja, para 
que o negócio ou contrato seja eficaz, deve ser existente e válido, em regra. Para ser válido, 
deve existir. 
Porém, um negócio ou contrato pode existir, ser inválido e gerar efeitos. É o caso de um contrato 
acometido pelo vício da lesão, art. 157, CC/02. Vale ressaltar que se a ação anulatória não for 
proposta no prazo decadencial de quatro anos, a contar da celebração do negócio, o contrato 
será convalidado. 
 Nessa conjuntura, a Escada Ponteana é entendida na seguinte forma: 
 
1-Plano da existência 
-Agente 
-Vontade 
-Objeto 
-Forma 
(Pressupostos de existência) 
2-Plano da validade 
-Capacidade (do agente) 
-Liberdade ( da vontade e 
consentimento) 
-Ilicitude, possibilidade, 
determinabilidade (do 
objeto) 
-adequação 
(Requisitos da validade) 
3- Plano da Eficácia 
- condição 
-termo 
-encargo 
-consequências do 
inadimplemento negocial( 
juros, multos, perdas e 
danos) 
-outros elementos 
(Efeitos do negócio) 
 
Jurisprudência 
 jurisprudência 
RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. VIOLAÇÃO 
AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. TRADIÇÃO DO VEÍCULO. 
CONTRATO DE NATUREZA REAL. REQUISITO DE VALIDADE DO NEGÓCIO 
JURÍDICO. ESCADA PONTEANA. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO. 
NEGLIGÊNCIA DA PARTE AUTORA. MÁ-FÉ DA EMPRESA ALIENANTE. […] 
Em negócio de alienação fiduciária em garantia, por se tratar de contrato de natureza real, a 
tradição constitui requisito de validade do negócio jurídico. 
[…] A exigência de registro do contrato de alienação fiduciária em garantia no cartório de 
título e documentos e a respectiva anotação do gravame no órgão de trânsito não constitui 
requisitos de validade do negócio, tendo apenas o condão de torna-lo eficaz perante terceiros. 
[…] 
(STJ, 4ª Turma, REsp 1190372/DF, Rel. Min.Luis Felipe Salomão, julgado em 15/10/2015, 
publicado em 27/10/2015) 
 
Conclusão 
https://blog.sajadv.com.br/jurisprudencia-e-advocacia/
A teoria da Escada Pontena é perfeitamente lógica, eis que, em regra, para que se verifiquem 
os elementos da validade, é preciso que o negócio seja existente. Para que o negócio seja 
eficaz, deve ser existente e válido. Entretanto, nem sempre isso ocorre. Isso porque é 
perfeitamente possível que o negócio seja existente, inválido e eficaz, caso de um negócio 
jurídico anulável que esteja gerando efeitos. 
 
 
Bibliografia 
• TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único – 8 ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018. 
• PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti: Tratado de direito privado. 4. ed. São Paulo: RT, 1974, 
t. III, p. 15. 
• BRASIL. Código Civil. Lei n° 10406, de 10 de janeiro de 2002. 
• GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: Parte Geral. 
Vol. I. 8ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007 
• LOUREIRO, Luiza Leite Cabral. Responder 0 A Escada Ponteana e a Celebração do Casamento. 
2019. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-escada-ponteana-e-a-
celebracao-do-casamento/. Acesso em: 17 maio 2020. 
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